~
Oito meses
depois
Então…voltei a frequentar a igreja. Toda
semana. Às vezes, duas vezes por semana.
Sim, sou eu, o Joe.
Bom te ver. Sentiu saudade? Levando em conta a
expressão em seu rosto de “gostaria de enfiar seu pinto num
apontador de lápis automático”, acho que isso é um não.
Ainda está com raiva, né? Não posso dizer que
te culpo. Foram três semanas duras antes de conseguir olhar meu
reflexo no espelho e não querer bater na minha bunda. Na verdade,
teve uma noite em que eu estava com os caras, comemorando um acordo
ferrado que o Jack fechou e, depois de muitas doses de Jäger,
implorei para que o Matthew me desse um soco bem forte no saco.
Porque não conseguia parar de ver o olhar no
rosto da Demi quando ela entrou por aquela porta naquela noite
horrível. Ele voltava na minha mente diversas vezes, igual àqueles
filmes insuportáveis que passam constantemente na TV a cabo, mas que
ninguém nunca assiste.
Para minha sorte, Matthew recusou. Tenho mais
sorte ainda, pois Deloris não estava com ele, porque ela, com
certeza, teria ficado muito feliz em dá-lo. É… a lista de pessoas
que tive que beijar a bunda durante os últimos meses foi enorme.
Poderia fazer uma linha de produção. Demi, Deloris, Carol, meu pai,
Alexandra…
Tinha um estoque de protetores labiais, não
queria me machucar.
Você perdeu muita coisa. Vou tentar te deixar por
dentro de tudo.
O que você sabe sobre épocas de renovação?
Todo grande time de beisebol tem uma. Os Yankees, no entanto, tem uma
em anos alternados. A meta de um ano de renovações não é ganhar o
Campeonato Mundial. É desenvolver suas forças, reconhecer suas
fraquezas. Tornar seu time sólido… forte.
É assim que foram aquelas semanas para a Demi e
para mim depois que ela inventou de se mudar. Ela não demorou muito
para encontrar um apartamento novo. Era com um quarto, mobiliado, em
uma parte boa da cidade. Era pequeno… minha irmã o chamava de
pitoresco. Se estivesse sendo positivo, diria que era bem legal.
Mas ser positivo não é bem minha praia, então
era um lixo. Eu o odiava, cada centímetro dele.
A primeira segunda-feira que eu e a Demi voltamos
ao trabalho não foi agradável. Meu pai nos levou até seu
escritório e fez com que a gente ficasse sentado, escutando O
Sermão.
É uma técnica de castigo que ele desenvolveu
durante a minha adolescência, quando percebeu que bater em mim pelos
meus erros não era tão eficaz quanto antes. O velho é um falante –
Wendy Davis não tá com nada perto dele –, e ele consegue ficar
falando durante horas. Houve épocas em que eu, na verdade, preferia
que ele me batesse, seria tudo muito mais fácil.
O longo discurso verbal que ele aplicou naquele
dia, em particular, comigo e com a Demi incluía palavras como
“decepcionado” e “julgamento incorreto”, “imaturidade” e
“autorreflexão”.
No final, ele explicou que tem dois grandes amores
na vida – sua família e sua empresa –, e que ele não permitiria
que um acabasse com o outro. Então, se a Demi ou eu deixarmos nossas
vidas pessoais interferirem no nosso desempenho profissional
novamente, um de nós ou nós dois teríamos que procurar emprego em
outro lugar.
No geral, achei tudo aquilo bem benevolente da
parte dele. Se eu tivesse em seu lugar, teria me demitido. Mais
tarde, quando contamos para ele que ele seria avô pela terceira vez…
Bom, vamos apenas dizer que as ótimas notícias demoraram um bom
tempo para reestabelecer nossa relação.
Eu e a Demi nos víamos todos os dias, no trabalho
e depois dele. Não dormíamos na mesma casa, mas tínhamos
encontros: jantares, shows, caminhadas no Central Park, maratonas de
conversas ao telefone, que eram mais longas do que as de
adolescentes. Conversávamos muito. Acho que essa era a intenção.
Não fazíamos nada escondido. Tudo era posto na
mesa. Conversávamos sobre nossas inseguranças – dúvidas são
como ervas, se você não lidar com elas rapidamente, elas se
multiplicam. E antes que perceba, seu jardim parece como uma floresta
no Vietnã.
