14.3.15

Capitulo 20 - Amor Sem Limites

Olá! Pq vcs estão demorando para comentar? É pq eu demorei para postar os capitulos? Infelizmente eu não estou tendo muito tempo disponível esses dias. Se der eu posto o último ainda hoje! Beijooos ♥


DEMI

Coloquei Nate para tirar uma soneca e decidi aproveitar o tempo livre para usar o vídeo de ioga que havia comprado no iTunes. Precisava ajustar algumas coisas no meu corpo pós-bebê. Bethy me recomendara ioga. Encontrar tempo para fazê-la era outra coisa. Da última vez que Nate tirara um cochilo e eu tentara me exercitar, Joe chegara e acabamos nus no sofá de novo. Havíamos nos tornado especialistas em sexo oral. Não que Joe precisasse melhorar, mas dava para dizer que eu havia aprendido a fazer um boquete de arrasar.

A campainha tocou antes que o vídeo começasse. Dei pausa e fui ver quem era. Como Joe não estava em casa, não podia ser Grant. Os dois estavam juntos. Abri a porta e dei de cara com Nan. O primeiro pensamento que me veio à cabeça foi que talvez eu devesse começar a olhar pelo olho mágico primeiro. Meu coração disparou, e eu xinguei a mim mesma por ter deixado o telefone no chão da sala de jogos. Não tinha bolso na calça de ioga.

– Joe está em casa? – disparou ela.

Hesitei. Ele não estava em casa, e eu não tinha certeza se deveria deixá-la entrar. Mas como eu poderia não deixar? Ela era irmã do Joe.

– Ele saiu com Grant há umas duas horas. Alguma coisa a ver com Woods. – Eu estava falando demais. Ela não tinha nada a ver com isso.

– Você vai me deixar entrar? Ou devo voltar mais tarde? – O tom irritado da voz dela diante da noção de que eu tinha o poder de não deixá-la entrar na casa que agora era minha ficou evidente. Eu não queria que ela entrasse, mas Joe iria querer vê-la. Havia falado nela algumas noites atrás. Estava imaginando como ela estava. Disse que a mãe lhe contara que ela havia saído da clínica e estava melhor.

Contrariando meu bom senso, dei um passo para trás e a deixei entrar.

– Entre – falei, detestando a ideia de ficar a sós com ela. Minha arma estava no carro, embora eu não achasse que fosse precisar dela. Ela não era tão perigosa... eu achava.

– Então, como é ser a Sra. Jonas? – perguntou ela. Seu tom dava a entender que ela não estava feliz com isso e que não se tratava de uma pergunta amigável.

– Maravilhoso. Eu amo seu irmão – respondi.

– Você não pode mentir para mim. Você não me engana com esse olhar inocente. Você engravidou para prendê-lo. Ele não iria ignorar um filho. Você percebeu e usou isso. Só espero que a criança seja dele.

O ódio em suas palavras me assustou. Quis ligar para Joe e dizer que viesse para casa.

Não queria conversar com ela. Não se o tema em questão fosse “atacar a Demi”.

– Sinto muito que você pense assim. Quando vir o Nate, vai ver que não há dúvidas de quem é o pai dele. Ele é a miniatura do Joe. – Fiquei furiosa comigo mesma por morder sua isca e me defender.

Quando mencionei Nate, vi que foi a vez de Nan hesitar. Ou ela odiava a ideia de que tínhamos um filho ou odiava o fato de que o filho também era meu e ela não queria se sentir ligada a ele. Não entendi direito.

– Vou pegar o telefone para dizer ao Joe que você está aqui. Por favor, sirva-se de alguma coisa para beber ou comer se quiser. Você sabe onde fica tudo.

Comecei a caminhar na direção da escada.

– Espere. Eu não quero ver Grant. Diga para ele não trazer Grant – disse ela com a voz tensa.

– Está bem. Pode deixar – respondi. Eu tinha certeza de que o Grant também não queria vê-la, mas não ia deixar claro que eu sabia de tudo. Não ia falar disso.

