30.9.14

Losing It - Capitulo 19


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EU AINDA ESTAVA um pouco zangada com Joe quando eu parti naquela noite, mas quando ele caminhou comigo até a minha porta, e perguntou o que eu ia fazer no dia seguinte, eu não estava zangada o bastante para enxotá-lo. Cade não estava falando comigo, e eu não tinha ouvido falar de Selena, então eu disse a ele que eu estava livre, e nós fizemos planos para jantar na minha casa.

 Eu dormi até o meio-dia, minha cama muito confortável para eu sair dela. Em seguida eu me distraí com um banho extra longo, seguido pelo dever de casa, depois um livro. Quando eu verifiquei o relógio, era ainda apenas 3 P.M.

 Eu peguei meu computador, e pesquisei, ―Teatro na Filadélfia.‖

 Eu encontrei um site da aliança de teatro que dava informações de um monte de teatros na cidade, assim como anúncio de empregos e audições. Eu cliquei, vendo que shows estavam atualmente em execução aonde, lendo descrições de emprego, e marcando como favoritos algumas páginas.

 Meu celular tocou, mas ele soou muito longe. Eu tentei seguir o som, mas o toque terminou antes que eu fosse capaz de restringi-lo mais além da sala de estar. Com sorte, quem quer que estivesse ligando era persistente, e ligou novamente em alguns momentos mais tarde. Definitivamente estava em algum lugar perto do sofá. Finalmente, eu caí no chão espiei em baixo do sofá. Ali estava, a luz iluminando a escuridão poeirenta abaixo da mobília. E logo ao lado dele, me encarando, estava Hamlet.

 Aquele breve interlúdio de suavidade que eu tinha visto nela no abrigo tinha ainda que fazer outra aparição. E eu não tinha dúvida que ela, de alguma forma, tinha arrastado meu celular lá para baixo para me aborrecer.

 — Escute, gato, eu não sei por que você me odeia tanto, mas você deve ter esquecido do memorando.

Eu resgatei você. — Apoiando-me no estômago, eu me apertei em baixo do sofá, esticando a mão para o meu telefone. — Você deveria estar agradecida.

 Quando minha mão ficou mais perto, ela soltou o seu agora familiar rosnado baixo.

 — Tá, tá, cale a boca.

 Eu tive que arrastar metade do meu corpo na abertura do móvel e do chão para alcançar o meu telefone e sair foi até mesmo mais desconfortável do que entrar.

2 ligações perdidas da MAMÃE.

Eu gemi. Eu deveria ter deixado debaixo do sofá. Naquele momento, ele tocou novamente, pela terceira vez. Eu atendi —, Oi Mãe.

 — Por que você não atendeu as primeiras duas vezes? Está tudo bem?  — Eu estou bem, Mãe. Eu só não conseguia encontrar meu telefone.

 — Oh, bem, você realmente deveria ter um lugar para você colocá-lo cada vez que você vai para casa, dessa forma você sempre saberia onde ele está.

 — Eu irei manter isso em mente, Mãe.

 — Então, sua desorganização é notícia antiga. O que mais está acontecendo na sua vida? — Eu juro, minha mãe era a única pessoa no mundo que não achava que eu era uma maníaca neurótica por controle porque ela definitivamente era pior. Ela fez a pergunta inevitável —, Você conheceu alguém?

 Eu rolei meus olhos, o qual eu nunca conseguiria me safar no cara-a-cara.

 — Eu estou muito ocupada com a escola, Mãe. Eu realmente acabei de conseguir um papel como uma protagonista em uma peça.

 — Oh, isso é legal —, ele disse suavemente. Ela achava que entrar no teatro era uma perda da minha inteligência.

 — É realmente meio que uma coisa importante.

 — Claro que é docinho. Você só sabe como eu e seu pai, nos preocupamos. Nós nos sentiríamos muito melhor se você tivesse alguém para tomar conta de você financeiramente.

 Houve uma batida na porta, e eu fui atendê-la enquanto eu falava. — Primeiro de tudo, segurança financeira não é uma razão boa o bastante para se casar, Mãe, mesmo se isso faz você se sentir melhor. Segundo, eu não preciso de um cara para cuidar de mim. Eu posso cuidar de mim mesma. — Joe era a pessoa que estava do outro lado da porta, quase uma hora adiantado, e ele conseguiu ouvir o fim do meu discurso. Ele ergueu uma sobrancelha, sorrindo, e se eu pudesse atravessar o meu telefone para estrangular minha mãe, eu teria feito. — Enfim, eu preciso ir, Mãe. Eu tenho companhia.

 — É uma companhia masculina?

 Eu gemi e disse —, Adeus.

 Desligar era tão bom. Eu estava tentada em ligar para ela de volta e fazer isso uma segunda vez.

 Joe sorriu —, Sua mãe soa um pouco como a minha.

 Eu olhei para ele. — Você está adiantado. — Eu só puxei o meu cabelo em um molhado rabo de cavalo essa manhã. Eu estava planejando endireitá-lo antes dele aparecer, mas agora eu só parecia desalinhada. E depois de me arrastar debaixo do sofá, eu estava empoeirada, também.

 — Tudo bem?

 Provavelmente seria muito rude dizer a ele ir para casa e voltar em uma hora.

 — Não, está bem. Você pode assistir TV ou algo. Eu só preciso de um segundo. — Eu gesticulei para ele entrar na sala de estar, e escorreguei para dentro do meu quarto, me perguntando o quanto de melhoria eu poderia fazer em cinco minutos.

 Eu arranquei o elástico do meu cabelo, e olhei para a ondulada, bagunça úmida com a qual eu tinha que trabalhar. Não havia tempo para secá-lo e alisá-lo. E se eu secasse sem alisá-lo, eu teria uma afofada bola de cabelo. Eu usei minhas mãos para bagunçá-lo um pouco mais, amassando-o com as minhas mãos, esperando que a aparência cacheada funcionasse. Eu enterrei um pouco mais de mousse nele, mas foi tudo o que eu tive tempo. Eu coloquei uma rápida camada de rímel e um pouco de brilho labial, esperando que ele gostasse da aparência ao natural.

 Quando eu saí do quarto, ele estava deitado no meu sofá, assistindo TV, e Hamlet estava enrolada em uma bola firme no seu peito. Eu fiquei ali em choque, certa de que eu estava sonhando.

 Ele se virou, e me viu observando. — Ei, seu cabelo está enrolado. — Eu assenti. Eu quase sempre o usava liso. Ele disse —, Eu gosto assim.

 Eu ainda estava emperrada no fato que meu gato estava empoleirado alegremente no seu peito... ronronando. Ele tinha poderes mágicos. Essa era a única resposta.

 — Venha aqui —, ele disse, sentando-se, e trocando Hamlet para o seu colo. Eu me sentei cautelosamente, alguns metros de distância.

 Eu apontei para Hamlet, e disse —, Como você fez isso?

 — Fiz o que?

 — Conseguir que ela deixasse você segurá-la.

 — É uma ela? — ele perguntou.

 — Sim, e ela odeia todo mundo. Especialmente a mim.

 — Seu próprio gato odeia você?

 — Nós estamos resolvendo os nossos problemas.

 Ele riu. — Talvez ela esteja ofendida por você ter dado a ela um nome de garoto.

 Eu estendi uma mão para acariciá-la, e como sempre, recebi um rosnado pelas minhas angústias. O pensamento de Joe sobre o ódio de Hamlet por mim era hilário. E ele continuou segurando-a, o que significava que eu fui banida para o lado oposto do sofá porque meu gato roubou meu... o que quer que ele fosse.

 Argh. Isso era algo sobre o qual eu não queria pensar. Eu quero dizer, obviamente, era um relacionamento secreto, então não era como se nós necessariamente precisássemos de rótulos, mas eu estava curiosa. O que aconteceria quando o ano terminasse? Nós sequer iríamos durar tanto assim?

 Eu me levantei para começar o jantar para me distrair.

 Eu fiz espaguete porque era a única coisa que eu confiava que eu não estragaria quando eu estava nervosa. E bem... eu sempre estava nervosa perto de Joe. Ele aparentemente ele tinha o efeito oposto com Hamlet, que estava adormecida em seu colo.

 Eu vi minha janela de oportunidade pelo que eu estava desejando desde quando ele chegou.

 Eu deixei a comida cozinhando no fogão, e fiz meu caminho ao sofá.

