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Negação é
uma habilidade que eu dominava na adolescência.
Não pense nisso. Não fale disso. Engula isso.
Engasgue com isso.
Não chorei na noite em que meu pai faleceu.
Nem quando o xerife Mitchell veio até a nossa
casa para nos levar ao hospital, ou quando o médico nos contou que
não conseguiram salvá-lo. Não derramei uma lágrima durante o
velório ou o enterro.
Obrigada por ter vindo.
Sim, serei forte para minha mãe.
Você é tão gentil.
Oito dias depois que ele estava embaixo da terra,
minha mãe estava trabalhando no restaurante no andar de baixo. Eu
estava na cozinha, tentando abrir um pote de picles.
Fui até o quarto dos meus pais e chamei meu pai
para ajudar. Foi aí que me toquei, olhando para o quarto vazio. Ele
não estava lá. Ele nunca mais estaria lá. Caí no chão e chorei
igual a um bebê.
Em cima de um pote de picles.
Esse é o mesmo conjunto de habilidades que me
permitiu passar o resto da noite na casa dos Jonas. Sorrio. Converso.
Abraço Mackenzie para me despedir. Joe e eu voltamos para casa e
fazemos amor.
E não conto para ele.
Você não grita fogo em um cinema a não ser que
tenha certeza de que há chamas.
Já viu… E o Vento Levou? Minha heroína é
Scarlett O’Hara.
“Não posso pensar nisso agora. Pensarei
amanhã”.
Portanto, este é meu plano. Pelo menos por
enquanto.
O amanhã chega rápido.
Parece que Deus tem um senso de humor doentio.
Porque a qualquer lugar que vá, tem algo sobre gravidez.
Dê uma olhada:
O homem passeia com cachorros ao meu lado na
calçada, a policial guia o trânsito, o homem na capa da revista
People na banca de jornal, a executiva no elevador apertado que
parece contrabandear bolas de ginástica por baixo de sua blusa.
Cubro a boca e mantenho distância, como uma
turista tentando evitar a gripe suína.
Enfim, chego ao escritório. Sento-me à mesa e
abro minha fiel planilha diária.
Sim, ainda uso uma agenda de papel. Joe me comprou
um Black-Berry de Natal, mas ainda está na caixa. Não confio em
nenhum dispositivo que pode jogar meu trabalho em um abismo
desconhecido com o toque de um botão.
Gosto de papel. É sólido, real. Para destruí-lo,
você tem que queimá-lo.
Normalmente, sou um pouco controladora. Anoto
tudo. Sou uma investidora, vivemos e morremos seguindo o cronograma.
Mas, ultimamente, tenho estado distraída, preocupada com o cansaço
e o sentimento geral de inutilidade. Então, me esqueci do fato de
que tinha começado uma nova cartela de anticoncepcionais, mas não
tinha menstruado na última.
Falando sobre anticoncepcionais.... O que é que
tem?
Noventa-e-nove-vírgula-nove-por-cento de
eficácia, vá se ferrar.
É a mesma exatidão estatística daqueles testes
de gravidez que você tem de fazer xixi no pauzinho, por isso que não
vou nem chegar perto de um desses. Em vez disso, pego o telefone e
ligo para o escritório da doutora Roberta Chang.
Lembra-se dos quatro alunos que moravam comigo,
com a Deloris e com o Billy fora do campus na Pensilvânia? Bobbie
era uma deles. Seu marido, Daniel, era o outro.
Bobbie é uma pessoa incrível. Seus pais vieram
da Coreia quando ela ainda era um bebê. Ela é pequenininha, o
bastante para comprar roupas em loja de crianças, mas tem a
personalidade de uma amazona.
Ela também é uma ótima ginecologista e
obstetra. Recomendo-a como médica para vocês aí.
Bob e seu marido se mudaram para Nova York faz
apenas alguns meses. Não a vejo há anos, mas nossa amizade é uma
daquelas que continua firme, mesmo se ficarmos uma eternidade sem nos
falar. Quando nos encontramos, parece que não ficamos longe nem um
pouquinho.
