DEMI
No último ano, deixei minha mãe dormir até
tarde porque ela havia passado mal na noite anterior. Eu havia acordado, preparado o café da
manhã preferido dela – waffles de morango com chantilly – e
acendera as luzes da árvore. Seria meu último Natal com ela, e eu
sabia disso. Cuidara para que tudo fosse perfeito.
Quando ela entrou na sala, foi recebida com a
lareira acesa, uma meia cheia de seus luxos preferidos, música
natalina tocando e eu. Ela riu, depois chorou e me abraçou enquanto
comíamos nosso café da manhã antes de abrirmos os presentes.
Queria ter comprado muitas coisas para ela, mas o dinheiro estava
apertado, então tinha usado minhas escassas habilidades criativas e
feito para ela um scrapbook de mim e da Valerie quando crianças.
Mamãe foi enterrada com ele nas mãos.
Este ano, eu vinha fazendo tudo o que podia para
que minha mãe se orgulhasse de mim. Às vezes sua canção natalina
preferida tocava e eu precisava me controlar para não me enroscar em
posição fetal e chorar. Mas ela me fizera prometer algo no ano
anterior. Ela também sabia que era seu último Natal e havia me
pedido um favor: que no Natal seguinte eu comemorasse por nós duas.
Eu estava me esforçando.
Eu despertara antes do nascer do sol e saíra da
cama sem acordar Joe. Precisava ficar sozinha um pouco. Precisava de
tempo para pensar. Para me lembrar. Sabia que, se pudesse me ver
agora, mamãe ficaria muito feliz por mim. Eu estava casada com o homem
que amava. Seria mãe e havia perdoado meu pai.
Segurei o café perto do corpo e puxei as pernas
para debaixo de mim no sofá ao me sentar diante da árvore colorida.
Essa era a vida que mamãe desejaria para mim.
Não sequei as lágrimas do meu rosto porque não
eram todas de tristeza. Algumas eram de felicidade. Algumas eram de
gratidão e outras, de lembranças.
Aproveitei o silêncio e assisti ao nascer do sol.
Joe iria me querer na cama quando acordasse. Eu voltaria para lá
assim que terminasse o café e escovasse os dentes. Este ano, queria
que o Natal fosse perfeito para ele. Era nosso primeiro Natal juntos
e seria o modelo para todos os que viriam.
– Acordar no Natal sem o presente preferido na
cama é uma porcaria. – A voz sonolenta de Joe me assustou e,
quando olhei para trás, o vi entrando na sala de estar. Ele vestira
uma calça de moletom, mas só. Estava com os cabelos desalinhados e
os olhos ainda semicerrados.
– Desculpe. Eu ia voltar para a cama depois de
ver o sol nascer – expliquei enquanto ele afundava no sofá e me puxava para junto de si.
– Eu teria acordado e assistido junto, se você
tivesse pedido – disse ele, repousando o queixo no topo da minha
cabeça.
Tinha quase certeza de que ele faria qualquer
coisa que eu pedisse. Não havia sido por isso que eu o deixara
dormindo.
– Eu sei – respondi.
Joe fez um carinho no meu braço esquerdo, subindo
e descendo.
– Estava precisando de um tempo sozinha? –
perguntou ele. O tom de compreensão em sua pergunta me disse que ele
não precisava de detalhes. Ele sabia.
– Precisava – respondi.
– Precisa de mais um pouco?
– Não – assegurei, sorrindo para ele.
– Que bom. Porque ia ser meio difícil eu me
afastar.
Dei uma risada e apoiei a cabeça no peito dele.
– Está uma manhã muito bonita.
– Está, sim – concordou ele, abaixando a
cabeça até o meu ouvido. – Posso dar um dos seus presentes agora?
– perguntou ele.
– A gente precisa tirar a roupa? – perguntei,
em tom de provocação.
– Ahn, não... mas se você quiser tirar a
roupa, gata, sempre estou disposto a isso – respondeu ele.
Surpresa, me virei em seus braços e olhei para
ele.
– Quer dizer que quer abrir nossos presentes
agora? – perguntei. Achava que fôssemos fazer amor primeiro.
– Não exatamente abrir. Preciso mostrar a você
– disse ele, levantando e puxando-me junto.