Corri escada acima e fui pegar meu telefone. Ia ligar para Joe e depois conferir como Nate estava... Talvez pudesse ficar ali em cima, me escondendo, enquanto estivesse sozinha com ela. Peguei o telefone e liguei para o número de Joe.

– Oi, gata, está tudo bem? – perguntou ele ao atender a ligação.

– Hum... depende do que você considera bem – falei. – Sua irmã está aqui.

– Dê a volta, cara. Preciso ir para casa agora – disse ele a Grant. – Estou a caminho. Ela está bem? Está sendo legal? Você a deixou entrar?

– Sim, não muito e sim – respondi.

– Ela não está sendo legal. Merda, Demi. Desculpe. Por que você a deixou entrar?

– Bom, porque ela é sua irmã, Joe. Eu não ia me recusar a deixar alguém da sua família entrar na sua casa.

Joe respirou fundo. Eu sabia o que isso queria dizer. Ele estava frustrado.

– Demi, se algum dia eu ouvir você chamar a casa de minha de novo, vou perder a cabeça. A casa é nossa. Nossa, porra. Se você não quiser deixar alguém entrar, não deixe. Me ligue, e a pessoa que fique esperando na entrada até eu chegar. Só quero que você se sinta à vontade na própria casa.

– Está bem. Bom, eu a deixei entrar porque você a ama e eu amo você. Que tal isso?

Joe deu uma risada baixinha.

– Nan é e provavelmente sempre será a única pessoa que eu amo que não espero que você trate bem. Ela precisa merecer ser bem tratada. Nunca fez isso. Você pode mandá-la se danar, expulsá-la, o que quiser. Não aguente nenhum desaforo dela.

Decidi que não iria contar a ele sobre a acusação que ela fizera de que Nate poderia não ser dele. Joe perderia a cabeça.

– Só venha rápido – implorei.

– Estou a cinco minutos daí – prometeu.

Desliguei e enfiei o telefone no meu top antes de ir dar uma olhada em Nate. Ao abrir a porta, espiei e o flagrei chutando e gorgolejando para as criaturas marítimas penduradas no móbile. Sorrindo, fui até o berço, e seus olhos se mexeram até chegarem a mim. Ele chutou com mais força ao me ver, e meu coração apertou.

– Não foi uma soneca muito longa – eu disse a ele, abaixando-me para pegá-lo no colo. – Eu nem consegui fazer ioga, e o bumbum da mamãe está precisando de um pouco de exercícios.

A cabecinha dele tentou se enfiar no meu peito. Não era hora de ele mamar, mas, quando acordava, ele sempre queria entrar na minha blusa. Exatamente como o pai dele. Sorrindo, levei-o até o trocador e pus uma fralda limpa com ele reclamando. Ele detestava trocar as fraldas.

Peguei-o no colo e beijei seu beicinho. As lágrimas pararam, e ele abriu a boca tentando conseguir alguma coisa para comer de novo.

– Agora não, mocinho. Faz só uma hora que você mamou – falei, antes de sairmos pela porta.

Eu não queria levá-lo até o andar de baixo. Tinha medo do que Nan diria sobre ele.

Achava que não conseguiria digerir bem se ela fosse mesquinha com meu filho. A porta da frente se abriu, e eu soltei um suspiro de alívio. Joe estava em casa.

– Papai chegou – sussurrei.

Levei Nate para o andar de baixo e ouvi as vozes de Joe e Nan. Não foi difícil. Ela já estava aumentando o tom. Joe devia ter chegado chamando sua atenção por me deixar desconfortável. Decidi que era melhor não levar Nate para a cozinha para ouvir o pai gritando com a tia. Saímos pela porta da frente. Nate adorava ficar lá fora olhando as ondas.

A brisa do mar abafaria todas as palavras iradas de Nan.

Passamos por baixo da casa e seguimos para a praia.

