16.3.15

Capitulo 21 - Amor Sem Limites - Último

Então.... infelizmente essa fic chega ao fim! Muito obrigada a todas as leitoras que acompanharam as postagens dessa fic. Me desculpe pelas demoras em postar, mas eu e a Bru estamos muito ocupadas depois que as nossas aulas voltaram. Logo eu acho que apareço aqui para postar uma outra adaptação que eu espero que vcs gostem assim como gostaram dessa aqui. BEIJOOOS ♡

DEMI

Bethy estava esperando por mim para tomarmos alguma coisa no clube. Eu amamentara Nate e o deixara com Joe, para ter algum tempo com as amigas. Bethy também queria que eu conhecesse Della oficialmente. Acenei para Jimmy quando passei pela cozinha e me apressei até o salão do restaurante.

Della e Bethy estavam numa mesa ao lado de uma das janelas que davam para o golfo.

Della se virou e sorriu quando viu que eu me aproximava. Eu não sabia direito o que havia acontecido com a polícia, só sabia que havia sido um enorme mal-entendido. Diziam até que Woods havia ameaçado o policial que a prendera. Grant disse que ele o havia jogado contra a parede. Me parecia algo que Joe faria.

– Já estava mais do que na hora de você chegar. Eu estava prestes a tomar minha segunda mimosa sem você – disse Bethy alegremente.

– Desculpem, eu precisei dar de mamar ao Nate antes de sair. Ele estava mais faminto do que o normal. Mas você sabe que não posso beber. Estou amamentando. Mas vou tomar um copo grande de suco de laranja.

– Amamentar não parece nem um pouco divertido. A não ser pelos peitos incríveis que você ganha, não vejo por que amamentar – comentou Bethy.

Preferi ignorá-la. Ela não compreenderia. Em vez disso, olhei para Della.

– Que bom que finalmente vamos conversar – falei a ela.

– Também acho. Sinto muito pela última vez que nos vimos. Não consigo imaginar o que você ficou pensando depois...

– Fiquei pensando que devia ter havido um engano terrível e, mesmo em trabalho de parto, disse para Joe entrar em contato com Woods e contar que havia uma emergência – garanti a ela.

Della soltou um suspiro.

– É. Foi um dia maluco. Mas obrigada. Só depois fiquei sabendo que você entrou em trabalho de parto naquele dia.

Bethy pediu mais uma mimosa para ela e outra para Della. Eu disse à nova garçonete que queria apenas suco de laranja.

– Então, fiquei sabendo que você não está mais trabalhando para Woods – disse Bethy a Della.

Ela franziu a testa e balançou a cabeça.

– Não. Ele não deixa. Gosta de me manter com ele o tempo todo. Estamos tratando de umas coisas... – Ela parou de falar. Percebi que não queria contar sobre sua vida pessoal, e não podia culpá-la. Havia acabado de nos conhecer.

– Não consigo manter vocês na cozinha, suas vadias. O que posso fazer se todas as minhas melhores atendentes se enrabicham com os ricaços deste clube e me deixam para trás? – falou Jimmy ao puxar a quarta cadeira para perto da mesa e sentar.

– Eu ainda trabalho aqui – Bethy lembrou a ele.

– Como não trabalha na cozinha, não adianta nada para mim. Eu quase tenho medo quando Woods contrata mulheres bonitas. Preciso da ajuda de alguém que não chame a atenção desses tarados – sibilou Jimmy, piscando para nós.

Olhei ao redor da mesa e sorri. Um ano antes, eu estava perdida. Não tinha ninguém. Entrar na casa de Joe Jonas naquela noite mudou tudo.

Fiquei escutando enquanto Jimmy nos contava sobre o encontro desastroso que tivera na noite anterior e dizia como queria pegar Marco. Pelo que entendi, Marco era o novo chefe. Bethy concordou que ele era muito interessante. Olhei para Della sorrindo do outro lado da mesa enquanto os ouvia falar e reconheci aquele olhar. Acho que ela também havia encontrado um lar.

– Então, Demi, como é o sexo depois do casamento e do filho? Nós precisamos saber, menina. Joe Jonas ainda bota fogo nos lençóis? – perguntou Jimmy com os olhos brilhando de expectativa. Ele tinha uma séria queda pelo meu marido.

– Não é da sua conta, Jimmy. Você precisa superar esse fascínio pelo meu homem. Agora é tarde demais. Ele é meu – respondi.

– Droga, como você é sem graça. Eu só quero detalhes. Detalhes muito visuais. E você, Della? Quer me contar como é pegar Woods? Ele é todo mandão? Isso parece excitante.

O rosto de Della ficou completamente vermelho, e ela riu.

– Eu também não vou entrar nessa com você, Jimmy – respondeu ela.

Jimmy se levantou e fez beicinho.

– E eu que sempre pensei que as fofocas femininas eram safadas e divertidas. Vocês estão me matando de tédio. – Jimmy fez um aceno dramático antes de se virar e voltar para a cozinha.

– Agora que ele já foi, quero saber como é o sexo com Joe e Woods – confessou Bethy com um sorriso, e eu balancei a cabeça e olhei para a porta.

Grant estava entrando sozinho. Parecia profundamente concentrado. Andava meio sumido, e imaginei que fosse porque estava fora da cidade de novo. Parecia que algo o incomodava. Ele levantou o olhar e me viu.

Deu um sorrisinho e piscou antes de ir até uma mesa e se sentar sozinho.

– Grant está de volta para o verão. Mas parece diferente – comentou Bethy, aparentemente pensando a mesma coisa que eu.

– É, ele está meio estranho – concordei.

– Quem brinca com fogo acaba se queimando. Nan é completamente maluca. Deve ter ferrado a cabeça dele. Mas ainda não acredito que os dois ficaram juntos – sussurrou Bethy.

– Nan passou lá em casa outro dia – falei, olhando novamente para Bethy e Della. – Ela ainda me odeia.

Bethy bufou.

– E daí? Vaca!

Della arregalou os olhos, e eu me dei conta de que estávamos falando de pessoas que ela não conhecia. Era grosseiro da nossa parte.

– Della, eu não estava aqui e perdi tudo o que aconteceu. Então me conte: como você conheceu Woods? Trabalhando aqui?

Della balançou a cabeça e sorriu.

– Não exatamente. Nós nos conhecemos em setembro... Foi... meio que um sexo casual – disse ela, ficando com o rosto ruborizado.

A história seria mais interessante do que eu havia imaginado.

– Nossa, parece divertido – respondi, inclinando o corpo para a frente para ouvir.

Nate agora tomava mamadeira. A tia de Bethy e minha antiga chefe, Darla, havia concordado em ficar de babá para que pudéssemos ir à fogueira comemorativa do clube naquela noite. Era o pontapé inicial da temporada de verão, um evento apenas para sócios.

Joe não queria ir, mas Bethy ligara implorando. Como me sentia culpada por não ter mais tempo suficiente para ficar com ela, eu o convencera.

No dia seguinte, seria a minha consulta com o médico, e a paciência de Joe estava por um fio. Eu imaginava que ele iria comigo e me atacaria ainda no estacionamento. Eu não iria reclamar, mas também não ia lhe dar a ideia.

Grant havia ligado para ver se iríamos, e Woods também. Woods queria saber se eu faria companhia a Della se ele precisasse resolver alguma coisa durante o evento. Bethy também ficaria por perto. As duas haviam se tornado amigas, o que apenas confirmava minha impressão de que ela era uma boa pessoa. Bethy era exigente.

O fogo estava maior do que quaisquer outras fogueiras na praia, porque a prefeitura controlava o que acontecia nas áreas públicas, mas não em propriedades particulares, como o clube. Bethy dissera que essa seria a festa “imperdível” da temporada. Por mim, ótimo. Joe e eu precisávamos sair.

– Tem certeza de que não quer vestir outra coisa antes de a gente sair deste carro? – perguntou Joe, olhando para mim.

Franzindo a testa, olhei para a minha roupa nova. Eu a havia comprado na semana anterior. Era uma saia branca de linho que batia no meio da coxa e uma blusa amarelo-claro de ombros à mostra que ia até a cintura da saia. Minha barriga só apareceria se eu levantasse os braços.

– Você já disse isso em casa. Não gostou? – Talvez meu corpo ainda não estivesse pronto para usar aquele tipo de roupa.

Joe segurou meu queixo e olhou bem nos meus olhos.

– Você está de dar água na boca, Demi. Só não gosto de pensar que outros homens vão olhar para você.

Ah. Bem, nesse caso...

– Tenho certeza de que não quero me trocar. Gosto quando você fica todo possessivo.

Isso me excita – disse a ele, dando uma piscadela e abrindo a porta.

– Desse jeito você me mata, mulher – disse ele, batendo a porta com força.

Joe esticou o braço e segurou minha mão enquanto caminhávamos na praia. O sol já havia se posto, mas a fogueira iluminava o caminho. Bethy começou a pular e acenar para nós assim que aparecemos.

– Acho que ela quer que a gente vá até lá – disse Joe com um tom divertido.

– Acho que sim – respondi.

Bethy já estava bem alta quando chegamos. Jace apenas revirou os olhos quando ela veio tropeçando para me abraçar. Estava com cheiro de tequila.

– Ei, vocês estão atrasados!

– Não, não estão. Você que começou a beber muito cedo e agora está bêbada demais para saber há quanto tempo estamos aqui – repreendeu-a Jace, de onde estava sentado.

Parecia um pouco irritado com ela.

Olhei em volta à procura de Della, mas não a vi.

– Onde estão Della e Woods? – perguntei a Bethy, que sorriu para mim como se não fizesse ideia do que eu estava falando.

– Eu os vi há um tempinho, mas uns funcionários foram pegos fumando maconha e Woods teve que ir resolver o problema. Não sei bem o que aconteceu com Della – falou Jace.

Droga. Nós deveríamos estar cuidando dela.

– Talvez eu precise procurá-la – sussurrei para Joe.

– Vou junto. Não sei se quero você caminhando por aí sozinha – disse ele.

– Não. Sente-se aí e converse com Jace. Beba alguma coisa. Vou só dar uma geral na área e voltar. Não precisa ir comigo.

Joe franziu a testa e eu o empurrei na direção da cadeira vazia ao lado de Jace.

– Vá! – ordenei, olhando de novo para Bethy. – Vou procurar Della – avisei.

– Eu também! Eu quero ir! – falou Bethy, levantando a mão como se estivesse na escola.

– Não. Você vai ficar bem aqui – rebateu Jace.

Bethy fez beicinho e se jogou no colo dele.

– Você é um chato – resmungou ela.

Não fiquei esperando que ela pedisse de novo. Eu me virei e fui andando mais para perto da fogueira. Vi vários rostos conhecidos. Ganhei um abraço de Jimmy e conheci o par dele para a noite, mas não vi Della. Dei uma volta e segui para as partes mais afastadas da luz da fogueira, para ver se ela não estava se escondendo na escuridão. Não encontrei ninguém.

Comecei a me virar para voltar para Joe quando ouvi um grito agudo. Não era uma voz assustada, mais parecia a voz de alguém zangado. Me aproximei um pouco mais do estacionamento e escutei outra voz, definitivamente feminina e muito sulista tentando acalmar a primeira. Olhei na direção de onde havia deixado Joe, mas ele não me viu.

Segui para o estacionamento, guiada pelas vozes. Quanto mais perto chegava, mais palavras eu compreendia. Não havia ninguém por ali, então onde elas estavam? Fui até onde havíamos estacionado nosso carro e parei.

– Não, por favor. Fale com Woods. Eu não z nada, juro. Não! Ai, meu Deus! – A voz mais baixa estava assustada.

