21.3.16

Paixão Inesperada - Capitulo 21 (1/2) - Despedida de Solteiro


~
Demi
— Nós temos tão pouco tempo, logo vou ter que voltar para o escritório, não atenda. — Joe diz puxando meu corpo nu para junto do seu, me impedindo de chegar até meu celular que toca estridentemente.
Meus protestos são silenciados por seus lábios gentis. Suspiro de prazer e me perco em suas caricias, o celular e aquele que me liga logo esquecidos.
Quando a pessoa do outro lado insistentemente liga mais uma vez, Joe solta um suspiro exasperado e me solta.
— Atenda e depois desligue esse aparelho maldito.
Pego o celular e atendo sem olhar o visor.
— Alô?
— Aleluia, sis. Porque você não atendeu quando liguei a primeira vez? — A voz de Miley chega aos meus ouvidos com interferência.
— Oi, Miley... — Me deito na cama segurando o aparelho com uma mão e o lençol, cobrindo meus seios, com outra. — É que eu estava...Humm...Ocupada.
— Olha, te liguei por causa de Selena, ela está vindo para a cidade. Se você chegar até aqui nos próximos vinte minutos conseguiremos segui-la e...
— Sinto muito, mas eu não vou poder fazer isso hoje. — Sorrio e bato na mão de Joe quando ele tenta puxar meu lençol para deixar exposto meus seios. Ele não gosta que eu me cubra, diz que eu sou linda e que gosta de me observar, o que me deixa um pouco sem graça, é estranho ter ele olhando meu corpo o tempo todo.
— Miley, já estamos nisso há uma semana e não descobrimos nada, a não ser a frequência com que Selena vai ao supermercado e a farmácia. — Digo assim que minha irmã começa a protestar.
— Talvez você tenha razão, talvez não. Você não acha que ela percebeu que estamos a seguindo e vem nos despistando a semana inteira, acha? — Será? É possível, mas acho que não. — Respondo.
— Tudo bem, de qualquer forma, vou segui-la sozinha hoje, se não acontecer nada que indique o porquê do comportamento estranho de Selena, essa história de segui-la acaba aqui.
— Por mim tudo bem, apesar de me deixar triste que não tenhamos conseguindo descobrir nada para ajudar Nick.
— Eu sei, eu também. — Ela responde com uma voz triste. — Espero que se acertem sozinhos.
— Qualquer novidade me avisa, ok?
— Tudo bem, até mais sis.
— Até. — Encerro a chamada e devolvo o celular para o seu lugar.
— Que conversa estranha foi essa? — Joe me puxa para seus braços e eu descanso minha cabeça em seu peito.
— Você vai rir, ou não. Mas eu e Miley temos seguido Selena para tentar descobrir o que está acontecendo com ela.
— Sério isso?
— Muito sério. Eu te disse o quanto queria ajudar meu irmão, mas infelizmente não descobrimos nada seguindo Selena. E pelo que eu sei, as coisas não estão muito melhores entre ela e Nick. — Digo com pesar.
— Sinto muito por isso, linda. — Sorrio ao ouvi-lo me chamando de linda. Ah, como eu adoro quando ele me chama de linda, amor, princesa ou esses outros apelidos carinhosos. Joe tem se mostrado um namorado muito atencioso, carinhoso e romântico. Certa vez quando estávamos na cama, um nos braços do outro logo depois de fazermos amor, ele me confessou que estava muito inseguro e com medo de não saber me tratar como eu merecia, que devido a sua falta de experiência nesse quesito, não sabia como ser um bom namorado, mas estava mais que disposto a aprender se eu tivesse paciência com ele.
Difícil acreditar em suas palavras quando eu me sinto a mulher mais feliz e amada do mundo, para mim sua dedicação compensa sua falta de experiência em namoros, e ele tem se saído maravilhosamente bem em ser meu companheiro. Claro que Joe tem seus defeitos, e que às vezes provocam alguns atritos, mas todos somos assim.
— Espero que com o casamento da Dani e do Kevin, eles se acalmem o suficiente para resolverem os problemas sem brigar mais.
— Nossa, não acredito que o meu irmãozinho vai se casar. Estou tão feliz por ele. — Joe diz com orgulho na voz.
— Ele e a Dani formam um casal tão bonito, não é? Também estou muito feliz que eles finalmente vão se casar.
— Quando é mesmo que vocês vão buscar o pessoal no aeroporto?
— Amanhã. Gwen e Aiden e a tia Bárbara devem chegar no começo da tarde. Titio vai chegar um dia antes do casamento, junto com um amigo de Dani, Preston.
— Droga. — Joe diz ao ver que horas são. — Preciso voltar para o escritório.
Sinto falta do seu contato, do seu calor, no mesmo instante em que ele se levanta apressadamente da cama.
Observo com um sorriso travesso quando ele volta do banheiro, com o cabelo ainda molhado do banho, e se veste.
Joe tem um corpo maravilhoso, toda vez que ele começa a tirar as roupas na minha frente, meu coração bate mais rápido pelo desejo e pela necessidade de vê-lo em toda sua glória. Mas devo admitir, nunca achei que vê-lo se vestir fosse tão excitante quando vê-lo se despir. Joe é absolutamente sexy em tudo que faz, até mesmo quando está cobrindo aquele corpo feito para o pecado.
Joe
— Senhor, a Sra. Thompson está aqui e deseja vê-lo.
Era só o que me faltava agora. O que será que ela quer dessa vez? Pelo menos pior que aquele almoço maldito não pode ser, ainda não acredito que ela tenha me dito aquelas coisas.
— Tudo bem, pode deixa-la entrar. — Digo com muita má vontade.
Quando Eva entra, faço questão de mostrar meu aborrecimento por vê-la, deixando a expressão carrancuda.
Ela senta-se em uma das cadeiras a minha frente sem ser convidada, age como se fosse dona do lugar e isso me irrita pra caralho.
— O que você quer? — Digo sem rodeios e sem me preocupar se estou sendo grosseiro.
— Vim saber qual é a sua resposta, afinal você não me procurou ou me telefonou.
— Eu já te disse a minha resposta naquele almoço, onde você me fez aquela proposta infame.
— Sei disso, mas achei que talvez você quisesse reconsiderar, afinal é a sua carreira que está em jogo. — Ela diz com um sorriso satisfeito que embrulha meu estômago.
Não acredito que ela tenha vindo aqui para falar daquela proposta, não, chantagem é a palavra mais correta, depois de tudo o que eu disse naquela tarde.
— A minha resposta é a mesma.
— Você tem consciência que se sua resposta continua sendo não, eu vou persuadir Carlson a assinar o contrato com outra empresa, e não com a Townsend, não é?
— Você foi muito clara quando me chantageou na primeira vez, e como eu disse minha resposta continua sendo não. — Digo decidido.
— Você vai perder um dos maiores contratos, se não o maior, por causa desse seu orgulho bobo e daquela mulherzinha que...
— Não ouse falar nela, ok? — Digo com raiva quando ela coloca Demi no meio.
Como o meu relacionamento com Demi ainda é segredo, a única coisa que eu contei para Eva era que eu estava apaixonado e muito feliz com uma mulher só, claro que ela não aceitou a minha recusa a ceder a sua chantagem muito bem.
— Nossa, quanta disposição em defender a mulher misteriosa. Nunca achei que esse dia chegaria, você esta mesmo apaixonado, Joe? — Eva lança-me um olhar cético.
— Eu a amo com todas as minhas forças, é por isso que eu arriscaria tudo, inclusive um contrato milionário, por ela. — Digo com ferocidade.
— Você tem certeza disso? Aposto que seu chefe não vai gostar nada de você ter perdido o contrato para a concorrência.
— Nós não vamos perder. Você pode até tentar persuadir seu marido a assinar com outros, mas Carlson é um homem de negócios, ele sabe que nós somos a melhor escolha.