Eu não me sentei por medo de acordar a mal-humorada, mas eu coloquei uma mão no ombro dele, e me inclinei abaixo para um beijo. Uma vez que suas mãos estavam presas embaixo de Hamlet, eu assumi o controle do beijo. Minhas mãos encontraram seu cabelo, o qual era tão viciante e suave quanto sempre, e o beijo se aprofundou. Eu o beijei forte, porque eu podia, e ele não fez esforço para me impedir. Era o beijo que eu queria na noite anterior que ele tinha se recusado a me dar.

 Eu não queria recuar, mas eu tinha um jantar para fazer. Seus olhos estavam escuros quando nós nos separamos. — Eu acho que você pode ser um pouco diabólica —, ele disse.

 Eu ri. — Sim, eu planejei isso tudo. Hamlet estava nisso, também.

 — Beije-me de novo.

 Ele não teve que pedir duas vezes.

 Cada vez que nós nos beijávamos, minha confiança ficava mais forte. Quanto mais eu o conhecia, mais ousada eu me tornava. Eu gostava disso... quase tanto quanto eu gostava dele.

 Alguém bateu na porta, três altas pancadas, seguidas por mais três apenas segundos mais tarde. Nosso fôlego ainda estava curto do beijo, e eu não estava certa se o batimento-muito-rápido do meu coração era devido ao Joe ou ao choque.

 — Você está esperando alguém? — ele sussurrou.

 Eu neguei com minha cabeça.

 Mais três batidas, e em seguida o grito de Selena atravessou a porta —, Eu sei que você está aí, Demi! Abra!

 — Merda.

 Eu não fiz nenhum esforço para ser gentil conforme eu erguia Hamlet do colo de Joe, e a largava em cima do sofá. Eu quase nem percebi o rosnado; tinha se tornado tão banal.

 Eu agarrei Joe, e o puxei aos seus pés. Eu não tinha ideia onde colocá-lo, mas decidi que o banheiro provavelmente era melhor do que o quarto, sendo que ele realmente tinha uma porta.

 Eu o empurrei para dentro com um rápido, ―Desculpe. Eu vou me livrar dela, eu prometo‖.

 Se apenas nós tivéssemos ido para a casa dele.

 Eu esfreguei meus lábios, esperando que eles não estivessem inchados como eles pareciam. Eu corri uma mão sobre o meu cabelo, e quando eu estava certa que não houvesse nada flagrantemente fora do lugar, eu abri a porta.

 Kesley passou por mim, esvoaçando — Já não era sem o maldito tempo. O que você estava fazendo? 

 Eu fingi um bocejo.

 — Oh, você sabe, apenas descansando.

 Ele rolou seus olhos, e olhou para mim como se eu fosse a frustrante.

 — É uma coisa boa que eu vim até aqui então. Eu não estou prestes a deixar você em casa em um Sábado à noite se lastimando sobre a coisa com Cade.

 Ela pegou o meu pulso, e me arrastou para dentro do meu quarto. Então, o banheiro tinha sido a escolha certa.

 — Eu não estou me lastimando! — eu disse. — E como você sabe sobre a coisa com Cade?

 — Porque todo mundo sabe, querida. O que, por falar nisso, eu estou irritada pois você não me contou que todo esse drama estava acontecendo.

 Ótimo.

 — Não há realmente tanto drama assim. Nós iremos consertar as coisas logo, eu tenho certeza. — eu disse.

 — Oh, querida, você não soube? Cade quase recusou o papel em Phaedra

. Ele não recusou, graças a Deus. Rusty conversou com ele e o fez desistir disso. Mas eu não chamaria isso de ‗não tanto drama assim.‘

 Eu me afundei na minha cama, meu interior se contorcendo como um trapo retorcido. Cade estava chateado assim? Ele desistiria assim de um papel apenas para que ele não tivesse que estar perto de mim?

 A voz de Selena veio do meu closet, e eu tive um déjà-vu da noite em que tudo isso começou. Ela começou a tirar blusas, saias, e eu perguntei —, O que você está fazendo?

 — Nós vamos sair. Você precisa se lembrar que o mundo existe do lado de fora do seu apartamento.

 — Não, Selena, eu realmente gostaria possivelmente que não. — Eu pensei em Joe no meu banheiro, e me perguntei se ele poderia nos ouvir.

 — Merda nenhuma. Eu não estou dando a você uma escolha. Eu não danço há uma eternidade, e eu preciso de uma companhia.

 Eu gemi e cai de costas na minha cama. Ela largou uma saia no meu rosto.

 — Se vista.

 Em seguida eu me lembrei de uma perfeita desculpa —, Eu não posso.

Eu tenho que preparar o jantar.

 — Ótimo. Eu estou faminta. O que nós temos?

 Algumas vezes eu achava que a minha vida seria mais fácil se eu não tivesse amigos.

 Eu retornei para a cozinha, e ela seguiu. Eu tinha deixado o molho um pouco mais de tempo e ele tinha queimado nas bordas. Tanto para não arruinar com o espaguete.

 — Caramba mulher, você estava planejando devorar seus problemas? Você fez o suficiente para três pessoas! — eu só encolhi de ombros. Eu não tinha nada para explicar por que eu estava cozinhando para duas pessoas (uma com um apetite muito grande).

 Eu coloquei um pouquinho de espaguete nos nossos pratos, tentando deixar algum para Joe, mesmo embora eu não tivesse ideia quando ele conseguiria comê-lo.

 Eu comi rapidamente, deixando Selena dominar a conversa, a qual era sobre quanto tempo tinha se passado desde quando ela realmente fez um bom sexo. Eu assenti, rindo nas partes certas, enfiando comida na minha boca todo o tempo. Eu limpei meu prato antes dela sequer fazer uma marca no dela. Eu coloquei meu prato na pia, e depois segui para o corredor.

 — Onde você está indo? — Selena perguntou.

 Eu falei ―banheiro!‖ sobre meu ombro, continuei andando.

 Quando eu cheguei à porta, eu olhei por sobre meu ombro, contente em encontrar Selena preocupada com o seu espaguete, e eu escorreguei para dentro do lugar.

 — Ela se foi? — Joe perguntou.

 — Sssshhh! — Ele estava inclinado contra a pia, e eu o contornei para abrir a torneira para encobrir nossos sussurros.       — Não, sinto muito. Ela realmente está comendo nosso espaguete.

 Seus lábios se enrugaram, e eu me inclinei para frente, abafando minha gargalhada contra seu peito.

 — Ela está partindo logo?

 Eu olhei acima para ele, mas permaneci perto contra ele.

 — Não. Ela acha que eu estou deprimida sobre Cade, e ela está determinada em me forçar a sair.

 Ele me arrastou para ele, e pressionou seu rosto no espaço onde meu pescoço fazia uma curva com o meu ombro. Ele soltou um rosnado que era estranhamente semelhante ao de Hamlet.

 Eu envolvi meus braços ao seu redor, apenas tão desapontada. — Eu sei. É uma droga.

 Como se eu tivesse dado a ele a ideia, seus lábios cobriram meu lugar pulsante, sugando suavemente. Eu ri, e o empurrei para trás.

 — Joe, ela está lá fora.

 Como se como uma deixa, Selena bateu na porta.

 — Chega de enrolar, chica! Eu escolhi sua roupa! — A maçaneta começou a rodar, e eu corri para interceptá-la.

 Eu mantive um pé no caminho para que apenas uma fenda de espaço se formasse.

 Eu disse —, Eu não estou enrolando, apenas me aprontando.

Entregue-me as roupas, e eu irei me trocar.

 Ela pareceu suspeitar da minha animação fingida. Eu nunca estava animada quando ela me arrastava para sair assim. Eu continuei sorrindo, como se talvez o estresse estivesse chegado a mim, e eu finalmente acabei de desmoronar.

 Ela me passou as roupas, e antes que ela tivesse uma chance de responder, eu empurrei a porta fechada, e a tranquei tão silenciosamente quanto eu pude.

 Quando eu me virei, Joe estava afundado em cima da privada. Eu liguei o rádio, aumentando-o tão alto quanto ele podia suportar, e fechei a torneira.

 — Sinto muito, Joe.

 Sentado, sua cabeça estava ao nível do meu peito, e ele descansou suas mãos nos meus quadris, me puxando para frente.

 — Tudo bem, amor. Isso estava fadado a acontecer mais cedo ou mais tarde.

 — Eu desejaria que você pudesse vir comigo.

 — Eu também, amor. Mas tudo bem. Nós vamos jantar outra hora. Você deve se trocar. Quanto mais cedo você sair daqui. Menos susceptibilidade nós temos de sermos pegos.