– Cansei de falar com Woods. Você pegou o que era meu. Ele escolheu você. Ótimo. Ele pode ficar com você, sua louca nojenta. Mas primeiro você vai pagar por ter pegado o que era meu. – Um tapa sonoro e um grito de dor se seguiram às palavras dela. – Está doendo, não está, sua vaca? Você é uma louca. Não sei por que Woods acha que você pode fazê-lo feliz. Ele vai aprender. Vai aprender a não brincar comigo – disse de novo a mulher furiosa, e então ouvi mais um grito de dor da outra, que agora eu sabia ser Della. Eu não fazia ideia de quem estava com ela, mas a estava machucando. Pensei em ir chamar Joe, mas ela poderia estar seriamente ferida até lá.

Eu não precisava de Joe. Não sabia ao certo quem era a psicopata, mas podia cuidar dela. Enfiei a mão na bolsa, peguei a chave e destravei a porta silenciosamente. Enfiei a mão embaixo do banco, peguei minha arma, me certifiquei de que o pente estava vazio e chequei a trava de segurança.

Não havia motivo para a arma estar carregada. Não pretendia atirar em ninguém. Eu só precisava assustar a valentona e chamar Woods. Com sorte, ela não teria machucado muito Della. Um novo grito de Della fez com que eu me apressasse. Segui as vozes até o outro lado de um prédio.

Vi a outra mulher primeiro. Estava segurando Della pelos cabelos e chamando-a de louca de novo. Ela insistia em dizer que Della era maluca. Aquela sujeita estava me tirando do sério.

Empunhei a arma e a apontei para a mulher antes de informar que havia chegado.

– Solte-a! – ordenei, e vi a mulher girar ainda agarrada aos cabelos de Della, que soltou mais um soluço.

– Que porra é essa? – zombou a mulher, olhando para mim como se a louca fosse eu.

– Solte os cabelos dela e se afaste – falei, alto e claro, para não deixar margem para dúvidas.

Ela riu.

– Esta arma nem sequer é verdadeira. Não sou burra. Vá cuidar da sua vida e pare de brincar de As Panteras.

Soltei a trava de segurança e fiz a mira.

– Escute aqui, sua vaca, se eu quisesse, poderia furar suas duas orelhas daqui, sem desarrumar seu cabelo. Vamos lá, experimente. – Mantive a voz baixa e fria. Queria que ela

acreditasse em mim, porque eu realmente não queria ter de atirar nela para mostrar que estava falando sério.

Ela arregalou os olhos e soltou os cabelos de Della. Com o canto do olho, vi Della se afastar rapidamente.

– Você faz ideia de quem eu sou? Posso acabar com você. Vai passar um bom tempo na cadeia por isso – ameaçou ela com raiva, embora também houvesse medo em sua voz.

– Nós estamos no escuro e somos três. Você não tem um arranhão. Della está ferida e sangrando. Vai ser a nossa palavra contra a sua. E não me importo com quem você seja. A situação não está boa para você.

Ela se afastou um pouco mais de mim, ainda de olho na minha arma.

– Meu pai vai ficar sabendo disso. Ele vai acreditar em mim – disse ela com a voz trêmula.

– Que bom. Meu marido também vai ficar sabendo disso e ele certamente vai acreditar em mim.

A mulher soltou uma risada irritada e balançou a cabeça.

– Meu pai pode comprar esta cidade. Você mexeu com a mulher errada.

– É mesmo? Então pode vir, porque neste momento você está olhando para uma mulher armada capaz de atirar num alvo em movimento. Então, por favor... Pode. Vir. Della estava encolhida com os braços ao redor dos joelhos enquanto nos observava em silêncio. – Quem é você? – perguntou a mulher, levando-me a sério pela primeira vez.

– Demi Jonas – respondi.

– Merda. Joe Jonas se casou com uma caipira armada. É até difícil de acreditar – debochou ela.

– Eu a levaria a sério. Ela está com uma arma, porra. – A voz de Joe veio de trás de mim.

A mulher arregalou os olhos.

– Vocês estão brincando? Esta cidade é maluca. Vocês todos são.

– Era você que estava no escuro, batendo em uma mulher inocente por causa de um homem – lembrei a ela. – É você que parece maluca aqui.

Ela levantou as mãos.

– Tudo bem. Acabou. Acabou tudo! – gritou ela e saiu caminhando na direção do estacionamento.

Baixei minha arma e a travei de novo antes de entregá-la a Joe e sair correndo até Della. Seus grandes olhos azuis estavam arregalados de espanto.

– Você apontou mesmo uma arma para ela? – perguntou, assustada.

– Ela estava batendo em você – lembrei a ela.

Della enterrou o rosto nas mãos e soltou uma risada trêmula.

– Deus do céu! Ela é maluca. Eu juro que estava começando a achar que ela ia me bater até eu desmaiar. Ficava pensando que ia apagar e que ela acabaria me machucando de

verdade. – Della olhou para mim. – Obrigada.

Estendi a mão para ela.

– Consegue se levantar? Ou quer ficar aqui esperando enquanto eu chamo Woods?

Ela pôs a mão na minha.

– Quero me levantar. Preciso me levantar – disse ela.

Eu a puxei.

– Você tem um telefone?

Ela fez que sim com a cabeça e tirou um celular do bolso. Fiquei esperando enquanto ela discava para Woods.

– Oi... Na verdade, não. Tive um incidente com Angelina... Não... não... ela foi embora. Hã, Demi apareceu e... hã, colocou-a para correr... Demi ainda está aqui e o marido dela também... Atrás do prédio do estacionamento... Está bem. Também amo você. Ela desligou e olhou para mim através dos cílios espessos.

– Ele está a caminho.

– Que bom. Vamos esperar com você. – Abri a bolsa e tirei um lenço umedecido de dentro. Agora era mãe; sempre tinha lenços umedecidos comigo. – Quer limpar o sangue da sua boca antes que ele chegue aqui e vá atrás da Angelina?

Della assentiu e aceitou o lenço.

– Obrigada.

Virei-me para olhar para Joe, que me observava atentamente, mas sem falar nada.

Dois faróis se aproximaram e pararam de repente bem ao nosso lado. Woods saltou da caminhonete e veio correndo até Della.

– Caramba! – rugiu ele, pegando-a em seus braços. – Meu Deus, gata, eu sinto muito. Ela vai pagar por isso – garantiu ele, passando as mãos no rosto dela para conferir se ela estava bem.

– Está tudo bem. Acho que a Demi a assustou – disse Della, encostada no peito dele.

Woods olhou para mim e franziu a testa.

– O que foi que a Demi fez? – perguntou ele.

– Apontou uma arma para Angelina e ameaçou furar as orelhas dela com tiros – contou Della.

Woods levantou uma sobrancelha.

– Então a moça do Alabama sacou da arma de novo? Obrigado, Demi – disse ele, antes de beijar a cabeça de Della e sussurrar em seus cabelos palavras que não eram para ser ouvidas por mais ninguém.

– Que bom que as encontrei. Você precisa fazer alguma coisa a respeito daquela mulher.

Ela é louca – falei, e me virei para voltar para Joe.

Ele passou a mão pela minha cintura e me segurou.

– Obrigada! – gritou Della.

– De nada – respondi, então Joe e eu nos viramos para voltar ao estacionamento.

– Não vou conseguir esperar até amanhã. Você ferrou com tudo quando eu cheguei e a vi ali parada, toda fodona, apontando uma arma para Angelina. Acho que gozei nas calças quando você disse que poderia furar as orelhas dela de onde estava. Vou comer essa bocetinha fodona esta noite.

Tentei morder o lábio para não dar risada, mas não consegui.

Joe sorriu.

– Que bom que concorda que não precisamos mais esperar. Estou pronto para me perder no meu paraíso de novo.

Parei de caminhar e fiquei na ponta dos pés para beijar o rosto dele.

– Eu amo você, Joe Jonas.

– Que bom, porque nunca mais vou deixar essa bundinha sexy ficar longe de mim de novo.

– Quanto é longe? – perguntei.

– Qualquer distância é longe. Quero você bem aqui ao meu lado... para sempre.

14.3.15

Capitulo 20 - Amor Sem Limites

Olá! Pq vcs estão demorando para comentar? É pq eu demorei para postar os capitulos? Infelizmente eu não estou tendo muito tempo disponível esses dias. Se der eu posto o último ainda hoje! Beijooos ♥


DEMI

Coloquei Nate para tirar uma soneca e decidi aproveitar o tempo livre para usar o vídeo de ioga que havia comprado no iTunes. Precisava ajustar algumas coisas no meu corpo pós-bebê. Bethy me recomendara ioga. Encontrar tempo para fazê-la era outra coisa. Da última vez que Nate tirara um cochilo e eu tentara me exercitar, Joe chegara e acabamos nus no sofá de novo. Havíamos nos tornado especialistas em sexo oral. Não que Joe precisasse melhorar, mas dava para dizer que eu havia aprendido a fazer um boquete de arrasar.

A campainha tocou antes que o vídeo começasse. Dei pausa e fui ver quem era. Como Joe não estava em casa, não podia ser Grant. Os dois estavam juntos. Abri a porta e dei de cara com Nan. O primeiro pensamento que me veio à cabeça foi que talvez eu devesse começar a olhar pelo olho mágico primeiro. Meu coração disparou, e eu xinguei a mim mesma por ter deixado o telefone no chão da sala de jogos. Não tinha bolso na calça de ioga.

– Joe está em casa? – disparou ela.

Hesitei. Ele não estava em casa, e eu não tinha certeza se deveria deixá-la entrar. Mas como eu poderia não deixar? Ela era irmã do Joe.

– Ele saiu com Grant há umas duas horas. Alguma coisa a ver com Woods. – Eu estava falando demais. Ela não tinha nada a ver com isso.

– Você vai me deixar entrar? Ou devo voltar mais tarde? – O tom irritado da voz dela diante da noção de que eu tinha o poder de não deixá-la entrar na casa que agora era minha ficou evidente. Eu não queria que ela entrasse, mas Joe iria querer vê-la. Havia falado nela algumas noites atrás. Estava imaginando como ela estava. Disse que a mãe lhe contara que ela havia saído da clínica e estava melhor.

Contrariando meu bom senso, dei um passo para trás e a deixei entrar.

– Entre – falei, detestando a ideia de ficar a sós com ela. Minha arma estava no carro, embora eu não achasse que fosse precisar dela. Ela não era tão perigosa... eu achava.

– Então, como é ser a Sra. Jonas? – perguntou ela. Seu tom dava a entender que ela não estava feliz com isso e que não se tratava de uma pergunta amigável.

– Maravilhoso. Eu amo seu irmão – respondi.

– Você não pode mentir para mim. Você não me engana com esse olhar inocente. Você engravidou para prendê-lo. Ele não iria ignorar um filho. Você percebeu e usou isso. Só espero que a criança seja dele.

O ódio em suas palavras me assustou. Quis ligar para Joe e dizer que viesse para casa.

Não queria conversar com ela. Não se o tema em questão fosse “atacar a Demi”.

– Sinto muito que você pense assim. Quando vir o Nate, vai ver que não há dúvidas de quem é o pai dele. Ele é a miniatura do Joe. – Fiquei furiosa comigo mesma por morder sua isca e me defender.

Quando mencionei Nate, vi que foi a vez de Nan hesitar. Ou ela odiava a ideia de que tínhamos um filho ou odiava o fato de que o filho também era meu e ela não queria se sentir ligada a ele. Não entendi direito.