Demi me acusou de usar o sexo como uma arma e um
cobertor de segurança.
E eu lhe disse que ela me exclui, que ela me
afasta, que não tenho como saber o que ela está pensando. Cá entre
nós, tínhamos tantos problemas que dava para fazer uma temporada
completa de "Dr. Phil e os Casos de família".
Quem diria?
Jogar tudo na mesa ajudou. Eu falava tanto sobre
meus sentimentos que é um milagre que seios não tenham aparecido em
mim.
Sabe quando está limpando o quarto? E tem que
tirar tudo, mandar embora um monte de merda, limpar as prateleiras,
antes de colocar tudo de volta ao lugar? Era mais ou menos o que
estava acontecendo.
Conversávamos sobre tudo o que fizemos quando
estávamos separados. Mas vou te falar uma coisa, aquelas conversas
eram tão legais quanto fazer a porcaria de uma colonoscopia.
Sua troca de línguas com o Warren foi abordada
nos mínimos detalhes.
Será que fiquei nervoso?
Querosene é inflamável?
Queria socar a parede e a cara dele. Eu ainda
queria estabelecer limites e dizer para Demi que ela nunca mais
falaria com aquele filho da puta de novo.
Nunca mais o veria.
Nunca.
Mas não fiz isso. Porque, por mais que odeie
assumir, o idiota estava do lado dela quando eu… não estava. Ele a
ajudou quando eu botei a bunda dela para fora com uma bota de aço.
Então, de um jeito estranho, ferrado, que não faz sentido algum no
mundo, ele me fez um favor. Além disso, a Demi gosta muito do
idiota. E, apesar de eu querer ser tudo para ela, não posso negar
algo, alguém, que a faça feliz.
Portanto, por conta do meu próprio comportamento,
estou disposto a dar um passe livre para o bundão. Só desta vez.
É claro que, na próxima vez em que eu encontrar
com ele, isso não vai valer mais. Se o retardado me irritar, tenho
livre arbítrio para jogar os dentes dele na garganta. Como ele ama
me irritar, é provável que isso aconteça.
Por que está me olhando deste jeito? Não me diga
que, agora, você, na verdade, gosta do cara? Deus do céu, o
suquinho deve ser muito gostoso, pois todo mundo está tomando-o
recentemente.
De qualquer modo… próximo assunto… você sabe
que não transei com a stripper. Mas o que não sabe é… não foi
por não tentar.
Antes que corte minha cabeça, vamos nos lembrar
de que a Demi tinha acabado de arrancar meu coração com suas mãos
vazias. Ela disse que estava me deixando, que tudo tinha terminado
entre nós.
E eu acreditei nela.
O que me traz de volta àquela declaração do
início. É isso mesmo, a igreja. O simples fato é, devo a Deus.
Bastante. E não é por causa das razões que você deve estar
pensando.
O que você sabe sobre disfunção erétil?
Síndrome do Pau Mole. Falha no lançamento. É um estado que todo pobre homem com
um pau terá que enfrentar em algum momento de sua vida. É
aterrorizante. Igual àquelas pedras do espaço que batem na Terra,
um dia isso acontecerá.
Mas, para mim, aconteceu apenas uma vez. Quer
adivinhar quando? Isso mesmo, naquela noite terrível. Depois que a
Demi saiu, a stripper deu seu showzinho por uns quinze minutos. Em
seguida, ela se ofereceu para dar o próximo passo – para nos
conhecermos mais no sofá, no quarto, no lustre da sala de estar.
No entanto, eu sabia que não ia rolar nada. Não
dava. Porque eu tava tão duro quanto uma bola de chiclete mastigada.
Bom, talvez eu não conseguisse fazê-lo subir
porque estava acabado por causa da Demi. Talvez tenha sido porque
tinha consumido álcool o bastante para matar um cavalo. Mas prefiro
pensar que isso foi um ato de Deus.
Uma intervenção divina para me salvar da minha
própria estupidez.
E funcionou. Porque hoje, Demi e eu estamos
melhores do que nunca. E tenho quase certeza de que isso não seria
assim se eu tivesse realmente comido outra mulher. Não sei se a Demi
conseguiria me perdoar por isso. Sei que eu não conseguiria me
perdoar.
Depois que tudo aquilo saiu do nosso caminho,
chegamos à parte boa. A reconciliação. Ganhá-la de volta. Sempre
fui muito bom nesta parte, lembra?