— Você não está mesmo levando a sério o meu poder de influencia-lo, não é? Muitos contratos já foram fechados por minha causa, assim como muitos não foram. Eu sou a advogada dele, e caso meus argumentos como profissional não consigam o que eu quero, você pode imaginar que eu tenho outros meios para persuadi-lo. Você mesmo já experimentou alguns deles, e devo dizer que eu melhorei muito com os anos.
Sinto meu estômago se revirar com as lembranças que suas palavras me trouxeram. Quem me dera eu pudesse tirar tudo de sórdido que eu fiz no passado, com ela e com todas as outras.
— Acho que vou arriscar. Se for só isso que você veio fazer aqui, pode ir. — Levanto-me de minha cadeira e aponto para a porta, num convite nada amistoso para que ela suma de uma vez.
Eva se levanta, mas não se encaminha para a porta, ao invés disso dá a volta na mesa e se aproxima, meu corpo fica tenso na hora e dou um passo para o lado oposto.
— Ela realmente vale tudo isso? Duvido que ela concorde em fazer todas as coisas que eu fazia e que eu sei que você adora. — Ela diz num ronronar sedutor, sua mão alisando minha gravata azul escuro que combina com meus olhos.
— Ela vale mais do que você possa imaginar, não tem nada que eu não faria por ela, e principalmente, não tem nenhuma chance de eu fazer algo que vá magoa-la e machuca-la.
— O que os olhos não veem, o coração não sente. — Ela diz com aquele sorriso predatório, que um dia, há muito tempo atrás, me excitava. Mas não mais. Seguro sua mão que agora começava a deslizar de minha gravata para meu peito.
— Eu a amo. Aceite isso e vá ser feliz com seu marido, e me deixe em paz.
— Ah Joe, você já se esqueceu como é estar comigo. Garanto que uma vez que você se lembre, não vai mais ficar fazendo declarações para essa mulher que você acha que ama, e vai voltar para mim rastejando, desesperado pelo tipo de prazer que só uma mulher como eu pode te oferecer.
— Isso não tem a menor chance de acontecer. Agora, faço o favor de se... — Não tenho tempo para terminar minha frase, porque Eva se atira em meus braços tão subitamente que meu tempo de reação é mínimo, dando-lhe uma brecha para juntar sua boca com a minha.
Seguro seus braços e tento afasta-la, mas suas mãos se entrelaçam em meu pescoço e a mantem firmemente colada a mim. Sendo assim, tento livrar meu pescoço de suas garras, mas até que consiga sua boca continua na minha, me provocando tanto nojo e repulsa que sinto que posso vomitar a qualquer instante.
Quando finalmente consigo me livrar dela, a empurro sem pensar nas consequências de uma possível queda, ela de fato se desequilibra mas se mantem em pé e não cai.
Esfrego minha boca com força tentando me livrar de qualquer resquício de Eva, havia prometido a mim mesmo quando me descobri apaixonado por Demi, que meus lábios – assim como eu por inteiro – seriam apenas da minha linda Little Nips. Sinto muita raiva de Eva por me fazer quebrar minha promessa.
— Saia daqui! Agora! — Grito tão alto que tenho certeza que todos no andar ouviram. Eva parece surpresa e por um momento, assustada com minha reação. É bom mesmo que ela sinta medo, que ela veja o quão sério estou falando.
Vendo que ela nem ao menos saiu do lugar, agarro-a pelo braço de uma forma rude e que deve estar machucando-a e a arrasto até a porta.
— Diga o que quiser ao seu marido, não me importo. Só não quero ter que ver sua cara novamente. — Esbravejo com fúria, quando abro a porta e a jogo para fora.
A surpresa inicial dá lugar a raiva, e Eva me fuzila com os olhos. Ainda mais por ter algumas pessoas no corredor e que acabaram de testemunhar sua expulsão, deixando-a humilhada e furiosa.
— Você vai se arrepender disso, Joe. — Ela diz com os dentes cerrados. — Esse contrato vai ser a primeira coisa que você vai perder. Depois será seu emprego, depois sua vadiazinha e por último sua dignidade, quando você vir me procurar rastejando e implorando para que eu o perdoe e aceite de volta. Você vai se arrepender amargamente por essa humilhação e por todas as outras que me fez passar no passado.
Se ela pretendia dizer algo mais, não sei, pois bati a porta com força em sua cara.
Fecho e abro os punhos repetidas vezes, sento-me novamente a mesa e tento com todas as minhas forças me acalmar, mas essa mulher conseguiu me fazer explodir.
Depois de alguns minutos, quando percebo que minha raiva não se abrandou, sei que só tem uma pessoa que pode me fazer esquecer de Eva e de minha raiva.
— Oi, meu amor. — A voz animada de Demi me recebe assim que ela atende a ligação. Um sorriso imediato se forma em meus lábios, e como se fosse milagre, sinto a raiva se apaziguando dentro de mim.
“Meu Deus, o que essa mulher faz comigo!”
— Oi, minha princesa. Pela sua recepção posso presumir que está sozinha?
— Estou, mas não por muito tempo, logo teremos que buscar o pessoal no aeroporto.
— Ah é verdade, não quero te atrapalhar, mas estava com saudades, precisando ouvir sua voz. — Digo recostando a cabeça na cadeira e fechando os olhos, imaginando ela segurando o celular e conversando comigo, com aquele sorriso lindo no rosto.
— Que bom que você ligou, também estava com saudades.
— Vamos nos ver hoje à noite? — Pergunto apesar de sempre nos vermos, por isso quando ela excita, pressinto que hoje a noite será diferente.
— Não sei, amor. Agora que a Gwen vai vir para cá, a Dani vai querer sair, ter uma noite de meninas ou sei-la. E ainda tem a despedida de solteiro amanhã. Falando nisso, você sabe o que os meninos pretendem fazer?
— Nada está definido ainda, que eu saiba.
— Você vai? — Ela diz com a voz menos animada.
— Bem, é a despedida do meu irmão, então vou sim. — De repente, quando percebo o que está por trás de sua pergunta, sinto um sorriso ainda maior se espalhar por meu rosto. — Porque, está com ciúmes?
— Humm, isso depende de onde será essa tal despedida. — Eu rio.
— Não se preocupe, não sei exatamente os planos de Kevin, mas duvido que seja algo que vá desagradar minha princesa ciumenta.
— Mitchie escutou uma conversa de Jason com Aaron, eles estavam falando sobre a despedida de Kevin ser num clube de stripers. E a Dani também acha que vocês vão aprontar. — Ela diz com certo desconforto na voz.
 — Acho muito difícil que Kevin vá concordar com isso de stripers, amor. Você e Dani não precisam se preocupar.
— É, na verdade isso tem mais a cara do Jason mesmo.
— Mas e vocês, tenho que me preocupar com essa despedida de solteiro?
— Eu não faço a mínima ideia do que a Dani pretende, ela foi muito vaga. Apenas disse que ela mesma iria organizar a despedida, porque se dependesse de nós tudo seria muito sem graça.
— Bem, se tratando da Dani, eu espero qualquer coisa. O que me deixa tranquilo, é que se ela quiser fazer qualquer coisa mais maluca, o Kevin vai botar um freio nela. Mas de qualquer forma, tenha juízo amanhã.
Ela ri e meu bom Deus, parece com a risada de um anjo, um som quase divino e que arrepia meu corpo. Será que algum dia isso vai mudar, vou me acostumar a ela e essas sensações?
— Você também, hein.
— Pode ficar tranquila, linda. Mas agora, vou desligar, tenho que trabalhar. Se você conseguir escapar de qualquer programa que a Dani tenha em mente para hoje à noite, apareça para me fazer uma surpresa.
— Infelizmente não tenho mais nenhuma lingerie nova com que te surpreender. Acho que vou ter que ir sem nada por baixo, então. — Ela diz com a voz baixa, e imagens de Demi nua invadem minha mente e eu gemo.