– Vou pegar o telefone para dizer ao Joe que você está aqui. Por favor, sirva-se de alguma coisa para beber ou comer se quiser. Você sabe onde fica tudo.

Comecei a caminhar na direção da escada.

– Espere. Eu não quero ver Grant. Diga para ele não trazer Grant – disse ela com a voz tensa.

– Está bem. Pode deixar – respondi. Eu tinha certeza de que o Grant também não queria vê-la, mas não ia deixar claro que eu sabia de tudo. Não ia falar disso.

Corri escada acima e fui pegar meu telefone. Ia ligar para Joe e depois conferir como Nate estava... Talvez pudesse ficar ali em cima, me escondendo, enquanto estivesse sozinha com ela. Peguei o telefone e liguei para o número de Joe.

– Oi, gata, está tudo bem? – perguntou ele ao atender a ligação.

– Hum... depende do que você considera bem – falei. – Sua irmã está aqui.

– Dê a volta, cara. Preciso ir para casa agora – disse ele a Grant. – Estou a caminho. Ela está bem? Está sendo legal? Você a deixou entrar?

– Sim, não muito e sim – respondi.

– Ela não está sendo legal. Merda, Demi. Desculpe. Por que você a deixou entrar?

– Bom, porque ela é sua irmã, Joe. Eu não ia me recusar a deixar alguém da sua família entrar na sua casa.

Joe respirou fundo. Eu sabia o que isso queria dizer. Ele estava frustrado.

– Demi, se algum dia eu ouvir você chamar a casa de minha de novo, vou perder a cabeça. A casa é nossa. Nossa, porra. Se você não quiser deixar alguém entrar, não deixe. Me ligue, e a pessoa que fique esperando na entrada até eu chegar. Só quero que você se sinta à vontade na própria casa.

– Está bem. Bom, eu a deixei entrar porque você a ama e eu amo você. Que tal isso?

Joe deu uma risada baixinha.

– Nan é e provavelmente sempre será a única pessoa que eu amo que não espero que você trate bem. Ela precisa merecer ser bem tratada. Nunca fez isso. Você pode mandá-la se danar, expulsá-la, o que quiser. Não aguente nenhum desaforo dela.

Decidi que não iria contar a ele sobre a acusação que ela fizera de que Nate poderia não ser dele. Joe perderia a cabeça.

– Só venha rápido – implorei.

– Estou a cinco minutos daí – prometeu.

Desliguei e enfiei o telefone no meu top antes de ir dar uma olhada em Nate. Ao abrir a porta, espiei e o flagrei chutando e gorgolejando para as criaturas marítimas penduradas no móbile. Sorrindo, fui até o berço, e seus olhos se mexeram até chegarem a mim. Ele chutou com mais força ao me ver, e meu coração apertou.

– Não foi uma soneca muito longa – eu disse a ele, abaixando-me para pegá-lo no colo. – Eu nem consegui fazer ioga, e o bumbum da mamãe está precisando de um pouco de exercícios.

A cabecinha dele tentou se enfiar no meu peito. Não era hora de ele mamar, mas, quando acordava, ele sempre queria entrar na minha blusa. Exatamente como o pai dele. Sorrindo, levei-o até o trocador e pus uma fralda limpa com ele reclamando. Ele detestava trocar as fraldas.

Peguei-o no colo e beijei seu beicinho. As lágrimas pararam, e ele abriu a boca tentando conseguir alguma coisa para comer de novo.

– Agora não, mocinho. Faz só uma hora que você mamou – falei, antes de sairmos pela porta.

Eu não queria levá-lo até o andar de baixo. Tinha medo do que Nan diria sobre ele.

Achava que não conseguiria digerir bem se ela fosse mesquinha com meu filho. A porta da frente se abriu, e eu soltei um suspiro de alívio. Joe estava em casa.

– Papai chegou – sussurrei.

Levei Nate para o andar de baixo e ouvi as vozes de Joe e Nan. Não foi difícil. Ela já estava aumentando o tom. Joe devia ter chegado chamando sua atenção por me deixar desconfortável. Decidi que era melhor não levar Nate para a cozinha para ouvir o pai gritando com a tia. Saímos pela porta da frente. Nate adorava ficar lá fora olhando as ondas.

A brisa do mar abafaria todas as palavras iradas de Nan.

Passamos por baixo da casa e seguimos para a praia.

– Demi, pode trazer Nate aqui em cima? – pediu Joe, olhando para mim da varanda. Aparentemente, queria apresentá-lo a Nan. Eu compreendia que ele quisesse que a irmã conhecesse seu filho, mas como ela odiava a mãe do bebê, talvez não fosse uma atitude sábia. Fiz uma pausa e olhei para Nate.

A mãe em mim queria levá-lo correndo de volta para o andar de cima e ficar trancada no quarto com ele. Mas ele era filho de Joe também. Dei um beijo em sua têmpora.

– A irmã do papai, Nan, não é muito legal. Você vai ter que aprender a ignorá-la – sussurrei no ouvido dele, mais por mim do que por ele, já que meu filho não fazia ideia do que eu estava dizendo.

Quando cheguei ao último degrau da escada, Joe estava me esperando.

– Se não quiser entrar e preferir que eu o leve, tudo bem. Mas se quiser entrar, prometo que ela vai se comportar, ou eu a expulso desta casa.

Eu não ia mandar meu filho ao encontro do lobo mau sem ir junto. Se ele precisava enfrentar Nan, eu também precisava. Abracei-o com mais força e balancei a cabeça.

– Quero ficar com ele.

Joe concordou. Pela expressão no rosto dele, pude ver que compreendia. Abriu a porta para nós e deu um passo para trás para que eu pudesse entrar com Nate.

Nan estava sentada numa banqueta alta com uma expressão furiosa no rosto. Girou e olhou para Nate. Pude ver o instante em que ela se deu conta de que cada traço era de Joe.

Nem meus olhos ele tinha. Era todo Joe.

– Acho que ele é seu, afinal – disse ela.

Parei e recuei um passo, dando um encontrão no peito de Joe. Ele passou os braços ao meu redor.

– Você queria vê-lo. Cuidado com o que diz para a mãe dele. Peça desculpas por essa última observação cretina, ou vou acompanhá-la até a porta.

Os olhos de Nan se encheram de fúria, e tive a sensação de que Joe havia acabado de dar início a algo de que não precisávamos ter em nossa casa. Mas ela respirou fundo e levantou seus olhos cheios de ódio para mim.

– Sinto muito – disparou ela. Não foi sincera, mas o fato de que Joe a fizera pedir desculpas valeu a pena.

– Posso segurá-lo? – pediu Nan, olhando para Joe.

Fiquei rígida. Se ele dissesse que sim, eu sairia correndo com Nate. Havia um limite ao que ele podia me pedir.

– Provavelmente não é uma boa ideia. Com você olhando para a mãe dele com tanto ódio, não acho que ela vá se sentir segura em deixá-lo no seu colo.

Nan fez uma careta.

– Ele é seu filho também.

– É. Mas Demi é a mãe dele. Eu não vou permitir que aconteça nada que a deixe desconfortável.

– Meu Deus, Joe, o que aconteceu com os seus colhões?

– Segunda bola fora, mana.

Nan revirou os olhos e se levantou da banqueta. Ela olhou para Nate, e seu olhar suavizou um pouco. Era difícil não amá-lo. Ele era tão lindo quanto o pai.

– Mamãe adoraria conhecê-lo – disse Nan, pondo a alça da bolsa no ombro. – Você poderia ao menos mandar uma foto para ela.

– Mamãe não deu a mínima para os próprios filhos, Nan. Você sabe disso. Por que ela se importaria com o neto?

Nan não se abalou. Apenas deu de ombros.

– É verdade.

Nate começou a se agitar em meus braços. Ele estava tentando pegar o peito de novo.

Mudei sua posição e Joe estendeu os braços para pegá-lo.

– Deixe-o comigo. Assim ele não vai ficar pensando em leite.

Passei Nate para Joe, e ele se acalmou imediatamente, olhando para o pai. Era fascinado por ele.

– Você leva jeito. Isso não me surpreende. Você tem bancado o pai desde que eu me dou por gente – falou Nan. Foi a primeira coisa legal que ela disse desde que entrara.

– Só levo jeito porque venho observando Demi. Ela me ensinou tudo.

Nan não gostou dessa resposta, e aquilo não era verdade. Ele demonstrara um jeito natural desde o primeiro dia. Eu ia discordar dele quando Nan empurrou a banqueta para trás, fazendo-a raspar no chão.

– Eu só queria ver o garoto e dizer que estou melhor. Se quiser me ver, ficarei na cidade por uns dias. Não estou a fim de mais encontros com a sua familiazinha, então pense nisso.

Fiquei olhando enquanto ela saía da cozinha pisando duro e percorria o hall até a porta de entrada sem dizer mais nada. Joe não respondeu.

– E ela ainda é uma vaca – resmungou Joe.

Eu me virei para olhar para ele, que estava franzindo a testa.

– Sinto muito que ela tenha falado com você daquele jeito – disse ele.

– Eu ignoro tudo o que ela diz. Ela quer que eu seja a vilã, e acho que sempre vai querer. Tudo bem. Não foi com ela que me casei – respondi.

Nate ouviu minha voz e mexeu a cabeça para olhar para mim antes de começar a chorar.

Ele me queria por causa dos meus peitos. Sorri e estendi os braços para pegá-lo.

– Vou ter que dar de mamar de novo. Ele não deve ter ficado satisfeito da última vez. Está decidido a comer de novo.

Joe o passou para mim.

– Carinha de sorte.

Dei um chutinho nele, que soltou aquela gargalhada que eu tanto adorava.

– Está com fome? – perguntou ele.

– Sim. Morrendo. Pode fazer um sanduíche para mim? – pedi antes de sair para a sala para ficar mais confortável na poltrona reclinável.

– Qualquer coisa que você queira – respondeu ele.

JOE

Woods estava parado do lado de fora da sede do clube discutindo com aquela Angie ou Angel ou Angelina... Caramba, eu não conseguia me lembrar do nome dela. Ela ia e vinha ao longo dos anos. Eu tinha quase certeza de que tinha sido a trepada de verão de Woods quando estávamos no ensino médio. O pai dela era do mesmo ramo dos Kerringtons. Grant achava que o Woods ia se casar com ela.

Daí apareceu a tal Della, e acho que as coisas mudaram. Ou não. Não sabia ao certo. A última coisa que eu tinha ouvido falar era que Della não fora para a cadeia e que tudo não passara de um mal-entendido. Mas parece que Woods fez um escândalo na delegacia.

A garota segurava os braços de Woods e parecia implorar alguma coisa. Eu não tinha certeza se queria me intrometer naquela conversa, mas o sujeito parecia estar precisando de ajuda.

Ele já tinha muita coisa para resolver agora que o pai morrera. Ninguém nunca estava preparado para isso, e com Woods tudo acontecera da noite para o dia.

– Me solte, Angelina. Eu juro por Deus que se você não me deixar em paz, vou pedir uma liminar contra você – ameaçou Woods, tirando as mãos dela de cima dele.

Ele se virou e viu que eu me aproximava. O alívio em seu olhar ficou evidente.

– Oi, Joe. Veio para a reunião? – perguntou ele.

Eu não fazia ideia do que ele estava falando, mas imaginei que estivesse apenas inventando tudo.

– Vim – respondi.

– Isso ainda não acabou, Woods. Eu juro para você que não acabou. Você está cometendo um grande erro – gritou ela enquanto Woods começava a vir na minha direção.

– Me tire de perto dela. Rápido – murmurou ele ao passar por mim.

