6.1.15

Capitulo 40

Caraca vcs são os melhores!!1 eu pensei que vcs não iam comentar tão rápido assim, ai eu sai do not e deixei minha sobrinha mexer. desculpem a demora, continuem comentando que enquanto tiver comentários e eu estiver acordada eu postarei; Beijooos!!! <3 uns 4, 5 comentários apenas pq esse tá pequenininho ;)
 
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JOE

Era quarta-feira, meio da semana, mas saí mais cedo do trabalho. Estava sem conseguir prestar atenção em nada. As pessoas falavam e eu não ouvia. Lia contratos, mas não entendia. Estava tão desligado de tudo, tão perturbado, que para fazer uma grande burrada nos negócios não faltava muito. Então fiquei até às três horas da tarde e desisti. Saí e fui para casa.

Mesmo lá, não me sentia em paz. Havia algo dentro de mim me remoendo, latejando, doendo. Demi não saía da minha cabeça. Principalmente seu ódio e seu nojo no último encontro. O que vi ali, nos olhos dela, me deixou chocado. Perdido. Com medo.

Acabei saindo de casa e fui caminhar na praia. Andei por lá sem rumo, carregando meus tênis na mão, pisando na água fria. Pensando. Coisa que eu mais fazia ultimamente.

Tentei dar um tempo e seguir minha vida, para depois tentar falar com ela com mais calma. Mas a cada dia que passava, aquela buraco em meu peito aumentava, assim como a certeza de que teria que ralar muito para que um dia me perdoasse. Isso ficou claro com seu ódio.

Uma parte de mim se rebelava. Queria gritar que não estava nem aí e seguir minha vida.

Pensei em sair, me divertir, cair na farra. Isso me faria esquecer. Talvez o que precisava era me desligar de vez de Demi e só me aproximar quando fosse para fazer o teste de DNA e decidir sobre nosso filho. Assim eu a esqueceria, a tiraria do meu sangue e da minha cabeça. E voltaria a ser eu mesmo.

Mas outra parte, maior e mais nova de mim, estranhamente mais presente naqueles dias, gritava o contrário. Parecia imobilizar a minha rebeldia e me segurar pelo pescoço, tirando meu chão, minha base. Essa não me deixava tirar Demi da cabeça e gritava “BURRO”, “BURRO”, “BURRO”, vezes sem conta. Abria meus olhos e o que eu via dava vergonha. Vergonha e raiva de mim mesmo.

Ainda era difícil admitir o quanto gostava de Demi e o quanto ainda a queria. Tudo era difícil, mas começava a ver o que fiz com outros olhos e o que mais me desesperava era que em nenhuma das vezes que a traí, senti prazer tão grande quanto com ela. Foi mecânico, sem sentimento, sem paixão. Para provar a mim mesmo que podia e que Demi não me tinha nas mãos. E de que valera tudo aquilo, se agora eu percebia exatamente isso? Que lutando ou não, eu estava nas mãos dela?

Pisei na areia molhada e fitei o mar, realmente sem ver. Sentia como se uma venda fosse tirada dos meus olhos, desvendando novos sentimentos dentro de mim, desvendando alguém que eu era ou tinha me tornado e ainda não conhecia. Um Joe estranho e novo para mim.

Afastei-me da água e sentei na areia, largando os tênis ao meu lado, apoiando os braços nos joelhos e pensando nela. Acho que pela primeira vez desde que a conheci, deixei minhas defesas caírem e fui sincero comigo mesmo. Eu tinha tido uma mulher que me amava e por quem eu estava louco e estreguei por orgulho e por medo de me envolver. Não fui ignorante. Fiz de propósito, para me convencer que não a queria.

E agora me dava conta que a queria demais, que não sabia que rumo tomar sem ela. O que seria da minha vida? Aquela coisa fria de sempre, usando pessoas e sendo usado? Como, se eu tinha provado o amor e me enfeitiçado? Se aprendi que sexo poderia ser mais do que apenas desejo satisfeito, mas entrega, carinho, troca, ligação? O que eu faria da minha vida agora sem Demi? Sem seu sorriso, sem seu olhar, sem estar perto dela?

Imagens de nós dois juntos naquela praia vieram à minha mente. E indaguei a mim mesmo como uma pessoa poderia ser tão feliz sem saber? O que não me deixou enxergar e aceitar?