Não era o que eu esperava. Concordei e deixei que
ele me levasse até a escada. Talvez fôssemos até o andar de cima
transar, afinal.
Joe parou diante do quarto que eu um dia escolhera
para ser meu. Eu não havia entrado nele desde que o mostrara para
Harlow antes do casamento. A porta estava fechada, e Joe deu um passo
para trás e fez um sinal para eu abri-la. Agora eu estava bastante
confusa.
Dei um passo para a frente para girar a maçaneta
e deixei a porta se abrir lentamente. A primeira coisa que vi foi um
imenso berço de cerejeira no meio do quarto com um elaborado móbile
com animais marinhos exóticos acima dele.
Joe enfiou o braço para dentro do quarto e
acionou um interruptor. Mas, em vez de a luz do quarto se acender, o
móbile se iluminou e começou a tocar. Só que não era uma canção
de ninar. Era a música que Joe havia cantado para mim no dia do
nosso casamento. O móbile era todo iluminado até o teto. Tudo o que
pude fazer foi cobrir a boca de encanto e surpresa enquanto entrava
no quarto. Luzes dançavam pelas paredes enquanto o móbile girava
lentamente, tocando nossa canção.
Havia uma cadeira de balanço no canto com uma
linda manta artesanal em cima dela. Um trocador, um armário e também
uma cama de solteiro decoravam o quarto. A tinta azul-clara das
paredes era perfeita, considerando que uma delas era feita
principalmente de janelas que davam para o céu e o mar que agora
estavam azuis.
Finalmente consegui falar, mas tudo o que saiu foi
um soluço antes de eu me atirar nos braços de Joe e chorar. Aquele
quarto era perfeito, e ele o fizera. Ele havia escolhido o quarto
perfeito para nosso filho.
– Eu realmente espero que essas lágrimas sejam
de felicidade, porque, vou ser sincero: estava preocupado que você ficasse puta comigo. Bethy me disse que talvez você mesma quisesse
decorar o quarto, e eu não havia pensado nisso – disse ele, num
sussurro baixinho.
Bethy não sabia de nada. Talvez ela fosse querer
fazer isso sozinha, mas saber que Joe havia se dedicado tanto para
planejar e executar o quarto do bebê fez meu coração se encher de
tanta felicidade que achei que fosse explodir.
– Está perfeito. Está lindo. Está... Ah, Joe,
ele vai amar este quarto. Eu amei – garanti a ele. Então, agarrei
sua cabeça e a puxei na minha direção para conseguir beijá-lo.
Quem diria que um quarto de bebê incrível, digno
de páginas de revista, poderia deixar uma grávida com tesão?
Três meses depois...
Eu era uma garota sulista. Isso era evidente.
Embora tenha adorado nosso período em Nova York, fiquei feliz ao
voltar para casa, onde podia encontrar chá gelado sempre que
quisesse. Joe também sentira falta de Rosemary. Percebi isso.
Desfizemos as malas e arrumamos todos os brinquedos e roupas que
havíamos comprado para o bebê – que ainda não tinha nome – no
quarto dele. Foi divertido pendurar as roupinhas no armário, dobrar
as mantas e alinhar todos os sapatinhos. Havíamos exagerado um pouco
no enxoval.
Como Grant havia passado em casa para levar Joe
para uma partida de golfe logo depois da nossa chegada, decidi fazer
umas visitas. Não havia nada para comer em casa, e eu estava
faminta. Iria matar dois coelhos com uma cajadada só indo ao clube
para comer alguma coisa e ver se Jimmy estava trabalhando. Peguei as
chaves e saí para pegar meu carro... ou SUV... ou o que quer que
fosse. Ainda não o havia dirigido. O presente de Joe estava na
entrada de carros esperando por mim quando chegamos em casa.
Tudo o que eu sabia era que se tratava da
concepção que a Mercedes Benz tinha de um utilitário. Eu só
estava feliz que ele não houvesse comprado uma minivan.
Aparentemente, o que ele comprara era um dos carros mais seguros do
mercado. Ele tinha falado muito tempo sobre o carro e então me
dissera que, se eu não gostasse, poderia devolvê-lo e pegar o que
eu quisesse.