Eu me virei e fui atrás dele. Estava lá para falar com Bethy sobre ficar com Nate na noite seguinte para eu poder sair com Demi. Mas parecia que eu ia ter uma conversa com Woods primeiro.

Ele abriu a porta do clube e entrou sem esperar para ver se eu o seguia.

– É a porra da mulher mais louca que já conheci – disse ele quando entramos. Passou a mão pelos cabelos e soltou um gemido frustrado. – Eu ia embora. Eu ia. Ia dar uma de Tripp. Ia levar Della, e íamos deixar toda essa merda para trás. Meu pai havia forçado demais a barra, e eu cansei. Daí ele morreu. Acontece que descobri que o testamento do meu pai dizia que, no meu aniversário de 25 anos, que é dentro de dois meses, este lugar aqui passaria para mim. Meu avô havia deixado isso perfeitamente claro no testamento dele, de uma forma tão bem-feita, que meu pai não conseguiu alterar. Eu não posso dar no pé agora, posso? É tudo meu. O avô que eu amava e admirava não havia ferrado comigo, afinal. Mas, meu Deus, está tudo tão confuso. Eu só preciso focar na melhora de Della. Eu não tenho tempo de lidar com tudo isso. Eu não sei de nada, Joe. De NADA, porra. Meu pai não me deixava a par dos negócios. Ele dizia que eu precisava merecer o meu lugar. – Woods soltou outro suspiro frustrado e começou a andar de um lado para outro.

Eu não sabia bem sobre o que ele estava falando, mas ele estava com problemas. O cara de quem ele precisava era Grant, não eu. Eu não era alguém com quem dividir as coisas. Não era do tipo confidente.

– Woods? – Uma morena pequena com grandes olhos azuis entrou pela porta olhando direto para ele com uma expressão preocupada no rosto. – Qual o problema?

O sujeito se transformou diante de mim. Ele deu dois passos longos e puxou-a para seus braços como se alguém estivesse prestes a tocar nela e ele quisesse garantir sua segurança.

– Eu estou ótimo. Você conseguiu dormir até mais tarde? – perguntou ele numa voz suave que eu juro que nunca o ouvira usar.

Ela fez que sim com a cabeça e passou os braços ao redor dele.

– Consegui. Estava tudo bem hoje de manhã. Pare de se preocupar – disse ela. Então virou a cabeça e olhou para mim.

– Della, este é Joe Jonas. Você conheceu a mulher dele, Demi. Joe, esta é a minha Della.

A Della dele. Ah, cara, era esse o problema. Ele estava gamado. Eu não conseguia tirar o sorriso do rosto. Compreendia totalmente aquele sentimento. E, puxa!, eu ficava feliz ao saber que Woods estava enroscado com outra mulher, em vez de correndo atrás da minha. Obrigado, Della.

– Muito prazer – disse ela.

– O prazer é meu – respondi. Ela não fazia ideia de quanto. O bom e velho Woods Kerrington estava apaixonado. A coisa mais engraçada da semana inteira.

GRANT

As batidas na minha porta de repente começaram a soar como um maldito trem de carga.

Joguei as cobertas para longe e olhei para Paige. Eu a havia trazido para casa comigo na noite anterior depois de uma festa. Nós dois havíamos bebido demais e nos divertimos muito antes de desmaiarmos na cama. Até aí eu conseguia me lembrar. Paige era sempre legal e tranquila. Não ficava atrás de mim depois.

As batidas continuaram. Peguei o short da noite anterior e o vesti antes de ir até a porta.

– Pare com isso, porra! Cacete, é muito barulho – gritei antes de abrir a porta. O sol havia nascido e bateu direto nos meus olhos. Levei os braços à testa e estreitei os olhos enquanto chamava quem quer que estivesse do outro lado da porta de maluco filho da puta.

Eu não lidava bem com ressacas.

– Você está um charme esta manhã – disse Nan com a voz arrastada ao entrar e passar por mim. Merda. Não era alguém com quem eu quisesse falar naquela manhã.

Bati a porta.

– O que você quer, Nan? São dez da manhã, caralho – resmunguei.

Nan entrou na minha cozinha e se encostou no bar.

– Preciso de um lugar para ficar – disse ela com a voz suave que só usava quando queria alguma coisa. Um ano atrás, essa merda funcionava comigo. Eu estava tão envolvido com aquela gostosa egoísta que não conseguia enxergar direito. Mas não passava de sexo. Ela era muito boa nisso. Uma ginasta na cama. Eu havia aprendido do jeito mais difícil que sexo não compensa ser sacaneado e ter o coração partido. Eu havia terminado tudo com ela. Terminado.

– Ligue para o Joe. Eu vou voltar para a cama. Você conhece a porta da rua – respondi, voltando para o meu quarto.

– Não posso! Ele não vai me ajudar. Eu não suporto a Demi, e ele sabe disso. Ele a ama mais do que a mim. Ela tirou tudo de mim. Eu a odeio e não consigo fingir que gosto dela. Mas não tenho para onde ir. Não quero morar com minha mãe. Quero voltar para Rosemary.

– Que pena. Tchau, Nan. – Abri a porta do quarto, fui até a cama e me deitei com o rosto enterrado no colchão.

– Paige? Sério, Grant? Você não sabe por onde isso andou. Seu nível caiu muito. Até mesmo para você.

Paige sentou esfregando o rosto, e eu gostei do fato de ela estar nua e Nan ter uma boa visão dos peitos dela. Eram muito mais bonitos do que os de Nan.

– Meu nível subiu. A última garota que eu havia comido tinha sido você – respondi. Ela pedira por essa.

Paige olhou para mim e depois para Nan com os olhos vermelhos. Tinha certeza de que ela havia fumado maconha na noite anterior.

– Que porra é essa? – resmungou ela, puxando o lençol para se cobrir.

– Nan está aqui para infernizar a minha vida. Ignore-a – falei, virando de barriga para cima e cruzando as mãos atrás da cabeça.

– Sério? Foi isso que a gente virou? – provocou Nan.

– Foi nisso que você nos transformou, Nan. Você queria transar por aí, e eu concordo. É divertido. Obrigado pela ideia.

– Paige, pelo amor de Deus, vista alguma coisa e vá embora. Estamos tentando conversar aqui – disparou Nan para Paige, que estava sentada em silêncio, prestando atenção.

Estendi o braço e dei um tapinha na perna de Paige.

– Não vá. Já mostrei a saída para ela. Só falta ela sair – falei para Paige. Na verdade, preferia que as duas saíssem, mas eu não era um escroto. Não mandaria Paige embora. Eu a deixaria ir por conta própria.

– É sério? Você vai simplesmente ficar galinhando por aí sem nem ao menos deixar eu me explicar? Sabia que eu estava numa clínica de reabilitação? Você se importou? Porque não me ligou. Ninguém ligou. Nem o Joe.

Senti um pouco de pena dela, mas muito, muito pouco. Às vezes, eu ainda enxergava aquela menininha que queria muito que alguém gostasse dela. Eram as vezes em que eu sentia compaixão. Então eu me lembrava da vaca em que ela havia se transformado e decidia que ela merecia.

– Quem planta merda colhe merda. Meu avô sempre me disse isso. Talvez alguém devesse ter ensinado isso para você também. Pouparia a todos de um monte de problemas.

Nan apontou para Paige.

– Saia. Agora.

Agarrei o braço de Paige.

– Ignore.

Paige ficou olhando ora para mim, ora para Nan, e então balançou a cabeça.

– Vocês dois são completamente loucos. Acho que vou para casa descansar. Minha cabeça não aguenta isso. – Ela começou a se levantar, então se aproximou e me deu um beijo no rosto antes de sair engatinhando nua da cama.

Por causa de Nan, não por realmente querer olhar, fiquei admirando a bunda dela enquanto se vestia. Estava cansado demais para pensar em mulheres sem roupa.

Paige se despediu de mim com um aceno e então saiu pela porta levando seus sapatos.

Eu não fazia ideia de onde estava o carro dela, mas isso não tinha importância agora. Ela morava dois andares acima, no meu condomínio. O que tornava muito prático ficar com ela.

Nan se aproximou da cama e se sentou.

– Saia da minha cama, Nan. Juro por Deus que vou contar em detalhes tudo o que Paige e eu fizemos nestes lençóis ontem à noite se você não tirar sua bunda da minha cama – alertei. Na verdade, eu não me lembrava exatamente do que havia feito na noite anterior.

Mas Nan não precisava saber.

– Você é nojento – gritou ela, levantando-se e olhando com raiva para mim.

– É, e você também. Pelo menos eu conheço Paige. Ela não é qualquer uma que peguei na rua e levei para a cama.

Ela me encarou com fúria nos olhos. Eu a ofendera. Ela me queria fora da vida dela.

Conseguira. Eu vira demais. Já não estava interessado.

– Você disse que me amava – lembrou-me ela.

– Eu achava que poderia amar você, Nan. Mas aí acordei e me dei conta de que uma trepada boa e uma boceta gostosa não são amor. Na verdade, isso não passa de bom sexo.

A expressão magoada em seus olhos deveria fazer com que eu me sentisse culpado, mas não me senti. Eu havia confundido vontade e desejo com amor. Eu não sabia como era amar. Não do jeito que Joe amava Demi. Nunca sentira aquilo. Agora tinha noção disso.

Eu não fazia ideia de como era e tinha quase certeza de que jamais saberia.

– Ótimo. Você quer me magoar, pode me magoar. Eu mereço – disparou Nan, levantando-se e voltando para a porta. – Mas isso não acabou, Grant. Posso admitir que ferrei com tudo. Você só precisa admitir que ainda sente alguma coisa por mim.

Será que sentia? Acreditava que não. Estava com raiva por ela ter me feito de idiota, mas não podia dizer que houvesse restado algum outro sentimento.

– Estou tentando consertar algumas coisas. Seria legal se alguém se importasse e compreendesse.

Eu não iria deixá-la virar o jogo contra mim. Eu não havia pedido por essa merda toda.

Eu tentara fazer as coisas funcionarem. Ela se recusara a me deixar ser mais do que um pau amigo. Eu queria mais, e ela havia deixado claro que eu podia ser facilmente substituído.

– Não acho que eu seja a pessoa indicada para ajudá-la, Nan. Sei como é sua vida e sei que você é uma escrota. Mas, ao contrário de Joe, não aceito mais suas justificativas. Está na hora de você parar de usá-las e mudar. Você está afastando todo mundo. Quer acabar como sua mãe?

Ela se retesou, e eu soube que havia tocado em um ponto sensível. Sem dizer uma palavra, ela deu meia-volta e saiu do meu apartamento pisando duro e batendo a porta atrás de si. Problema resolvido.

Agora eu podia dormir um pouco.

12.3.15

Capitulo 19 - Amor Sem Limites

Mais algumas partes bem fofas com o Nate e umas provocações entre Joe e Demi ajdjdbvd Beijooos ♡


DEMI

Eu precisava sair de casa um pouco. Joe não queria que eu levasse Nate a lugar nenhum e, como eu era sua fonte ambulante de alimentos, não podíamos ficar separados por muito tempo. Eu havia tentado tirar leite do peito e dar a ele na mamadeira, mas não funcionara; ele queria apenas a mim – o que era fofo. Um dos problemas era o papai dele ser tão superprotetor que ficava furioso se as pessoas fossem em casa e quisessem pegá-lo no colo.

Outro problema era que eu estava preocupada que, até que se passassem as seis semanas necessárias e pudéssemos transar de novo, ficasse impossível conviver com ele, de tão tenso que ele ficava sem sexo. Eu precisava fazer alguma coisa para acalmá-lo ou ele iria explodir.