Mas não gosto de ser repetitivo, não é muito
criativo. Desta vez, não teve dilúvio de flores. O escritório não
ficou cheio de bexigas. Não houve bandas com três homens.
No entanto, houve mensagens de texto amorosas.
Presentinhos, porém com bastante significado. Bilhete na porta do
apartamento dela. Toda vez que pensava nela quando ela não estava
comigo, toda vez que sentia saudade dela dormindo ao meu lado, eu a
deixava saber disso. Com poesia ou não.
Mas Demi também não ficou parada. Apesar de sua
óbvia felicidade por estar vivendo sozinha, ela me deixou saber que
estava se sentindo solitária sem mim. Ela insistiu que
conversássemos ao telefone toda noite antes de dormir. Normalmente,
ela pegava no sono enquanto eu ainda estava do outro lado da linha, e
eu passava mais tempo do que podia escutando sua respiração.
Isso é lamentável?
Foda-se, sou muito mais do que carinhoso.
Demi também fazia nossa janta na casa dela três
vezes por semana. Depois, trabalhávamos juntos na mesa da cozinha,
como dois bons alunos no Ensino Médio se matando de estudar para as provas
finais.
Mas, perto da oitava semana, senti que era
necessário fazer algo grande. E dei meu maior passo.
Já assistiu ao filme Digam o que quiserem? Lembra
quando o John Cusack segura aquela caixa de som na cabeça? Copiei
sua ideia. Mas, em vez de um tocador de CD, fiquei na calçada da
Demi com uma máquina de karaokê.
Você lembra a minha opinião sobre karaokê, né?
Tem muita coisa em que sou bom, mas cantar não é exatamente uma
delas. Superei isso e cantei a plenos pulmões toda canção de amor
de veado que conseguia me lembrar.
Matthew, Steven e Jack apareceram por lá e se
sentaram no meio-fio e me provocaram, mas nem liguei. Porque o tempo
todo em que eu estava cantando, Demi estava parada na varanda dela,
me observando, com um sorrisinho em seus perfeitos lábios.
A humilhação pública não parava por aí.
Porque no meio da música “Mirrors”, do Justin
Timberlake, Demi desceu, pegou na minha mão, e me levou para dentro
do apartamento. Mostrei o dedo do meio para os meninos ao sair de lá.
E quando chegamos, Demi montou em mim como uma princesa guerreira se
preparando para a batalha.
O quê? Você não achou que não estávamos
transando, né? Euzinho, ficar dois meses sem pegar nada?
Por que não arranca meu cérebro com um alicate?
Acho que isso seria menos doloroso.
Temos transado. Mas como já disse, não
passávamos a noite juntos. Então, era como tomar um sorvete sem a
cobertura. Continua gostoso, mas, com certeza, tem algo faltando.
Naquela noite, no entanto, tudo mudou. Porque
quando abri os olhos, já era de manhã, e Demi já estava acordada.
Me olhando. Ela passava os dedos no meu peito e me beijava. Ela me
contou que estava pronta, que queria que morássemos juntos
novamente.
Aquilo… foi o segundo melhor dia da minha vida.
Encontramos um apartamento novo bem rápido. Já
estava procurando há um tempinho e tinha diminuído minhas opções
para três lugares.
Era importante para Demi que escolhêssemos um
lugar que pudesse ser “nosso” em todos os sentidos da palavra.
Para ela, isso representava um novo começo para nosso
relacionamento. Um símbolo de algum tipo de poder feminino que ela,
de algum modo, pensou que estava faltando antes. Sempre achei que
Demi fosse forte, independente. Nunca percebi que ela não achava
isso.
O prédio já tem mais de cem anos, com estruturas
originais, janelas do teto ao chão, e duas varandas com vista para o
Central Park. Além disso, o Bon Jovi mora a alguns andares abaixo de
nós, o que é legal. Demi é uma grande fã dele.
Acho que isso é tudo. Esqueci de algo?
Aprendi minha lição. Para sempre, desta vez.
Estou falando sério. Se eu chegar em casa e a Demi estiver transando
com algum cara na nossa cama? Não vou surtar, não vou falar nada.
Vou apenas pegá-la, colocá-la em meu ombro e
levá-la para o laboratório de DNA mais próximo para garantir que é
a Demi mesmo, e não alguma irmã gêmea desaparecida do mal que
chegou para fazer nossas vidas virarem um inferno.