– Demi, pode trazer Nate aqui em cima? – pediu Joe, olhando para mim da varanda. Aparentemente, queria apresentá-lo a Nan. Eu compreendia que ele quisesse que a irmã conhecesse seu filho, mas como ela odiava a mãe do bebê, talvez não fosse uma atitude sábia. Fiz uma pausa e olhei para Nate.

A mãe em mim queria levá-lo correndo de volta para o andar de cima e ficar trancada no quarto com ele. Mas ele era filho de Joe também. Dei um beijo em sua têmpora.

– A irmã do papai, Nan, não é muito legal. Você vai ter que aprender a ignorá-la – sussurrei no ouvido dele, mais por mim do que por ele, já que meu filho não fazia ideia do que eu estava dizendo.

Quando cheguei ao último degrau da escada, Joe estava me esperando.

– Se não quiser entrar e preferir que eu o leve, tudo bem. Mas se quiser entrar, prometo que ela vai se comportar, ou eu a expulso desta casa.

Eu não ia mandar meu filho ao encontro do lobo mau sem ir junto. Se ele precisava enfrentar Nan, eu também precisava. Abracei-o com mais força e balancei a cabeça.

– Quero ficar com ele.

Joe concordou. Pela expressão no rosto dele, pude ver que compreendia. Abriu a porta para nós e deu um passo para trás para que eu pudesse entrar com Nate.

Nan estava sentada numa banqueta alta com uma expressão furiosa no rosto. Girou e olhou para Nate. Pude ver o instante em que ela se deu conta de que cada traço era de Joe.

Nem meus olhos ele tinha. Era todo Joe.

– Acho que ele é seu, afinal – disse ela.

Parei e recuei um passo, dando um encontrão no peito de Joe. Ele passou os braços ao meu redor.

– Você queria vê-lo. Cuidado com o que diz para a mãe dele. Peça desculpas por essa última observação cretina, ou vou acompanhá-la até a porta.

Os olhos de Nan se encheram de fúria, e tive a sensação de que Joe havia acabado de dar início a algo de que não precisávamos ter em nossa casa. Mas ela respirou fundo e levantou seus olhos cheios de ódio para mim.

– Sinto muito – disparou ela. Não foi sincera, mas o fato de que Joe a fizera pedir desculpas valeu a pena.

– Posso segurá-lo? – pediu Nan, olhando para Joe.

Fiquei rígida. Se ele dissesse que sim, eu sairia correndo com Nate. Havia um limite ao que ele podia me pedir.

– Provavelmente não é uma boa ideia. Com você olhando para a mãe dele com tanto ódio, não acho que ela vá se sentir segura em deixá-lo no seu colo.

Nan fez uma careta.

– Ele é seu filho também.

– É. Mas Demi é a mãe dele. Eu não vou permitir que aconteça nada que a deixe desconfortável.

– Meu Deus, Joe, o que aconteceu com os seus colhões?

– Segunda bola fora, mana.

Nan revirou os olhos e se levantou da banqueta. Ela olhou para Nate, e seu olhar suavizou um pouco. Era difícil não amá-lo. Ele era tão lindo quanto o pai.

– Mamãe adoraria conhecê-lo – disse Nan, pondo a alça da bolsa no ombro. – Você poderia ao menos mandar uma foto para ela.

– Mamãe não deu a mínima para os próprios filhos, Nan. Você sabe disso. Por que ela se importaria com o neto?

Nan não se abalou. Apenas deu de ombros.

– É verdade.

Nate começou a se agitar em meus braços. Ele estava tentando pegar o peito de novo.

Mudei sua posição e Joe estendeu os braços para pegá-lo.

– Deixe-o comigo. Assim ele não vai ficar pensando em leite.

Passei Nate para Joe, e ele se acalmou imediatamente, olhando para o pai. Era fascinado por ele.

– Você leva jeito. Isso não me surpreende. Você tem bancado o pai desde que eu me dou por gente – falou Nan. Foi a primeira coisa legal que ela disse desde que entrara.

– Só levo jeito porque venho observando Demi. Ela me ensinou tudo.