— Baby, não faça isso comigo. Como você espera que eu vá para a minha reunião com uma baita ereção?
— Se vire, bonitão. — Ela diz rindo. — Cuide disso você mesmo por agora, e eu prometo que na próxima vez que nos virmos, eu cuido para você.
Gemo de novo ao telefone. Como, como ela consegue ser essa mistura perfeita de uma mulher sensual e tímida? Isso me enlouquece!
— Você está me provocando, linda. Vou ter que cuidar de você mais tarde. — Digo maliciosamente.
— Estou contando com isso. — Ela diz e simplesmente desliga, e me deixa encarando o celular, me perguntando como é possível que a cada dia eu a ame mais.
Demi
— Lá estão eles. — Dani dá um grito animado e sai correndo em direção a sua melhor amiga, Gwendolyn, e seu marido, Aiden.
Eu já havia visto Gwen uma vez, mas seu marido é a primeira vez que vejo. Quanto mais me aproximo dele, mas percebo como ele é incrivelmente lindo. Loiro, olhos claros, e um corpo que pelo que dá para perceber, é forte e rijo.
Ele está usando uma calça jeans surrada, uma camisa social preta com as mangas dobradas, expondo algumas tatuagens, e um coturno. Sua postura é intimidante, diz claramente “não mexa comigo” e admito, é muito sexy esse estilo bad boy. Antes de Gwen se afastar dele para abraçar Dani, seu braço estava protetoramente ao redor da esposa.
Não a muito que dizer da melhor amiga da minha prima, ela é linda. Cabelos castanho escuro e traços lindos e suaves, como eu me lembrava. Gwen e Aiden formam um casal lindo, e somente pelo jeito que se portam perto do outro, posso dizer que são completamente apaixonados.
Miley se aproxima comigo do casal recém chegado, assim que Dani solta Gwen eu e Miley a cumprimentamos, e em seguida Aiden nos é apresentado. Contrastando com sua aparência intimidadora, ele nos dá um sorriso lindo e charmoso.
É, Gwen é uma garota de sorte.
Tia Bárbara diz algo sobre Dani ter corrido abraçar Gwen primeiro e não ela, Dani diz algo para sua mãe, parecendo provoca-la e então a abraça. Depois é a vez de Miley e então finalmente a minha.
Colocamos as malas no porta malas do carro e seguimos para a fazenda. Aiden e Gwen ficarão na casa dos Jonas, enquanto os pais de Dani ficarão lá em casa.
Quase uma hora depois, quando chegamos à fazenda, mal estacionamos o carro e mamãe sai correndo de casa e segura sua irmã em um abraço apertado.
Muita conversa, abraços e apresentações seguem. Mamãe havia preparado um verdadeiro café, com tudo que se tem direito, para nossos convidados.
No final da tarde Miley e eu nos despedimos de todos e pegamos o carro, guiando de volta para Dallas.
Ela parece muito diferente agora que estamos sozinhas e confinadas no ambiente pequeno do carro, ela está quieta demais e com um olhar preocupado.
— Algo errado, sis? — Pergunto depois de mais de meia hora de silêncio.
— Eu ainda não sei, talvez.
— Como assim? Você e o Miguel brigaram, é isso?
— Não, Miguel e eu estamos ótimos. O problema é a Selena.
— O que aconteceu, você finalmente descobriu algo? Fale logo. — Digo me empertigando no banco, minha voz soando urgente demais até para mim.
— Eu não sei se é relevante, se tem algo a ver com o problema entre ela e Nick, provavelmente não. Mas quando eu a estava seguindo ontem, bem, ela foi para o posto de saúde, e ficou um bom tempo lá dentro.
— Ela pode ter tido uma consulta médica rotineira, nada demais. — Comento.
— Poderia ser, se ela não tivesse saído de lá aos prantos. Não a segui até lá dentro, estacionei o carro perto o suficiente para ver quando ela saísse, mas para que ela não me enxergasse. Quando ela saiu do posto de saúde estava visivelmente abalada, chorando muito apesar de tentar disfarçar, e tremia também. Derrubou as chaves e mal conseguiu abrir o carro de tanto que tremia. Ela ficou uns bons vinte minutos dentro do carro chorando. Fique tão preocupada, Demi, queria ir até lá e falar com ela, perguntar o que estava acontecendo. Mas acabei não indo, então de repente ela se recompôs e seguiu o caminho de volta para Wills Point.
— Você acha que... — Engulo as palavras amargas, mas elas voltam e me obrigam a proferi-las. — Você acha que tem algo de errado com Selena? Que talvez ela esteja doente?
— Não faço ideia, mas algo aconteceu, com certeza. Mas sabe que faz sentindo, se ela está com algum problema grave de saúde, seria motivo suficiente para ela agir estranhamente. E as suas idas misteriosas até Dallas, talvez ela esteja indo em consultas médicas.
— Mas, porque não contar para Nick, para todos nós? Assim poderíamos apoia-la no que quer que seja. — Miley balança a cabeça tristemente e minha pergunta paira no ar, sem resposta.
Por favor, Deus, que não tenha nada de errado com Selena. Por favor.
— O que você acha que devemos fazer com essa informação? Confessar para Selena o que você viu e exigir uma explicação?
— Talvez? — Ela me lança um olhar questionador e percebo que ela não faz a mínima ideia do que devemos fazer agora.
— Acho que sim, devemos falar com ela. Nos metermos no casamento dos outros não é nada agradável e educado, mas talvez se conversarmos com ela e blefarmos, se dizermos que sabemos que tem algo de errado com sua saúde e que queremos ajuda-la, então talvez ela conte tudo de uma vez.
— Mas que merda, ela tinha que contar tudo para Nick, não para nós. Não quero ficar numa posição difícil com Selena, muito menos com Nick.
— Mas é o que temos que fazer, se ela não procura ajuda da família, então teremos que ajuda-la na marra. Seja o que for, ela não pode enfrentar isso sozinha.
— Concordo. E além do mais, pode ser que não seja nada disso, não é? Ela pode estar saudável como um cavalo e nós é que estamos vendo coisas. — Franzo a testa com sua comparação, e torço para que ela tenha razão, mas algo no meu coração diz que não é nada disso, que Selena está com algum problema de saúde e alguma noticia perturbadora a fez chorar escondida em seu carro ontem.
— Temos que falar com ela, logo depois do casamento de Kevin. — Digo com uma voz sombria, e com o coração pesado de preocupação.
— Isso seria divertido.
— Com certeza. — Dani concorda com Gwen enquanto descemos as escadas rindo. Denise e Paul organizaram um grande almoço para juntar as duas famílias antes do casamento, mais para um momento de descontração, e alguns amigos foram convidados também. Como Mitchie e o namorado Aaron, Jason – primo de Aaron – além de é claro, Gwen, Aiden e Miguel.
Miley, Mitchie, Dani, Gwen e eu fomos para cima depois do almoçar para fofocarmos e tentarmos arrancar de Dani, o que ela pretende para sua despedida de solteiro, hoje à noite. É claro que são as damas de honra que deveriam cuidar disso e fazer uma surpresa para a noiva, mas como com Dani nada é convencional, ela é quem nos surpreenderá.
Quando estamos chegamos ao pé da escada, escutamos a voz de um Jason muito indignado vindo da sala ao lado.
— Não acredito que vocês vão cortar meu barato. Qual é, isso é uma despedida de solteiro ou o que?
— Hey, o que está acontecendo? O que vocês fizeram para deixar esse menininho emburrado? — Dani curiosa entra na sala e pergunta, bagunçando o cabelo de Jason como se ele fosse uma criança. O que às vezes eu acho que ele é.
Kevin, sentado no sofá ao lado de Joe, estende a mão e quando Dani a segura, ele a puxa para sentar em seu colo.
Aaron puxa Mitchie para seus braços e Gwen se aproxima de Aiden, que também está na sala, e abraça sua cintura. Miley vai se sentar ao lado de Miguel, no outro sofá, e ele funga em seu pescoço, a fazendo rir e se encolher.