Marco uma consulta e, automaticamente, anoto na
minha agenda.
Bob – 19h.
Fecho a agenda e coloco-a na mesa perto do
telefone. Depois, olho para o relógio e percebo que estou atrasada
para uma reunião.
Merda.
Pego uma pasta e saio da sala.
Ainda não estou pensando nisso… caso queira
saber.
Quando volto depois de duas horas, Joe está
sentado à minha mesa, impaciente, batendo uma caneta no mogno
escuro. Na maioria das vezes, a gente almoça junto, pede comida e
divide em uma das salas.
– Oi.
Ele olha para cima.
– Olá.
– Já pediu ou estava me esperando?
Ele parece confuso.
– Hã?
Me apoio na ponta da mesa.
– O almoço, Joe. É por isso que está aqui,
né?
Ele mexe a cabeça.
– Na verdade, queria falar com você sobre o
jantar. Um novo restaurante abriu em Little Italy, e estou com uma
vontade de comer massa. Ia reservar para nós esta noite. Às sete.
Congelo.
Não sou muito boa em mentir. Bom, não desde o
Ensino Médio. Até mesmo naquela época, não havia muitas mentiras
de verdade. Eram mais… omissões de atividades que minha mãe
surtaria se soubesse. Quando era necessário mentir, recorria a
Deloris, meu álibi. Isso ainda não mudou.
– Não posso esta noite. Deloris quer ter uma
noite só de meninas. Não temos uma dessas há um tempão.
Vamos parar por um instante. Isso é importante.
Consegue notar o rosto dele? Olhe mais de perto ou
você não vai perceber.
Por apenas um segundo, está um pouco surpreso. Um
toque de raiva… talvez de dor. Mas depois volta ao normal, e sua
expressão fica aliviada e volta a ser neutra. Perdi esse olhar na
primeira vez. Você deveria se lembrar dele. Isso fará muito sentido
daqui a dez horas.
Joe fala baixo. Como um detetive tentando derrubar
um criminoso.
– Você viu Deloris ontem à noite.
Meu estômago murmura como aquelas balinhas que
explodem.
– Ontem foi diferente, todo mundo estava lá.
Esta noite, seremos apenas nós duas. Vamos comprar algumas bebidas,
comer alguns aperitivos engordativos e depois voltarei.
Joe levanta, seus movimentos estão rápidos,
tensos.
– Tudo bem, Demi. Faça a porra que quiser.
Ele tenta passar por mim, mas pego em seu cinto.
– Ei. Não fique assim. Podemos sair para jantar
amanhã à noite. Não fique bravo.
Ele me deixa puxá-lo mais, mas não diz nada.
Dou-lhe um sorriso galanteador.
– Fala sério, Joe. Vamos almoçar. E, depois,
você pode me comer.
Esfrego minha mão pelo seu peito, tentando
amaciá-lo.
Mas ele não se entrega.
– Não posso. Tenho que terminar umas coisas.
Falo com você mais tarde.
Ele beija minha testa, com os lábios parecendo
demorar um pouco mais do que o normal. Em seguida, se afasta e vai
embora.
Na cidade de Nova York, você pode contar sempre
com uma coisa: esperar. Não a correspondência, ou a gentileza do
seu companheiro.
É a hora do rush. Nunca muda. É onde estou
agora.
Para-choque com para-choque.
Tentei ligar para a Deloris três vezes para falar
que eu precisava de cobertura, mas ela não atendeu. No laboratório,
não é permitido utilizar celulares. Também não encontrei mais o
Joe depois que ele saiu do escritório, e isso é bom. Eu, realmente,
não quero conversar com ele até saber com o que estou lidando.
Quando você está sozinha em um veículo que
praticamente quase não se mexe, não tem muita coisa para fazer.
A não ser pensar.
Consegue adivinhar no que estou pensando agora?
Até a represa mais forte se racha um dia.
Scarlett O’Hara sai de cena.
Já ouviu a história sobre o pai da Deloris? É
bizarra.