Na primeira semana em casa foi fácil não pensar em sair. Eu estava cansada e Nate não dormia muito à noite, então eu não tinha condições físicas de sair durante o dia. Me senti mal por não ter ido ao enterro do Sr. Kerrington. Woods era meu amigo, e era uma tristeza ele ter perdido o pai de modo tão repentino. Eu caíra no choro ao receber a notícia, mas Joe me garantira que Woods ficaria bem. Como eu não conhecia o Sr. Kerrington, a única justificativa para o choro era estar tendo uma variação hormonal pós-parto. Ou pelo menos foi o que meu médico disse.

A necessidade incontrolável de chorar foi embora no dia em que consegui vestir sem problema minha calça jeans de antes da gravidez. Eu embalara Nate em seu quarto durante uma hora enquanto ele dormia (o que o pediatra havia me dito para não fazer, porque iria deixá-lo mimado). Às vezes era muito difícil. Eu queria me lembrar desse tempo com meu filho. Logo, logo ele estaria correndo pela casa.

Quando Nate completou 1 mês, bati o pé e disse a Joe que estava na hora de irmos a algum lugar com ele.

Joe concordou que precisava superar aquilo e nós passamos mais de uma hora juntando todas as tralhas só para jantar no clube. Quando voltamos para casa, eu estava tão cansada que achei que talvez o esforço não valesse a pena. Poderíamos simplesmente ficar em casa até ele estar desmamado. Aí caí imediatamente no choro por ter pensado isso; eu era uma péssima mãe.

Joe pegou Nate e o pôs para dormir enquanto eu tomava banho. Estava com o sono atrasado. Precisava parar de dar de mamar à noite, como o pediatra havia sugerido, mas eu era fraca e continuava dando. Tinha que parar com isso.

Saí do chuveiro e parei na frente do espelho. Meu quadril estava mais largo. Tinha certeza de que ficaria assim para sempre. Eu estava usando todas as minhas roupas de antes da gravidez, mas não tinha mais a mesma aparência de antes. Meu corpo agora era o corpo de uma mãe.

– Caramba. Eu venho tentando não olhar para você nua porque estou fazendo um esforço tremendo para não recorrer à justiça com as próprias mãos, mas, caralho... você está maravilhosa.

Ouvir o desejo na voz dele fez maravilhas pela minha autoestima. Eu queria me sentir sexy de novo. Queria fazer sexo de novo. Tínhamos ainda duas semanas até a consulta com o médico. Eu não sabia se aguentaria tanto tempo.

Eu me virei e fui até ele. Eu podia estar proibida de transar, mas não de fazer meu marido feliz. Fiquei nas pontas dos pés e pressionei os lábios contra os dele, então mordi seu lábio inferior. Estava cansada de ser doce e romântica. Queria ser safada.

Tirei a camisa dele e beijei seu peito, sorrindo quando sua respiração ficou arfante e ele agarrou meus cabelos. Abri a calça jeans dele e a abaixei até os tornozelos, junto com a cueca. Seu pau estava orgulhosamente ereto, de dar água na boca. Ele era lindo demais. Até mesmo aquela parte dele era excitante.

Deslizando uma das mãos pela base do pau dele, enfiei a ponta na minha boca e a empurrei até a cabeça bater na minha garganta.

– Puta que pariu, Demi – gemeu Joe, encostando-se no batente da porta para se apoiar. Enterrou as duas mãos nos meus cabelos e me segurou ali.

Puxei a cabeça para trás, liberando o pau dele da minha boca com um estalo e passei a provocar a cabeça dele com a língua. Os palavrões e gemidos dele só me deixavam ainda mais excitada.

– Chupe, por favor! Meu Deus, gata, engula ele inteiro de novo – implorou ele, empurrando-me para baixo até a cabeça do pau dele deslizar novamente até a minha garganta. Me engasguei e apreciei o gemido de prazer de Joe. Ele estava gostando de me ouvir engasgar. Eu estava ficando excitada.

Baixei a mão para o meio das minhas pernas e deixei Joe controlar quanto do pau dele entrava na minha boca, com a mão em meus cabelos.

– Puta que pariu, você está se masturbando? – perguntou ele, arfando enquanto tirava o pau da minha boca.

Botei a língua para fora e deixei a cabeça do pau dele deslizar por ela antes de assentir com a cabeça. Então abri bem a boca e o encarei enquanto ele metia nela de novo.

– Quero brincar com essa bocetinha – murmurou Joe. – Não goze.

Não sabia se podia prometer isso. Estava muito perto de gozar. Ele começou a entrar e sair mais rápido da minha boca. Sua respiração ficou mais rápida e ele começou a dizer mais palavrões. Eu estava prestes a explodir.

– Eu preciso gozar – disse ele, puxando o pau, e eu agarrei a parte de trás das suas coxas e o segurei dentro da minha boca. – Demi, gata, eu vou gozar dentro da sua boca se você não me soltar.

Chupei com força e fiquei botando e tirando o pau dele da minha boca. Então o senti ainda mais duro na minha língua, e ele agarrou a parte de trás da minha cabeça com as duas mãos. Senti-o crescendo dentro de mim pouco antes da primeira golfada quente atingir o fundo da minha garganta.

– Puta merda, gata! Chupe, tome... ai, tome... Caralho, que incrível! – dizia ele enquanto seu corpo estremecia nas minhas mãos e na minha boca.

Eu estava com as coxas encharcadas. Comecei a levar a mão lá para baixo de novo quando Joe tirou o pau da minha boca, me pegou no colo, me levou até a cama e me atirou em cima dela. Eu sabia que não devíamos transar ainda, mas, naquele momento, não me importava. Estava me sentindo curada. Não havia nada de diferente.

Ele abriu minhas pernas, abaixou a cabeça e pôs a língua para fora para lamber a umidade na parte interna das minhas coxas. Estremeci quando ele se aproximou mais da origem do calor.

– Vou comer essa bocetinha doce até você implorar que eu pare – ameaçou ele pouco antes de enfiar a língua no meio das minhas dobras e brincar com meu clitóris com o piercing.

Eu adorava o jeito como ele fazia isso. Já fazia algum tempo. Agarrei seus cabelos e o mantive em meu clitóris. Ele riu, e a vibração da risada me fez gritar de prazer.

– Minha gata gulosa – murmurou ele, dando beijos perto da minha entrada antes de deslizar a língua para dentro de mim e esfregar meu clitóris com o polegar.

O primeiro orgasmo veio forte, e puxei seus cabelos, o que fez com que ele gemesse faminto e continuasse me chupando.

– Eu quero mais – sussurrou ele, dando um sorriso safado para mim. Estava com as pernas bambas quando as abri completamente. – Isso mesmo. Abra bem – incentivou.

Meu Deus, eu faria qualquer coisa que aquele homem quisesse. No meu estado relaxado e satisfeito, seu polegar entrava e saía de mim. Então ele o deslizou até encontrar outra entrada. Uma entrada que eu não sabia bem se queria que ele tocasse.

– Não fique tensa. Não vou machucar você. Só vou fazer gostoso – prometeu.

Relaxei, confiando nele, que enfiou a ponta do polegar dentro de mim enquanto provocava meu clitóris com a língua. Me peguei empurrando o traseiro contra o polegar dele, tentando fazer com que fosse mais fundo, e Joe gemeu de aprovação enquanto continuava metendo e tirando o dedo do meu cuzinho e lambendo minhas dobras úmidas.

Havia um novo tipo de orgasmo se formando. Eu não o compreendia, mas era mais forte.

E eu o queria.

– Joe, eu preciso... – implorei, sem saber do que eu precisava.

Ele deslizou novamente o dedo para o meu calor úmido, e então o levou para trás novamente para enfiá-lo no buraquinho apertado que estava me levando à loucura.

– Eu sei do que você precisa, minha doce Demi, e vou dar – disse ele antes de me lamber do clitóris até o buraquinho com que brincava tão atentamente. Com a língua, circundou o buraquinho antes de voltar ao meu clitóris e chupá-lo enquanto enfiava o polegar em mim.

Explodi. Senti como se fogos de artifício estivessem estourando dentro de mim e gritei o nome de Joe sem parar enquanto meu corpo tinha espasmos com o prazer absoluto que me tomava. Nunca havia sentido nada parecido. Não havia como descrever aquilo.

Quando finalmente voltei à Terra e consegui abrir os olhos, Joe estava rastejando por cima do meu corpo para se deitar ao meu lado e me puxar para perto de si.

– Preciso comer você, Demi. Preciso muito – sussurrou ele.

Eu o queria dentro de mim. Só não tinha certeza se o queria dentro de mim... lá atrás. O polegar dele era muito menor do que o pau.

– Eu quero a sua bocetinha, gata. Pare de se preocupar com lá atrás. O que eu fiz foi só por você. Eu sabia que seria bom – garantiu ele, então nos cobriu com a colcha e eu caí rapidamente no sono aninhada em seu corpo quente.

JOE

Estendi o braço e desliguei a babá eletrônica no instante em que ouvi Nate começar a se mexer. Demi ia dormir, nem que eu precisasse ficar a noite toda acordado andando pela casa com o carinha para distraí-lo da ideia de comer.

Saí da cama, vesti uma cueca e uma camisa de malha e corri para o andar de baixo antes que o choro começasse. Mesmo com a babá eletrônica desligada, Demi conseguiria ouvi-lo chorar. Eu esperava que a tivesse deixado tão exausta a ponto de dormir mesmo com o barulho dele.

Liguei o móbile do berço quando entrei no quarto, e a agitação parou. Ele gostava de me ouvir cantando. Demi dizia que ele sempre parava de sugar quando me ouvia falando e ficava bem paradinho para escutar. Eu gostava disso.

Eu me aproximei do berço e olhei em seus olhos e, embora ele ainda não estivesse exatamente sorrindo, dava para ver em seu olhar que estava empolgado com alguma coisa.

Normalmente, os peitos de Demi o empolgavam, mas eles também empolgavam a mim, de modo que eu não podia culpá-lo por isso.

– Oi, carinha, quando é que você vai aprender que quando está escuro a gente deve dormir? – perguntei, debruçando-me sobre o berço para pegá-lo no colo.

Ele se contorceu em meus braços e mexeu a cabeça para conseguir ver meu rosto.

– Esta noite você está comigo. A mamãe precisa dormir, mesmo que você não. Você a está deixando exausta.

Deixei as luzes do móbile acesas e me sentei com ele na cadeira de balanço.

– Nós vamos ficar balançando e olhando a lua sobre a água até você decidir que está na hora de dormir de novo.

Nate apoiou a cabeça em meu peito quando eu o virei no meu colo e comecei a niná-lo. Imaginei o que a cabecinha dele estava pensando em relação à vista. Será que ele queria ir até lá tocar na areia ou sentir a água? Mal podia esperar para que ele conseguisse falar comigo e me dizer o que estava pensando.

Ficamos nos balançando por quase uma hora, e o tempo todo eu esperava que ele chorasse por Demi, mas não. Olhei para baixo e vi suas pálpebras fechadas e a respiração lenta e tranquila. Havíamos vencido aquele despertar sem acordar a mamãe. Fiquei com a sensação de ter realizado alguma coisa importante.

Levei-o lenta e cuidadosamente até o berço e o deitei de novo no colchão. Quando tive certeza de que ele continuaria dormindo, voltei para a cama. Papai fora um sucesso.

Na próxima vez que Nate decidiu que queria atenção, passava das sete da manhã. Demi sentou na cama quando ouviu o choro dele e olhou para o relógio.

– Ai, meu Deus! Ele está chorando só agora? – perguntou ela, saindo correndo nua da cama.

