DEMI
Coloquei Nate para tirar uma soneca e decidi
aproveitar o tempo livre para usar o vídeo de ioga que havia
comprado no iTunes. Precisava ajustar algumas coisas no meu corpo
pós-bebê. Bethy me recomendara ioga. Encontrar tempo para fazê-la
era outra coisa. Da última vez que Nate tirara um cochilo e eu
tentara me exercitar, Joe chegara e acabamos nus no sofá de novo.
Havíamos nos tornado especialistas em sexo oral. Não que Joe
precisasse melhorar, mas dava para dizer que eu havia aprendido a
fazer um boquete de arrasar.
A campainha tocou antes que o vídeo começasse.
Dei pausa e fui ver quem era. Como Joe não estava em casa, não
podia ser Grant. Os dois estavam juntos. Abri a porta e dei de cara
com Nan. O primeiro pensamento que me veio à cabeça foi que talvez
eu devesse começar a olhar pelo olho mágico primeiro. Meu coração
disparou, e eu xinguei a mim mesma por ter deixado o telefone no chão
da sala de jogos. Não tinha bolso na calça de ioga.
– Joe está em casa? – disparou ela.
Hesitei. Ele não estava em casa, e eu não tinha
certeza se deveria deixá-la entrar. Mas como eu poderia não deixar?
Ela era irmã do Joe.
– Ele saiu com Grant há umas duas horas. Alguma
coisa a ver com Woods. – Eu estava falando demais. Ela não tinha
nada a ver com isso.
– Você vai me deixar entrar? Ou devo voltar
mais tarde? – O tom irritado da voz dela diante da noção de que
eu tinha o poder de não deixá-la entrar na casa que agora era minha
ficou evidente. Eu não queria que ela entrasse, mas Joe iria querer
vê-la. Havia falado nela algumas noites atrás. Estava imaginando
como ela estava. Disse que a mãe lhe contara que ela havia saído da
clínica e estava melhor.
Contrariando meu bom senso, dei um passo para trás
e a deixei entrar.
– Entre – falei, detestando a ideia de ficar a
sós com ela. Minha arma estava no carro, embora eu não achasse que
fosse precisar dela. Ela não era tão perigosa... eu achava.
– Então, como é ser a Sra. Jonas? –
perguntou ela. Seu tom dava a entender que ela não estava feliz com
isso e que não se tratava de uma pergunta amigável.
– Maravilhoso. Eu amo seu irmão – respondi.
– Você não pode mentir para mim. Você não me
engana com esse olhar inocente. Você engravidou para prendê-lo. Ele
não iria ignorar um filho. Você percebeu e usou isso. Só espero que
a criança seja dele.
O ódio em suas palavras me assustou. Quis ligar
para Joe e dizer que viesse para casa.
Não queria conversar com ela. Não se o tema em
questão fosse “atacar a Demi”.
– Sinto muito que você pense assim. Quando vir
o Nate, vai ver que não há dúvidas de quem é o pai dele. Ele é a
miniatura do Joe. – Fiquei furiosa comigo mesma por morder sua isca
e me defender.
Quando mencionei Nate, vi que foi a vez de Nan
hesitar. Ou ela odiava a ideia de que tínhamos um filho ou odiava o
fato de que o filho também era meu e ela não queria se sentir ligada
a ele. Não entendi direito.
– Vou pegar o telefone para dizer ao Joe que
você está aqui. Por favor, sirva-se de alguma coisa para beber ou
comer se quiser. Você sabe onde fica tudo.
Comecei a caminhar na direção da escada.
– Espere. Eu não quero ver Grant. Diga para ele
não trazer Grant – disse ela com a voz tensa.
– Está bem. Pode deixar – respondi. Eu tinha
certeza de que o Grant também não queria vê-la, mas não ia deixar
claro que eu sabia de tudo. Não ia falar disso.
Corri escada acima e fui pegar meu telefone. Ia
ligar para Joe e depois conferir como Nate estava... Talvez pudesse
ficar ali em cima, me escondendo, enquanto estivesse sozinha com ela.
Peguei o telefone e liguei para o número de Joe.