 Eu assenti. Minhas mãos tremeram levemente enquanto eu puxava as roupas ao meu peito.

 Ele disse —, Eu irei fechar meus olhos. — E eu me abaixei um pouco, dando um beijo de agradecimento na sua bochecha.

 Sorrindo, ele fechou seus olhos, e então inclinou seus cotovelos em seus joelhos e seu rosto em suas mãos. Tão rapidamente quanto eu pude, eu arranquei minha camisa, e tirei meu short. Eu arrastei uma camiseta preta sobre minha cabeça, e depois eu ergui a saia.

 Meu estômago despencou.

 Era aquela Deus-me-livre, horrenda mini-saia minúscula. Eu devo ter feito um barulho porque Joe ergueu sua cabeça. Ele manteve seus olhos fechados enquanto perguntou —, Tudo bem?

 Eu disse —, Sim.

 Mesmo embora eu estivesse pensando o inferno que está.

 Eu me deslizei na saia, e era apenas tão curta quanto eu me lembrava. Eu suspirei. Não havia jeito que eu pudesse usar isso.

 Eu toquei uma mão no ombro de Joe, tendo a intenção de dizer a ele que eu ia sair para encontrar qualquer outra coisa, mas seus olhos se abriram e se fixaram na minha perna, as quais subitamente sentiram-se fracas, como poças de tecido ao invés de músculos de carne e osso.

 Uma das suas mãos se enroscou e fez cócegas na parte de trás do meu joelho, e eu tive que me firmar com uma mão no seu ombro para me impedir de desabar.

 — Você está tentando me matar, não está? — Ele engasgou. — Essa não é a saia que você disse que nunca usaria?

 — E eu não vou usá-la essa noite. Eu vou voltar ao meu quarto e encontrar qualquer outra coisa.

 Eu me virei, e sua outra mão tocou na minha coxa. — Espere.

 Suas mãos se arrastaram para cima até a indecente bainha curta, e ao redor da parte de trás das minhas coxas, centímetros abaixo da curva do meu bumbum.

 — Você. Está. Inegavelmente. Sexy. — Sua voz estava tão baixa e rouca, que eu pude sentir as vibrações ensopando a minha pele. Ele se inclinou para baixo e remarcou cada palavra com um beijo casto subindo a lateral da minha coxa. Eu podia ter virado argila em suas mãos, pela maneira com que ele estava me controlando. Se ele tentasse, eu poderia ter desistido da minha virgindade por ele aqui nesse banheiro sem muita resistência.

 Mas o punho de Selena bateu na porta, me tirando da minha luxúria.

 — Droga, Demi. Você pode se apressar?

 Com suas palavras, voltou meu medo. Certo, ele achou que eu estava sexy agora. Mas virgens eram basicamente as últimas coisas sensuais no mundo. Ele mudaria de ideia quando ele descobrisse?

 — Eu tenho que ir. Desculpe. Provavelmente ainda sobrou espaguete para você se você quiser algum depois que eu partir. Eu irei... eu irei ligar para você, tá bom?

 Eu caí para o corredor, uma bagunça de hormônios e emoções. Eu estava tão distraída que eu nem sequer me lembrei que eu tinha a intenção de trocar de roupa até que eu já estava afivelada no carro de Selena e nós estávamos a caminho da boate.
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Oi xuxus <3 Como vão? Eu vou bem, obrigada! Gostaram do capítulo? Eu ainda n li esse, n posso responder ainda aghsdf No capítulo anterior vcs demoraram à comentar, o q houve?! Achei que não ia postar hj... Estava querendo postar esse capítulo desde que cheguei da aula! Comentem para o próximo, 4 comentários e um capítulo novinho vai entretê-los haha' Bom, comentem, anyway! Bjs, Bruna!

29.9.14

Losing It - Capitulo 18


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A LEVEZA DA NOITE anterior evaporou na Sexta de manhã. Cade não estava com raiva por assim dizer, mas ele não estava muita coisa de fato. Ele não conversou comigo na greenroom ou sentou perto de mim na aula. Quando eu me unia a uma conversa, ele saía. Eu era uma droga, e ela pareceu estar em abstinência.

 O gentil sorriso de Joe na Preparação Sênior ajudou. Nós requisitamos os computadores do laboratório de Designer pelo dia para fazer pesquisa de pós-graduação. Alguns estavam pesquisando escolas de graduação, outros vasculhando estágios. Selena estava procurando passagens aéreas e hotéis em cidades aleatórias ao redor do mundo.

 Eu estava olhando para a página de mecanismo de busca.

 Mãos se enroscaram na parte de trás da minha cadeira, e o corpo de Joe se inclinou perto do meu. A proximidade era completamente perturbadora.

 — O que você está pensando, Demi?

 Eu deveria ter dito, você. Nu. Isso o teria chocado. Não que eu realmente estivesse pensando nele nu... bem, agora que eu mencionei isso, eu estava... droga.

 Como eu disse, perturbadora.

 Eu neguei com a minha cabeça, porque eu não tinha uma resposta, não uma que eu poderia dizer em voz alta. Ele me contornou e se inclinou na mesa, olhando para mim.

 — Atuação ou Gestão de Palco? — O olhar que ele fixou em mim pareceu muito pessoal nessa sala cheia com meus colegas, mesmo se nenhum deles estivesse olhando, bem, exceto Selena. Ela observava bastante qualquer momento que Joe conversava comigo, o que me relembrava que nós tínhamos que ser cuidadosos.

 — Eu não sei —, eu murmurei.

 — Tá bom, bem e que tal a cidade? Você pode começar a olhar apartamentos. Isso certamente é algo sobre o qual você tem que pensar, especialmente se você está indo para Nova Iorque.

 Eu olhei para a caixa do mecanismo de procura. Ela estava me insultando.

 — Eu não posso pagar por Nova Iorque —, eu disse a ele.

 — Tudo bem. A maioria das pessoas não pode. Há muitos mercados regionais para se considerar. Filadélfia. — Eu me virei para encará-lo. Ele estava me dizendo para olhar em Filadélfia? Onde ele vivia? Ele estava tentando me dizer algo ou eu estava lendo muito além disso. Seu rosto estava em branco conforme ele continuou —, Dallas e Houston ambos têm uma boa quantidade de trabalho. Chicago. Seattle. Boston. D.C. Há bastante de onde se escolher, realmente. — Eu me virei de volta em direção ao meu computador, meu coração ainda batendo um pouco muito rápido. Eu definitivamente estava lendo além.  Não era como se nós estivéssemos sério. Nós passamos a noite aconchegados no meu sofá. Isso não significou que nós estávamos juntos ou que eu estava pronta para me mudar para o outro lado do país com ele.

 — Apenas explore. Olhe algo —, Ele disse antes de me deixar para continuar andando pela sala.

 Eu coloquei meus dedos nas teclas, mas eles pareciam como chumbo, muito pesados para se mover. Eu encarei a tecla com a letra ―F‖. Eu podia ver Selena me observando do canto do meu olho, e por mais curiosa que eu estivesse agora sobre a Filadélfia, eu digitei ―Estágios de Gestão de Palco‖ no mecanismo de busca.

 Depois eu cliquei de site para site, observando o relógio pelo canto da tela, com vontade que os números mudassem mais rápido.

 Quando a aula terminou, meu alívio foi fugaz.

 A lista de elenco tinha sido postada.

 Eu ainda era Phaedra, o que era bom. Quanto vergonhoso teria sido se Eric tivesse mudado de ideia? Selena conseguiu Afrodite como ela queria.

Rusty conseguiu um soldado, apenas como ele tinha previsto.

 E Cade era Hippolytus.

***

Eu bati na porta de Joe naquela noite, nervosa apesar do nosso acordo de levar as coisas devagar. Nós não tínhamos realmente conversado sobre fazer qualquer coisa essa noite, e apesar do nosso tênue relacionamento, nós ainda tínhamos que trocar os números. Então, eu esperava que não estivesse
sendo carente ao procurar por ele uma segunda noite seguida. Hamlet, definitivamente, estava feliz em me ter fora do apartamento. Nós ainda não estávamos co-existindo muito bem.

 Minha preocupação suavizou quando ele abriu a porta e disse —, Graças a Deus. Eu estive pensando em chegar à sua casa por mais de uma hora, mas eu estava com medo que eu batesse na porta e você tivesse pessoas por lá ou algo.

 Eu ri.

 — Talvez nós devêssemos trocar nossos números então.