Cruzei os braços embaixo da cabeça e fiquei aproveitando a paisagem: ela andando de um lado para outro no quarto atrás de alguma coisa para vestir. Eu estava gostando muito daquele novo quadril. Fazia uma curva tão sexy que era difícil pensar quando ela passava por mim.

– Na verdade, não. Tivemos um momento pai e filho esta noite. Expliquei a ele que você precisava descansar, e ele ficou numa boa. Acho que entendeu.

Demi parou de procurar por uma roupa e olhou para mim com a boca entreaberta.

– Você se levantou e o fez dormir de novo sem eu dar de mamar? Ele ficou na boa com isso?

Dei de ombros.

– Ele concordou que você estava mal-humorada e precisava dormir um pouco mais.

Seus lábios se abriram num sorrisinho, e ela pôs as mãos no quadril de que eu tanto gostava.

– Vocês acham que eu estou mal-humorada, é? Ontem à noite eu não parecia muito mal-humorada, parecia? Quando estava com o seu pau na minha garganta?

Meu Deus.

– Caramba, mulher. Você precisa ir alimentar nosso filho. Não fique falando assim, ou vou acabar perdendo a cabeça antes de receber sinal verde daquele médico.

Demi riu e se abaixou para pegar uma camisola que planejara usar na noite anterior mas que nem chegara a vestir. Ficou de bunda para cima, e eu precisei me segurar para não atacá-la.

O tecido sedoso deslizou sobre o corpo dela e parou na metade da coxa. Ela me deu um sorriso malicioso e virou a cabeça na direção da escada.

– Vou levar meu mau humor para o andar de baixo – disse ela.

Fiquei olhando seu quadril requebrar, com a camisola colando nele a cada passo.

Quando ela saiu do meu campo de visão, pulei da cama e corri para o chuveiro. Precisava da ducha mais gelada que pudesse suportar.


10.3.15

Capitulo 18 - Amor Sem Limites

A fic já esta acabando infelizmente mas ainda faltam 3 capítulos para vcs surtarem um pouquinho! O Baby Jemi ta chegando!!!!!!


DEMI

Eu tinha medo de agulhas. Havia decidido meses atrás que não queria uma agulha comprida sendo enfiada nas minhas costas. No momento, estava pensando que talvez tivesse sido uma decisão ruim. Porque o que eu estava sentindo era como se minhas entranhas estivessem se rasgando.

Não ajudava que toda vez que eu precisava gritar Joe ficasse completamente surtado. Ele tinha que se acalmar, porra. Eu precisava gritar para aguentar aquilo. Nunca mais iria reclamar de cólicas menstruais. Elas eram brincadeira de criança em comparação ao que eu estava sentindo.

Outra onda de dor veio e me fez agarrar os lençóis com força e soltar mais um grito. Na última vez que a enfermeira me examinara, eu estava com 7 centímetros de dilatação.

Precisava chegar a 10, caramba.

– Devo chamar a enfermeira? Quer um pouco de gelo? Quer apertar a minha mão? – Joe não parava de me fazer perguntas. Eu sabia que a intenção dele era boa, mas, naquele momento, eu não me importava. Levantei o braço, agarrei a camiseta dele e puxei seu rosto para perto do meu.

– Agradeça por eu não estar com minha arma, porque neste momento estou pensando em mil maneiras de fazer você calar a boca. Me deixe gritar e dê um tempo – disparei para ele e segurei a barriga com o começo de mais uma contração.

– Hora de examiná-la de novo – anunciou a enfermeira simpática com cabelos ruivos presos em um rabo de cavalo e que entrava praticamente saltitando no quarto. Ela também precisava agradecer por eu não estar com minha arma. Porque seria a próxima da lista.

Fechei os olhos esperando não ter uma contração enquanto ela estivesse lá embaixo, porque eu seria capaz de dar um chute no rosto dela.

– Opa! Estamos com 10 e prontos para começar. Vou chamar o médico. Não faça força – disse ela mais uma vez. Fazia uma hora que me diziam para não fazer força. Meu corpo inteiro queria fazer força. Era bom o médico se apressar.

Joe estava estranhamente calado. Olhei para ele, e seu rosto me lembrou o de um menininho. Ele parecia assustado e nervoso. Fiquei me sentindo mal por ter gritado com ele, mas o sentimento só durou até eu ter outra contração, muito mais forte. Eu não imaginava que pudesse piorar.

O médico careca entrou e sorriu para mim como se aquela dor fosse algo bom.

– Está na hora de botar esse carinha no mundo. – Ele parecia tão alegre quanto a enfermeira. Cretino. – Você pode vir aqui para ver, desde que não desmaie. Ou pode ficar aí, enquanto ela faz força – explicou o médico a Joe.

Joe veio até a minha cabeça e segurou minhas mãos nas dele.

– Vou ficar com ela – afirmou, apertando minha mão de leve.

O encorajamento dele me deu vontade de chorar. Ele estava se esforçando horrores para facilitar as coisas para mim, e eu havia ameaçado dar um tiro nele. Eu era uma mulher horrorosa. Funguei, e ele imediatamente foi para o meu lado.

– Não chore. Está tudo bem. Você vai conseguir – disse ele, parecendo determinado e pronto para uma batalha.

– Eu fui má com você. Desculpe – disse, com a voz embargada.

Ele sorriu e beijou minha cabeça.

– Você está sentindo dor pra cacete. Se for se sentir melhor batendo em mim, eu deixo.

Tive vontade de dar um beijo nele, mas daí senti outra contração.

– Faça força! – ordenou o médico, e eu obedeci.

Depois de muitos palavrões e tentativas de fazer força, ouvi o som mais lindo do mundo. Um choro. O choro do meu filho.

JOE

Ele era perfeito. Contei todos os vinte dedinhos dos pés e das mãos enquanto Demi beijava cada um deles. Também era minúsculo. Eu não me dera conta de que bebês eram tão pequenininhos.

– Agora precisamos escolher um nome – disse Demi, olhando para mim depois de começar a dar de mamar ao nosso filho.

Havíamos cogitado algumas opções nos últimos três meses, mas nada parecia adequado. Demi dizia que era difícil dar nome a alguém que nunca vira, então concordamos em esperar que ele nascesse para escolher.

– Eu sei. Agora nós já o vimos. Precisamos dar um nome a ele. O que você está pensando? – perguntei, torcendo desesperadamente que ela não sugerisse Abraham Dean de novo. Eu adorava meu pai, mas não ia dar o nome dele ao meu filho.

– Acho que ele tem cara de Colton – disse ela, sorrindo para ele.

Eu não curtia esse nome.

– Você ainda é contra River? – perguntei.

Ela sorriu para mim.

– Eu quero botar Joe no nome dele. Mas se pusermos River, não vai dar. River Joe e Joe River soam esquisito.

Eu havia me esquecido que ela estava tentando usar meu nome também. Não ia discutir com ela. Gostava da ideia de o meu filho ter o meu nome.

– Que tal Cash? Cash Joe! – brinquei, e ela mordeu o lábio para não dar risada e assustá-lo.

– Que tal Nathan? Poderíamos chamá-lo de Nate – sugeriu ela. Ele parou de sugar e soltou o peito para olhar para ela, como se a mãe tivesse chamado seu nome. Parece que havíamos chegado a uma decisão.

– Nathan Joe Jonas fica bonito – concordei.

Ela sorriu para mim e baixou a cabeça alegremente para beijar o narizinho dele.

– Olá, Nate. Bem-vindo ao mundo.

Eu queria pegá-lo no colo, mas ele parecia ter decidido dormir em vez de socializar. Demi o apoiou em seu ombro, batendo suavemente em suas costas. Fiquei ali olhando encantado. Aquilo era meu. Era a minha família. E era perfeita.

Quando Demi ficou satisfeita com sua tentativa de fazê-lo arrotar, ela o enrolou apertadinho no cobertor e olhou para mim.

– É a sua vez, papai. Preciso descansar. Meus olhos estão pesados.

Estendi os braços e peguei meu filho no colo. Segurando-o junto a meu peito, senti seu cheirinho doce de bebê.

– Venha aqui, carinha. Vamos ficar confortáveis ali e ver se encontramos alguma partida de basquete para ver na televisão.

Nate dormia satisfeito em meus braços, e Demi caiu no sono rapidamente depois de passá-lo para mim. Eu seria capaz de ficar naquele quarto com os dois daquele jeito para sempre. O simples fato de tê-los perto de mim e saber que eles estavam seguros fazia com que tudo ficasse bem.

Uma batida de leve à porta interrompeu meus pensamentos. Virei e vi-a se abrir lentamente e vários balões azuis entrarem antes que eu visse a cabeça de Bethy atrás deles.

Ela havia ficado de fora o máximo que conseguira.

– Muito bem, papai, sei que você está curtindo, mas precisa dividir. Os dois avós estão na sala de espera, aguardando pacientemente – sussurrou ela, depois de espiar e ver Demi dormindo.

– Não quero incomodar a Demi. Ela está exausta. Vou levar o bebê até a janela do berçário. Para todo mundo conhecê-lo lá.

Bethy olhou ansiosa para o bebê. Eu sabia que ela queria pegá-lo no colo, mas eu ainda não estava pronto para isso. Não tinha certeza se ela não o deixaria cair. Não tinha certeza se conseguiria confiar em alguém para segurá-lo. Aninhando-o mais perto de mim, me perguntei como diabos eu faria para simplesmente deixar as pessoas irem à minha casa pegar meu filho no colo.

– A enfermeira disse que vocês escolheram Nathan Joe. Gostei – disse ela.

– Vamos chamá-lo de Nate.

Ela fez que sim com a cabeça e voltou para dizer a todos aonde deveriam ir. Eu não me importava em mostrar Nate a eles através da segurança de uma janela, mas não ia deixar que todos respirassem em cima dele ou tocassem nele. Muitos germes. Ele era pequeno demais para esse tipo de coisa. Precisava ganhar um pouco de resistência antes de lidar com germes.

Entrei no berçário e falei com uma enfermeira. Expliquei que estava ali para mostrar o bebê aos membros da família através do vidro. Quando ela se virou e viu Dean parado na janela, ficou boquiaberta.

– Ai, meu deus! Seu filho é parente de Dean Jonas? Dean Jonas do Slacker Demon?

Assenti com a cabeça.

– Sim. É neto dele. E eu realmente preciso mostrar Nate ao avô.

Ela correu para abrir caminho para mim e me seguiu até a janela para poder olhar para meu pai. Dean, no entanto, estava completamente focado em Nate. Fez sinal de positivo com o polegar e piscou para mim. Abe estava com os olhos cheios de lágrimas e assentiu. Grant estava ao lado do meu pai, sorrindo para Nate. Bethy não parava de chorar e Jace assentia com a cabeça.

Jimmy abriu caminho em meio a todos para olhar para ele, pôs as mãos no quadril e deu um sorriso imenso ao ver Nate. Então olhou para mim e fez um aceno de aprovação com a cabeça. Aqueles eram os outros membros da nossa família. Podíamos não ter irmãos nem mães ali conosco, mas tínhamos pessoas que nos amavam e que amariam Nate.

– Acha que eu consigo um autógrafo do Dean? – perguntou a enfermeira atrás de mim.

– Vá lá fora e peça a ele. Você o está pegando com um humor excelente – respondi, então voltei para devolver Nate à mãe.