– Oi, gata, está tudo bem? – perguntou ele ao
atender a ligação.
– Hum... depende do que você considera bem –
falei. – Sua irmã está aqui.
– Dê a volta, cara. Preciso ir para casa agora
– disse ele a Grant. – Estou a caminho. Ela está bem? Está
sendo legal? Você a deixou entrar?
– Sim, não muito e sim – respondi.
– Ela não está sendo legal. Merda, Demi.
Desculpe. Por que você a deixou entrar?
– Bom, porque ela é sua irmã, Joe. Eu não ia
me recusar a deixar alguém da sua família entrar na sua casa.
Joe respirou fundo. Eu sabia o que isso queria
dizer. Ele estava frustrado.
– Demi, se algum dia eu ouvir você chamar a
casa de minha de novo, vou perder a cabeça. A casa é nossa. Nossa,
porra. Se você não quiser deixar alguém entrar, não deixe. Me
ligue, e a pessoa que fique esperando na entrada até eu chegar. Só
quero que você se sinta à vontade na própria casa.
– Está bem. Bom, eu a deixei entrar porque você
a ama e eu amo você. Que tal isso?
Joe deu uma risada baixinha.
– Nan é e provavelmente sempre será a única
pessoa que eu amo que não espero que você trate bem. Ela precisa
merecer ser bem tratada. Nunca fez isso. Você pode mandá-la se
danar, expulsá-la, o que quiser. Não aguente nenhum desaforo dela.
Decidi que não iria contar a ele sobre a acusação
que ela fizera de que Nate poderia não ser dele. Joe perderia a
cabeça.
– Só venha rápido – implorei.
– Estou a cinco minutos daí – prometeu.
Desliguei e enfiei o telefone no meu top antes de
ir dar uma olhada em Nate. Ao abrir a porta, espiei e o flagrei chutando e gorgolejando
para as criaturas marítimas penduradas no móbile. Sorrindo, fui até
o berço, e seus olhos se mexeram até chegarem a mim. Ele chutou com
mais força ao me ver, e meu coração apertou.
– Não foi uma soneca muito longa – eu disse a
ele, abaixando-me para pegá-lo no colo. – Eu nem consegui fazer
ioga, e o bumbum da mamãe está precisando de um pouco de
exercícios.
A cabecinha dele tentou se enfiar no meu peito.
Não era hora de ele mamar, mas, quando acordava, ele sempre queria
entrar na minha blusa. Exatamente como o pai dele. Sorrindo, levei-o
até o trocador e pus uma fralda limpa com ele reclamando. Ele
detestava trocar as fraldas.
Peguei-o no colo e beijei seu beicinho. As
lágrimas pararam, e ele abriu a boca tentando conseguir alguma coisa
para comer de novo.
– Agora não, mocinho. Faz só uma hora que você
mamou – falei, antes de sairmos pela porta.
Eu não queria levá-lo até o andar de baixo.
Tinha medo do que Nan diria sobre ele.
Achava que não conseguiria digerir bem se ela
fosse mesquinha com meu filho. A porta da frente se abriu, e eu soltei
um suspiro de alívio. Joe estava em casa.
– Papai chegou – sussurrei.
Levei Nate para o andar de baixo e ouvi as vozes
de Joe e Nan. Não foi difícil. Ela já estava aumentando o tom. Joe
devia ter chegado chamando sua atenção por me deixar
desconfortável. Decidi que era melhor não levar Nate para a cozinha
para ouvir o pai gritando com a tia. Saímos pela porta da frente.
Nate adorava ficar lá fora olhando as ondas.
A brisa do mar abafaria todas as palavras iradas
de Nan.
Passamos por baixo da casa e seguimos para a
praia.
– Demi, pode trazer Nate aqui em cima? – pediu
Joe, olhando para mim da varanda. Aparentemente, queria apresentá-lo
a Nan. Eu compreendia que ele quisesse que a irmã conhecesse seu filho, mas como ela odiava a mãe do bebê, talvez não fosse uma
atitude sábia. Fiz uma pausa e olhei para Nate.