Era uma Mercedes, pelo amor de deus. Eu não ia
esnobar isso. É claro que eu estava feliz com ela. Só precisava descobrir como dirigi-la.
Olhei para a chave que ele havia deixado. Ele me dera algumas
instruções. Eu devia simplesmente enfiar aquela coisa que
definitivamente NÃO era uma chave na minha bolsa e carregá-la
comigo.
Quando eu tocasse na maçaneta, ela destravaria
automaticamente, desde que a chave estivesse comigo. Então eu
precisava pisar no freio e apertar o botão “on” ao lado da
direção para dar a partida. Todo o resto seria fácil. É, tá bom.
Fiz como ele instruiu e entrei no carro, o que não
é nada fácil quando se está com uma barriga gigante. Depois de
apertar o cinto, consegui dar a partida sem a chave, o que foi muito
esquisito. Eu nem sequer tentei tocar nas coisas do painel. Parecia
que estava num avião. Eu não compreendia nada daquilo. Abri a
bolsa, tirei a arma e a coloquei embaixo do assento. Não a levava
comigo quando estava com Joe. Mas agora que tinha meu carro de novo e
sairia sozinha, e logo com meu filho, queria ter certeza de estar
protegida. Quando o bebê crescesse, eu teria de encontrar outro
lugar para guardá-la. Não a queria em nenhum lugar onde ele pudesse
encontrá-la. Era algo que eu precisava conversar com Joe.
Chegar ao clube foi bem tranquilo. O carro
desligou com um apertar do botão, travei as portas com a coisa que
Joe chamou de chave e entrei.
Assim que cheguei ao salão do restaurante, Jimmy
saiu da cozinha, e nossos olhares se encontraram. Lentamente, um
sorriso tomou conta do rosto dele.
– Olhe para você, mamãe lindona. Até uma
barriga do tamanho de um balão fica sexy em você. Entre naquela
cozinha e espere por mim. Eu já volto – falou Jimmy com um aceno
de cabeça. Como estava levando apenas dois copos d'água, seria
rápido.
Abri a porta da cozinha e entrei. Vários
cozinheiros me cumprimentaram, e eu acenei para eles e tentei me
lembrar do máximo de nomes que consegui.
– Por favor, diga que agora você está de volta
a Rosemary para ficar. Chega de correr o mundo. Senti saudade –
reclamou Jimmy, dando-me um abraço.
– Nenhum plano de ir a lugar nenhum nos próximos
meses – garanti a ele.
– Meu Deus, sua barriga está imensa, Demi!
Quando este bebê vai sair? – perguntou Jimmy e começou a esfregar
a minha barriga. – Você não pode ficar aí para sempre, carinha. Está na hora de sair. Sua mãe não é muito
grande. Ela não consegue aguentar muito mais.
A porta da cozinha se abriu, e eu levantei os
olhos e vi um rosto diferente. A mulher tinha cabelo castanho-escuro
e um corpo excelente. Ficou olhando Jimmy conversar com minha barriga
com um sorriso curioso nos lábios.
– Olá – cumprimentei-a, e os olhos dela
passaram da minha barriga para meus olhos.
Ela tinha olhos lindos também. Onde o Woods a
encontrara? Será que a contratara pela aparência? Porque,
conhecendo Woods, sabia que ele havia notado.
– Olá – respondeu ela com um forte sotaque
sulista que me surpreendeu. A garota não era de Rosemary.
Jimmy deu um passo para trás e abriu um sorriso
para a garota. Ele gostava dela. Bom sinal.
– Que bom que você está de volta, menina.
Ontem foi uma merda sem você – disse ele, então olhando de novo
para mim.
– Della, esta é a Demi. Ela é a minha melhor
amiga que me trocou por outro homem e fugiu. Não posso culpá-la,
porque ele é muito gostoso. Demi, esta é Della. Ela pode ou não
estar pegando o chefe.
Não consegui evitar o sorriso. É, Woods a havia
notado.
– Jimmy! – repreendi-o quando o rosto da
garotou ficou completamente vermelho.
Ela ralhou com ele também. Gostei daquela menina.
Talvez tivesse uma nova possível amiga ali.
– Woods, certo? Esse chefe? – perguntei,
sorrindo, porque de jeito nenhum ela poderia ter alguma coisa com o
pai de Woods.