Nunca vou duvidar da Demi de novo. Aliás, de nós.
Ainda não acredita em mim?
Tudo bem. O tempo mostrará isso. Além disso,
Demi acredita em mim. E é o que realmente importa, né?
Agora que está atualizada, não vou te encher o
saco com mais outras recapitulações. Mas a história ainda não
terminou. Você pode assistir ao resto da ação, ao vivo.
– Não consigo comer mais nada. Acho que meu
estômago vai explodir.
– Deus do céu, Matthew, outro pedaço! Como
aguenta? – pergunta Deloris.
Matthew esfrega sua barriga sobressalente, como um
avô no Dia de Ação de Graças.
– É um presente.
Ela vira os olhos.
A gangue toda está aqui. Os meninos vieram ajudar
a arrumar os móveis no quarto do bebê, e as meninas vieram junto
para supervisionar. Madeira de cerejeira sólida, isso é uma merda
pesada. Siga meu conselho: compre madeira falsa. Fica tão bonito
quanto e é muito mais fácil de carregar.
Shamu encara Matthew quando ele pega o quinto
pedaço de pizza.
– Matthew, estou falando sério, é melhor você
parar.
Shamu? Ah, é a Alexandra – um novo apelido
temporário. Matthew e eu inventamos há algumas semanas, quando ela
fez uma terrível escolha ao utilizar um maiô de gestante preto e
branco para ir à praia.
Mas não conte para o Steven, ok? Ultimamente, ele
não tem achado graça nenhuma quando a gente irrita a minha irmã.
Com a boca cheia, Matthew fala para ela:
– Não fique com ciúmes, Shamu, só porque você
está muito inchada para curtir esta iguaria fina.
Oh-oh. Conseguiu pegar o fora que ele deu?
A Alexandra, com certeza, pegou.
– Do que você me chamou?
– Como assim?
– Shamu. Você me chamou de Shamu. Que merda
isso significa, Matthew?
Nunca vi ninguém fazer fila na frente do corpo de
bombeiros, mas agora sei como isso seria. Matthew se engasga com a
mordida, como se tivesse engolindo um tijolo. E seus olhos bem
grandes viram para mim pedindo ajuda.
Está sozinho nessa, cara. Tenho um filho a
caminho. Seria bom ter os quatro membros funcionando quando ele
nascesse.
– Eu… ah… estou ficando com a síndrome de
Tourette.
Deloris parece confusa. Os olhos de Alexandra se
contraem.
– Filhodamãebundãoignorantechupador. Entendeu?
Shamu se vira.
– Tanto faz.
Ah. Isso foi decepcionante. A gravidez deve estar
fazendo ela perder o jeito. E falando sobre gravidez, Demi entra no
quarto.
Seu cabelo está comprido e brilhante. Quando ela
se movimenta, ele cai da esquerda para a direita. Ela está com cara
de cansada, e está com uma mão nas costas para ajudá-la a apoiar a
imensidade que está na parte da frente.
Não consigo desviar os olhos dela. Ela está
adoravelmente redonda. Como um daqueles Kinder ovos que eu costumava
comer quando era criança. Ela se joga no sofá perto de mim e coloca
os pés inchados, como os de Fred Flintstone, na mesinha de centro.
– Estou tão grande.
Sorrio e coloco a mão no seu monte redondo,
esfregando-o como uma cabeça careca para desejar boa sorte. Saber
que realmente tem um bebê lá dentro, senti-lo ou senti-la se mexer
através da pele de Demi, é completamente maravilhoso.
Quando está passando um jogo dos Yankees,
converso com ele – passo todos os detalhes, como um intérprete de
cegos. E à noite, quando Demi está dormindo, posiciono o controle
remoto da TV na barriga dela só para ver o bebê chutar por dentro. Isso é legal, não acha? De um
jeito meio estranho, igual ao Alien, mas ainda assim legal.
– Você realmente está enorme – digo –,
acho que seu peso dobrou desde o café da manhã.
Todos ficam, sinistramente, em silêncio.
Demi encara minha mão durante um instante bem
longo.
– Com licença… tenho que… ir… – Ela
levanta e se arrasta, correndo pelo corredor.
Provavelmente, foi fazer xixi, ela tem feito
bastante ultimamente.