Tinha sido uma vida inteira me sentindo superior. Mai rico, mais inteligente, mais bonito. Um rei em meu mundo. Se ninguém podia comigo, para que me rebaixar? E no entanto, era muito mais fraco do que os outros. Era medroso. Me escondia em meu mundinho seguro onde ninguém se aproximava demais e onde era sempre eu a descartar o que não queria, a usar e ganhar.

Agora eu não tinha nada. Nada que realmente me importasse. E o futuro parecia vazio. Oco.

Fechei os olhos por um momento e vi Demi a minha frente, tão perto que eu poderia tocá-la e beijá-la. O desespero me envolveu quando me dei conta que corria um risco sério de que aquilo nunca mais acontecesse.

Suspirei, cansado, exausto de passar dias assim, pensando, sozinho, perdido. Poderia estar comemorando minha liberdade. Poderia estar com qualquer mulher ou nas orgias. Mas ia do trabalho para casa e estava ali agora, sozinho. E com ela.

Demi ia ter um filho meu. Ainda não conseguia assimilar direito aquilo. Era estranho e perturbador imaginar que eu seria responsável por outra pessoa, alguém com quem teria uma ligação pelo resto da vida. Alguém que seria uma parte minha e uma parte dela. Era um misto de sensações novas, com as quais não sabia ao certo como lidar.

A agonia dentro de mim aumentava e abri os olhos, fitando o mar. Não sei em que momento foi, mas fiquei bem calmo quando entendi por que os dias pareciam tão sombrios sem Demi, por que seu desprezo doía tanto e eu me sentia apático, sem ânimo para nada. Não tinha sido só sexo, nem só paixão e admiração. A loucura que despertava em mim não era passageira. Eu estava irremediavelmente apaixonado. E mais: pela primeira vez na minha vida eu amava uma mulher. Eu amava Demi.

Era contra aquilo que lutei tanto e de que tinha adiantado? Consegui tirá-la da minha vida, como sempre planejei. Mas para me sentir aquilo? Aquele lixo? Aquele nada?

Levantei, um certo desespero dentro de mim ao me dar conta dos riscos que corria. Decidi que não ficaria ali me lamentando. Aquele não era eu. Tinha me perdido, tinha vacilado, tinha feito um monte de burrada. Ainda tinha medo. Fui ensinado a não confiar e não amar, sabia dos perigos. Mas agora eu faria por onde para reconquistar Demi e não perdê-la mais. Ela teria que me ouvir. Me veria tanto no seu caminho que não teria mais como fugir. E eu provaria meu arrependimento.

Caminhei decidido em direção ao meu carro.

Eu vi quando Demi virou a rua e veio andando pela calçada, de cabeça baixa, com sua bolsa vermelha pendurada no ombro e abraçando uma pasta contra o peito. Seus cabelos soltos balançavam longos atrás dela, como se tivessem vida própria, naquela rica cor clara, brilhante.

Lembrei deles grudados em minha pele suada enquanto eu a penetrava, de como gostava de enterrar meus dedos nos fios sedosos perto da nuca e como me olhava entregue quando fazia isso. Meu corpo doeu pela falta de sexo, pelo desejo latente de estar novamente com ela embaixo de mim, tomando-me todo, gemendo.

Contive os pensamentos. Estava nervoso, sabia bem as dificuldades que teria pela frente. Aquele era apenas o começo da luta para que me perdoasse e me desse uma nova chance.

Desencostei do carro em frente à avenida de casas que morava. Já era quase meia-noite e a rua estava deserta. Fiquei preocupado, chegando tão tarde naquele lugar, sozinha. E foi naquele momento, chegando perto, que Demi ergueu o rosto e me viu. Empalideceu na hora. E em sua expressão não apareceu nenhum vislumbre do amor que um dia sentiu por mim.

Somente raiva. E desprezo.

Apressou o passo, mas antes que chegasse na entrada da avenida, eu bloqueei o seu caminho. Olhou ferozmente para o buquê de rosas vermelhas ainda em botão nos meus braços e depois para meus olhos, dizendo friamente:

- Quer sair da minha frente?

- Só vim trazer isso. E saber como você está. – Falei baixo. Era impossível não me sentir abalado diante de tanto asco, tanto ódio explícito.