– Claro que é o Woods. A garota tem bom gosto.
Não pegaria o velho – respondeu Jimmy, revirando os olhos.
– Quer parar de dizer “pegar”? – pediu
ela, ainda vermelha. Eu precisava diminuir o constrangimento dela,
porque Jimmy só estava piorando.
– Jimmy não devia ter me dito isso, mas já que
disse, posso dizer que Woods é um cara legal. Se você estiver
realmente... hum... pegando o Woods, escolheu um dos bons.
– Obrigada – disse ela, contendo um sorriso.
Eu realmente esperava que Woods gostasse dela.
Tive a sensação de que Bethy também iria gostar.
– Se eu não tiver o bebê esta semana, a gente
podia almoçar juntas – sugeri. Ligaria para Bethy e a convidaria
também. Ela olhou para a minha barriga e pude ver que ela achava
altamente improvável que eu conseguisse sair da porta sem ter o
bebê, muito menos esperar até a semana seguinte. Provavelmente
tinha razão.
– Está bem. Parece uma boa – respondeu ela.
Mal podia esperar para contar a Joe. Talvez
devêssemos convidá-la e ao Woods para jantar naquela noite. Seria
divertido.
– Della Sloane. – Um rugido irritado
interrompeu meus pensamentos, e desviei o olhar dela para o policial
parado na porta.
– Sim, senhor – respondeu ela.
Vi seu rosto empalidecendo e olhei em volta em
busca de Woods. Onde ele estava quando se precisava dele? Ele sempre
se intrometia na hora errada quando eu trabalhava ali. Agora seria
uma boa hora para se intrometer.
– Precisa me acompanhar, Srta. Sloane –
anunciou o policial, segurando a porta aberta e esperando que Della
saísse. – Srta. Sloane, se a senhorita não vier voluntariamente,
precisarei contrariar o desejo do Sr. Kerrington e prendê-la aqui
mesmo, nas instalações do clube.
O que ele acabou de dizer? Prender? Sr.
Kerrington? Woods não faria isso. Se tivesse feito, pelo menos teria
aparecido para participar. Além disso, eu sabia avaliar as pessoas,
e Jimmy também. Nós dois gostávamos de Della. Alguma coisa estava
errada.
– Por que ela está sendo presa? Eu não
acredito que Woods esteja sabendo disso – questionou Jimmy,
pondo-se diante de Della, como se para protegê-la. Eu o amei ainda
mais por isso. Ela parecia estar prestes a desmaiar.
– O Sr. Kerrington sabe. Foi ele quem me mandou
aqui para acompanhar uma Della Sloane do prédio e prendê-la assim
que chegássemos ao estacionamento. No entanto, se ela não vier
voluntariamente, será presa agora, junto com qualquer pessoa que se
coloque em meu caminho.
Não acreditei nele. Woods não sabia. Alguma
coisa estava errada.
– Está tudo bem, Jimmy – disse ela, saindo de
trás dele. Assisti impotente enquanto ela saía pela porta.
– Precisa encontrar o Woods – pediu Jimmy,
olhando para mim. – Não acredito nisso.
Acho que tem mais coisa aí, e tudo aponta para o
velho.
Assenti com a cabeça. Eu concordava.
– Eu não tenho o número de Woods no meu
telefone. Como isso incomodava Joe, eu apaguei – admiti, olhando
encabulada para Jimmy.
Ele balançou a cabeça e sorriu, então pegou o
telefone da minha mão e digitou o número de Woods.
– Ligue para ele. Se ele não atender, vá atrás
dele. Eu não posso ajudar. Tenho que voltar lá e cumprir meu turno.
Concordei com a cabeça e saí pela porta a tempo
de ver Della sendo colocada dentro do carro de polícia com muito
mais força do que seria necessária.
O telefone de Woods caiu direto na caixa postal.
Tentei mais uma vez, de novo deu caixa postal. Disparei pelo
corredor, ou, melhor dizendo, caminhei feito uma pata choca o mais
rápido que pude, até a sala dele. Bati na porta: nada. Tentei
abri-la, mas estava trancada. Droga.