9.3.15

Capitulo 17 - Amor Sem Limites

Olá!!! Mais um pra vcs amores! ♡


DEMI

No último ano, deixei minha mãe dormir até tarde porque ela havia passado mal na noite anterior. Eu havia acordado, preparado o café da manhã preferido dela – waffles de morango com chantilly – e acendera as luzes da árvore. Seria meu último Natal com ela, e eu sabia disso. Cuidara para que tudo fosse perfeito.

Quando ela entrou na sala, foi recebida com a lareira acesa, uma meia cheia de seus luxos preferidos, música natalina tocando e eu. Ela riu, depois chorou e me abraçou enquanto comíamos nosso café da manhã antes de abrirmos os presentes. Queria ter comprado muitas coisas para ela, mas o dinheiro estava apertado, então tinha usado minhas escassas habilidades criativas e feito para ela um scrapbook de mim e da Valerie quando crianças. Mamãe foi enterrada com ele nas mãos.

Este ano, eu vinha fazendo tudo o que podia para que minha mãe se orgulhasse de mim. Às vezes sua canção natalina preferida tocava e eu precisava me controlar para não me enroscar em posição fetal e chorar. Mas ela me fizera prometer algo no ano anterior. Ela também sabia que era seu último Natal e havia me pedido um favor: que no Natal seguinte eu comemorasse por nós duas. Eu estava me esforçando.

Eu despertara antes do nascer do sol e saíra da cama sem acordar Joe. Precisava ficar sozinha um pouco. Precisava de tempo para pensar. Para me lembrar. Sabia que, se pudesse me ver agora, mamãe ficaria muito feliz por mim. Eu estava casada com o homem que amava. Seria mãe e havia perdoado meu pai.

Segurei o café perto do corpo e puxei as pernas para debaixo de mim no sofá ao me sentar diante da árvore colorida. Essa era a vida que mamãe desejaria para mim.

Não sequei as lágrimas do meu rosto porque não eram todas de tristeza. Algumas eram de felicidade. Algumas eram de gratidão e outras, de lembranças.

Aproveitei o silêncio e assisti ao nascer do sol. Joe iria me querer na cama quando acordasse. Eu voltaria para lá assim que terminasse o café e escovasse os dentes. Este ano, queria que o Natal fosse perfeito para ele. Era nosso primeiro Natal juntos e seria o modelo para todos os que viriam.

– Acordar no Natal sem o presente preferido na cama é uma porcaria. – A voz sonolenta de Joe me assustou e, quando olhei para trás, o vi entrando na sala de estar. Ele vestira uma calça de moletom, mas só. Estava com os cabelos desalinhados e os olhos ainda semicerrados.

– Desculpe. Eu ia voltar para a cama depois de ver o sol nascer – expliquei enquanto ele afundava no sofá e me puxava para junto de si.

– Eu teria acordado e assistido junto, se você tivesse pedido – disse ele, repousando o queixo no topo da minha cabeça.

Tinha quase certeza de que ele faria qualquer coisa que eu pedisse. Não havia sido por isso que eu o deixara dormindo.

– Eu sei – respondi.

Joe fez um carinho no meu braço esquerdo, subindo e descendo.

– Estava precisando de um tempo sozinha? – perguntou ele. O tom de compreensão em sua pergunta me disse que ele não precisava de detalhes. Ele sabia.

– Precisava – respondi.

– Precisa de mais um pouco?

– Não – assegurei, sorrindo para ele.

– Que bom. Porque ia ser meio difícil eu me afastar.

Dei uma risada e apoiei a cabeça no peito dele.

– Está uma manhã muito bonita.

– Está, sim – concordou ele, abaixando a cabeça até o meu ouvido. – Posso dar um dos seus presentes agora? – perguntou ele.

– A gente precisa tirar a roupa? – perguntei, em tom de provocação.

– Ahn, não... mas se você quiser tirar a roupa, gata, sempre estou disposto a isso – respondeu ele.

Surpresa, me virei em seus braços e olhei para ele.

– Quer dizer que quer abrir nossos presentes agora? – perguntei. Achava que fôssemos fazer amor primeiro.

– Não exatamente abrir. Preciso mostrar a você – disse ele, levantando e puxando-me junto.

Não era o que eu esperava. Concordei e deixei que ele me levasse até a escada. Talvez fôssemos até o andar de cima transar, afinal.

Joe parou diante do quarto que eu um dia escolhera para ser meu. Eu não havia entrado nele desde que o mostrara para Harlow antes do casamento. A porta estava fechada, e Joe deu um passo para trás e fez um sinal para eu abri-la. Agora eu estava bastante confusa.

Dei um passo para a frente para girar a maçaneta e deixei a porta se abrir lentamente. A primeira coisa que vi foi um imenso berço de cerejeira no meio do quarto com um elaborado móbile com animais marinhos exóticos acima dele.

Joe enfiou o braço para dentro do quarto e acionou um interruptor. Mas, em vez de a luz do quarto se acender, o móbile se iluminou e começou a tocar. Só que não era uma canção de ninar. Era a música que Joe havia cantado para mim no dia do nosso casamento. O móbile era todo iluminado até o teto. Tudo o que pude fazer foi cobrir a boca de encanto e surpresa enquanto entrava no quarto. Luzes dançavam pelas paredes enquanto o móbile girava lentamente, tocando nossa canção.

Havia uma cadeira de balanço no canto com uma linda manta artesanal em cima dela. Um trocador, um armário e também uma cama de solteiro decoravam o quarto. A tinta azul-clara das paredes era perfeita, considerando que uma delas era feita principalmente de janelas que davam para o céu e o mar que agora estavam azuis.

Finalmente consegui falar, mas tudo o que saiu foi um soluço antes de eu me atirar nos braços de Joe e chorar. Aquele quarto era perfeito, e ele o fizera. Ele havia escolhido o quarto perfeito para nosso filho.

– Eu realmente espero que essas lágrimas sejam de felicidade, porque, vou ser sincero: estava preocupado que você ficasse puta comigo. Bethy me disse que talvez você mesma quisesse decorar o quarto, e eu não havia pensado nisso – disse ele, num sussurro baixinho.

Bethy não sabia de nada. Talvez ela fosse querer fazer isso sozinha, mas saber que Joe havia se dedicado tanto para planejar e executar o quarto do bebê fez meu coração se encher de tanta felicidade que achei que fosse explodir.

– Está perfeito. Está lindo. Está... Ah, Joe, ele vai amar este quarto. Eu amei – garanti a ele. Então, agarrei sua cabeça e a puxei na minha direção para conseguir beijá-lo.

Quem diria que um quarto de bebê incrível, digno de páginas de revista, poderia deixar uma grávida com tesão?

Três meses depois...

Eu era uma garota sulista. Isso era evidente. Embora tenha adorado nosso período em Nova York, fiquei feliz ao voltar para casa, onde podia encontrar chá gelado sempre que quisesse. Joe também sentira falta de Rosemary. Percebi isso. Desfizemos as malas e arrumamos todos os brinquedos e roupas que havíamos comprado para o bebê – que ainda não tinha nome – no quarto dele. Foi divertido pendurar as roupinhas no armário, dobrar as mantas e alinhar todos os sapatinhos. Havíamos exagerado um pouco no enxoval.

Como Grant havia passado em casa para levar Joe para uma partida de golfe logo depois da nossa chegada, decidi fazer umas visitas. Não havia nada para comer em casa, e eu estava faminta. Iria matar dois coelhos com uma cajadada só indo ao clube para comer alguma coisa e ver se Jimmy estava trabalhando. Peguei as chaves e saí para pegar meu carro... ou SUV... ou o que quer que fosse. Ainda não o havia dirigido. O presente de Joe estava na entrada de carros esperando por mim quando chegamos em casa.

Tudo o que eu sabia era que se tratava da concepção que a Mercedes Benz tinha de um utilitário. Eu só estava feliz que ele não houvesse comprado uma minivan. Aparentemente, o que ele comprara era um dos carros mais seguros do mercado. Ele tinha falado muito tempo sobre o carro e então me dissera que, se eu não gostasse, poderia devolvê-lo e pegar o que eu quisesse.

Era uma Mercedes, pelo amor de deus. Eu não ia esnobar isso. É claro que eu estava feliz com ela. Só precisava descobrir como dirigi-la. Olhei para a chave que ele havia deixado. Ele me dera algumas instruções. Eu devia simplesmente enfiar aquela coisa que definitivamente NÃO era uma chave na minha bolsa e carregá-la comigo.

Quando eu tocasse na maçaneta, ela destravaria automaticamente, desde que a chave estivesse comigo. Então eu precisava pisar no freio e apertar o botão “on” ao lado da direção para dar a partida. Todo o resto seria fácil. É, tá bom.

Fiz como ele instruiu e entrei no carro, o que não é nada fácil quando se está com uma barriga gigante. Depois de apertar o cinto, consegui dar a partida sem a chave, o que foi muito esquisito. Eu nem sequer tentei tocar nas coisas do painel. Parecia que estava num avião. Eu não compreendia nada daquilo. Abri a bolsa, tirei a arma e a coloquei embaixo do assento. Não a levava comigo quando estava com Joe. Mas agora que tinha meu carro de novo e sairia sozinha, e logo com meu filho, queria ter certeza de estar protegida. Quando o bebê crescesse, eu teria de encontrar outro lugar para guardá-la. Não a queria em nenhum lugar onde ele pudesse encontrá-la. Era algo que eu precisava conversar com Joe.

Chegar ao clube foi bem tranquilo. O carro desligou com um apertar do botão, travei as portas com a coisa que Joe chamou de chave e entrei.

Assim que cheguei ao salão do restaurante, Jimmy saiu da cozinha, e nossos olhares se encontraram. Lentamente, um sorriso tomou conta do rosto dele.

– Olhe para você, mamãe lindona. Até uma barriga do tamanho de um balão fica sexy em você. Entre naquela cozinha e espere por mim. Eu já volto – falou Jimmy com um aceno de cabeça. Como estava levando apenas dois copos d'água, seria rápido.

Abri a porta da cozinha e entrei. Vários cozinheiros me cumprimentaram, e eu acenei para eles e tentei me lembrar do máximo de nomes que consegui.

– Por favor, diga que agora você está de volta a Rosemary para ficar. Chega de correr o mundo. Senti saudade – reclamou Jimmy, dando-me um abraço.

– Nenhum plano de ir a lugar nenhum nos próximos meses – garanti a ele.

– Meu Deus, sua barriga está imensa, Demi! Quando este bebê vai sair? – perguntou Jimmy e começou a esfregar a minha barriga. – Você não pode ficar aí para sempre, carinha. Está na hora de sair. Sua mãe não é muito grande. Ela não consegue aguentar muito mais.

A porta da cozinha se abriu, e eu levantei os olhos e vi um rosto diferente. A mulher tinha cabelo castanho-escuro e um corpo excelente. Ficou olhando Jimmy conversar com minha barriga com um sorriso curioso nos lábios.

– Olá – cumprimentei-a, e os olhos dela passaram da minha barriga para meus olhos.

Ela tinha olhos lindos também. Onde o Woods a encontrara? Será que a contratara pela aparência? Porque, conhecendo Woods, sabia que ele havia notado.

– Olá – respondeu ela com um forte sotaque sulista que me surpreendeu. A garota não era de Rosemary.

Jimmy deu um passo para trás e abriu um sorriso para a garota. Ele gostava dela. Bom sinal.

– Que bom que você está de volta, menina. Ontem foi uma merda sem você – disse ele, então olhando de novo para mim.

– Della, esta é a Demi. Ela é a minha melhor amiga que me trocou por outro homem e fugiu. Não posso culpá-la, porque ele é muito gostoso. Demi, esta é Della. Ela pode ou não estar pegando o chefe.

Não consegui evitar o sorriso. É, Woods a havia notado.