Não consigo me segurar e meu olhar se volta para Joe, ele me encara disfarçadamente e eu lhe dou um sorriso rápido e tímido. Olhando em seus lindos olhos azuis, posso até adivinhar o que ele está pensando agora, com todos esses casais e suas demostrações de afeto. Ele queria me puxar para si e me abraçar, ele queria poder demostrar nosso amor na frente de todos, como nossos amigos. Ao invés disso, temos que ficar separados, fingindo estarmos indiferentes com a presença um do outro.
“Em breve, em breve contaremos a todos.”
O casamento de Dani é amanhã, depois disso falaremos com Selena e tentaremos faze-la confessar qual é o problema, para tentarmos ajuda-la e ao meu irmão. E logo,logo mesmo, quando nossas famílias estiverem menos alvoroçadas com essa história de casamento e brigas conjugais, vamos contar para todos. Não vamos mais esconder nosso amor, e ele vai poder me abraçar em público sempre que quiser.
— Não é nada meu amor, é só o Jason...Bem, sendo Jason. — Kevin diz para Dani.
— Aposto que se eu conversasse com a Dani, ela seria muito mais compreensiva do que vocês, idiotas. — Jason diz e vejo a curiosidade nos olhos da minha prima.
— Então fale de uma vez. — Ela diz encarando Jason.
— Cara, não. Deixa para lá. — Kevin diz em um tom menos amistoso.
— É, Jason. Esquece, se você quer ir, vá sozinho. — Aaron diz.
— Ah meu Deus, fale logo. — Dani reclama.
— O negocio é o seguindo, gata. — Jason começa a dizer com aquele jeito tão característico dele. — Eu quero dar ao seu noivo, uma verdadeira despedida de solteiro, uma que ele nunca irá esquecer, acontece que esses perdedores estão barrando minha ideia. — Ele aponta para os “perdedores” na sala.
— E como seria uma verdadeira despedida de solteiro? — Dani pergunta com um sorriso divertido.
— Num bar de stripers, é óbvio. — Jason responde como se Dani fosse idiota.
— Mas nós já falamos para ele que não vai rolar, ele só não entendeu isso ainda. — Kevin se apressa em explicar.
— Porque não vai rolar? — Dani pergunta e Kevin a olha confuso, como se fosse óbvio e ela não precisasse perguntar.
— Hum, porque é um bar de stripers. — Ele diz a palavra lentamente, como se testando se Dani realmente sabe o significado. — Onde mulheres ficam nuas, algumas até se esfregando e você e, hum, outras coisas acontecem.
— Desde que seja só para olhar, não vejo problemas. — Dani diz naturalmente, e a reação que vem a seguir é de puro espanto, todos olham para ela parecendo por um momento em choque. Kevin a olha como se ela tivesse acabado de lhe dar um tapa.
— Você está dizendo que por você tudo bem irmos a um lugar para ver mulheres peladas? — Ele parece não acreditar na compreensão da noiva, na verdade nem eu.
— Desde que seja só para ver.
Kevin fica sem saber o que dizer, os meninos se olham com confusão e Jason começa a rir.
— É por isso, cara... — Ele aponta o dedo para Dani. — Que eu amo a sua noiva. É isso aí, essa noite será épica. — Ele diz dando um soco no ar com demasiada empolgação.
— Você está falando sério, Dani? — Joe pergunta, ainda surpreso pelo inesperado rumo daquela conversa.
— É claro, cunhadinho. Mas, bem, tem uma pequena condição.
— O que? — Kevin pergunta curioso.
— Ah não é nada demais, só que se vocês meninos vão se divertir, nós meninas também merecemos ter uma, como Jason disse, verdadeira despedida de solteiros. Vocês vão ver algumas stripers e eu e as meninas alguns gogo boys.
— É claro que não! — Joe praticamente grita e todos olhamos para ele surpresos com a veemência e ferocidade que ele diz essas palavras.
— Nossa irmão, você não acha que tinha que deixar essa reação para alguns de nós que de fato precisamos nos preocupar? Não é a sua namorada que está propondo ir ver caras pelados.
Joe me encara e eu o olho assustada. Ele está começando a ficar vermelho e me lança aquele olhar determinado, me dizendo sem precisar de palavras “sem chance”. Ele está dando bandeira, agindo como um namorado ciumento na frente dos outros.
“Droga, Joe. Pare de me encarar, agora.”

-----------------------------
Hey gente, olha quem deu as caras outra vez!
Como vocês estão? 
Estamos indo para o final da fic.
See you soon...

9.3.16

Paixão Inesperada - Capitulo 20 - Nosso Amor Vale a Pena


~

Joe
— Eu te amo. — Digo pela milionésima vez, e digo de coração.
Não sei, mas sinto como se todos esses ‘eu te amo’ não ditos ao longo desses anos, estivessem desesperados para se libertarem. Estou bombardeando Demi com uma enxurrada de palavras e gestos carinhosos, e para minha felicidade, ela não parece se importar.
Depois da nossa declaração e de me livrar dos meus convidados na sexta à noite, eu “raptei” Demi e nós dois ficamos o final de semana inteiro juntos, trancados em meu apartamento.
— Eu também te amo. — Ela responde e dá um beijo em meu peito nu, depois volta a se deitar em meu braço e eu não consigo tirar esse sorriso bobo da minha cara, e não tenho certeza se eu ao menos quero. Estou me sentindo tão bem e tão feliz.
Aperto meus braços em volta do seu corpo quente e delicado e beijo seus cabelos. Ficamos em silêncio por vários minutos seguidos, mas não precisamos mais tanto de palavras, nossas caricias, beijos e sorrisos falam por si só.
Demi começa a rir sozinha e eu lhe pergunto o que é tão engraçado, ela me diz que não é nada.
— Conta, o que foi? — Pergunto quando ela ri de novo.
— É só que...Não era para eu me apaixonar, lembra? — Ela diz e eu posso sentir o sorriso em seus lábios.
Eu sorrio ao me lembrar daquela noite em que eu lhe fiz aquela proposta e deixei claro que nenhum sentimento amoroso poderia surgir da nossa relação casual, o que na época parecia algo absurdo para mim, e tenho certeza que para ela também. Ela garantiu com tamanha veemência que não corríamos esse risco, e eu sabia, ou pelo menos achava que sabia, que aquilo não era um problema para mim também.
Mas aqui estamos nós, ambos descumprimos nosso acordo, e eu não poderia estar mais feliz por isso.
— Fico contente que você tenha feito. — Digo acariciando levemente suas costas.
— O que acontece agora? — Ela pergunta com um tom mais sério, preocupado eu diria.
— O que você quer dizer? — Pergunto e ela levanta a cabeça, apoia o queixo em meu peito e me encara com seus lindos e hipnóticos olhos preciosos.
— O que acontece agora, com nós...
— Como assim o que acontece agora? Agora nós vamos ficar juntos, muito juntos. E vamos contar para todo mundo que estamos namorando.
— Você sabe que nossas famílias não vão reagir muito bem.
— Sei.
— E Nick provavelmente será o pior de todos. — Ela diz com pesar.
— Sei disso também, mas não importa, eu não posso mais ficar longe de você. Gostaria muito de ter a aprovação de todos, principalmente de Nick, mas eu não vou deixar nada atrapalhar essa felicidade que eu estou sentindo. Nem mesmo meu melhor amigo.
Ela fica quieta e com o olhar distante, então uma pergunta muito importante se forma em minha mente e eu a pergunto:
— E você, vai?
— Não, claro que não. Eu também quero muito ficar com você. Mas eu tenho medo da reação de todos, eu os amo muito e não queria desaponta-los.
Sinto um aperto no peito com suas palavras, o fato dela achar que me namorar vai desapontar sua família me magoa um pouco, mas no final ela está certa, se eu fosse Nick ou Paul, não iria querer um cara como eu para ser o namorado de alguém como Demi.