Saí às pressas do clube enquanto ligava para o
telefone de Joe. Ele saberia o que fazer, e Woods podia muito bem
estar com ele. Assim que pus o pé na calçada, senti uma cólica
seguida de um jorro de água escorrendo pelas minhas pernas.
Congelei.
Minha bolsa tinha acabado de romper.
JOE
–Para um cara casado, até que você está bem –
provocou Grant quando eu voltei ao carrinho para pegar meu taco.
– Claro que estou. Eu estou casado com Demi. Sou
o cara mais sortudo do mundo – respondi, sem morder a isca dele.
Grant queria me irritar, porque achava divertido.
– Demi está muito gostosa. Mesmo grávida de
nove meses – disse ele com a voz arrastada, inclinando-se para trás
e apoiando as pernas no painel do carrinho.
– Se quiser um nariz quebrado, é só continuar
falando assim, cara – rosnei, olhando furioso para ele.
Ele começou a rir, e percebi que havia conseguido
o que queria. Revirei os olhos. Meu telefone começou a vibrar e a
tocar no meu bolso. Era o toque de Demi. Larguei o taco e peguei o
telefone. Ela não me ligava à toa. Se estava ligando, precisava de
mim. Comecei a caminhar para o carrinho enquanto a esperava falar.
– Oi – falei no instante em que ouvi sua voz.
Ela respirou fundo, e eu engrenei o carrinho e comecei a correr na
direção da sede do clube.
– Minha bolsa acabou de estourar – disse ela,
tentando parecer calma.
– Estou a caminho. Fique aí. Não se mexa. Não
dirija. Só espere por mim.
– Estou no estacionamento da sede do clube.
Estava indo atrás de você quando aconteceu – respondeu ela.
– Estou quase aí, gata, segure firme. Estou a
menos de um minuto, juro – garanti.
Ela fez um barulho de dor e respirou fundo algumas
vezes.
– Está bem – respondeu ela, então desligou.
– Merda – resmunguei, desejando que aquela
porcaria de carrinho andasse mais rápido.
– Pelo que entendi, ela entrou em trabalho de
parto – disse Grant ao meu lado.
– Entrou – disparei. Não queria conversar. Só
precisava chegar mais rápido até ela.
– Acho que isso quer dizer que você não se
importa de ter deixado o taco lá atrás – brincou Grant.
– Caralho! Não, eu não dou a mínima pra porra
do taco.
Grant cruzou os braços.
– Tudo bem. Só para conferir.
– Preciso que pegue meu telefone, encontre o
número de Abe e ligue para ele.
Grant pegou meu telefone e fez o que eu pedi
enquanto eu parava o carrinho e saía correndo pelo gramado até o
estacionamento.
Demi estava parada ao lado da Mercedes que eu lhe
dera, com uma das mãos no carro e outra na barriga. Ela parecia mais
relaxada do que eu havia imaginado.
– Que rápido. – Ela sorriu para mim quando
nossos olhos se encontraram.
– Você está bem? – perguntei, passando os
braços ao seu redor e levando-a até a porta do passageiro.
– Estou bem agora. A contração parou. Mas,
Joe, eu não devia entrar neste carro. Ele é novinho, e eu... bom...
eu estou molhada – disse ela, gaguejando.
– Estou me lixando para o carro. Entre aí. Vou
levá-la para o hospital.
Ela me deixou ajudá-la a entrar no carro, embora
eu pudesse ver a relutância no rosto dela. Ela não queria sujar o
carro novo. Dei um beijo em sua testa.
– Juro que vou mandar limparem tudo direitinho
antes de você sair do hospital – garanti antes de fechar a porta.
Corri pela frente do carro, e Grant estava ali
parado com uma expressão de nervosismo no rosto.
– Ela está bem?
– Ela está em trabalho de parto – respondi o
óbvio, abrindo a porta do motorista.
– Liguei para Abe. O que mais eu posso fazer?
– Ligue para Dean. Ele vai querer saber –
disse a ele antes de fechar a porta do carro. Não me permiti pensar
no fato de que não iria ligar para minha mãe nem minha irmã. Não
havia por quê. Eu não podia confiar nelas perto de Demi.
– Não acha que talvez deva ligar para sua mãe?
Ou será que ela prefere não saber?
