DEMI
–Ainda não consegui acreditar que você tocou
violão e cantou para mim. Minha nossa,
Joe. Nossa. – Eu ainda estava encantada por ter
olhado para Joe e visto que esperava por mim com um violão. E então,
em vez de ouvir Jason Mraz nos alto-falantes, Joe cantara uma canção
que havia composto para mim. Depois dos presentes e das cartas
enviados ao meu quarto, achei que ele não conseguiria se superar.
Estava enganada.
– Parei de cantar na faculdade. Decidi que
estava cansado das garotas que se interessavam por mim por causa do
Dean. Quando eu cantava, só piorava minha ligação com o Slacker
Demon. Então parei. Mas, por você... Eu a queria subindo ao altar
para mim com a minha voz cantando versos feitos para você. Não uma
canção genérica tocada em um milhão de outros casamentos. – Joe
beijou o ponto logo abaixo da minha orelha. – Não há nem nunca
haverá outro casamento como este – sussurrou em meu ouvido.
Eu me aconcheguei mais em seus braços enquanto
dançávamos a versão de Kiss Me, de Ed Sheeran, sendo interpretada
pela nossa banda ao vivo. Dean havia se oferecido para contratar uma
“banda de verdade”, mas eu não queria isso. Não queria que
nosso casamento fosse mais do que uma reunião íntima. Não queria
transformá-lo em um show. Joe concordara comigo e nós encontramos a
melhor banda de festas que conhecíamos.
– Queria que não estivéssemos com a casa cheia
de gente esta noite – disse eu, encostada em seu peito.
– Não importa. Nós não estaremos lá –
respondeu Joe.
Eu me afastei e olhei para ele.
– Como assim?
Ele sorriu.
– Você realmente acha que eu vou dividir uma
casa com todas aquelas pessoas na noite do meu casamento? O caramba
que vou! Temos a cobertura do condomínio do clube à nossa espera
quando sairmos daqui.
Fiquei feliz por ele ter planejado isso. Não
queria pensar no pai dele e no meu pai na mesma casa que nós naquela
noite.
– Que bom – falei.
Ele deu uma risada que fez seu peito vibrar. Olhei
para os outros convidados. Todos os nossos amigos estavam ali. Todo
mundo que amávamos. Exceto pela irmã... e pela mãe dele. Mas elas
não teriam aprovado o casamento. As duas me odiavam. Ainda assim,
por Joe, eu me sentia mal que elas tivessem perdido esse momento. Só
esperava que um dia elas
fizessem parte das nossas vidas. Eu sabia que,
embora não tivesse falado nelas, ele sentira falta.
– Onde você pôs aquele retalho de cetim? –
perguntou ele.
Sorri e mordi o lábio inferior.
– Eu não tinha bolsos – respondi.
– Eu sei. E então, onde está?
– Enfiado no meu sutiã – admiti.
– Acho que ele vai ter um novo significado para
mim a partir de agora – disse ele, provocando a parte de baixo dos
meus seios com os polegares.
– Obrigada por tudo. O colar, a tornozeleira, o
anel, e eu vou deixar você ficar com o cetim. Embora eu tenha
adorado tê-lo aqui conosco. Saber que ela tocou a vida de nós dois.
Foi perfeito.
Joe apertou o abraço.
– É, foi. – No instante em que o corpo dele
ficou tenso, eu senti. Olhando para ele, vi-o focar em alguma coisa
por cima do meu ombro. Virei a cabeça e avistei Cain parado nos
olhando. – Eu provavelmente devia deixá-lo dançar com você.
Estou tentando me convencer disso – disse Joe, ainda me segurando
com força.
Sorri ao notar a hesitação em seu rosto.
– Se você não quer que eu dance com Cain,
também não quero dançar com ele. Mas preciso ir falar com ele, e
se você quiser ir junto e ficar abraçado comigo, tudo bem. Relaxe.
Eu sou Demi Jonas agora. A garota que ele amava
era Demi Lovato.
Quando mencionei meu novo nome, o corpo todo dele
relaxou, e ele me segurou com mais força.
– Diga isso de novo. Pelo menos a parte em que
você diz o seu nome – pediu ele com a voz rouca.
– Demi Jonas – repeti.
– Caramba, como ficou bom – exclamou ele,
dando um beijo na minha testa. – Vá falar com ele. Mas, se não se
importa... não dance. Não quero as mãos dele em você.
– Então nada de abraço também? – perguntei,
antes de ir na direção de Cain.
Joe franziu a testa e balançou a cabeça.
– Não se ele quiser continuar com os braços
presos ao corpo – respondeu ele, fazendo-me rir. Meu marido
possessivo.
Fui até Cain, que esperava por mim com as mãos
enfiadas nos bolsos e uma expressão de sofrimento no rosto. Não
devia ser fácil para ele. Na cabeça dele, nossa história era para
sempre. Ele não achara realmente que Joe ficaria comigo no final.
Ele estava errado.
– Que bom que você veio – falei, parando a
alguns centímetros de distância, o bastante para deixar Joe
confortável.
– Não vou mentir. Eu não queria vir. Vovó Q
me obrigou – respondeu ele. – Mas você está linda. De tirar o
fôlego, a ponto de doer olhar para você.
– Obrigada. Eu não sabia que Joe havia mandado
as passagens e o convite para vocês até Vovó Q entrar no meu
quarto hoje.
Cain fez que sim com a cabeça.
– É, eu imaginei. Já que foi o Joe quem nos
convidou e não você. Vovó Q estava decidida a vir desde o momento
que recebeu o convite.