— Desculpe, eu não quis dizer assim... — Ela diz quando percebe minha reação. — Eu não acho que ficar com você seja motivo par desapontar meus pais, mas algo me diz que eles sim.
— Eu sei, eu não sou exatamente o melhor pretendente, alguém que eles iriam querer para você. Eu entendo isso.
— Mas não importa. Eu te amo e quero ficar com você, vai ser complicado, mas eles vão ter que acabar aceitando, porque eu não quero mais ninguém. — Ela sorri carinhosamente e me beija. Suas palavras me fazem sentir melhor, mas ainda sinto um certo desconforto e sei que dias difíceis estão a caminho.
— Mas tem uma coisa. — Ela diz mordendo o lábio inferior.
— O que?
— Acho que devemos esperar o casamento de Kevin e Dani e toda essa crise no casamento do meu irmão passar, para só então contarmos para eles sobre nós. — Ela diz com cautela, observando atentamente minha reação, que não poderia ser diferente. Fico indignado.
— Mas claro que não. Demi, eu quero contar para todo mundo sobre nós o mais rápido possível. Essa semana ainda. Quero que o mundo todo saiba que estamos juntos.
— Joe, não podemos jogar uma noticia dessas, que pode abalar a relação entre nossas famílias, semanas antes do casamento do seu irmão e quando o meu próprio irmão está passando por um momento delicado com Selena.
— Olha, eu entendo que você esteja preocupada com a reação de todos e também com o casamento de Nick e Selena, mas nós não podemos colocar as necessidades deles na frente das nossas.
— Mas não estamos fazendo isso, Joe. Não estou falando para mantermos nosso relacionamento em segredo para sempre, só por um tempo, só até as coisas não estarem tão complicadas.
Quero dizer-lhe que isso é uma ideia absurda e que não faz sentindo, quero convence-la que esperar é perda de tempo e que devíamos contar tudo agora, mas minha frustração é tão grande que não consigo dizer nada.
Demi fica me encarando com seus olhos grandes e pedintes e sinto todos os sentimentos ruins que nossa conversa me provocou irem embora. Olhando seu rosto lindo, sentindo seu corpo junto ao meu. Saber que ela me ama, bem, é isso que importa, eu sei que ela me ama e ela sabe que eu a amo, os outros não tem importância para mim, pelo menos por agora posso conviver com o fato de namorarmos em segredo, eu acho. Posso tentar.
— Tudo bem. Se é isso que você quer, então manteremos tudo em segredo.
— Obrigada. — Ela abre um sorriso largo.
— Mas... — Digo em um tom de alerta. — Não por muito tempo, ok?
— Ok.
— Agora vem cá. — Puxo seu corpo para cima do meu e junto nossas bocas para mais um beijo apaixonado.
Demi
— Sis, onde é que você esteve esse final de semana? Estou tentando falar com você e não te encontro. — Miley me diz e me dá um beijo no rosto, depois se senta na minha frente na mesa do barzinho.
— Aconteceu alguma coisa? — Pergunto encarando-a e tentando decifrar sua expressão.
— Aconteceu muita coisa. Eu fui passar o final de semana em Wills Point para finalmente conversar com papai e mamãe para que eles conheçam o Miguel, ele já está me enchendo com isso e quer conhecer nossos pais logo. Mamãe marcou um jantar lá em casa, amanhã, e eu quero que você vá, ok?
— Mas é claro que eu vou. — Digo um pouco magoada que ela tenha pensado que eu poderia me recusar a ir. — Mas você não está toda agitada desse jeito só porque queria me contar sobre o jantar, não é?
— Não, tem outra coisa, uma bem menos agradável.
— O que foi?
— É Nick e Selena. Eles foram almoçar lá em casa no sábado, o clima entre eles estava tenso, mas até aí tudo bem. Acontece que do nada eles começaram a brigar, tipo, brigar mesmo. Eles gritaram e Nick até quebrou algumas coisas. Mamãe ficou furiosa com ele.
— Meu Deus, isso é uma merda. — Sinto um aperto no coração pelos dois. O que será que está acontecendo, eles sempre foram tão carinhosos, amorosos e apaixonados.
— Foi um horror, nunca vi Nick tão bravo e revoltado. Mas o que mais me assustou foi Selena, nunca a vi daquele jeito, nem parecia ela. Quando Nick começou a gritar com ela, ela ficou descontrolada, começou a chorar e a gritar. Não sei não Demi, acho que algo muito sério está acontecendo com Selena e ela não está contando para ninguém, nem para Nick.
— Você acha que pode ser verdade, quero dizer, que ela está traindo ele? — Pergunto com medo. Apesar de eu acreditar com todas as minhas forças que isso é impossível, que Selena nunca faria isso, ainda tem aquela parte minúscula, aquela pontinha de duvida, que me faz pensar “mas e se...”.
— Não, não acredito nisso e não entendo como Nick pode pensar que isso seja uma opção. Ele jogou isso na cara dela durante a briga, ele disse que ela estava traindo ele e era por isso que estava agindo tão estranha. Ela parecia verdadeiramente indignada quando ele falou isso e disse que era um absurdo. Mas então mais uma vez, ele perguntou se não era isso, então porque todas as mentiras e os segredos sobre o que ela vem fazendo nas últimas semanas. E ela não disse nada, é por isso que eu acho que algo grave está acontecendo com Selena.
— Mas que droga, Miley. Não tem nada que possamos fazer para ajudar os dois? Estou muito preocupada com eles.
— Eu sei, eu também. Mas infelizmente não sei se podemos fazer alguma coisa, papai conversou com Nick e mamãe com Selena, mas não sei se vai resolver muita coisa.
— Queria tanto poder ajudar, me sinto tão impotente vendo Nick sofrendo e não podendo fazer nada.
— Talvez, deveríamos conversar com Selena, tentar descobrir o que está acontecendo com ela.
— Ou, talvez, devêssemos seguir ela numa dessas vezes que ela sai e não diz para onde realmente está indo. Assim podemos descobrir de uma vez por todas o que está acontecendo.
— Você acha? Seguir Selena, não é algo muito...Radical?
— Pode ser, mas se queremos mesmo ajudar...Não acho que se conversarmos com ela, Selena vai nos contar o que está acontecendo, ela não contou para ninguém, não vai contar para nós.
— Nisso você tem razão. Mas não sei, estaremos invadindo a privacidade dela.
— É o único jeito de nós fazermos algo. É isso ou ficar sentada esperando que os dois resolvam tudo sozinhos, mas aí pode ser tarde demais.
— Não, tudo bem, você tem razão. Vamos fazer isso, vamos seguir Selena. Pedimos uma bebida e alguns petiscos para comermos.
— Mas agora eu quero saber de você. Onde esteve o final de semana inteiro que não atendeu nenhuma das minhas ligações? Mamãe me perguntou o porquê você não foi para Wills Point comigo e eu não tinha ideia.
A menção do final de semana meus lábios se abrem em um sorriso involuntário, só de lembrar das palavras de Joe e do jeito carinhoso e apaixonado que ele me tratou sinto um calor em meu peito.
— Pelo sorriso bobo no rosto, tem homem no meio. Deixe-me adivinhar, Vince? — Ela pergunta e assim que escuto o nome de Vince, meu sorriso morre e uma carranca se forma em meu rosto.
— Claro que não, porque você acha que é ele? — Pergunto emburrada e Miley parece momentaneamente surpresa por minha reação.
— Eu só achei que...Deixa para lá. Mas você passou o final de semana com alguém, e se não é ele, quem é?
Sei que Joe e eu combinamos segredo sobre nosso relacionamento, mas Miley já sabe sobre nós, que tivemos um lance de sexo casual. Ela ficou furiosa e preocupada, porque temia que eu me machucasse, talvez se eu contar para ela que meus sentimentos são correspondidos, ela mude de opinião e nos apoie. Seu apoio ajudaria muito na hora em que formos contar para nossas famílias.