– Jimmy! – repreendi-o quando o rosto da garotou ficou completamente vermelho.

Ela ralhou com ele também. Gostei daquela menina. Talvez tivesse uma nova possível amiga ali.

– Woods, certo? Esse chefe? – perguntei, sorrindo, porque de jeito nenhum ela poderia ter alguma coisa com o pai de Woods.

– Claro que é o Woods. A garota tem bom gosto. Não pegaria o velho – respondeu Jimmy, revirando os olhos.

– Quer parar de dizer “pegar”? – pediu ela, ainda vermelha. Eu precisava diminuir o constrangimento dela, porque Jimmy só estava piorando.

– Jimmy não devia ter me dito isso, mas já que disse, posso dizer que Woods é um cara legal. Se você estiver realmente... hum... pegando o Woods, escolheu um dos bons.

– Obrigada – disse ela, contendo um sorriso.

Eu realmente esperava que Woods gostasse dela. Tive a sensação de que Bethy também iria gostar.

– Se eu não tiver o bebê esta semana, a gente podia almoçar juntas – sugeri. Ligaria para Bethy e a convidaria também. Ela olhou para a minha barriga e pude ver que ela achava altamente improvável que eu conseguisse sair da porta sem ter o bebê, muito menos esperar até a semana seguinte. Provavelmente tinha razão.

– Está bem. Parece uma boa – respondeu ela.

Mal podia esperar para contar a Joe. Talvez devêssemos convidá-la e ao Woods para jantar naquela noite. Seria divertido.

– Della Sloane. – Um rugido irritado interrompeu meus pensamentos, e desviei o olhar dela para o policial parado na porta.

– Sim, senhor – respondeu ela.

Vi seu rosto empalidecendo e olhei em volta em busca de Woods. Onde ele estava quando se precisava dele? Ele sempre se intrometia na hora errada quando eu trabalhava ali. Agora seria uma boa hora para se intrometer.

– Precisa me acompanhar, Srta. Sloane – anunciou o policial, segurando a porta aberta e esperando que Della saísse. – Srta. Sloane, se a senhorita não vier voluntariamente, precisarei contrariar o desejo do Sr. Kerrington e prendê-la aqui mesmo, nas instalações do clube.

O que ele acabou de dizer? Prender? Sr. Kerrington? Woods não faria isso. Se tivesse feito, pelo menos teria aparecido para participar. Além disso, eu sabia avaliar as pessoas, e Jimmy também. Nós dois gostávamos de Della. Alguma coisa estava errada.

– Por que ela está sendo presa? Eu não acredito que Woods esteja sabendo disso – questionou Jimmy, pondo-se diante de Della, como se para protegê-la. Eu o amei ainda mais por isso. Ela parecia estar prestes a desmaiar.

– O Sr. Kerrington sabe. Foi ele quem me mandou aqui para acompanhar uma Della Sloane do prédio e prendê-la assim que chegássemos ao estacionamento. No entanto, se ela não vier voluntariamente, será presa agora, junto com qualquer pessoa que se coloque em meu caminho.

Não acreditei nele. Woods não sabia. Alguma coisa estava errada.

– Está tudo bem, Jimmy – disse ela, saindo de trás dele. Assisti impotente enquanto ela saía pela porta.

– Precisa encontrar o Woods – pediu Jimmy, olhando para mim. – Não acredito nisso.

Acho que tem mais coisa aí, e tudo aponta para o velho.

Assenti com a cabeça. Eu concordava.

– Eu não tenho o número de Woods no meu telefone. Como isso incomodava Joe, eu apaguei – admiti, olhando encabulada para Jimmy.

Ele balançou a cabeça e sorriu, então pegou o telefone da minha mão e digitou o número de Woods.

– Ligue para ele. Se ele não atender, vá atrás dele. Eu não posso ajudar. Tenho que voltar lá e cumprir meu turno.

Concordei com a cabeça e saí pela porta a tempo de ver Della sendo colocada dentro do carro de polícia com muito mais força do que seria necessária.

O telefone de Woods caiu direto na caixa postal. Tentei mais uma vez, de novo deu caixa postal. Disparei pelo corredor, ou, melhor dizendo, caminhei feito uma pata choca o mais rápido que pude, até a sala dele. Bati na porta: nada. Tentei abri-la, mas estava trancada. Droga.

Saí às pressas do clube enquanto ligava para o telefone de Joe. Ele saberia o que fazer, e Woods podia muito bem estar com ele. Assim que pus o pé na calçada, senti uma cólica seguida de um jorro de água escorrendo pelas minhas pernas. Congelei.

Minha bolsa tinha acabado de romper.

JOE

–Para um cara casado, até que você está bem – provocou Grant quando eu voltei ao carrinho para pegar meu taco.

– Claro que estou. Eu estou casado com Demi. Sou o cara mais sortudo do mundo – respondi, sem morder a isca dele. Grant queria me irritar, porque achava divertido.

– Demi está muito gostosa. Mesmo grávida de nove meses – disse ele com a voz arrastada, inclinando-se para trás e apoiando as pernas no painel do carrinho.

– Se quiser um nariz quebrado, é só continuar falando assim, cara – rosnei, olhando furioso para ele.

Ele começou a rir, e percebi que havia conseguido o que queria. Revirei os olhos. Meu telefone começou a vibrar e a tocar no meu bolso. Era o toque de Demi. Larguei o taco e peguei o telefone. Ela não me ligava à toa. Se estava ligando, precisava de mim. Comecei a caminhar para o carrinho enquanto a esperava falar.

– Oi – falei no instante em que ouvi sua voz. Ela respirou fundo, e eu engrenei o carrinho e comecei a correr na direção da sede do clube.

– Minha bolsa acabou de estourar – disse ela, tentando parecer calma.

– Estou a caminho. Fique aí. Não se mexa. Não dirija. Só espere por mim.

– Estou no estacionamento da sede do clube. Estava indo atrás de você quando aconteceu – respondeu ela.

– Estou quase aí, gata, segure firme. Estou a menos de um minuto, juro – garanti.

Ela fez um barulho de dor e respirou fundo algumas vezes.

– Está bem – respondeu ela, então desligou.

– Merda – resmunguei, desejando que aquela porcaria de carrinho andasse mais rápido.

– Pelo que entendi, ela entrou em trabalho de parto – disse Grant ao meu lado.

– Entrou – disparei. Não queria conversar. Só precisava chegar mais rápido até ela.

– Acho que isso quer dizer que você não se importa de ter deixado o taco lá atrás – brincou Grant.

– Caralho! Não, eu não dou a mínima pra porra do taco.

Grant cruzou os braços.

– Tudo bem. Só para conferir.

– Preciso que pegue meu telefone, encontre o número de Abe e ligue para ele.

Grant pegou meu telefone e fez o que eu pedi enquanto eu parava o carrinho e saía correndo pelo gramado até o estacionamento.

Demi estava parada ao lado da Mercedes que eu lhe dera, com uma das mãos no carro e outra na barriga. Ela parecia mais relaxada do que eu havia imaginado.

– Que rápido. – Ela sorriu para mim quando nossos olhos se encontraram.

– Você está bem? – perguntei, passando os braços ao seu redor e levando-a até a porta do passageiro.

– Estou bem agora. A contração parou. Mas, Joe, eu não devia entrar neste carro. Ele é novinho, e eu... bom... eu estou molhada – disse ela, gaguejando.

– Estou me lixando para o carro. Entre aí. Vou levá-la para o hospital.

Ela me deixou ajudá-la a entrar no carro, embora eu pudesse ver a relutância no rosto dela. Ela não queria sujar o carro novo. Dei um beijo em sua testa.

– Juro que vou mandar limparem tudo direitinho antes de você sair do hospital – garanti antes de fechar a porta.

Corri pela frente do carro, e Grant estava ali parado com uma expressão de nervosismo no rosto.

– Ela está bem?

– Ela está em trabalho de parto – respondi o óbvio, abrindo a porta do motorista.

– Liguei para Abe. O que mais eu posso fazer?

– Ligue para Dean. Ele vai querer saber – disse a ele antes de fechar a porta do carro. Não me permiti pensar no fato de que não iria ligar para minha mãe nem minha irmã. Não havia por quê. Eu não podia confiar nelas perto de Demi.

– Não acha que talvez deva ligar para sua mãe? Ou será que ela prefere não saber?

Olhei para ela ao pegar a estrada e acelerar rumo a Destin, onde cava o hospital mais próximo.

– Não quero que elas façam parte deste momento. Elas não merecem – respondi, estendendo o braço e apertando sua mão. – Esta é a nossa família agora. Minha e sua. Nós decidimos quem deixamos entrar.

Demi assentiu e encostou a cabeça no banco do carro. Percebi que ela estava sentindo dor pela expressão tensa em seu rosto, embora ela continuasse em silêncio.

– O que eu posso fazer para ajudar? – perguntei, ansioso para que aquilo acabasse.

– Dirigir – respondeu ela com um sorriso tenso.

Ela apertou minha mão e soltou um suspiro profundo de alívio.

– Esta passou. As contrações não estão durando muito e não estão próximas demais, então ainda temos tempo. – Ela parecia sem fôlego.

Ela apertou minha mão de novo.

– Joe!

Quase saí da estrada.

– O que foi, gata? Você está bem? – Meu coração parecia que ia sair pela boca.

– Esqueci da Della. Você precisa ligar para Woods. Ele tem que saber que a polícia prendeu Della.

Quem era Della, cacete? Ela estava alucinando?

– Gata, eu não conheço nenhuma Della – respondi cuidadosamente caso aquela alucinação pudesse deixá-la maluca. Eu não lera a respeito disso em nenhum dos livros que ela mantinha na cabeceira da cama.

– Della é a garota com quem Woods anda saindo. Jimmy acha que os dois estão transando. Ela foi muito simpática, gostei dela. Pareceu muito assustada. Woods precisa ajudá-la.

Ela fora ao clube para visitar Jimmy. Era por isso que estava lá. Não porque estava em trabalho de parto. Agora as coisas estavam fazendo sentido.

– Grant ficou com meu telefone. Onde está o seu? – Se isso não fosse tão importante para ela, eu não estaria me preocupando com a vida amorosa de Woods e sua suposta namorada sendo levada pela polícia. Porque essa merda não parecia coisa boa, e eu não queria Demi envolvida em algo perigoso. Mas minha esposa não precisava de ainda mais estresse, então eu faria o que pudesse para ela se sentir melhor.

– Ele não está atendendo o telefone. Cai direto na caixa postal. Para quem mais podemos ligar? – perguntou ela.

Peguei o telefone dela e liguei para Grant.

– Liguei para Dean, e ele vai pegar o próximo voo para cá. – Foi como Grant atendeu a chamada.

– Obrigado. Olhe só, Woods não está atendendo o telefone dele. Ligue para o pai dele. Diga a ele que a Della... – z uma pausa e olhei para Demi, que fez que sim com a cabeça para indicar que eu havia acertado o nome –... que a Della foi presa e que está precisando de ajuda.

– CARALHO! Quando Della foi presa? O que foi que aconteceu? – rugiu Grant no meu ouvido. Acho que ele sabia quem era Della.

– Não sei. Minha esposa está em trabalho de parto. Ligue para o pai dele. Ele vai encontrá-lo. Preciso ir.

– Vou dizer a ele – respondeu Grant, e eu desliguei.

– O pai de Woods vai encontrá-lo – garanti a Demi.

Ela franziu a testa.

– Disso eu não tenho certeza, mas talvez tenha entendido mal. – Ela parou de falar e apertou minha mão de novo. Mais uma contração.