Quando éramos jovens, Amélia contou para Deloris
que seu papaizinho não podia viver com elas. Ela contou aquilo de um
modo simples, gentil. Mas quando ficou mais velha, Deloris descobriu
a história toda.
Amélia cresceu na Califórnia. Consegue imaginar?
Amélia, a garota surfista, jovem e bronzeada, magra e despreocupada.
Quando tinha dezessete anos, ela conheceu um cara
no píer de Santa Monica: cabelo escuro, braços definidos e olhos
esverdeados. Ele se chamava Joey Martino. Tiveram uma química
instantânea e, como Julieta antes dela, Amélia se apaixonou
profunda e rapidamente.
Aí, chegou a hora de Joey seguir em frente e ele
pediu a Amélia que fosse com ele. Sua mãe falou que, se ela saísse
pela porta de casa, não poderia nunca mais voltar.
Nunca mais.
Amélia se despediu de sua irmãzinha com um
abraço e subiu na moto de Joey. Depois de seis semanas, eles estavam
passando por Greenville, em Ohio.
E ela percebeu que estava grávida.
Joey recebeu bem a notícia e Amélia se empolgou.
Agora eles seriam uma verdadeira família.
Porém, na manhã seguinte, ela acordou com apenas
um bilhete ao seu lado que dizia:
Foi divertido.
Me desculpe.
E nunca mais o viu de novo.
Algumas crianças precisam se queimar algumas
vezes antes de parar de brincar com fósforos. Mas Amélia nunca foi
assim. Uma lição foi tudo o que precisou. A partir daquele momento,
ela saiu apenas com um tipo de homem: humilde, simples, não alguém
lisonjeador ou exibido e arrogante. Caras completamente diferentes de
Joey.
Completamente diferentes de Joe.
É por isso que ela não gosta dele.
Não, não é bem isso. É por isso que não
confia nele.
Ela me chamou de lado no nosso primeiro Natal,
quando ela e minha mãe vieram me visitar. Ela me disse para ir
devagar, para tomar cuidado com o Joe.
Porque ela já tinha visto aquele tipo de homem.
Bom, acabou a hora da história, crianças.
Chegamos.
O consultório da Bob é bem legal, um prédio
geminado de arenito vermelho, com um estacionamento aberto. Caso você
não saiba, é difícil encontrar lugares como esse na cidade. É um
estacionamento cheio, compartilhado com o prédio vizinho. Carros
entram e saem, e competem por vagas.
Desligo o motor, seguro o volante e respiro
profundamente.
Eu consigo fazer isso.
Quero dizer, na verdade, são apenas os próximos
dezoito anos da minha vida, né?
Saio do carro e olho para a plaquinha na janela do
prédio.
ROBERTA CHANG
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Ao tentar entrar, duas mãos enormes chegam por
trás de mim e cobrem meus olhos. Uma voz familiar sussurra no meu
ouvido:
– Adivinhe quem é?
Viro, no meio da multidão. Viver com alguém,
especialmente durante a faculdade, cria um laço que nasceu de
experiências compartilhadas e memórias preciosas.
– Daniel!
Daniel Walker é um homem do tamanho de um mamute.
Ele e Arnold Schwarzenegger poderiam ser irmãos. Mas não se engane.
Ele é como uma daquelas balas de caramelo: são duras por fora,
macias e grudentas por dentro.
Ele é carinhoso. Generoso. Compassivo.
No nosso primeiro ano da faculdade, um rato
decidiu se mudar para nossa arruinada casa. Todos votamos para
matá-lo, exceto o Daniel. Ele construiu uma armadilha com barbante,
papelão e graveto, que teria deixado Os Batutinhas orgulhosos.
Na verdade, ele conseguiu pegar o safadinho.
Ficamos com ele. Colocamos-o numa gaiola, como se fosse uma mascote.
Nós o chamávamos de Bud por causa da nossa cerveja favorita.
Daniel me puxa para dar um abraço de urso, me
levanta e me gira. Em seguida, me coloca no chão e beija minha
bochecha.
– É tão bom te ver, Demi. Você está linda!
Estou sorrindo tanto que meu rosto começa a doer.