A mãe em mim queria levá-lo correndo de volta
para o andar de cima e ficar trancada no quarto com ele. Mas ele era
filho de Joe também. Dei um beijo em sua têmpora.
– A irmã do papai, Nan, não é muito legal.
Você vai ter que aprender a ignorá-la – sussurrei no ouvido dele,
mais por mim do que por ele, já que meu filho não fazia ideia do que
eu estava dizendo.
Quando cheguei ao último degrau da escada, Joe
estava me esperando.
– Se não quiser entrar e preferir que eu o
leve, tudo bem. Mas se quiser entrar, prometo que ela vai se
comportar, ou eu a expulso desta casa.
Eu não ia mandar meu filho ao encontro do lobo mau
sem ir junto. Se ele precisava enfrentar Nan, eu também precisava.
Abracei-o com mais força e balancei a cabeça.
– Quero ficar com ele.
Joe concordou. Pela expressão no rosto dele, pude
ver que compreendia. Abriu a porta para nós e deu um passo para trás
para que eu pudesse entrar com Nate.
Nan estava sentada numa banqueta alta com uma
expressão furiosa no rosto. Girou e olhou para Nate. Pude ver o
instante em que ela se deu conta de que cada traço era de Joe.
Nem meus olhos ele tinha. Era todo Joe.
– Acho que ele é seu, afinal – disse ela.
Parei e recuei um passo, dando um encontrão no
peito de Joe. Ele passou os braços ao meu redor.
– Você queria vê-lo. Cuidado com o que diz
para a mãe dele. Peça desculpas por essa última observação
cretina, ou vou acompanhá-la até a porta.
Os olhos de Nan se encheram de fúria, e tive a
sensação de que Joe havia acabado de dar início a algo de que não
precisávamos ter em nossa casa. Mas ela respirou fundo e levantou
seus olhos cheios de ódio para mim.
– Sinto muito – disparou ela. Não foi
sincera, mas o fato de que Joe a fizera pedir desculpas valeu a pena.
– Posso segurá-lo? – pediu Nan, olhando para
Joe.
Fiquei rígida. Se ele dissesse que sim, eu sairia
correndo com Nate. Havia um limite ao que ele podia me pedir.
– Provavelmente não é uma boa ideia. Com você
olhando para a mãe dele com tanto ódio, não acho que ela vá se
sentir segura em deixá-lo no seu colo.
Nan fez uma careta.
– Ele é seu filho também.
– É. Mas Demi é a mãe dele. Eu não vou
permitir que aconteça nada que a deixe desconfortável.
– Meu Deus, Joe, o que aconteceu com os seus
colhões?
– Segunda bola fora, mana.
Nan revirou os olhos e se levantou da banqueta.
Ela olhou para Nate, e seu olhar suavizou um pouco. Era difícil não
amá-lo. Ele era tão lindo quanto o pai.
– Mamãe adoraria conhecê-lo – disse Nan,
pondo a alça da bolsa no ombro. – Você poderia ao menos mandar
uma foto para ela.
– Mamãe não deu a mínima para os próprios
filhos, Nan. Você sabe disso. Por que ela se importaria com o neto?
Nan não se abalou. Apenas deu de ombros.
– É verdade.
Nate começou a se agitar em meus braços. Ele
estava tentando pegar o peito de novo.
Mudei sua posição e Joe estendeu os braços para
pegá-lo.
– Deixe-o comigo. Assim ele não vai ficar
pensando em leite.
Passei Nate para Joe, e ele se acalmou
imediatamente, olhando para o pai. Era fascinado por ele.
– Você leva jeito. Isso não me surpreende.
Você tem bancado o pai desde que eu me dou por gente – falou Nan.
Foi a primeira coisa legal que ela disse desde que entrara.
– Só levo jeito porque venho observando Demi.
Ela me ensinou tudo.
Nan não gostou dessa resposta, e aquilo não era
verdade. Ele demonstrara um jeito natural desde o primeiro dia. Eu ia
discordar dele quando Nan empurrou a banqueta para trás, fazendo-a
raspar no chão.
– Eu só queria ver o garoto e dizer que estou
melhor. Se quiser me ver, ficarei na cidade por uns dias. Não estou
a fim de mais encontros com a sua familiazinha, então pense nisso.