Nan não gostou dessa resposta, e aquilo não era verdade. Ele demonstrara um jeito natural desde o primeiro dia. Eu ia discordar dele quando Nan empurrou a banqueta para trás, fazendo-a raspar no chão.

– Eu só queria ver o garoto e dizer que estou melhor. Se quiser me ver, ficarei na cidade por uns dias. Não estou a fim de mais encontros com a sua familiazinha, então pense nisso.

Fiquei olhando enquanto ela saía da cozinha pisando duro e percorria o hall até a porta de entrada sem dizer mais nada. Joe não respondeu.

– E ela ainda é uma vaca – resmungou Joe.

Eu me virei para olhar para ele, que estava franzindo a testa.

– Sinto muito que ela tenha falado com você daquele jeito – disse ele.

– Eu ignoro tudo o que ela diz. Ela quer que eu seja a vilã, e acho que sempre vai querer. Tudo bem. Não foi com ela que me casei – respondi.

Nate ouviu minha voz e mexeu a cabeça para olhar para mim antes de começar a chorar.

Ele me queria por causa dos meus peitos. Sorri e estendi os braços para pegá-lo.

– Vou ter que dar de mamar de novo. Ele não deve ter ficado satisfeito da última vez. Está decidido a comer de novo.

Joe o passou para mim.

– Carinha de sorte.

Dei um chutinho nele, que soltou aquela gargalhada que eu tanto adorava.

– Está com fome? – perguntou ele.

– Sim. Morrendo. Pode fazer um sanduíche para mim? – pedi antes de sair para a sala para ficar mais confortável na poltrona reclinável.

– Qualquer coisa que você queira – respondeu ele.

JOE

Woods estava parado do lado de fora da sede do clube discutindo com aquela Angie ou Angel ou Angelina... Caramba, eu não conseguia me lembrar do nome dela. Ela ia e vinha ao longo dos anos. Eu tinha quase certeza de que tinha sido a trepada de verão de Woods quando estávamos no ensino médio. O pai dela era do mesmo ramo dos Kerringtons. Grant achava que o Woods ia se casar com ela.

Daí apareceu a tal Della, e acho que as coisas mudaram. Ou não. Não sabia ao certo. A última coisa que eu tinha ouvido falar era que Della não fora para a cadeia e que tudo não passara de um mal-entendido. Mas parece que Woods fez um escândalo na delegacia.

A garota segurava os braços de Woods e parecia implorar alguma coisa. Eu não tinha certeza se queria me intrometer naquela conversa, mas o sujeito parecia estar precisando de ajuda.

Ele já tinha muita coisa para resolver agora que o pai morrera. Ninguém nunca estava preparado para isso, e com Woods tudo acontecera da noite para o dia.

– Me solte, Angelina. Eu juro por Deus que se você não me deixar em paz, vou pedir uma liminar contra você – ameaçou Woods, tirando as mãos dela de cima dele.

Ele se virou e viu que eu me aproximava. O alívio em seu olhar ficou evidente.

– Oi, Joe. Veio para a reunião? – perguntou ele.

Eu não fazia ideia do que ele estava falando, mas imaginei que estivesse apenas inventando tudo.

– Vim – respondi.

– Isso ainda não acabou, Woods. Eu juro para você que não acabou. Você está cometendo um grande erro – gritou ela enquanto Woods começava a vir na minha direção.

– Me tire de perto dela. Rápido – murmurou ele ao passar por mim.

Eu me virei e fui atrás dele. Estava lá para falar com Bethy sobre ficar com Nate na noite seguinte para eu poder sair com Demi. Mas parecia que eu ia ter uma conversa com Woods primeiro.

Ele abriu a porta do clube e entrou sem esperar para ver se eu o seguia.