– Obrigada, Daniel. Você também. Não mudou
nadinha. Como está indo tudo?
– Não posso reclamar de nada. As coisas andam
bem, apesar de ocupadas. Ainda estou fazendo entrevistas em
hospitais.
Daniel é anestesiologista. Quando é possível,
ele e a Bob trabalham juntos.
Como eu e o Joe.
Ele continua.
– Mas a clínica da Bobbie está expandindo,
então sou o entregador, por enquanto – ele levanta uma sacola de
comida chinesa.
Quando o cheiro alcança meu estômago, ele se
revira, me deixando ciente de que não está gostando. Engulo a
saliva.
Ele coloca seu braço pesado nos meus ombros e
conversamos durante alguns minutos. Sobre a mudança, sobre Deloris e
sobre Billy. Conto sobre Joe e como gostaria que nós quatro
saíssemos para jantar.
E, então, escuto um chiado alto de pneus de
borracha.
Nos viramos e observamos as lanternas traseiras de
um carro em alta velocidade desaparecerem do estacionamento.
Daniel mexe a cabeça.
– E eu pensava que os motoristas da Filadélfia
é que eram ruins.
Rio.
– Ah, não, nova-iorquinos ganham na má
direção. E são os fãs de beisebol mais loucos. Não use sua
jaqueta do Phillies aqui, pode terminar em tragédia.
Daniel ri e seguimos até o prédio.
Bom, agora é oficial.
A vida como conhecia terminou.
Estou grávida. Prenha. O pão está no forno e o
danado já está cozinhando.
Não fiquei surpresa. Só esperava estar errada.
De acordo com Bobbie, meus antibióticos são os
culpados. Eles reduziram a eficácia dos anticoncepcionais.
Então, entende agora o que disse sobre as bulas?
Leia-as. Aprenda-as. Obedeça-as.
É muito cedo ainda para fazer um ultrassom, então
terei que voltar daqui duas semanas. Também tenho que tomar
vitaminas pré-natais do tamanho de um elefante, diariamente.
Que ótimo!
Estaciono na garagem, mas não subo até o
apartamento. Uma das melhores partes de morar na cidade é que sempre
tem algum lugar aberto, algum lugar para andar com pessoas em volta.
Saio na calçada e ando alguns quarteirões,
tentando clarear minha mente. Tentando entender que porra devo fazer
agora.
Se você estiver se questionando porque não
pareço feliz, não estou, na verdade. Você tem que entender que
nunca fui aquela garota. Não brincava com bonecas, mas com a caixa
registradora dos meus pais. Enquanto as outras crianças queriam ir
até uma loja de brinquedos, eu queria ir para uma papelaria.
Até mesmo antes da minha vontade de ser
independente financeiramente começar, meus sonhos eram sempre de
escritórios e mesas, não de berços e carrinhos de bebê. Não é
que eu não queira ter filhos. Só não quero um agora. Agora não
fazia parte do plano.
E ainda tem o Joe. Ele me ama, eu sei. Mas uma
gravidez muda tudo. Significa marcas de estrias, peitos caídos e
noites sem dormir. Acabam-se as férias espontâneas. Não haverá
mais maratonas de sexo.
Ele vai ficar louco. Com certeza.
Sento num banco e observo os carros passando.
Em seguida, uma voz à direita chama a minha
atenção.
– Quem é o menino mais lindo do mundo? É o
Joseph. Meu lindinho.
É uma mulher, com cachos loiros suaves e olhos
escuros, que deve ter a minha idade e está segurando uma máquina de
baba.
Você acredita em sinais? Eu não.
No entanto, minha avó acreditava. Ela era uma
mulher incrível, uma arqueóloga de respeito, que estudou
profundamente as tribos americanas do sul. Eu venerava minha vó. Uma
vez, ela me disse que os sinais estavam sempre em nossa volta. Eram
guias que nos levavam para o caminho certo, em direção ao nosso
futuro. Nosso destino. Tudo o que precisávamos fazer era abrir
nossos olhos e corações, e encontraríamos nosso caminho.
Fico observando a jovem mãe e seu filho. Em
seguida, um homem se aproxima delas.