— Miley, não surte ok? Mas eu passei o final de semana com Joe. — Assim que digo seu nome sua expressão muda e percebo a raiva começando a irradiar dela, ela me fuzila com os olhos e aponta o dedo na minha cara.
— Você prometeu, você disse que iria ficar longe dele. Não acredito, Demi, porque você está fazendo isso consigo mesma? Você não vê que ele...
— Ele me ama. — Digo bruscamente e ela para seu sermão e me olha confusa.
— O que você disse?
— Ele me ama, Miley. Ele se declarou para mim, e as coisas que ele disse... — Um sorriso apaixonado surge em meus lábios. — Ele se apaixonou por mim, sis.
— Joe se apaixonou por você? — Ela pergunta levantando uma sobrancelha e soando descrente. Eu apenas balanço a cabeça.
— Joe? Joe Jonas? Esse Joe?
— Que outro seria? — Pergunto rindo com sua reação.
— E ele disse com todas as letras que está apaixonado...Por você? — Sua falta de fé que até então era engraçada, agora está me irritando profundamente.
— Porque você acha tão difícil acreditar que ele se apaixonou por mim? — Pergunto na defensiva.
— Não é isso, o que eu realmente acho muito difícil de acreditar é que ele tenha se apaixonado, ponto.
De repente o mau humor vai embora, e a lembrança das palavras de Joe naquela noite trazem o sorriso de volta aos meus lábios.
— Você tinha que ter visto como ele agiu comigo o final de semana inteiro...
— Não tenho certeza que seja algo que eu gostaria de ter visto. — Ela diz fazendo uma careta.
— Estou falando sério, Miley. Aquele não era o Joe que achávamos que conhecíamos. Ele foi romântico, carinhoso e não parava de falar que me amava. — Digo quase saltando em cima de Miley de tanta felicidade.
  Ela me olha com várias emoções confusas e demora até dizer algo novamente.
— Me desculpa, mas eu não faço a mínima ideia do que pensar sobre isso.
— Sei que é inusitado, mas eu estou tão apaixonado por ele, Miley. E eu vi nesse final de semana que ele sente o mesmo. Estamos namorando e eu realmente gostaria do seu apoio.
— E o Vince? — Ela diz como se ele fosse sua última esperança. — Eu odiava ele, mas com a perspectiva de você e Joe juntos...Bem, Vince não parece tão ruim agora. — Meu queixo cai e a olho espantada.
— Você não pode estar falando sério.
— Entre as famas ruins que os dois tem, a de Vince é menor, além do mais, acho que ele gosta mesmo de você.
Meu queixo cai de novo. Como ela pode falar isso?
— Não acredito que você está me falando isso. Vince é um canalha, Miley. — Minha voz sai estridente.
— Joe também. E não me olhe com essa cara, sinto muito dizer isso, mas você sabe que é verdade. Eu amo o Joe, como um irmão, mas ele definitivamente não é o cara que eu gostaria para você, sis. Na verdade, nem Vince...Já o Ben é outra história, ele é lindo, inteligente, do tipo fiel e romântico e ele já perguntou sobre você várias vezes e...
— Não. Ben de novo, não. Por favor.
— Demi, ele é um fofo e eu sei que ele ficou muito impressionado com você. Você devia parar de ignorar ele.
— Você deveria parar de me ignorar. Miley, você não ouviu uma palavra do que eu disse? Eu amo Joe, ele me ama e nós começamos a namorar. Quer você, Nick ou qualquer outro goste ou não.
— Que seja, eu só estou preocupada com você. Mas pelo visto não existe nada que vá fazer você enxergar as coisas como elas são, uma pena. Como sua irmã, é meu papel te alertar quando eu acho que você está fazendo uma burrada, assim como é meu papel te apoiar se você não me der ouvidos. Então, eu só posso desejar que ele esteja sendo sincero, e que não vá te magoar. — Ela faz seu discurso impaciente, se reclinando na cadeira e parecendo frustrada, como se estivesse falando com uma criança.
— Muito obrigada, sis. —Digo, sentindo como se um peso tivesse sido retirado de meus ombros. Alcanço sua mão por cima da mesa e a seguro, lhe dando um sorriso agradecido.
— Como é que você pretende contar?
— Na verdade, você será a única a saber por uns tempos. Decidimos não falar nada, por causa do casamento da Dani e desse problema com Nick e Selena.
— Sei, isso foi ideia dele? — Ela pergunta e posso ver as desconfianças e as acusações se formando em sua mente.
— Não, foi ideia minha. Por ele, gravaríamos uma mensagem falando sobre nosso namoro e tocaríamos pela cidade toda no alto falante de um carro. — Me lembro da sua reação a minha ideia de manter tudo escondido por um tempo. Ele parecia tão afoito em contar tudo, como se com medo de explodir com a pressão do nosso segredo.
— Sério isso?
— Sim, é isso que eu estou tentando te falar, sis. Quando você ver o jeito dele, você vai acreditar, não tem como ele estar mentindo sobre o que sente por mim. Estou tão feliz. — Minhas bochechas doem de tanto sorrir, mas não consigo parar.
— Bem, acho que vou ter que ver esse milagre com os meus próprios olhos. Mas eu realmente espero que você esteja certa e eu errada. Quero tanto que você seja feliz, sis.
Ela diz mas eu vejo a desconfiança e incredulidade brilhando em seu olhar. Ela vai ver. Ela vai ver que Joe está sendo sincero.
Ele me ama. Eu senti isso em seus beijos e no jeito que ele me olhou. Eu vi as lágrimas escorrerem por seu rosto enquanto ele abriu seu coração para mim.
“Ele me ama, ele me ama e ele me ama.”
Ai que vontade de sair pulando e cantando por aí.
Joe
— Bom dia.
— Bom dia, Sr. Jonas.
— Bom dia, Diana.
— Bom dia, Sr Jonas.
Entro no elevador e assim que saio no andar do meu escritório vejo Mia, minha secretária, trabalhando em sua mesa.
— Bom dia, Mia. — Digo com o mesmo sorriso de orelha a orelha com o qual eu cumprimentei qualquer pessoa que passou por mim hoje.
Mia me olha surpresa, mas logo faz questão de disfarçar. Eu nunca fui um chefe ruim, mas também nunca fui daqueles caras sorridentes que parecem sempre de bem com a vida e de bom humor. Com certeza eu estou parecendo ser um deles hoje.
Mas como poderia ser diferente? Estou mais feliz do que em toda a minha vida.
— Bom dia, Sr. Jonas. Como está?
— Estou ótimo, perfeito. E você? — Ela parece ser pega de surpresa de novo pela minha resposta animada.
— Tudo ótimo. — Ela me dá um sorriso tímido. — Esses são seus recados dessa manhã. — Ela me entrega alguns papeis com nomes e números de telefone para que eu retorne as ligações.
— Muito obrigado, vou cuidar disso agora mesmo. — Digo e vou até minha sala.
Retiro meu paletó e penduro na cadeira, sento-me a frente de minha mesa e o sorriso continua em meu rosto.
Demi. É tudo por causa dela. Meu Deus, como é bom estar apaixonado, eu não fazia ideia que o sentimento de gostar de alguém e ser correspondido fosse tão descomunalmente grande e capaz de fazer alguém se sentir assim, a sensação é tão boa que pode ser comparada a se estar drogado.
Sinto-me bem, feliz, eufórico, agitado, com o coração batendo rápido toda vez que eu penso nela.
Quer saber, preciso falar com ela, ouvir sua voz. Pego meu celular e ligo para Demi.
— Alô?
— Oi, linda. — Me reclino na cadeira sentindo meu corpo todo se arrepiar com o simples som de sua voz.
— Ah, oi...Hum...Rebeca. — Ela diz com a voz estranha.
“Rebeca?”
— Ah, você está com alguém conhecido por perto, não é? — Digo entendendo a situação.