– É a porra da mulher mais louca que já conheci – disse ele quando entramos. Passou a mão pelos cabelos e soltou um gemido frustrado. – Eu ia embora. Eu ia. Ia dar uma de Tripp. Ia levar Della, e íamos deixar toda essa merda para trás. Meu pai havia forçado demais a barra, e eu cansei. Daí ele morreu. Acontece que descobri que o testamento do meu pai dizia que, no meu aniversário de 25 anos, que é dentro de dois meses, este lugar aqui passaria para mim. Meu avô havia deixado isso perfeitamente claro no testamento dele, de uma forma tão bem-feita, que meu pai não conseguiu alterar. Eu não posso dar no pé agora, posso? É tudo meu. O avô que eu amava e admirava não havia ferrado comigo, afinal. Mas, meu Deus, está tudo tão confuso. Eu só preciso focar na melhora de Della. Eu não tenho tempo de lidar com tudo isso. Eu não sei de nada, Joe. De NADA, porra. Meu pai não me deixava a par dos negócios. Ele dizia que eu precisava merecer o meu lugar. – Woods soltou outro suspiro frustrado e começou a andar de um lado para outro.

Eu não sabia bem sobre o que ele estava falando, mas ele estava com problemas. O cara de quem ele precisava era Grant, não eu. Eu não era alguém com quem dividir as coisas. Não era do tipo confidente.

– Woods? – Uma morena pequena com grandes olhos azuis entrou pela porta olhando direto para ele com uma expressão preocupada no rosto. – Qual o problema?

O sujeito se transformou diante de mim. Ele deu dois passos longos e puxou-a para seus braços como se alguém estivesse prestes a tocar nela e ele quisesse garantir sua segurança.

– Eu estou ótimo. Você conseguiu dormir até mais tarde? – perguntou ele numa voz suave que eu juro que nunca o ouvira usar.

Ela fez que sim com a cabeça e passou os braços ao redor dele.

– Consegui. Estava tudo bem hoje de manhã. Pare de se preocupar – disse ela. Então virou a cabeça e olhou para mim.

– Della, este é Joe Jonas. Você conheceu a mulher dele, Demi. Joe, esta é a minha Della.

A Della dele. Ah, cara, era esse o problema. Ele estava gamado. Eu não conseguia tirar o sorriso do rosto. Compreendia totalmente aquele sentimento. E, puxa!, eu ficava feliz ao saber que Woods estava enroscado com outra mulher, em vez de correndo atrás da minha. Obrigado, Della.

– Muito prazer – disse ela.

– O prazer é meu – respondi. Ela não fazia ideia de quanto. O bom e velho Woods Kerrington estava apaixonado. A coisa mais engraçada da semana inteira.

GRANT

As batidas na minha porta de repente começaram a soar como um maldito trem de carga.

Joguei as cobertas para longe e olhei para Paige. Eu a havia trazido para casa comigo na noite anterior depois de uma festa. Nós dois havíamos bebido demais e nos divertimos muito antes de desmaiarmos na cama. Até aí eu conseguia me lembrar. Paige era sempre legal e tranquila. Não ficava atrás de mim depois.

As batidas continuaram. Peguei o short da noite anterior e o vesti antes de ir até a porta.

– Pare com isso, porra! Cacete, é muito barulho – gritei antes de abrir a porta. O sol havia nascido e bateu direto nos meus olhos. Levei os braços à testa e estreitei os olhos enquanto chamava quem quer que estivesse do outro lado da porta de maluco filho da puta.

Eu não lidava bem com ressacas.

– Você está um charme esta manhã – disse Nan com a voz arrastada ao entrar e passar por mim. Merda. Não era alguém com quem eu quisesse falar naquela manhã.

Bati a porta.

– O que você quer, Nan? São dez da manhã, caralho – resmunguei.

Nan entrou na minha cozinha e se encostou no bar.

– Preciso de um lugar para ficar – disse ela com a voz suave que só usava quando queria alguma coisa. Um ano atrás, essa merda funcionava comigo. Eu estava tão envolvido com aquela gostosa egoísta que não conseguia enxergar direito. Mas não passava de sexo. Ela era muito boa nisso. Uma ginasta na cama. Eu havia aprendido do jeito mais difícil que sexo não compensa ser sacaneado e ter o coração partido. Eu havia terminado tudo com ela. Terminado.

– Ligue para o Joe. Eu vou voltar para a cama. Você conhece a porta da rua – respondi, voltando para o meu quarto.