 Ele disse —, Você vai colocar o meu telefone sob algum codinome secreto para que ninguém saiba que eu sou quando eu enviar mensagens obscenas?

 Meus olhos se ampliaram. — Você está planejando me enviar mensagens obscenas?

 Seus olhos dançaram com diversão e aquele sorriso ofuscante estava de volta no seu rosto. — Eu não estou descartando isso.

 Oh. Oh. Meus nervos dispararam de novo.

 Ele pegou a minha mão, e me arrastou para dentro da sua sala de estar onde um livro estava aberto no seu sofá. Era poesia, lógico, porque ele era perfeito, e lamentavelmente demais para mim. Ele marcou sua página, e colocou o acervo em cima de uma pilha de livros na extremidade do sofá.

 Ele esticou sua mão e enlaçou nossos dedos no espaço entre nós. Eu queria me inclinar nele, enrolar-me ao seu redor, e não me mover dos seus braços até que eu fosse obrigada, mas eu ainda me sentia incomoda. Nós ainda estávamos nesse ponto onde nós podíamos apenas fazer isso? Ou nós tínhamos que trabalhar nossa saída disso?

 — Então... A lista de Elenco? — Ele perguntou.

 Eu resmunguei e inclinei minha cabeça para trás contra seu sofá.

 — Não é tão ruim assim, é?

 — Isso depende se ou não o Cade estiver falando comigo na época dos ensaios, cerca de duas semanas.

 Eu não tive que me preocupar sobre como relaxar com isso, porque Joe não tinha receios sobre me arrastar para ele. Minha cabeça encaixava perfeitamente na curva do seu ombro.

 — Cade parece ser um cara razoável. Eu tenho certeza que depois de um tempo para processar tudo, ele estará melhor.

 Eu assenti, esperando que ele estivesse certo, mas não me sentindo confiante. Cade era razoável. O problema era... que a razão provavelmente dizia a ele para ficar longe de mim se ele não queria que seu coração ficasse arrasado. E talvez fosse melhor assim.

 Ele merecia alguém melhor.

 — Tudo bem —, Joe disse. — Já chega disso. Eu não gosto desse olhar triste no seu rosto. Infelizmente nossas opções para a noite estão limitadas, uma vez que nós não podemos realmente ir a lugar algum. Então que tal um filme?

 Eu arranquei um sorriso no meu rosto. Quando ele sorriu de volta precisou de menos esforço para mantê-lo ali. — Um filme parece bom.

 Ele escolheu algo engraçado, provavelmente no esforço de me animar. Depois ele desligou as luzes, e se uniu a mim no sofá. Enquanto os créditos de abertura começaram, ele se deitou de costas, me arrastando com ele. Ele estava esticado de costas, e eu estava de lado, encaixada entre ele e a parte de trás do sofá. Eu hesitei um momento antes de deitar minha cabeça contra seu peito.

 Eu tentei assistir ao filme, eu realmente tentei, mas foi difícil me concentrar com suas firmes, respirações arrepiando meu cabelo, e sua mão traçando para cima e para baixo na minha coluna. Era algo entre delicado e sedutor. Eu estava super-consciente da forma com que, de vez em quando, seus dedos continuavam um pouco mais além das minhas costas, até que ele quase tocasse o trecho de pele entre a borda da minha blusa e o topo do meu short. Ele ficava ali por apenas o mais breve dos segundos antes de retornar de volta para cima. Depois seu dedo dançava para cima à sensível pele na parte de trás do meu pescoço, e eu tive que segurar um gemido. Eu olhei para ele rapidamente, mas ele estava focado no filme, completamente inconsciente da loucura que ele estava me causando.

 Finalmente, eu decidi que era hora dele obter uma dose do que eu estava sentindo. Eu abri o punho que estava descansando no seu peito, pressionando a ponta dos meus dedos até mesmo mais levemente no seu peito. Eu comecei traçando um desenho abstrato na sua T-shirt, algo de uma banda, eu acho. Mas uma vez que fiz isso eu continuei traçando minhas mãos sobre seu peito, sobre a curva de um peitoral, descendo o esterno ao seu estômago com gomos, subindo de volta no seu peito aos músculos esticados do seu ombro ao seu bíceps. Quando minha mão fez um dos seus movimentos, quase traçando ao longo da bainha da sua T-shirt, sua mão nas minhas costas ficou imóvel.

 De alguma forma, a imobilidade me pôs até mesmo mais no limite.

 Sentindo-me um pouco corajosa, eu fui de volta para a bainha, empurrando meus dedos para cima e por baixo da sua blusa, usando a ponta dos meus dedos para desenhar os mais leves dos toques sobre sua pele. A mão nas minhas costas se moveu, se deslizando e passando meu pescoço e para dentro do meu cabelo. Eu achatei minha mão, pressionando minha palma contra sua pele morna. A mão no meu cabelo apertou, não o bastante para machucar, apenas o bastante para que ele pudesse usá-la para inclinar minha cabeça para trás levemente.

 Quando eu ergui uma das minhas pernas, enroscando-a na dele, finalmente, ele agiu.

 A mão no meu cabelo me puxou para trás, e ele me encontrou no meio do caminho.

 Toda a antecipação dos dez últimos minutos focada naquele ponto onde nossos lábios se encontravam. A conexão era tão pequena para trazer à mente fogos de artifícios, mas era algo próximo, como a excitação de segurar uma estrelinha – o ímpeto de sensação das faíscas se arrastando perto da sua mão.

 Sua boca permaneceu fechada, e mesmo embora eu tivesse provado dele várias vezes, o mistério estava me matando.

 Pareceu como um primeiro beijo.

 Ele recuou, e pressionou sua testa contra a minha.

 — Obrigado —, ele disse.

 Obrigado? Isso foi como um obrigado, mas sem gratidão. Obrigado, mas eu estou assistindo um filme, me deixe em paz?

 — Por?

 — Por dar uma chance. Eu sei que você estava, provavelmente está, com medo. Mas você já tornou minha vida imensamente melhor.

 Eu não sei se era por ele ser um ator que o deixava tão honesto, tão destemido em estar vulnerável, ou se era apenas quem ele era. Eu desejei que eu pudesse fazer o mesmo, mas essa não era quem eu era.

 — Eu posso lhe fazer uma pergunta?

 Sua mão no meu cabelo traçou sobre a minha mandíbula.

 — Claro —, ele respondeu.

 — Por que você aceitou esse emprego? Não que eu não esteja feliz por você estar aqui, mas você disse que estava extremamente infeliz.

 — Eu não... estou mais. — Ele se inclinou de volta e me beijou novamente, murmurando conforme ele pressionava seus lábios contra os meus. Não passou despercebido para mim que ele não tinha respondido minha pergunta, mas eu não me importei o bastante sobre a resposta para parar de beijá-lo, especialmente quando sua boca finalmente se abriu, e eu provei doce e menta e seu hálito misturou-se com o meu.

 Sua língua deslizou-se contra a minha, e minha mão embaixo da sua camisa voltou à vida, enroscando-se na sua lateral, puxando-o mais perto até que minha pélvis estivesse pressionada no seu quadril. O beijo estava vagaroso e divino, mas muito, muito, lento.

 Eu queria mais. Eu queria nossos corpos nivelados, eu queria nossos lábios esmagados, não suavemente provocadores. Eu não queria perder o contato com sua pele, mas eu queria assumir o controle. Minha outra mão estava presa embaixo de mim, apoiando-me de lado. Então eu deslizei minha mão para fora da sua camisa, e a coloquei no seu rosto ao invés disso.

Eu o arrastei para mais perto, tentando mudar de lugar.

 Ele permitiu isso por um momento, nossos lábios se movendo mais rápido, fôlego escapando enquanto nossas cabeças se inclinavam e nossas bocas batalhavam. E Deus, era bom. Eu continuei arrastando, não satisfeita, não perto do bastante, até que ele se inclinou para cima e rolou de lado para me encarar. Um suspiro de êxito escapou de mim, depois ele pegou minha mão que estava no seu rosto, e a arrastou para longe, longe, até que ela estivesse presa atrás de mim, mantida lá, pressionada na parte inferior das minhas costas pela sua mão.

 Depois novamente, ele recostou-se, mudando o ritmo, roçando contra meus lábios, lentamente, suavemente. Era enlouquecedor. Eu tentei me inclinar nele, mas ele segurou forte, me prendendo de costas, sem pressa. Eu gemi de frustração.

 E ele sorriu.

 — O que é, amor?

 Qualquer quantidade de palavras que pudesse sair da minha boca, algumas delas seriam incoerentes, e a maior parte delas não muito legais.