– Eu estou feliz, Cain.
Ele me deu um sorriso triste e assentiu.
– Estou vendo. É difícil não notar. Ele está
bem animado também.
Não havia muito mais a ser dito. Nossa história
era passado. Ele havia sido meu melhor amigo um dia, mas agora Joe
era meu tudo.
– Cuide-se – falei, sabendo que precisava
voltar para Joe antes que ele decidisse que Cain e eu havíamos
conversado demais.
– Você também, Demi. Mande fotos do bebê.
Vovó Q vai querer vê-las – respondeu ele.
Eu me virei e voltei para o Joe, que estava parado
na beira da pista de dança com os olhos fixos em mim.
JOE
Normalmente eu passava o Natal bebendo numa
estação de esqui, na companhia da namorada da vez e de alguns
amigos. Era assim que eu costumava passar as festas de fim de ano.
Quando eu era criança, minha mãe não decorava a árvore nem fazia
biscoitos. Eu só vira esse tipo de coisa na televisão.
O cheiro de pinheiros, maçã com canela e
biscoitos enchia a nossa casa. A maior árvore de Natal que pude
encontrar em Rosemary preenchia a nossa sala de estar, que estava
toda decorada com enfeites coloridos e luzinhas brilhantes. Tínhamos
guirlandas naturais e frutas sobre o consolo da lareira e, penduradas
nele, três meias com a letra F bordada. Duas grandes guirlandas com
laços de veludo vermelho decoravam as portas da frente e canções
de Natal tocavam o tempo todo pelo sistema de som. Demi havia
encontrado uma estação de músicas natalinas no rádio por satélite
e me ameaçava caso eu tentasse trocar.
Sob nossa árvore havia uma pilha de presentes
embrulhados em papéis coloridos com laçarotes cintilantes, e eu não
conseguia me livrar dos amigos. Eles estavam sempre em casa. Comendo
os doces que Demi não parava de fazer e bebendo a sidra que ela
nunca deixava acabar. Era como se Papai Noel tivesse se estabelecido
em nossa casa. Um ano antes, isso teria parecido um inferno para mim.
Agora, eu não conseguia sequer imaginar um Natal diferente. Assim
era o Natal ao estilo de Demi, e eu gostava dele. Não, eu adorava
para cacete. Ela cantava desafinadamente as canções natalinas
enquanto tirava biscoitos do forno e polvilhava açúcar nas bolinhas
de manteiga de amendoim comigo ao lado, esperando que ela pusesse uma
delas na minha boca.
Seria assim que meus lhos veriam o Natal, e eu
adorava isso. Eu estava aninhado no sofá vendo filmes natalinos e
bebendo chocolate quente, com a mão sobre a barriga de Demi,
deliciando-me ao sentir meu lho. Era algo que o dinheiro não podia
comprar. Não esse tipo de felicidade.
– Acha que vamos ver seu pai antes do Natal? –
perguntou Demi, entrando na sala de estar onde eu estava admirando a
árvore enquanto ouvia minha mulher cantar We Wish You a Merry
Christmas.
– Duvido. Ele viajou na semana passada –
lembrei-a.
Ela franziu a testa e assentiu.
– Está bem. Então acho que precisamos mandar o
presente dele pelo correio. Comprei uma coisa que preciso enviar para
Harlow também. Queria que você me ajudasse a pensar em alguma coisa
para sua mãe e para Nan. Não sei o que comprar para elas. Não
cheguei a
conhecê-las bem.
Minha mãe e Nan? Ela havia comprado um presente
para meu pai? E para Harlow? Caramba! Tudo o que eu havia feito era
comprar presentes para ela e o bebê. Não havia pensado em escolher
nada para mais ninguém.
– Ahn, tá, ah, tudo bem, eu acho. Mas elas não
esperam ganhar nada. Na verdade, nós nunca trocamos presentes. Não
é uma festa que comemoramos em família.
Demi fez uma cara de decepcionada e me lançou um
olhar triste. Eu não gostava de vê-la assim. Gostava da cantoria
feliz e desafinada que ela estava entoando havia poucos minutos.
– Mas é Natal. A gente compra presentes para
quem ama no Natal. Não precisa ser grande coisa. Só alguma coisa. É
gostoso dar presentes.
Se ela queria dar alguma coisa para minha irmã e
para minha mãe má, então eu compraria o que fosse e mandaria para
elas com um sorriso.
– Está bem, gata. Vou encontrar alguma coisa
para elas e podemos mandar pelo correio junto com os outros
presentes.
Isso pareceu tranquilizá-la, e ela fez que sim
com a cabeça.
– Ah, que bom. Está bem. – Ela começou a se
virar e parou. – Comprei uma coisinha para Kiro também. Precisamos
mandar junto com as outras coisas que vão para Los Angeles.
Não consegui deixar de dar risada. Ela havia
comprado um presente para Kiro. Todo mundo ia achar que eu havia
enlouquecido quando recebesse os pacotes.
– Para o Kiro também. Certo – respondi.
A única coisa boa nas intermináveis compras de
Demi foi que elas me deram tempo para preparar sua surpresa. Ela cava
dizendo que, depois do Natal, precisaríamos pensar no quarto do
bebê. Eu só concordava. Mas também mantinha trancado o último
quarto à esquerda, o que tinha a vista que ela amava.
Joe muito fofo quero ele para mim. E mais um capítulo perfeito.
ResponderExcluirEssa história é lindaaa!!!! É muito amor!!! Continuaaa.....
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