Em seguida, Deloris me dá um tapa.
Plaft.
Bem na orelha.
– Ai! – esfrego meu lóbulo dolorido.
Shamu solta um suspiro de frustração.
– Você pode dar um por mim também, Deloris?
Acho que não consigo me levantar.
Plaft.
– Cacete! Que merda é essa?
Alexandra me enche o saco.
– Está pensando o quê? Você não pode dizer
para uma mulher que ela está enorme quando está apenas a três dias
da data do parto!
– Eu não disse. Ela disse. Eu apenas concordei.
– Deloris.
Plaft.
– Porra!
Se o zumbido indicar alguma coisa, tem uma grande
chance de eu ter acabado de ficar surdo.
– Demi sabe que não quis ofendê-la.
Deloris cruza os braços, convencida.
– É lógico que ela sabe, imbecil. É por isso
que ela está, agora, no banheiro, chorando igual a uma louca.
Faço um esforço para entender e olho no
corredor. Pode ser que a Deloris esteja apenas me enchendo o saco.
Ultimamente, este tem sido seu passatempo predileto, fazer eu me sentir culpado por toda a
merda pela qual Demi já me perdoou. Deloris Warren é o Mickey
Mantle do rancor guardado.
Alexandra se empurra do sofá.
– Por falar nisso, Steven, me leve pra casa.
Mesmo que seja muito divertido assistir meu irmãozinho se humilhar,
estou muito cansada para realmente curtir isso agora.
Deloris e Matthew também se levantam para ir
embora, para que os quatro possam dividir um táxi. Apesar de que não
sei como eles farão isso, já que a Alexandra vai precisar do banco
de trás todo só para ela.
No entanto, não vou compartilhar este pequeno
detalhe.
Além disso, tenho algo mais importante para
cuidar. Preciso encontrar minha namorada.
Bato levemente na porta do banheiro.
– Demi?
Escuto algo se arrastando atrás da porta.
– Já estou saindo.
Merda. Seu tom de voz está abafado. Úmido.
Deloris não estava brincando comigo. Levanto os braços para pegar a
chave na parte de cima da moldura. Destranco a porta e a abro
lentamente, e lá está ela. Parada na frente do espelho, com rastros
de lágrimas nas bochechas.
Demi se vira para me olhar e soluça. Está com
voz de choro. De tristeza.
– Não quero ficar gorda.
Ela cobre o rosto com as mãos e soluça.
Tento conter a risada. De verdade. Mas ela parece
tão linda e triste que quase não consigo esconder isso. Abraço-a
pelas costas.
– Você não está gorda, Demi.
Sua voz é abafada pelas mãos.
– Sim, estou. Não consegui colocar os sapatos
ontem. Dee Dee teve que me ajudar, porque eu não conseguia alcançar.
Desta vez, não consigo controlar a gargalhada.
Encosto meu queixo no ombro dela e tiro suas mãos do rosto. Nossos
olhos se encontram no espelho.
– Você está grávida, não está gorda –
penso por um instante e depois acrescento de propósito. –
Alexandra está gorda.
Seus olhos úmidos semicerram:
– Ela está grávida.
– Não em suas coxas.
Demi mexe a cabeça.
– Você é tão mau.
– Não estou tentando ser. Estou apenas tentando
te mostrar que você é linda – passo as mãos por cima e por baixo
de seu quadril justo. – Que você é sexy pra caramba.
E não estou zombando da cara dela. Seu torso pode
estar em capacidade máxima, mas suas pernas continuam finas.
Torneadas. E ela ainda está carregando a bunda mais bonita e
empinada deste lado do Rio Hudson.
É claro que, metade do tempo, ela está hormonal
e irracional, mas na outra metade, ela está com tesão. Com mais
tesão do que jamais a vi. Além disso, tem os seios. Não posso me
esquecer deles. Estão quase tão grandes quanto a cabeça dela.
Muito engraçado.
Não que haja algum problema com os seios normais
da Demi, mas os peitos da gestação são como a Índia. Você não
precisa ficar para sempre, mas é muito legal fazer uma visita.
Demi duvida da minha sinceridade.
– Sexy? Pelo amor de Deus. Não puxe o saco,
Joe.
Sorrio com malícia.
– Estou falando sério, querida, se eu quisesse
puxar alguma coisa, não seria o saco.