Fiquei olhando enquanto ela saía da cozinha
pisando duro e percorria o hall até a porta de entrada sem dizer
mais nada. Joe não respondeu.
– E ela ainda é uma vaca – resmungou Joe.
Eu me virei para olhar para ele, que estava
franzindo a testa.
– Sinto muito que ela tenha falado com você
daquele jeito – disse ele.
– Eu ignoro tudo o que ela diz. Ela quer que eu
seja a vilã, e acho que sempre vai querer. Tudo bem. Não foi com
ela que me casei – respondi.
Nate ouviu minha voz e mexeu a cabeça para olhar
para mim antes de começar a chorar.
Ele me queria por causa dos meus peitos. Sorri e
estendi os braços para pegá-lo.
– Vou ter que dar de mamar de novo. Ele não
deve ter ficado satisfeito da última vez. Está decidido a comer de
novo.
Joe o passou para mim.
– Carinha de sorte.
Dei um chutinho nele, que soltou aquela gargalhada
que eu tanto adorava.
– Está com fome? – perguntou ele.
– Sim. Morrendo. Pode fazer um sanduíche para
mim? – pedi antes de sair para a sala para ficar mais confortável
na poltrona reclinável.
– Qualquer coisa que você queira – respondeu
ele.
JOE
Woods estava parado do lado de fora da sede do
clube discutindo com aquela Angie ou Angel ou Angelina... Caramba, eu não conseguia me
lembrar do nome dela. Ela ia e vinha ao longo dos anos. Eu tinha
quase certeza de que tinha sido a trepada de verão de Woods quando
estávamos no ensino médio. O pai dela era do mesmo ramo dos
Kerringtons. Grant achava que o Woods ia se casar com ela.
Daí apareceu a tal Della, e acho que as coisas
mudaram. Ou não. Não sabia ao certo. A última coisa que eu tinha
ouvido falar era que Della não fora para a cadeia e que tudo não
passara de um mal-entendido. Mas parece que Woods fez um escândalo
na delegacia.
A garota segurava os braços de Woods e parecia
implorar alguma coisa. Eu não tinha certeza se queria me intrometer
naquela conversa, mas o sujeito parecia estar precisando de ajuda.
Ele já tinha muita coisa para resolver agora que
o pai morrera. Ninguém nunca estava preparado para isso, e com Woods
tudo acontecera da noite para o dia.
– Me solte, Angelina. Eu juro por Deus que se
você não me deixar em paz, vou pedir uma liminar contra você –
ameaçou Woods, tirando as mãos dela de cima dele.
Ele se virou e viu que eu me aproximava. O alívio
em seu olhar ficou evidente.
– Oi, Joe. Veio para a reunião? – perguntou
ele.
Eu não fazia ideia do que ele estava falando, mas
imaginei que estivesse apenas inventando tudo.
– Vim – respondi.
– Isso ainda não acabou, Woods. Eu juro para
você que não acabou. Você está cometendo um grande erro –
gritou ela enquanto Woods começava a vir na minha direção.
– Me tire de perto dela. Rápido – murmurou
ele ao passar por mim.
Eu me virei e fui atrás dele. Estava lá para
falar com Bethy sobre ficar com Nate na noite seguinte para eu poder
sair com Demi. Mas parecia que eu ia ter uma conversa com Woods
primeiro.
Ele abriu a porta do clube e entrou sem esperar
para ver se eu o seguia.
– É a porra da mulher mais louca que já
conheci – disse ele quando entramos. Passou a mão pelos cabelos e
soltou um gemido frustrado. – Eu ia embora. Eu ia. Ia dar uma de
Tripp. Ia levar Della, e íamos deixar toda essa merda para trás.
Meu pai havia forçado demais a barra, e eu cansei. Daí ele morreu.