– Não posso! Ele não vai me ajudar. Eu não suporto a Demi, e ele sabe disso. Ele a ama mais do que a mim. Ela tirou tudo de mim. Eu a odeio e não consigo fingir que gosto dela. Mas não tenho para onde ir. Não quero morar com minha mãe. Quero voltar para Rosemary.

– Que pena. Tchau, Nan. – Abri a porta do quarto, fui até a cama e me deitei com o rosto enterrado no colchão.

– Paige? Sério, Grant? Você não sabe por onde isso andou. Seu nível caiu muito. Até mesmo para você.

Paige sentou esfregando o rosto, e eu gostei do fato de ela estar nua e Nan ter uma boa visão dos peitos dela. Eram muito mais bonitos do que os de Nan.

– Meu nível subiu. A última garota que eu havia comido tinha sido você – respondi. Ela pedira por essa.

Paige olhou para mim e depois para Nan com os olhos vermelhos. Tinha certeza de que ela havia fumado maconha na noite anterior.

– Que porra é essa? – resmungou ela, puxando o lençol para se cobrir.

– Nan está aqui para infernizar a minha vida. Ignore-a – falei, virando de barriga para cima e cruzando as mãos atrás da cabeça.

– Sério? Foi isso que a gente virou? – provocou Nan.

– Foi nisso que você nos transformou, Nan. Você queria transar por aí, e eu concordo. É divertido. Obrigado pela ideia.

– Paige, pelo amor de Deus, vista alguma coisa e vá embora. Estamos tentando conversar aqui – disparou Nan para Paige, que estava sentada em silêncio, prestando atenção.

Estendi o braço e dei um tapinha na perna de Paige.

– Não vá. Já mostrei a saída para ela. Só falta ela sair – falei para Paige. Na verdade, preferia que as duas saíssem, mas eu não era um escroto. Não mandaria Paige embora. Eu a deixaria ir por conta própria.

– É sério? Você vai simplesmente ficar galinhando por aí sem nem ao menos deixar eu me explicar? Sabia que eu estava numa clínica de reabilitação? Você se importou? Porque não me ligou. Ninguém ligou. Nem o Joe.

Senti um pouco de pena dela, mas muito, muito pouco. Às vezes, eu ainda enxergava aquela menininha que queria muito que alguém gostasse dela. Eram as vezes em que eu sentia compaixão. Então eu me lembrava da vaca em que ela havia se transformado e decidia que ela merecia.

– Quem planta merda colhe merda. Meu avô sempre me disse isso. Talvez alguém devesse ter ensinado isso para você também. Pouparia a todos de um monte de problemas.

Nan apontou para Paige.

– Saia. Agora.

Agarrei o braço de Paige.

– Ignore.

Paige ficou olhando ora para mim, ora para Nan, e então balançou a cabeça.

– Vocês dois são completamente loucos. Acho que vou para casa descansar. Minha cabeça não aguenta isso. – Ela começou a se levantar, então se aproximou e me deu um beijo no rosto antes de sair engatinhando nua da cama.

Por causa de Nan, não por realmente querer olhar, fiquei admirando a bunda dela enquanto se vestia. Estava cansado demais para pensar em mulheres sem roupa.

Paige se despediu de mim com um aceno e então saiu pela porta levando seus sapatos.

Eu não fazia ideia de onde estava o carro dela, mas isso não tinha importância agora. Ela morava dois andares acima, no meu condomínio. O que tornava muito prático ficar com ela.

Nan se aproximou da cama e se sentou.

– Saia da minha cama, Nan. Juro por Deus que vou contar em detalhes tudo o que Paige e eu fizemos nestes lençóis ontem à noite se você não tirar sua bunda da minha cama – alertei. Na verdade, eu não me lembrava exatamente do que havia feito na noite anterior.

Mas Nan não precisava saber.

– Você é nojento – gritou ela, levantando-se e olhando com raiva para mim.