Ela se joga em meus braços, sem se convencer.
– Como você poderia, algum dia, achar isso –
ela aponta para o corpo – sexy?
Hesito. Passo a mão na nuca.
– Talvez você fique brava.
– Manda.
Encolho os ombros.
– Bom… eu fiz isso com você.
Este é um fato que tenho certeza de que ela não
se esquecerá, quando estivermos na sala do parto.
– Te deixei assim, deixei minha marca. É a
minha criança que você está carregando. É como se houvesse uma placa de neon
bem grande, escrito: PROPRIEDADE DE JOE JONAS. Pode me chamar de
homem das cavernas, mas isso me deixa muito excitado.
Ela fica quieta por um instante, depois olha para
baixo para nossas mãos dadas.
– E se eu não conseguir perder peso depois que
o bebê nascer?
– Você vai conseguir.
– Mas e se eu não conseguir?
Encolho os ombros novamente.
– Aí me tornarei um daqueles caras que adoram
carne. Uma carne extra não faz mal a ninguém.
Ela vira os olhos, mas ri. Seguro o rosto dela com
ambas as mãos e trago seus lábios para perto de mim. O beijo começa
gentil e carinhoso.
E depois… não é mais.
Seus dentes mordem meus lábios. Forte e
rapidamente. Implorando por mais. Minhas pernas tremem, querendo
agradá-la.
Ainda me impressiona o poder que ela tem sobre
mim. Essa pequena mulher consegue me deixar louco apenas com um
olhar… um suspiro. Mas não poderia pensar diferente. Já estive do
outro lado. Já vi o que a liberdade pode me oferecer.
Sofrimento.
Tragam as porcarias das correntes, aceito ser
escravo a qualquer momento.
Demi se afasta, com olhos fechados. Ofegante.
– Joe… Joe, preciso…
Tiro o cabelo de seu rosto.
– O quê, amor, fala? O que precisa?
Seus olhos abrem.
– Você me quer, Joe?
Chupo seu lábio inferior e sibilo.
– Claro.
– Me mostre. Faça eu sentir isso. Não pense no
bebê… apenas… me coma… como antes…
Minha Nossa Senhora.
Tudo bem, neste momento, a Demi está… alargada.
Delicada. Como uma bexiga muito cheia de água.
Tive que fazer um esforço para levar as coisas
com muita calma no departamento sexual. Devagar e gentil, apesar de
algumas posições fantasticamente criativas. Mas agora, as coisas
que ela diz, sua voz, caramba, isso é tudo que posso fazer para não
incliná-la na pia e comê-la até desmaiarmos.
– Quero muito forte… por favor, Joe… como
costumávamos fazer…
Caramba, acho que é assim que um gorila
enlouquecido se sente logo após escapar de um zoológico.
– Não precisa olhar pra mim, se…
Como um pavio seco, estalo. Agarro seus braços
mais forte do que deveria e a viro. Coloco a mão no cabelo dela,
puxando sua cabeça para trás para que eu possa atacar seu pescoço.
Meu furioso pau duro se esfrega na bunda dela. Demi geme. Minha outra
mão sobe por sua barriga, pegando fortemente em seus seios. Eles
sobram em minha mão. Nossas bocas se fundem juntas, com as línguas
se batendo e lutando. Encaixo um braço por baixo dos joelhos dela e
a levanto, levando-a diretamente ao quarto.
Demi empurra meu peito.
– Espera, Joe, estou muito pesada. Você vai se
machucar.
Se eu não estivesse tão excitado, ficaria
ofendido com isso. Interrompo-a com outro beijo profundo. Depois, a
deito na cama.
Desabotoo a frente de seu vestido sem pressa, um
botão por vez. Não para provocá-la, mas para mostrar a ela.
– Vai pro inferno com “Não me olhe”! Olhar
pra você é a melhor parte de tudo.
Tudo bem, não é a melhor parte. Mas é uma parte
muito boa.
Ela se mexe impaciente e abro seu sutiã. Ela o
tira pelos braços. Paro por um instante para admirar minha obra,
acariciando cada parte de seu corpo nu com meus olhos. Deslumbrante.
Em seguida, enfio o rosto entre seus seios,
lambendo e chupando, elogiando cada colina.
Demi arqueia as costas e puxa meu cabelo. Se
contorcendo. Arranco a minha camiseta pela cabeça.