Acontece que descobri que o testamento do meu pai dizia que, no meu
aniversário de 25 anos, que é dentro de dois meses, este lugar aqui
passaria para mim. Meu avô havia deixado isso
perfeitamente claro no testamento dele, de uma forma tão bem-feita,
que meu pai não conseguiu alterar. Eu não posso dar no pé agora,
posso? É tudo meu. O avô que eu amava e admirava não havia ferrado
comigo, afinal. Mas, meu Deus, está tudo tão confuso. Eu só preciso
focar na melhora de Della. Eu não tenho tempo de lidar com tudo
isso. Eu não sei de nada, Joe. De NADA, porra. Meu pai não me
deixava a par dos negócios. Ele dizia que eu precisava merecer o meu
lugar. – Woods soltou outro suspiro frustrado e começou a andar de
um lado para outro.
Eu não sabia bem sobre o que ele estava falando,
mas ele estava com problemas. O cara de quem ele precisava era Grant,
não eu. Eu não era alguém com quem dividir as coisas. Não era do
tipo confidente.
– Woods? – Uma morena pequena com grandes
olhos azuis entrou pela porta olhando direto para ele com uma
expressão preocupada no rosto. – Qual o problema?
O sujeito se transformou diante de mim. Ele deu
dois passos longos e puxou-a para seus braços como se alguém
estivesse prestes a tocar nela e ele quisesse garantir sua segurança.
– Eu estou ótimo. Você conseguiu dormir até
mais tarde? – perguntou ele numa voz suave que eu juro que nunca o
ouvira usar.
Ela fez que sim com a cabeça e passou os braços
ao redor dele.
– Consegui. Estava tudo bem hoje de manhã. Pare
de se preocupar – disse ela. Então virou a cabeça e olhou para
mim.
– Della, este é Joe Jonas. Você conheceu a
mulher dele, Demi. Joe, esta é a minha Della.
A Della dele. Ah, cara, era esse o problema. Ele
estava gamado. Eu não conseguia tirar o sorriso do rosto.
Compreendia totalmente aquele sentimento. E, puxa!, eu ficava feliz ao
saber que Woods estava enroscado com outra mulher, em vez de correndo
atrás da minha. Obrigado, Della.
– Muito prazer – disse ela.
– O prazer é meu – respondi. Ela não fazia
ideia de quanto. O bom e velho Woods Kerrington estava apaixonado. A
coisa mais engraçada da semana inteira.
GRANT
As batidas na minha porta de repente começaram a
soar como um maldito trem de carga.
Joguei as cobertas para longe e olhei para Paige.
Eu a havia trazido para casa comigo na noite anterior depois de uma
festa. Nós dois havíamos bebido demais e nos divertimos muito antes
de desmaiarmos na cama. Até aí eu conseguia me lembrar. Paige era
sempre legal e tranquila. Não ficava atrás de mim depois.
As batidas continuaram. Peguei o short da noite
anterior e o vesti antes de ir até a porta.
– Pare com isso, porra! Cacete, é muito barulho
– gritei antes de abrir a porta. O sol havia nascido e bateu direto
nos meus olhos. Levei os braços à testa e estreitei os olhos
enquanto chamava quem quer que estivesse do outro lado da porta de
maluco filho da puta.
Eu não lidava bem com ressacas.
– Você está um charme esta manhã – disse
Nan com a voz arrastada ao entrar e passar por mim. Merda. Não era
alguém com quem eu quisesse falar naquela manhã.
Bati a porta.
– O que você quer, Nan? São dez da manhã,
caralho – resmunguei.
Nan entrou na minha cozinha e se encostou no bar.
– Preciso de um lugar para ficar – disse ela
com a voz suave que só usava quando queria alguma coisa. Um ano
atrás, essa merda funcionava comigo. Eu estava tão envolvido com
aquela gostosa egoísta que não conseguia enxergar direito. Mas não
passava de sexo. Ela era muito boa nisso. Uma ginasta na cama. Eu
havia aprendido do jeito mais difícil que sexo não compensa ser
sacaneado e ter o coração partido. Eu havia terminado tudo com ela.
Terminado.
– Ligue para o Joe. Eu vou voltar para a cama.
Você conhece a porta da rua – respondi, voltando para o meu
quarto.
– Não posso! Ele não vai me ajudar. Eu não
suporto a Demi, e ele sabe disso. Ele a ama mais do que a mim. Ela
tirou tudo de mim. Eu a odeio e não consigo fingir que gosto dela.