- Estou ótima. E não quero “isso”. – Disse com desprezo. Ia me contornar, mas a impedi de novo. Ficou impaciente. – Eu já disse que não quero falar com você. Sei que respeito é algo que você desconhece, mas quero que respeite a minha vontade. Saia do meu caminho e da minha vida.

- Eu entendo, Demi. Fui o pior cafajeste que um homem podia ser. Mas estou pedindo só uma chance de provar que me arrependi.

- Saia. – Disse entredentes, realmente furiosa.

- Escute, só escute um pouco. Eu sou um babaca, um desgraçado, tudo que você quiser me acusar. Me sinto um lixo. – Fitava seus olhos, controlando-me para não abraçá-la, beijá-la, quando a saudade doía tanto. E quando sabia que isso só a afastaria ainda mais de mim. – Mas me deixe só ficar perto. Saber de você e do nosso filho. Ajudar você. Olha esse lugar,

Demi. É perigoso chegar aqui uma hora dessas, aqui atrás tem uma favela ...

- Obrigada por sua preocupação, mas o único perigo para mim aqui é você. Estou cansada. Quero um pouco de paz. Se quer me ajudar, saia da minha frente e me esqueça. Por que me sinto mal quando está perto de mim. E se pensa que vou cair em seus braços por que vem aqui com palavras doces e um buquê de rosas na mão, está enganado. Eu nunca vou perdoar o que fez! Nunca!

A certeza dela era tão grande, seu ódio tão evidente, que vacilei. Mordi o lábio inferior, sem saber mais o que dizer, sem controle nenhum da situação.

- Eu entendo seu ódio. Mas não posso ficar longe, Demi. – Falei baixo, sincero, sem vacilar.

- Não pode? – Sorriu, sem vontade, com ironia. – Engraçado, quando estávamos juntos você conseguia muito bem ficar longe. E melhor, longe de mim e perto de outras mulheres. Bem perto. Conseguia ficar longe de mim e armar com minha irmã pelas minhas costas. O que é? Sente falta de se divertir às minhas custas?

Senti vergonha e culpa. Apertei as flores nas mãos e lamentei não terem espinhos. Preferia mil vezes sangrar a me sentir daquele jeito, um crápula, um traidor fodido que destruiu os sonhos de uma mulher como Demi.

- Eu me arrependo. É o que estou dizendo.

- E eu não quero ouvir. – Disse friamente. – É o que estou dizendo.

Nós nos olhamos e soube que ia ser bem mais difícil do que tinha imaginado. Estava realmente determinada a não me perdoar e com uma raiva tão grande que com certeza não fazia bem nem a ela nem ao bebê. Achei melhor recuar. Não conseguiria nada me impondo, só despertar mais o seu ódio. Mas não era desistir. Era adiar.

- Tudo bem, eu vou embora. Mas ... Aceite só as flores. Por favor.

Demi baixou os olhos para mim e para o buquê. Não acreditei quando estendeu o braço e o pegou. Senti a esperança renascer e, antes que sequer pudesse sentir um gostinho dela, Demi atirou o buquê de rosas na rua, na frente do meu carro. Fitou meus olhos com desprezo.

- Isso é o que faço com suas flores. E com tudo que vem de você. – Contornou meu corpo imóvel e se afastou rapidamente pela vila de casas.

Demorei até conseguir reagir. Olhei para as flores e depois para a vila. Ela já tinha sumido de vista, entrado em sua casa.

Fui como um autômato até o meu carro, tendo certeza de uma coisa: não seria difícil reconquistá-la. Seri impossível.

E voltei para casa mais arrasado do que quando havia chegado.
 

8 comentários:

  1. Meu Deussssssssssss, mais por favorrr

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  2. To adorando ver o Joe tentando reconquistar a Demi!!
    Posta mais, beijinhos***

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  3. Agora o Joe viu que vai ser difícil ter a Demi de volta. To com muita pena dos dois.
    POSTA LOGO PLISSSS

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  4. O capítulo foi pequeno, mas acabou comigo!! Que dó desses dois!!
    Poste logo Mari, tenha dó da gente também...kkkk

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  5. Estou com muita pena do Joe, Mais ele merecia isso. Poste logo!! Beijos

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