Com sorte, aquelas que eu consegui eram exatamente o que eu pretendia.

 — Muito lento —, eu choraminguei.

 Eu estava realmente choramingando.

 — Eu disse a você que eu podia fazer lento —, ele disse.

 — Seu babaca. — Essa provavelmente foi uma das palavras mais gentis atravessando a minha cabeça. Ele nem sequer teve a decência de ficar preocupado. Ele apenas riu. Eu me contorci, tentando libertar o meu braço, e ele me apaziguou com um beijo, esse um pouco mais forte, um pouco mais satisfatório do que o último. E apenas quando eu estava me esquecendo do por que eu estava tão frustrada antes, ele recuou novamente.

 Era um absurdo, mas eu realmente me senti como se eu pudesse chorar. Seus lábios traçaram ao longo da minha mandíbula para aquele local abaixo da minha orelha que fazia todo músculo esticado do meu corpo amolecer.

 — Eu não estava tentando ser o esperto —, ele sussurrou.   — Eu estou tentando dar a você o que você quer. É difícil quando eu me deixo levar, quando eu beijo você como eu quero. Porque tudo o que eu posso pensar em seguida é do gosto da sua pele, e quanto eu quero prová-la novamente. — Sua boca queimou contra meu pescoço. Seus dentes ralando contra mim, e por impulso, meus quadris se lançaram para frente, escassamente fazendo contato com ele. Ele gemeu em resposta, seus sussurros tornando-se rudes, perdendo sua suavidade. — Eu me lembro do peso dos seus seios na minha mão, e da forma que você reagiu com os meus dedos dentro de você. — Eu mordi meu lábio contra o choramingo se construindo na minha garganta. Eu queria suas mãos em mim. Eu queria nossas roupas arrancadas. — Eu penso sobre ter o seu corpo embaixo de mim. Eu penso sobre estar dentro de você. Eu penso sobre isso, e isso me consome. E ir lento é a última coisa a cruzar a minha mente.

 Eu perdi. Eu não podia segurar o choramingo, e eu senti como se eu fosse despedaçar somente pelas suas palavras.

 — Então, eu tenho que beijar você lentamente. Ao menos que você tenha mudado de ideia. Você mudou? Mudou de ideia?

 SIM! Por favor, oh Deus, sim.

 Isso era como tortura.

 Mas a razão desenrolou no fundo da minha mente, assumindo controle, mantendo-me fundamentada. E se nós tentássemos fazer sexo e eu me acovardasse novamente e eu arruinasse com tudo?

 — Não, eu não mudei de ideia —, eu disse. Depois adicionei —, Seu babaca —, porque isso era tortura, e pelo sorriso no seu rosto, ele sabia.

 — Hmmm... então lento será.

Oi gente! Desculpem por não ter postado rápido ontem (quem postou foi a Mari, no caso), não consegui entrar. Aqui está o 18, comentem para o próximo! Bjs, Bruna c:

Losing It - Capitulo 17

 
~
 
NA HORA em que eu preenchi a papelada necessária, e tinha Hamlet alojada dentro de um transportador de gato de papelão barato, quase trinta minutos se passaram desde que Cade saiu em direção ao meu carro. De pé no estacionamento, eu não podia encontrá-lo em nenhum lugar.

 Eu puxei meu celular, nenhuma mensagem.

 Eu olhei nos pára-brisas, nenhum recado.

 Eu liguei para o seu telefone, sem resposta.

 Eu liguei para o seu telefone novamente, direto na caixa postal.

 Ao som do bipe, eu estava chorando.

 — Cade, eu sinto muito. Eu sinto muito. Eu não sei como fazer isso melhorar. Eu só quero que nós sejamos como nós sempre fomos. Deus, isso é estúpido. Eu sei que nós não podemos. Eu sei que as coisas não podem ser como elas eram antes, mas... eu não sei. Deixa pra lá. Só... deixe-me saber que você está bem. Você não está no meu carro, e eu não sei como você foi para casa, se você foi para casa. Apenas me ligue. Por favor. Vamos conversar sobre isso.

 Alguns minutos mais tarde, eu estava sentada ao lado do meu carro no cascalho, meu jeans manchado com poeira, eu recebi uma mensagem.

Eu estou bem.

Eu tentei ligar de volta, direto na caixa postal de novo.

 E por mais forte que eu tentasse me sentir de outra forma, mais forte que eu tentasse ter esperanças que nós superaríamos isso... eu já sentia. Eu sentia se esgotando.

 Talvez fosse a mágoa. Talvez eu finalmente tivesse enlouquecido. Talvez eu só não tivesse mais nenhum lugar para ir. Mas quando eu voltei para meu condomínio, eu não fui para meu apartamento.

 Com Hamlet nas mãos, eu fui para o de Joe.

 Eu não sei como eu me aparentava quando ele abriu a porta. Eu realmente não quero saber. Mas ele abriu a porta amplamente quase que instantaneamente, gesticulando para eu entrar sem fazer perguntas.

 Eu nunca estive no seu apartamento. Eu deveria ter assimilado tudo e pedido para que ele me mostrasse os arredores. Eu deveria ter dito algo, mas a única coisa na ponta da minha língua foi um soluço, e precisou de toda a minha energia, e toda a minha concentração para segurá-lo no lado de dentro.

 Mas até mesmo isso não foi o suficiente quando seus dedos inclinaram meu queixo para cima. Ele falou meu nome, e eu vi o olhar preocupado naqueles olhos. As lágrimas fluíram de mim como uma xícara transbordando, e eu não pude controlar, não pude respirar direito, não pude explicar.

 Ele tirou a caixa de Hamlet das minhas mãos e envolveu um braço no meu ombro. Ele me conduziu descendo um corredor quase idêntico ao meu, para dentro de uma sala de estar que era vastamente diferente. Estava cheia com livros, alguns em prateleiras, alguns em pilhas no chão. A mobília era simples, levemente moderna, mas não tão moderna que eu hesitaria em me afundar no acolchoado sofá preto, apanhando um travesseiro branco para abraçar no meu peito. Depois Joe estava ao meu lado, arrancando o suave travesseiro das minhas mãos, e substituindo o conforto com ele próprio. Ele me puxou para o seu colo, me embalando como uma criança, enxugado minhas lágrimas, colocando meu cabelo para trás, esfregando minhas costas.

 — Ele me odeia —, eu finalmente consegui. Ele não tinha perguntado, mas sua preocupação arrancou isso de mim de qualquer jeito, arrancando as palavras direto da minha boca.

 — Quem, amor?

 Rápidas, curtas respiradas se arremessaram dos meus lábios, pequenos gemidos que eu parecia não poder controlar.

 — C-Cade.

  — Cade nunca odiaria você —, ele disse.

 — Ele odeia. Ele partiu. Ele não vai sequer falar comigo. — Eu me dissolvi em outro ataque de lágrimas, e ele apenas me puxou mais perto, enfiando minha cabeça debaixo do seu queixo, contra seu peito.

 Ele me deixou chorar, murmurando coisas todo o tempo.

Você irá ficar bem, amor. As coisas irão se resolver. Acalme-se. Respire, Demi. Eu estou aqui. Ficará tudo bem. O que quer que seja nós vamos resolver. Está tudo bem, amor.

Ele deve ter sussurrado milhares de variações. Mas ele nunca parou de tentar, sem importar o quanto eu não o estivesse ouvindo. Quando eu terminei de chorar, eu estava tão cansada para fazer qualquer outra coisa.

Eu fiquei mole contra ele, não fazendo nada além de inspirar e expirar. E ele me segurou firme. Finalmente, um barulho rompeu através da névoa. Um baixo, rosnado irritado.

 Hamlet. Eu tinha deixado Hamlet presa naquela caixa todo esse tempo.

 Cheia de propósito, eu me sentei, de cabeça limpa novamente pelo momento.

 — Desculpe, eu preciso levá-la para casa. — Eu estava me levantando e estendendo a mão para seu caixote, quando Joe me pegou pelos meus cotovelos.

 — Fique, amor. Você está chateada. Eu cuidarei do gato.

 Não. Eu não podia deixar que ele fizesse isso. Porque então ele veria que todas as coisas do gato que eu trouxe na noite anterior ainda estavam novinhas em folha e sem uso.

 — Não, está tudo bem. Eu realmente devo ir. Eu estou bem, agora.

Obrigada.

 — Demi, por favor, converse comigo.