Mas não tenho para onde ir. Não quero morar com minha mãe. Quero
voltar para Rosemary.
– Que pena. Tchau, Nan. – Abri a porta do
quarto, fui até a cama e me deitei com o rosto enterrado no colchão.
– Paige? Sério, Grant? Você não sabe por onde
isso andou. Seu nível caiu muito. Até mesmo para você.
Paige sentou esfregando o rosto, e eu gostei do
fato de ela estar nua e Nan ter uma boa visão dos peitos dela. Eram muito mais bonitos do
que os de Nan.
– Meu nível subiu. A última garota que eu
havia comido tinha sido você – respondi. Ela pedira por essa.
Paige olhou para mim e depois para Nan com os
olhos vermelhos. Tinha certeza de que ela havia fumado maconha na
noite anterior.
– Que porra é essa? – resmungou ela, puxando
o lençol para se cobrir.
– Nan está aqui para infernizar a minha vida.
Ignore-a – falei, virando de barriga para cima e cruzando as mãos
atrás da cabeça.
– Sério? Foi isso que a gente virou? –
provocou Nan.
– Foi nisso que você nos transformou, Nan. Você
queria transar por aí, e eu concordo. É divertido. Obrigado pela
ideia.
– Paige, pelo amor de Deus, vista alguma coisa e
vá embora. Estamos tentando conversar aqui – disparou Nan para
Paige, que estava sentada em silêncio, prestando atenção.
Estendi o braço e dei um tapinha na perna de
Paige.
– Não vá. Já mostrei a saída para ela. Só
falta ela sair – falei para Paige. Na verdade, preferia que as duas
saíssem, mas eu não era um escroto. Não mandaria Paige embora. Eu
a deixaria ir por conta própria.
– É sério? Você vai simplesmente ficar
galinhando por aí sem nem ao menos deixar eu me explicar? Sabia que
eu estava numa clínica de reabilitação? Você se importou? Porque
não me ligou. Ninguém ligou. Nem o Joe.
Senti um pouco de pena dela, mas muito, muito
pouco. Às vezes, eu ainda enxergava aquela menininha que queria
muito que alguém gostasse dela. Eram as vezes em que eu sentia
compaixão. Então eu me lembrava da vaca em que ela havia se
transformado e decidia que ela merecia.
– Quem planta merda colhe merda. Meu avô sempre
me disse isso. Talvez alguém devesse ter ensinado isso para você
também. Pouparia a todos de um monte de problemas.
Nan apontou para Paige.
Nan apontou para Paige.
– Saia. Agora.
Agarrei o braço de Paige.
– Ignore.
Paige ficou olhando ora para mim, ora para Nan, e
então balançou a cabeça.
– Vocês dois são completamente loucos. Acho
que vou para casa descansar. Minha cabeça não aguenta isso. – Ela
começou a se levantar, então se aproximou e me deu um beijo no
rosto antes de sair engatinhando nua da cama.
Por causa de Nan, não por realmente querer olhar,
fiquei admirando a bunda dela enquanto se vestia. Estava cansado
demais para pensar em mulheres sem roupa.
Paige se despediu de mim com um aceno e então
saiu pela porta levando seus sapatos.
Eu não fazia ideia de onde estava o carro dela,
mas isso não tinha importância agora. Ela morava dois andares
acima, no meu condomínio. O que tornava muito prático ficar com
ela.
Nan se aproximou da cama e se sentou.
– Saia da minha cama, Nan. Juro por Deus que vou
contar em detalhes tudo o que Paige e eu fizemos nestes lençóis
ontem à noite se você não tirar sua bunda da minha cama –
alertei. Na verdade, eu não me lembrava exatamente do que havia
feito na noite anterior.
Mas Nan não precisava saber.
– Você é nojento – gritou ela, levantando-se
e olhando com raiva para mim.
– É, e você também. Pelo menos eu conheço
Paige. Ela não é qualquer uma que peguei na rua e levei para a
cama.
Ela me encarou com fúria nos olhos. Eu a
ofendera. Ela me queria fora da vida dela.