– Oi, desculpa. Estou atrasado. A droga da
reunião atrasou.
Acho que ele é o marido dela. Ele a beija.
Depois, pega o bebê babão dela e o coloca sobre sua cabeça.
– Aqui está meu menino. Oi, garotão.
Seu sorriso é tão afetuoso, tão bonito, que
literalmente me deixa sem ar. O casal perfeito se inclina um contra o
outro docemente, com o bebê entre eles, se aproximando como um ímã.
Sinto-me como uma voyeur, mas o momento é tão
especial que não consigo parar de olhar.
E é quando eu entendo. Não estou apenas grávida.
Vou ter um bebê. Joe e eu fizemos um bebê. Uma nova pessoa.
Uma imagem vem à mente. Tão clara. Tão
perfeita.
Um menininho de cabelo escuro, com o sorriso
esperto do Joe e minha magnífica personalidade. Uma parte de cada um
de nós.
As melhores partes.
Lembro-me de como Steven olhou para Alexandra,
ontem à noite, quando contaram a grande novidade. Imagino como Joe
me olha, quando pensa que não estou olhando. E o modo como ele se
aconchegou com a Mackenzie quando ela pegou no sono ao seu lado no
sofá. Me lembro do quanto é legal ensiná-la a tocar violão.
E como seria demais ensinar a um bebê… tudo.
Joe adoraria ter um pequenininho para mostrar algumas coisas, por
exemplo, como jogar xadrez e basquete.
E como xingar em quatro idiomas diferentes.
Joe não é Joey Martino. Sua família é tudo
para ele.
Eu sou tudo para ele.
Terei um filho dele. Deus do céu. Os hormônios
da gestação devem estar sobrecarregados, porque lágrimas começam
a encher meus olhos e a descer pelas bochechas. Lágrimas de
felicidade.
Porque tudo vai ficar bem.
Talvez eu fique com estrias, mas estamos em Nova
York, a capital mundial da cirurgia plástica. É claro que ainda tem
algumas coisas que quero conseguir no campo profissional. E irei.
Porque Joe estará ao meu lado para me ajudar, para me dar apoio.
Como ele sempre esteve.
Ele ficará empolgado, como uma criança quando
ganha um presente inesperado na manhã de Natal. No início, será um
choque, mas não consegue vê-lo? Alegre. Exaltado.
– Com licença, tá tudo bem? – devo estar
chorando mais alto do que imaginava, porque o papaizão está me
olhando, preocupado.
Seco minhas bochechas, com vergonha.
– Sim, estou bem. Estou apenas… – olho para
a criança – Ele é tão lindo. Vocês são tão bonitos.
Perco o controle e me desfaço em soluços, então,
a mãe dá um passo para trás.
Ótimo. Agora sou uma louca sentada num banco.
Ela pergunta:
– Tem alguém para quem possamos ligar?
Dou um suspiro e volto ao normal. Em seguida,
sorrio.
– Não. Estou bem. Sério. É que… vou ter um
filho.
Pronto.
Disse.
É claro que disse para dois desconhecidos, o que
é um pouco estranho, mas, ainda assim, disse. Estou com medo? Claro
que sim. Porém, eu nunca corri de um desafio na minha vida, por que
iria agora?
– Parabéns e boa sorte, moça.
– Obrigada.
A família vira e sai andando pela rua. Ao vê-los
se distanciarem, o painel de uma loja à direita chama minha atenção.
É uma loja de artigos dos Yankees e, na vitrine, tem uma camiseta bem pequenininha que
diz: PRÓXIMO ARREMESSADOR DO YANKEES. Minha empolgação, então,
desabrocha como uma flor em uma floresta tropical.
Porque, agora, sei exatamente como contarei para o
Joe.
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Aeeeh Demi está grávida!! acho que já no próximo capitulo as coisas vão começar a desandar... maratona começa agora e os capítulos irão ser com intervalos de 1:30. Comentem, beijooos <3
Sabia que ela tava grávida, já tenho algumas ideias do que Joe vai fazer e não to acreditando
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