 Meu corpo estava inclinado na direção dele contra a minha vontade, doendo pelo seu conforto novamente, mas eu não tinha tomado uma decisão ainda.

 — Eu não sei...

 — Que tal isso – você vai para casa e cuida do gato, e daqui a pouco, eu irei levar o jantar. Nós podemos conversar ou apenas assistir a um filme ou qualquer coisa que você precise fazer. Eu só... se você partir assim, eu irei enlouquecer de preocupação com você.

 Depois de um momento, eu assenti.

 — Tudo bem.

 — Jura?

 — Sim, apenas me dê uma hora, tá bom?

 Ele sorriu, e eu soube... que eu estava com problemas.

***

Eu tinha certeza que meu novo gato me odiava.

 Não que eu a culpasse, depois que eu a tivesse deixado naquela caixa por tanto tempo.

 Sem importar o que eu fizesse, ela soltava aquele rosnado de boca fechada toda vez que eu desse um passo em qualquer lugar perto dela. Eu preparei comida para ela na cozinha, a qual ela ignorou. Eu fiz uma caixa de areia e coloquei no armário da dispensa. Eu a ergui, e a carreguei para a caixa, colocando-a no interior para que ela soubesse onde estava. Ela sibilou uma vez, e depois correu, chutando areia no seu caminho. Ela desapareceu debaixo do sofá, apenas seus olhos diabólicos brilhando, visíveis na escuridão.

 Por que eu não tinha dito ao Joe que eu tinha um gato chamado Lady Macbeth? Isso teria sido muito mais adequado.

 Pelo resto do tempo, eu fui deixada sozinha com meus pensamentos, os quais eram cerca de tão prazerosos quanto o vírus Ebola. Eu endireitei a sala de estar, depois pensei em fugir. Eu endireitei meu quarto, depois corri para o banheiro, certa de que eu fosse vomitar. Eu não vomitei. Eu quase desejei que eu tivesse. Eu poderia ter dito que eu estava doente.

 Antes que eu realmente tivesse a chance de falar comigo mesma para entrar ou sair disso... houve uma batida na porta.

 Meu coração pareceu como se alguém estivesse usando-o como trampolim. Eu respirei fundo. Eu não tinha prometido nada a ele. Ele tinha dito que nós poderíamos conversar. Ou assistir a um filme. Ou fazer qualquer coisa que eu quisesse. Isso não tinha que ser uma coisa importante.

 Quando eu abri a porta, Joe pareceu tão feliz que foi difícil continuar a temer a sua presença.

 — Eu me esqueci de perguntar o que você queria, então eu trouxe pizza, um hambúrguer e uma salada. — Ele estava equilibrando todos os três em suas mãos, e eu fui de repente dominada pelo quanto eu gostava dele.

Não apenas de uma forma romântica. De um modo geral. Ele era meio que impressionante.

 Eu sorri.

— Pizza está bom.

 Eu recuei, e ele entrou no meu apartamento. Por mais que eu estivesse entrado em pânico antes, parecia natural tê-lo aqui. Não que eu ainda não estivesse nervosa, era apenas... que ele parecia como se ele pertencesse.

 Nós fomos para a minha cozinha/sala de estar, e ele colocou a comida na pequena ilha circular que se projetava do balcão da minha cozinha. Eu me ocupei conseguindo para nós dois bebidas e pratos, e quando não havia mais nada com o que eu pudesse me distrair, eu puxei uma das baquetas enfiadas debaixo da ilha balcão e me sentei ao lado dele. Eu arrastei uma fatia de pizza no meu prato, e ele abriu a salada.

 Eu estreitei meus olhos para ele.

 — Você seriamente não vai sentar-se aí e comer salada enquanto eu entupo meu rosto com a bondosa gordura, você vai?

 Ele despejou molho em cima do seu alface e sorriu. — Oh, eu vou comer o hambúrguer, também. E um pouco da pizza, se você deixar alguma coisa para mim.

 Eu rolei meus olhos. Caras eram um saco.

 Nós conversamos. Não realmente sobre alguma coisa importante. Ele hesitou quando eu mergulhei a minha pizza no molho. Quando eu o fiz tentar, ele enrugou o seu rosto como se isso fosse grosseria, mas eu o vi mergulhar um pedaço novamente mais tarde quando eu estava reabastecendo minha bebida. Não foi até que eu estivesse tão cheia que eu me sentia como se eu fosse explodir que ele trouxe a tona o meu colapso anterior.

  — Então, você pode me contar agora o que aconteceu com Cade?

 Eu cutuquei o pepperoni da fatia meio-comida da pizza no meu prato.

 — Nós tivemos uma briga, eu acho. Eu não tenho certeza. Nós nunca de verdade tivemos uma briga antes.

 — Sobre?

 Eu empurrei o ar para fora que eu estava prendendo nos meus pulmões, e decidi por retornar as coisas à geladeira, e colocar nossos pratos na pia.

 — Sobre o beijo.

 Eu podia imaginar a reação de Joe mesmo sem vê-la, então eu decidi continuar e lavar os pratos... à mão... mesmo embora eu tivesse uma máquina de lavar.

 — Ele gosta de mim —, eu continuei. — Ele me disse depois do beijo, e nós estávamos tentando agir como se nada mudou, mas foi horrível, e eu só me cansei de fingir que as coisas estavam normais.

 Ele apareceu ao meu lado, pegando um prato, e secando-o para mim. Ele deve ter percebido por agora que era mais fácil para eu falar, quando nós não estávamos olhando um para o outro porque ele manteve seus olhos focados no prato bem depois que estava seco.

 — Então, o que você fez?

 — Eu disse a ele que eu não achava que isso fosse acontecer.

 — Você não estava nem um pouco interessada? — Joe perguntou.

 Eu não achei que Joe realmente quisesse ouvir isso, mas ele ia ter o que ele estava pedindo. Eu precisava de alguém para desabafar.

 — Eu pensei sobre isso. Cade é doce, e eu gosto de estar com ele, mas ele não me faz sentir algo, de verdade.

 Ele parou de encarar o prato, e se virou na minha direção, inclinando seu quadril contra o balcão ao meu lado.

 — Eu faço você sentir algo?

 Eu olhei acima para ele apenas tempo o bastante para ver se ele estava brincando. Ele não estava. Eu afastei o olhar.

 — Essa é uma pergunta estúpida.

 — É? Você é muito mais difícil de ler do que você pensa que é.

 Eu sequei minhas mãos em uma toalha, e me movi até o sofá, empurrando-me em um canto, e arrastando um travesseiro para o meu colo.

 — Eu estou falando sério —, Joe continuou. — Algumas vezes você reage... como, bem, como eu quero que você reaja. Mas depois outras vezes, como no lado de fora durante as re-chamadas, você me afasta como se você não estivesse afetada por mim da forma com que eu estou por você.

 Eu apertei o travesseiro mais forte ao meu peito.

 — Eu estou afetada, Joe. Eu só estou confusa também... e preocupada. E eu não entendo por que você não está.

 Ele se sentou no lado oposto do sofá, todo o meio acolchoado nos separando.

 — Eu acho que tudo o que eu faço é me preocupar —, ele disse.

 — E ainda assim você acha que isso é prudente?

 Ele negou com sua cabeça, rindo. — Oh, definitivamente não é prudente. Eu sei disso. Mas honestamente, Demi? Eu estou extremamente infeliz aqui. É ótimo ter um emprego estável, e eu estou adorando ensinar, mas eu não tenho quaisquer amigos permanecentes por aqui. Eu vou ao trabalho, e depois eu volto para o meu apartamento. E eu penso em você porque eu não posso evitar, e não há nada mais para me distrair. Especialmente quando eu sei que você só está a um prédio de distância. Na noite em que nós nos conhecemos... Demi, eu normalmente não faço coisas daquele tipo. Mas eu estava considerando tudo sobre vir para cá, e você era tudo o que eu precisava. Eu não sei quantas vezes eu me impedi de vir até aqui e bater na sua porta. E sim, ver você com Cade foi definitivamente uma motivação, mas mais do que isso... eu apenas gosto de você, Demi. Como um professor. Como uma pessoa. Como um cara.

 Era difícil manter minha respiração firme, difícil impedir a cobiça de aparecer no meu rosto, difícil de me impedir de me esticar para ele.

 — Então, e agora? — eu perguntei a ele.  — Eu não tenho absolutamente nenhuma ideia   Eu tinha tantas ideias. Esse era o problema.