Conseguira. Eu vira demais. Já não estava
interessado.
– Você disse que me amava – lembrou-me ela.
– Eu achava que poderia amar você, Nan. Mas aí
acordei e me dei conta de que uma trepada boa e uma boceta gostosa
não são amor. Na verdade, isso não passa de bom sexo.
A expressão magoada em seus olhos deveria fazer
com que eu me sentisse culpado, mas não me senti. Eu havia
confundido vontade e desejo com amor. Eu não sabia como era amar.
Não do jeito que Joe amava Demi. Nunca sentira aquilo. Agora tinha
noção disso.
Eu não fazia ideia de como era e tinha quase
certeza de que jamais saberia.
– Ótimo. Você quer me magoar, pode me magoar.
Eu mereço – disparou Nan, levantando-se e voltando para a porta. –
Mas isso não acabou, Grant. Posso admitir que ferrei com tudo. Você
só precisa admitir que ainda sente alguma coisa por mim.
Será que sentia? Acreditava que não. Estava com
raiva por ela ter me feito de idiota, mas não podia dizer que
houvesse restado algum outro sentimento.
– Estou tentando consertar algumas coisas. Seria
legal se alguém se importasse e compreendesse.
Eu não iria deixá-la virar o jogo contra mim. Eu
não havia pedido por essa merda toda.
Eu tentara fazer as coisas funcionarem. Ela se
recusara a me deixar ser mais do que um pau amigo. Eu queria mais, e
ela havia deixado claro que eu podia ser facilmente substituído.
– Não acho que eu seja a pessoa indicada para
ajudá-la, Nan. Sei como é sua vida e sei que você é uma escrota.
Mas, ao contrário de Joe, não aceito mais suas justificativas. Está
na hora de você parar de usá-las e mudar. Você está afastando
todo mundo. Quer acabar como sua mãe?
Ela se retesou, e eu soube que havia tocado em um
ponto sensível. Sem dizer uma palavra, ela deu meia-volta e saiu do
meu apartamento pisando duro e batendo a porta atrás de si. Problema
resolvido.
Agora eu podia dormir um pouco.
Quatro capitulos perfeitos enquanto estive fora, eu amei.
ResponderExcluirEstou apaixonada por Nate, amo crianças.
Demi toda safada estou adorando e Joe mais ainda, achei que Grant ia ficad com Harlow, eu já estava os shippando. Nan continua sendo uma vaca frigida, espero q depois da conversa com Grant decida mudar.
Sam, xx
Mt bom nan
ResponderExcluirO Joe defendendo a Demi
Eu não acredito que nan possa mudar
Posta!!!!
Acho que como vocês demoraram para postar as pessoas, já não vêm ver o blog todos os dias, daí talvez ser mais difícil arranjar logo muitos comentários, digo eu... ou então as pessoas andam mais ocupadas, eu falo por mim, a escola ocupa-me o tempo quase todo :)
ResponderExcluirEra muito bom que Nan pudesse mudar, talvez assim ela tivesse uma hipótese de ser feliz, porque com esta atitude dela, ela está afastando toda agente
Posta logooooo
ResponderExcluirPostsa mais
ResponderExcluirPosta logo
ResponderExcluirContinua!
ResponderExcluirserá que essa Nan não vai mudar???? Ela ainda não entendeu que quem afastou o joe da vida dela foi ela própria e não a Demi. quando ela vai aceitar que eles se amam e ninguem os vai separar...ela parece que não quer que o irmão seja feliz, ela é irmã dele não pode ser mulher dele.Ela é uma vaca sem sentimentos, e o Grant esteve muito bem em tentar por-la no lugar dela, ela é burra que não percebe que sendo assim afasta todo o mundo dela...
ResponderExcluire a Demi devia de ter respondida a altura, mas ela ama o joe demais para fazer isso a irmã dele...mas ela merecia.
Posta logo o proximo estou adorando.
Sempre perfeito,nan precisa de uma surra bem dada pela Demi,ela se acha muito,vai acaba sozinha,nem as baratas vão querer ficar com ela.
ResponderExcluir