Olhei para ela ao pegar a estrada e acelerar rumo
a Destin, onde cava o hospital mais próximo.
– Não quero que elas façam parte deste
momento. Elas não merecem – respondi, estendendo o braço e
apertando sua mão. – Esta é a nossa família agora. Minha e sua.
Nós decidimos quem deixamos entrar.
Demi assentiu e encostou a cabeça no banco do
carro. Percebi que ela estava sentindo dor pela expressão tensa em
seu rosto, embora ela continuasse em silêncio.
– O que eu posso fazer para ajudar? –
perguntei, ansioso para que aquilo acabasse.
– Dirigir – respondeu ela com um sorriso
tenso.
Ela apertou minha mão e soltou um suspiro
profundo de alívio.
– Esta passou. As contrações não estão
durando muito e não estão próximas demais, então ainda temos
tempo. – Ela parecia sem fôlego.
Ela apertou minha mão de novo.
– Joe!
Quase saí da estrada.
– O que foi, gata? Você está bem? – Meu
coração parecia que ia sair pela boca.
– Esqueci da Della. Você precisa ligar para
Woods. Ele tem que saber que a polícia prendeu Della.
Quem era Della, cacete? Ela estava alucinando?
– Gata, eu não conheço nenhuma Della –
respondi cuidadosamente caso aquela alucinação pudesse deixá-la
maluca. Eu não lera a respeito disso em nenhum dos livros que ela
mantinha na cabeceira da cama.
– Della é a garota com quem Woods anda saindo.
Jimmy acha que os dois estão transando. Ela foi muito simpática,
gostei dela. Pareceu muito assustada. Woods precisa ajudá-la.
Ela fora ao clube para visitar Jimmy. Era por isso
que estava lá. Não porque estava em trabalho de parto. Agora as
coisas estavam fazendo sentido.
– Grant ficou com meu telefone. Onde está o
seu? – Se isso não fosse tão importante para ela, eu não estaria
me preocupando com a vida amorosa de Woods e sua suposta namorada
sendo levada pela polícia. Porque essa merda não parecia coisa boa,
e eu não queria Demi envolvida em algo perigoso. Mas minha esposa
não precisava de ainda mais estresse, então eu faria o que pudesse
para ela se sentir melhor.
– Ele não está atendendo o telefone. Cai
direto na caixa postal. Para quem mais podemos ligar? – perguntou
ela.
Peguei o telefone dela e liguei para Grant.
– Liguei para Dean, e ele vai pegar o próximo
voo para cá. – Foi como Grant atendeu a chamada.
– Obrigado. Olhe só, Woods não está atendendo
o telefone dele. Ligue para o pai dele. Diga a ele que a Della... –
z uma pausa e olhei para Demi, que fez que sim com a cabeça para
indicar que eu havia acertado o nome –... que a Della foi presa e
que está precisando de ajuda.
– CARALHO! Quando Della foi presa? O que foi que
aconteceu? – rugiu Grant no meu ouvido. Acho que ele sabia quem era
Della.
– Não sei. Minha esposa está em trabalho de
parto. Ligue para o pai dele. Ele vai encontrá-lo. Preciso ir.
– Vou dizer a ele – respondeu Grant, e eu
desliguei.
– O pai de Woods vai encontrá-lo – garanti a
Demi.
Ela franziu a testa.
– Disso eu não tenho certeza, mas talvez tenha
entendido mal. – Ela parou de falar e apertou minha mão de novo.
Mais uma contração.
Posta maaaaaaaaaaaais
ResponderExcluirE chegou o tão esperado momento do parto :) Agora fiquei foi muito curiosa sobre quem é essa Della e o que raio se passa para ela ter sido presa
ResponderExcluirPosta logoo
ResponderExcluirMuito curiosa pra saber o que vai acontecer..... o que será que a Della aprontou.... e o baby Jemi,.... awn,..... família lindaaa...... a bruxa mãe e a bruxa irmã vão aparecer? E o Grant e a Harlow ? Continua logooo pfvr......
ResponderExcluirContinua...please
ResponderExcluirAmo essa fic
ResponderExcluirNão acredito que tá acabando :(
Posta maiiis!!!!!
Amo essa fic
ResponderExcluirNão acredito que tá acabando :(
Posta maiiis!!!!!