 — Se nós fizermos isso... — eu comecei e depois parei. Toda a sua postura mudou, e eu a senti ecoar na minha própria. Nós estávamos prestes a cruzar a linha, e nós dois sabíamos disso.     — Se nós fizermos isso, nós temos que ser cuidadosos. — Ele assentiu, seus olhos fixos em mim. — E eu acho que nós devemos ir com calma. Se nós entrarmos nisso muito rápido, nós ficaremos descuidados. — E eu precisava de mais tempo para pensar sobre isso, sobre sexo com ele, e se isso era algo que eu queria fazer. 

 Eu não estava certa se lento era algo que nós poderíamos fazer, mas era a única maneira que eu podia fazer isso sem entrar em pânico. Quem eu estava enganando? Eu ia entrar em pânico independentemente. A diferença era se isso fosse como um sinto-me-como-se-eu-vou-adoecer-de-pânico ou um tranque-me-no-meu-apartamento-por-uma-semana-de-pânico. 

 — Tudo bem —, Joe escorregou para perto de mim no sofá, na metade do caminho do meio do sofá. — Eu posso ser cuidadoso... e lento.

 Minha pele foi invadida com arrepios quando ele estendeu uma mão para mim. Eu me deixei ter medo por um segundo, mas depois a necessidade de tocá-lo dominou até mesmo meu medo. Eu empurrei o travesseiro para fora do meu colo, e deslizei na sua direção. Eu coloquei minha mão na dele, e ele a ergueu para sua boca, segurando-a ali contra seus lábios. Ele fechou seus olhos, e o simples toque encharcou o meu corpo, suavizando minha ansiedade.

 Como uma chave em uma tranca, meu corpo caiu no dele, encaixando-se perfeitamente. Com minha cabeça no seu peito, e seu braço ao redor do meu ombro, eu respirei fundo e soube que não havia volta.
 
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Oiii!! eu não postei antes pq eu pensei que a Bru havia postado, mas não fiquem chateados com ela, ela faz o máximo para conseguir postar, ok?? Bom eu não tenho muito o que falar pq eu ainda estou em choque e tentando me recuperar de Jemi ontem dahsdgjhsj Beijoooos <3

Comentem!!!

28.9.14

Losing It - Capitulo 16


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- POR QUE NO MUNDO você iria querer um gato? — Selena perguntou enquanto nós deixávamos Direção no dia seguinte.

 — Eu só quero, tá bom? Você quer vir ou não?

 Ela encolheu de ombros. — Não posso. Desculpe. Eu tenho trabalho.

Apenas leve o Cade.

 Como se ele estivesse sido chamado, Cade apareceu entre nós, e eu me perguntei quanto tempo ele esteve escutando nossa conversa.

 — Me levar aonde?

 Eu disse —, Eu vou a uma sociedade humanitária buscar um gato.

 — Oh. Legal —, ele disse, assentindo. — Eu desejaria que eu não estivesse vivendo nos dormitórios. Eu amaria ter um cão.

 Eu estava consciente do espaço cuidadoso que ele manteve entre nós, e da quase constante sacudida da sua cabeça, como se acenando tivesse dado a ele algo a se fazer, e ele não queria desistir. 

 Selena abaixou seus óculos escuros da sua cabeça e sobre seus olhos mesmo embora nós ainda estivéssemos no lado de dentro. — Bem, por mais divertido que isso seja... eu tenho que conseguir um emprego. Vocês dois se divirtam no abrigo. Não venham para casa com um gato fêmea, Demi. — Selena estava absorta do olhar em pânico que eu estava disparando para ela. Cade e eu realmente não tínhamos ficado sozinhos desde toda a conversa do talvez. Ele mexia na sua mochila carteiro no seu outro ombro, inquieto como ele sempre ficava quando ele estava nervoso.

 — Se você quiser ir sozinha — está legal.

 — Não, não. Você deveria vir. — Nós tínhamos que acabar com isso. E eu só via duas maneiras – nós ficando juntos ou não. A espera ia acabar com o nosso relacionamento (se já não estivesse bastante estropiado). Se nós tínhamos que ter essa conversa, ao redor de animais bonitinhos provavelmente era o melhor lugar.

 — Tudo bem. Legal —, ele disse.

 Legal... tá bom.

 Eu estava feliz em ser a pessoa dirigindo. Isso me deu uma forma de ocupar meu corpo e minha mente. E era meu carro, então eu podia aumentar a música tão alto quanto eu quisesse. O que eu não tinha contado era Cade estando à vontade o bastante no meu carro para diminuí-la.

 — Então, o que fez você decidir ter um gato?

 Oh, você sabe. Eu quase tive uma noite de sexo sem compromisso com nosso professor, mas fugi usando meu gato imaginário como desculpa, e agora ele pode querer que nós estejamos juntos, juntos mesmo embora seja a pior ideia do mundo, mas eu meio que não me importo com isso também, porque meu corpo e provavelmente meu coração estão me dizendo que é a melhor ideia do mundo. Então agora eu preciso de um gato para que ele não perceba que eu estava mentindo sobre o gato e porque eu sou virgem e me acovardei de fazer sexo com ele.

 — Apenas quis um —, foi o que eu realmente respondi.

 — Oh. Legal.

 Se ele disser, ―legal‖ mais uma vez eu vou gritar.

 Eu entrei no estacionamento da sociedade humanitária, desejando que eu tivesse dito a Cade que eu queria ir sozinha afinal de contas.

 Eu precisava de algo felpudo e adorável em minhas mãos, fato.

 Nós entramos naquele distinto cheiro medicamentoso que era reservado para abrigos e veterinários. A moça na mesa da frente até mesmo pareceu vagamente felina, como se ao trabalhar aqui estivesse no seu DNA.

Seu rosto estava levemente severo, seus olhos inclinados, e seu cabelo curto e ondulado.

 — Oi! Como eu posso ajudá-los?

 — Oi —, eu disse. — Eu estou interessada em adotar um gato.

 Ela aplaudiu mãos minúsculas que eu imaginei como patas. — Isso é fantástico. Nós temos muitos candidatos. Por que eu não levo vocês ao ambiente dos gatos, e eu darei a vocês dois uma chance de olhar por aí.

 Nós a seguimos corredor abaixo, aquele cheiro de anti-séptico ficando mais forte, sem dúvida cobrindo o odor de uma multidão de animais vivendo em um lugar.

 — Aqui estamos nós.

 A sala estava empilhada com gaiolas, e eu não sei se o coro de miados começou com a nossa entrada ou se era constante, mas nós fomos cercados pelo som.

 — Eu irei deixar vocês dois sozinhos. Tudo o que nós pedimos é que vocês apenas tirem um animal de cada vez. — Com um amplo, sorriso de Cheshire27 e um aceno, ela partiu.

 Em silêncio, eu espiei dentro das gaiolas, me sentindo perdida.

 Eu gostava de gatos, mas eu não estava certa se eu realmente queria um. O que eu faria com ele quando eu me formasse? Valia a pena por um cara? Valia a pena apenas para fazer sexo? Eu quero dizer, não é como se não houvesse outras opções para perder minha virgindade.

 Eu olhei para Cade, que tinha escorregado seus dedos para dentro de uma gaiola próxima, acariciando um gato preto meia-noite.

 Se eu fosse honesta, isso não era apenas para fazer sexo, mesmo se tivesse começado dessa forma. Por mais que eu quisesse Joe, eu tenho bastante certeza que se eu tentasse dormir com ele novamente, se transformaria em uma repetição da minha primeira performance desajeitada.

 — Você quer saber? — eu disse alto. — Talvez eu não esteja pronta para um gato.

 Eu me virei para partir, mas Cade entrou no meu caminho.

 — Opa. Muito sem personalidade. Você nem sequer segurou um. Dê uma chance.

 Ele abriu a gaiola com o gato preto e o arrastou para os meus braços. Ele o trouxe na minha direção, esfregando a mandíbula do gato. Eu estava no nível visual com bola de pêlos, e eu podia ouvir o ronco do motor dos seus ronrons daqui.

  Eu dei um passo para trás, e tentei explicar sem realmente explicar.

— Não é que eu não goste de gatos. Eu de fato, eu acho que eu adoraria ter... um gato. Mas e se eu
tiver um gato antes que eu esteja pronta? E se eu escolho o gato errado? Ou e se eu sou péssima em... ser uma dona de um gato, eu quero dizer?

 Deus, quanto mais fácil seria se eu pudesse dizer o que eu realmente pensava?

 Cade rolou seus olhos, e empurrou o animal nos meus braços. — Demi, você não pode ser péssima com isso se você tentar.