— Isso mesmo, estou com Dani e Miley experimentando pela última vez o vestido de dama de honra.  
— Ah entendi. Será que podemos almoçar juntos hoje?
— Sinto muito, Rebeca, mas acho que vou acabar almoçando com as meninas. — Posso sentir por sua voz que Demi está desconfortável.
— Ah, tudo bem. — Digo e não escondo meu desânimo. — Mas nos vemos hoje a noite, não é?
— Claro.
— Ótimo, porque já estou com saudades.
— Eu também.
— Tudo bem, vou ir trabalhar e deixar você experimentar seu vestido. Até mais tarde, te amo.
— Sim, até mais tarde, um beijo.
Desligo e jogo o celular em cima da mesa. O sorriso, ao pensar me Demi, ainda está em meu rosto, o sentimento maravilhoso ainda aquece meu peito, mas esse súbito desespero de querer estar perto dela está me consumindo, me provocando uma sensação ruim de urgência. É tão estranho, nunca tive tanta vontade de ver e estar com alguém, acho que é uma sensação boa e ruim ao mesmo tempo.
Passo pela manhã de trabalho com um único desejo em minha mente e coração; Que a noite chegue logo e eu possa ver Demi.
Apesar da ansiedade que eu venho sentindo, consigo me concentrar nas obrigações que tenho e até consigo passar pelas partes chatas e burocráticas sem estragar o meu humor.
Bem, isso até Mia me dar uma noticia que acabaria com o bom humor de qualquer homem sensato.
— Sr. a senhora Thompson está aqui e gostaria de vê-lo. — Mia diz ao telefone.
Sinto o meu bom humor me escapando pelos dedos e solto um xingamento depois de desligar o telefone e autorizar a entrada de Eva.
Segundo depois, Mia abre a porta e Eva, vestida em um terninho feito sobre medida, entra com sua presença prepotente de sempre. Acho que certas coisas nunca mudam.
Faço um maneio de cabeça para que Mia nos deixe a sós, ela fecha a porta deixando apenas Eva e eu.
— Sra. Thompson. — Digo e não podia me sentir mais desconfortável. Não sei se devo levar em consideração nossa intimidade do passado e chama-la de Eva ou não, então opto pela formalidade. E pela sua gargalhada foi a opção errada.
— É bom saber que você ainda consegue me fazer rir depois de tantos anos. — Ela diz vindo em direção as duas cadeiras em frente a minha mesa, e se senta em uma delas.
— Como tem passado, docinho? — Pergunta cruzando as pernas.
— O que você quer, Eva? — Pergunto desistindo do tratamento formal.
— Vim convida-lo para almoçar hoje, para falarmos de negócios.
— Seu marido vai também? — Pergunto desconfiado.
— Carlson está ocupado hoje, então será somente eu e você. — Ela diz com um sorriso sugestivo.
— Obrigado, mas creio que terei que recusar sua oferta. Não acho uma boa ideia ficarmos sozinhos.
— Porque, tem medo de não resistir a mim? — Pergunta empinando o nariz e é minha vez de gargalhar.
Ela continua maravilhosa, é verdade, mas não me atraí como quando eu era novo e irresponsável. Agora eu tenho Demi, muito mais linda e perfeita.
— Não se preocupe, tenho um bom controle sobre mim mesmo.
— Então venha almoçar comigo. Precisamos conversar sobre sua proposta, você precisa me convencer, porque Carlson não vai fechar contrato nenhum sem a minha aprovação.
— Você está brincando, não é?
— Não, falo muito sério. Além de ser sua advogado sou sua esposa, ele sempre pede minha opinião, tanto profissional como pessoal, sobre seus negócios.
— Não dá para acreditar. — Digo encarando-a incrédulo.
— Nunca ouviu falar que atrás de um grande homem sempre há uma grande mulher?
— Não quero almoçar com você, mas se é para falar sobre essa parceria acho que não tenho escolha.
— E não tem mesmo. — Um sorriso lento e vitorioso surge em seus lábios.
— Muito bem, então vamos. — Digo. Meu bom humor todo indo para o ralo.
Demi
— Estou me sentindo a personagem principal em um filme de espionagem muito ruim. — Digo para Miley.
— Uma das personagens principais você quis dizer, não é?
— Estou com medo do que vamos descobrir. — Confesso enquanto esperamos escondidas dentro do carro, que Selena saia do mercado.
— A essa altura, eu só quero é descobrir o que está acontecendo. Se for coisa boa ou não, depois a gente lida com isso, só sei que não podemos deixar que eles continuem brigando e se afastando cada vez mais.
— Eu sei, mas...Olha, a Selena está saindo. — Digo quando a vejo saindo do mercado com várias sacolas de compras.
Miley liga o carro e esperamos alguns segundos até sair do estacionamento e continuar seguindo Selena.
— Tem certeza que ela não vai ver o nosso carro indo trás dela, não é?
— Não se preocupe, estou mantendo uma boa distância.
Além do mercado, Selena parou na farmácia e em algumas lojas, não se encontrou e nem falou com ninguém. Quando pegou a única estrada que liga Dallas a Wills Point, concluímos que ela estava voltando para casa e paramos de segui-la.
— Acho que teria sido fácil demais se tivéssemos descoberto o segredo logo no primeiro dia. — Miley diz como um consolo para nosso fracasso.
— É. — Digo desanimada. Estou tão ansiosa para descobrir qual é o problema de Selena, sei que não deveríamos estar nos metendo na vida dela e de Nick, mas eu sinto que algo grave está fazendo Selena agir dessa forma que não lhe é característica.
— Não desanime, sis. Vamos continuar de olho, e ei, talvez nem precisemos nos envolver, vamos torcer para que eles acabem resolvendo isso por conta própria. — Miley diz, mas ambas sabemos, sentimos, que a coisa é muito mais complexa do que isso.
Miley guia o carro pelo campus até o estacionamento perto do seu dormitório. Nos despedimos quando me afasto de seu carro.
— Não se esqueça do jantar para apresentar Miguel amanhã à noite.
— Pode deixar, estarei lá. — Digo e me viro completamente para o outro lado, indo em direção ao meu próprio dormitório.
Chegando perto do familiar prédio de pedra com estilo gótico, vejo Vince e na mesma hora me viro e começo a fazer o caminho oposto, torcendo para que ele não perceba minha presença.
— Pequena. — Não, não tenho sorte. Nunca pensei que fosse sentir isso, mas já está me irritando essa perseguição de Vince, o cara está se transformando em um verdadeiro stalker.
— Espera, Pequena. — Escuto seus passos apressados e caminho mais rápido, fingindo que não é comigo.
— Hey, espera. — Ele entra na minha frente, me fazendo parar abruptamente para não trombar nele.
— Me deixe em paz, Vince, eu já disse que aquele lance de tentarmos ser amigos já era. Me esquece. — Digo sem receio de ferir seus sentimentos, isso é, se ele de fato sente algo por mim, o que eu duvido, se não ele teria dado mais valor ao nosso relacionamento ao invés de sair me traindo por aí.
— Eu já disse que não consigo. — Ele diz tentando parecer apaixonado, mas só conseguindo me deixar mais impaciente ainda. Reviro os olhos e passo por ele, mas ele segura meu braço me fazendo parar.
— Você não foi ao jogo, você disse que iria mas não foi. Nós perdemos.
— Eu fiquei sabendo. — Digo friamente.
— Eu disse que sua presença me dava sorte.
— Agora é culpa minha que vocês perderam, é? — Digo me virando para ele e cruzando os braços.
— Não, claro que não. Eu só...É que...Olha, Pequena, eu te amo, ok? Não sei mais o que eu posso fazer ou falar para te provar isso.
— Ah, você já fez demais, pode ter certeza. — Digo sarcasticamente. Vejo magoa em seus olhos, e por um segundo apenas, sinto pena. Mas ela logo vai embora.