– É, e você também. Pelo menos eu conheço Paige. Ela não é qualquer uma que peguei na rua e levei para a cama.

Ela me encarou com fúria nos olhos. Eu a ofendera. Ela me queria fora da vida dela.

Conseguira. Eu vira demais. Já não estava interessado.

– Você disse que me amava – lembrou-me ela.

– Eu achava que poderia amar você, Nan. Mas aí acordei e me dei conta de que uma trepada boa e uma boceta gostosa não são amor. Na verdade, isso não passa de bom sexo.

A expressão magoada em seus olhos deveria fazer com que eu me sentisse culpado, mas não me senti. Eu havia confundido vontade e desejo com amor. Eu não sabia como era amar. Não do jeito que Joe amava Demi. Nunca sentira aquilo. Agora tinha noção disso.

Eu não fazia ideia de como era e tinha quase certeza de que jamais saberia.

– Ótimo. Você quer me magoar, pode me magoar. Eu mereço – disparou Nan, levantando-se e voltando para a porta. – Mas isso não acabou, Grant. Posso admitir que ferrei com tudo. Você só precisa admitir que ainda sente alguma coisa por mim.

Será que sentia? Acreditava que não. Estava com raiva por ela ter me feito de idiota, mas não podia dizer que houvesse restado algum outro sentimento.

– Estou tentando consertar algumas coisas. Seria legal se alguém se importasse e compreendesse.

Eu não iria deixá-la virar o jogo contra mim. Eu não havia pedido por essa merda toda.

Eu tentara fazer as coisas funcionarem. Ela se recusara a me deixar ser mais do que um pau amigo. Eu queria mais, e ela havia deixado claro que eu podia ser facilmente substituído.

– Não acho que eu seja a pessoa indicada para ajudá-la, Nan. Sei como é sua vida e sei que você é uma escrota. Mas, ao contrário de Joe, não aceito mais suas justificativas. Está na hora de você parar de usá-las e mudar. Você está afastando todo mundo. Quer acabar como sua mãe?

Ela se retesou, e eu soube que havia tocado em um ponto sensível. Sem dizer uma palavra, ela deu meia-volta e saiu do meu apartamento pisando duro e batendo a porta atrás de si. Problema resolvido.

Agora eu podia dormir um pouco.

9 comentários:

  1. Quatro capitulos perfeitos enquanto estive fora, eu amei.
    Estou apaixonada por Nate, amo crianças.
    Demi toda safada estou adorando e Joe mais ainda, achei que Grant ia ficad com Harlow, eu já estava os shippando. Nan continua sendo uma vaca frigida, espero q depois da conversa com Grant decida mudar.
    Sam, xx

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  2. Mt bom nan
    O Joe defendendo a Demi
    Eu não acredito que nan possa mudar
    Posta!!!!

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  3. Acho que como vocês demoraram para postar as pessoas, já não vêm ver o blog todos os dias, daí talvez ser mais difícil arranjar logo muitos comentários, digo eu... ou então as pessoas andam mais ocupadas, eu falo por mim, a escola ocupa-me o tempo quase todo :)
    Era muito bom que Nan pudesse mudar, talvez assim ela tivesse uma hipótese de ser feliz, porque com esta atitude dela, ela está afastando toda agente

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  4. será que essa Nan não vai mudar???? Ela ainda não entendeu que quem afastou o joe da vida dela foi ela própria e não a Demi. quando ela vai aceitar que eles se amam e ninguem os vai separar...ela parece que não quer que o irmão seja feliz, ela é irmã dele não pode ser mulher dele.Ela é uma vaca sem sentimentos, e o Grant esteve muito bem em tentar por-la no lugar dela, ela é burra que não percebe que sendo assim afasta todo o mundo dela...
    e a Demi devia de ter respondida a altura, mas ela ama o joe demais para fazer isso a irmã dele...mas ela merecia.
    Posta logo o proximo estou adorando.

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  5. Sempre perfeito,nan precisa de uma surra bem dada pela Demi,ela se acha muito,vai acaba sozinha,nem as baratas vão querer ficar com ela.

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