 Eu poderia ser péssima no sexo, porém. Conhecendo o meu super-ativo, cérebro neurótico –eu poderia ser completamente terrível com isso.

 O gato se esticou e esfregou o topo da sua cabeça contra meu queixo.

Foi bastante adorável. Cade estava radiante para mim, e eu pensei... talvez Cade fosse a melhor escolha. Eu estaria tão aterrorizada por sexo se eu estivesse fazendo isso com Cade?

 O pensamento me fez sentir trêmula, insegura.

 Eu passei o gato de volta para seus braços, ainda insegura, mas me sentindo um pouco mais calma. Quando cheguei na fileira de gaiolas, e procurei por uma cinza que poderia se passar por Hamlet. Quando eu a encontrei, o Destino deveria estar rindo de mim. Ela estava agachada no fundo da sua gaiola, seus grandes olhos verdes cautelosos. Eu abri a porta da gaiola, e ela respondeu com um rosnado gutural.  Lógico... eu iria ficar com o gato assustado.

 Sobre meu ombro, Cade disse —, Você não está falando sério.

 Se eu apenas não estivesse. Mas eu tinha dito ao Joe que Hamlet era cinza.

 — Algumas vezes, são as coisas assustadoras na vida que valem à pena. — Eu disse a ele. Tenho certeza que eu tinha lido no biscoito da sorte uma vez. Isso pareceu sábio, certo?

 Eu estiquei minhas mãos dentro da gaiola, preparei para uma mordida ou um arranhão ou um massacre completo, mas enquanto minhas mãos circulavam o meio da fera, ela reagiu apenas com um baixo rosnado.

 Cade negou sua cabeça. — Por que você não iria querer esse? — Ele levantou o gato preto perto do seu rosto. — Ele é tão doce!

 Em contraste, o gato nos meus braços estava em alerta máximo – suas pernas eretas, olhos amplos. Eu tinha uma sensação que se eu tentasse segurá-la mais perto, ela iria me espancar. Eu a coloquei no chão e ela saiu correndo, se escondendo em baixo de um banco perto.

 Eu sabia que ele estava apenas me perguntando sobre o gato, mas eu ouvi outra pergunta. Uma que ele não tinha feito, não hoje de qualquer forma. E Cade era doce, e o pensamento de estar com ele não me deixava imobilizada com medo. O pensamento de estar com ele não me deixava com nenhuma emoção poderosa, realmente.

 Foi quando eu soube—

 — Cade... eu preciso retirar o meu talvez.

 Eu juro que até os gatos pararam seus miados. Eu podia imaginar seu silêncio aturdido. Eu fiquei imaginando o que na língua do gato fosse por Oh, não ela não fez.

— Oh.

 Eu desejei que ele reagisse – gritasse, argumentasse, qualquer coisa. Eu esperei por ele brigar como aquele gato, garras para fora, dentes descobertos. Ao invés disso, ele caminhou calmamente para longe e colocou o gato preto cuidadosamente na sua gaiola, provavelmente porque nós não podíamos ter mais do que um gato solto de uma vez como a moça disse. Esse era Cade, sempre pensando sobre as regras. É como eu sempre fui, também, mas eu estava começando a pensar que não era como eu queria ser agora.

 Seu movimento foi mecânico, simples, preciso. Ele fechou a porta da gaiola e virou o trinco com um estalo agudo. Ele manteve suas costas para mim enquanto ele falou.

 — Tenho a permissão de perguntar por que?

 Eu suspirei. Eu devia isso a ele, mas como eu poderia contar a ele isso? Ele não podia saber. Se eu fosse fazer essa coisa com Joe (quem eu estava enganando? Eu provavelmente vou), então ninguém poderia saber.

Nem mesmo meus melhores amigos.

 — Eu... pode haver outra pessoa.

 — Pode haver?

 Isso era enfie-sua-mão-em-um-terrível-liquidificador. Ele não olhava para mim, e o coração em meu peito parecia um fino papel, como papel de seda, o que significava que eu estava bem perto da insensibilidade, fazendo isso com o meu melhor amigo.

 — As coisas ainda estão um pouco... complicadas. Mas eu gosto dele, muito. Eu ia esperar, ver se os sentimentos sumiriam, para que talvez você e eu pudéssemos... — Eu parei, não querendo colocar em palavras o que eu estava pensando. Não havia objetivo nisso. — Mas Cade, eu não posso lidar com como as coisas estavam. Faz menos de uma semana, e eu sinto que eu estou morrendo. Eu odeio questionar tudo que eu faço perto de você, me perguntando se está correto, me perguntando se isso cruza a linha, me perguntando se eu estou magoando você. Eu sinto falta do meu melhor amigo, mesmo quando eu estou bem ao seu lado. Então... eu tenho que fazer uma escolha. E eu preciso muito de você na minha vida para estragar tudo conosco. Se eu lhe dissesse sim, e em seguida meus sentimentos por ele não sumissem... eu não poderia fazer isso. Por favor me diga que eu já não estraguei tudo. Por favor, por favor.

 Ele se virou depois, e eu estava assustada pela mágoa que eu vi nele. O rosto de Cade pareceu estranho com uma careta.      — Eu quero dizer que nós estamos bem, Demi. Eu preciso de você, também. Mas eu não posso fingir que eu não estava esperando que isso fosse a algum lugar. Eu não sei se eu posso fazer isso. A verdade é que... você está me magoando. Não de propósito, eu sei disso. Mas eu amo você e cada segundo que você não me ama de volta... machuca.

 — Cade— eu estendi a mão para ele.

 — Não, por favor. Eu não posso.

 O cheiro de medicamentos do abrigo subitamente estava opressor, enjoativo.

 Eu perguntei —, Não pode o que? Não pode ser meu amigo?

 — Eu não sei, Demi. Eu só não sei.

Talvez.

 — A sugestão de amargura no seu tom era pequena, mas me golpeou como uma bofetada sobre o rosto de qualquer forma. Ele saiu pela porta, e eu me afundei no banco, sentindo-me desgastada e queimada e ferida. Meu coração de papel de seda estava em farrapos.

 Eu fiquei sentada ali, tentando decifrar uma forma que eu pudesse ter feito isso melhor. Havia algum caminho razoável que eu poderia ter pegado que não teria ferrado com isso tão completamente? Contando a ele não diretamente teria sido melhor? Eu deveria ter esperado até que o ano estivesse terminado e Joe tivesse partido, e então tentado ter algo com Cade?

 Minha mãe tinha me dito uma vez quando eu era pequena e tive uma amizade desfeita que alguns relacionamentos apenas terminavam. Como uma estrela, eles queimam brilhantes e intensos, e depois nada em particular dá errado, eles apenas chegam ao seu fim. Eles se esgotam.

 Eu não podia compreender a minha amizade com Cade sendo terminada.

 Algo cutucou a minha panturrilha, e então a cabeça do gato cinza apareceu entre as minhas pernas. Ela empurrou todo o seu corpo através do espaço entre os meus membros, roçando contra mim conforme ela passava. Ela circulou de volta e pressionou sua cabeça contra minha canela. Eu estendi uma mão para baixo, e ela congelou, se agachando contra o chão com medo. Lentamente, eu me movi até que minha mão pressionasse contra suas costas, deslizando ao longo da sua pelagem em um afago suave. Seu rosto relaxou, e eu a acariciei novamente.

 Eu me abaixei no chão ao lado dela. Ela olhou acima para mim, mas ela não correu. Quando eu estava certa que ela estava confortável comigo, eu a ergui em meus braços. Eu pressionei meu rosto contra sua pelagem, absorvendo o conforto que ela não percebeu que estava me dando.

 — Vamos fazer um acordo, Hamlet. Eu irei ajudar você a ter menos medo, se você me ajudar, também.

OI GENTEEEE! É a Bruna aqui, ok? Td bom cm vcs? EU TO ÓTIMA! Quem viu a Demi e o Joe cantando This Is Me ontem no show? Eu pirei, haha' Quem quer ver a apresentação, é só clicar aqui c; Gostaram do capítulo? Desculpem por não ter percebido o erro do 14/15 </3 Conversei com  a Mari e resolvi q, por conta do número ENORME de visualizações, eu vou querer, pelo menos, 4 comentários para o próximo... Pode ser assim? Comentem! Com vcs comentando, Mari pode até pensar em uma maratona... O q acham? Haha' de qualquer forma, comentem, se for p falar bem ou n da história! O q vale é a sua opinião ;D Vou indo agr... Até mais, meninas! Bjs, Bruna.