— O que eu posso fazer, me diga, eu faço qualquer coisa para ter você de volta...Qualquer coisa.
— Vince, olha...Eu estou namorando, ok? Eu segui em frente, e acho que você deveria fazer o mesmo. — Vejo magoa, tristeza, ciúmes e raiva passarem por seu rosto.
— Namorando? Com quem? — Ele assume uma postura que até me dá um pouquinho de medo.
— Com... — Tudo bem, meu namoro com Joe era para ser segredo. Merda, você e essa boca grande, Demi. — Não te interessa com quem.
— Não precisa dizer nada, eu já faço ideia de quem seja...Parece que aquela cara não ouviu meu conselho, não é? Acho que vou ter que dar uma surra nele de novo. — Vince diz ameaçador.
— Ah, me poupe. Você o pegou desprevenido. — Repito o que Joe havia defendido com tamanha veemência naquela noite. Ele garantiu que se não fosse o elemento surpresa, ele teria acabado com Vince. — Esse é o único motivo de você ter conseguido acerta-lo. Agora, me deixe em paz, ok? Eu e o Joe. Estou falando muito sério, Vince. — Digo fazendo a cara mais seria que consigo e vou embora, dessa vez para meu alívio, ele não me segue ou tenta me impedir.
“Meu Deus, esse cara precisa de uma namorada. E rápido.”
Mal digo oi quando a porta se abre, e Joe me agarra e me puxa para dentro. Sua boca vem desesperada de encontro com a minha, como se não nos beijássemos há semanas.
— Meu Deus, o que é isso? — Pergunto sem fôlego quando ele finalmente dá uma trégua a minha boca e começa a depositar seus beijos apaixonados por toda a extensão de meu pescoço.
— Senti sua falta. Preciso de você para salvar meu dia.
— O que aconteceu? — Pergunto aproveitando de suas caricias e envolvendo seu corpo com meus braços.
— Problemas na empresa. Uma certa pessoa querendo ferrar com meu contrato com a Thompson Reuters Company. — Sua voz sai estranha e abafada por que sua cabeça está enterrada em meu pescoço.
— Qual o proble... — Começo a perguntar, mas sua boca volta a atacar a minha.
— Não quero falar disso agora, não quando tenho você em meus braços e uma utilidade muito melhor para minha boca.
Joe me arrasta em direção ao sofá da sua sala, sem nunca quebrar o contato entre nossos corpos e nossa boca.
Suas mãos viajam freneticamente pelo meu corpo, me apalpando, me acariciando e me apertando.
Minhas mãos também viajam por seu corpo, sinto os músculos do seu peito forte e os gominhos do seu abdômen sarado, depois escorrego minhas mãos até sua bunda perfeita e aperto com força, o que faz com que Joe solte um grunhido primitivo e cheio de desejo.
Ele me joga no sofá e agarra minhas pernas, num movimento tão rápido que parece ensaiado, Joe tira minha calça e minha calcinha.
Quando o vejo se ajoelhando diante do sofá, começo a tremer em antecipação. Ele segura minhas coxas e me obriga a abrir minhas pernas o máximo possível.
Normalmente ele gosta de me provocar, começando suas caricias com a boca bem devagar, mas não dessa vez. Ele enterra sua cabeça entre minhas pernas e assim que sinto o primeiro contato de sua língua contra meu sexo, solto um grito misturado com gemido.
“Isso é bom demais.”
Como tudo que Joe faz, ele é o melhor. Ele faz os movimentos certos, na velocidade certa e nos pontos certos, não podendo me provocar outra reação se não me agarrar ao sofá e gemer sem pudor algum.
Enfio meus dedos em seus cabelos escuros e macios e os puxo diante da intensidade do meu prazer. Os barulhos provenientes do que sua boca está fazendo comigo são tão eróticos, tão excitantes, que juntamente com as caricias de sua língua morna, me levam até a borda. — Joe...Vou gozar. — Gemo para ele.
Joe intensifica as lambidas e os chupões e sinto meu orgasmo desabrochando lindamente como uma flor na primavera, e me atingindo com força suficiente para me deixar sem ar.
Arqueio as costas, abro a boca em uma suplica gloriosa e silenciosa e vejo tudo ao meu redor fora de foco. Meu corpo treme e meu coração bate acelerado, logo aquele bem estar pós-orgástico domina meu corpo e sinto todos os meus músculos relaxando.
Fecho os olhos e tento fazer o ar voltar a entrar normalmente em meus pulmões.
“Caramba, esse foi dos bons!”
Claro que com Joe, todos os meus orgasmos são de me fazer querer subir pelas paredes, mas tem vezes que eu acho que ele consegue se superar.
Quando escuto o barulho de um zíper se abrindo, espio com um olho e vejo Joe já completamente nu vindo para cima de mim.
Seu corpo se encontra com o meu, me cobrindo como um cobertor quente e muito gostoso. Sua boca captura a minha e a ponta de sua ereção se encaixa em minha entrada.
— Eu te amo, Demi. — Ele sussurra para mim e então me penetra, mas apenas um pouco.
— Eu te amo. — Ele repete e me penetra mais um pouco. Sua ereção me invadindo dolorosamente devagar.
— Eu te amo, eu te amo, eu te amo... — Quando ele está todo dentro de mim, Joe fecha os olhos com força e solta um gemido.
— Deus, eu queria ficar aqui para sempre. Você é o paraíso, o meu paraíso. — Seus olhos azuis tão lindos se abrem e me encaram com tanto amor que sinto um arrepio percorrer meu corpo e uma sensação estranha, porém gostosa, se acomodar em meu estômago.
— Eu te amo, Joe. — Digo e percebo que minha voz sai rouca pela emoção. O que está acontecendo aqui é tão simples, mas eu juro que sinto o amor de Joe irradiando até mim, e ele é tão poderoso. Sinto algo em meu coração que me faz ter vontade de chorar.
É como se algo dentro de mim estivesse despertado pela primeira vez. A percepção assustadora do que eu sinto por Joe é algo além da minha capacidade de compreensão, algo além do que se é possível exprimir em palavras, e mesmo assim, diante de algo tão grande a apavorante, me sinto leve, em paz.
Sentindo Joe me penetrando lentamente, percebo o que ele está querendo me dizer, mesmo sem as palavras exatas.
Não estamos transando, fazendo sexo ou qualquer outro nome que você queira chamar. E também não estamos só fazendo amor, é muito além. Estamos nos conectando, fundindo nossos corpos e nossos corações para nos tornarmos um só.
Sentindo as investidas de Joe contra mim e os beijos apaixonados ao longo do meu pescoço e meu rosto, e depois de perceber algo tão importante sobre nossos sentimentos, não consigo mais controlar e permito que algumas lágrimas escorram pelo meu rosto.
— O que foi, meu amor? — Joe pergunta suavemente quando percebe que estou chorando.
— Eu nunca achei que fosse me sentir tão feliz como agora. — Digo, minha voz parecendo o sopro fraco do vento.
— Eu nunca achei que fosse amar alguém, obrigado por me mostrar que eu estava errado. Obrigado por me amar de volta. — Ele diz e percebo que está falando sério e de fato me agradecendo por retribuir seus sentimentos.
— Joe. — Seu nome sai de meus lábios em um sussurro um segundo antes dele me beijar.
Eu nunca tive tanta certeza antes na minha vida como a que eu amo Joe. E tenho certeza agora também, que eu vou enfrentar quem quer que seja que for contra nosso amor.
Não vou deixar ninguém me tirar dos braços de Joe e vou lutar por nós dois, mesmo que seja contra minha família.
Nosso amor vale a pena. 

-----------------------------

Ufah! Depois de muito tempo aqui estou eu.
Desculpem a super demora pra postar, mas é que realmente esse ano ta bem corrido pra mim. Formatura, mudança, vestibular... é muita coisa pra minha cabeça.
Sempre que der, posto aqui pra vocês.
Espero que compreendem.
xoxo