Seus braços agarram minhas costas, me apertando
forte, me puxando para mais perto. Gemo e mordisco um caminho até
sua garganta para dar outro longo beijo em sua boca. Não quero que
ela pense no bebê agora, mas não posso passar pela barriga sem
reverenciá-lo. Aperto meus lábios nela uma vez, respeitando-o.
Depois, me levanto. Tiro o cinto e deslizo a calça
e a cueca até o chão. Demi está respirando rapidamente. Seus
lábios estão abertos e inchados. Seus olhos estão queimando para
mim.
Pego seus tornozelos e os levo até a ponta da
cama, colocando suas pernas em volta do meu quadril.
Deslizo meu pau por cima e por baixo de seus
lábios, cobrindo a cabeça com o molhado.
E m seguida, paro e nossos olhos travam. Sei que
ela quer ter uma boa gozada e eu quero agradá-la, mas antes:
– Caso te machuque, caso esteja desconfortável,
me fala.
Ela acena rapidamente. E é a única confirmação
que preciso antes de bater dentro dela. Porra. Gememos juntos,
durante um tempo e bem devagar. Minha cabeça vira e impulsiono de
novo.
Ela está mais apertada agora. Não sei se é o
bebê que está juntando tudo ou Deus é que é bom, mas sua boceta
me aperta como uma planta carnívora saboreando sua última refeição.
Meu quadril bate contra ela, colidindo e se esfregando, o mais
agressivo possível.
Parece algo primitivo. Puro. É tão intensamente
delicado, impossível de se acreditar. Seus sólidos seios pulam
depois de cada pressão. Ela está arquejando e gemendo, está amando
cada segundo. Demi procura meu quadril, mas está muito longe de seu
alcance. Ela agarra os lençóis da cama no lugar e os aperta.
Mantendo um ritmo rápido e regular, deslizo minha
mão entre nós e esfrego seu clitóris do jeito que ela gosta.
Depois, faço movimentos mais rápidos, belisco aqueles mamilos
escuros lindos. Os seios da Demi sempre foram um ponto bem gostoso,
mas ultimamente parece que eles estão muito mais sensíveis.
Ela abre a boca, mas saem apenas gemidinhos. E
isso é inaceitável.
– Fala sério, amor, você consegue se sair
melhor do que isso.
Dou um bom e longo puxão em cada mamilo pontudo.
E ela grita:
– Joe… Joe… isso…
Muito melhor.
Coloco as mãos em seus joelhos para me apoiar.
Puxo-a para dentro de mim conforme empurro mais forte. Pele batendo
na pele.
– Cacete… Demi…
Não vou conseguir aguentar por muito tempo. A
esta altura, não esperava muito. Meu queixo cai no meu peito e
procuro e agarro sua bunda. Levantando-a, enfiando profundamente. Me
mexendo mais rápido.
Demi aperta as pernas em mim e sei que ela também
está quase gozando. E está gemendo… sussurrando… é algo lindo.
Aí ela fica rígida por baixo de mim. Se estica ao meu lado. Me leva
com ela. Pego na sua cintura, segurando-a perto de mim ao gozarmos
juntos.
Mais tarde, quando nossas respirações finalmente
voltam ao normal, caio na cama ao seu lado:
– Caramba. Isso nunca cansa.
Ela ri.
– É. Tava precisando disso.
Ela morde o lábio inferior e me olha de relance.
Tímida.
– Quer fazer de novo?
Como se ela precisasse perguntar.
~
Eu não iria postar esse capitulo tão cedo pq eu ainda estava esperando vocês comentarem mais, sério mesmo, tantas visualizações no capitulo e só 4 comentários?? eu poderia ter postado esse no mesmo dia que eu postei o outro se vocês tivessem comentado, mas não... então, a segunda parte e ultima do epilogo e o fim dessa fic só irei postar se vocês realmente comentarem... :/
Amei !!!!!!! Ansiosa para a segunda parte...... qual vai ser a próxima fic?
ResponderExcluirPosta maaais please ta incriveeeel
ResponderExcluirVou ficar ansiosa aguardando a segunda parte. Gente, os apelidos pra Alexandra são os melhores kkkkkkkkk
ResponderExcluirDemi é tão, Joe é tão ♥
Amo amo amo Joseph, apesar dos pesares ele é o melhor namorado do mundo todo.
Perfeito, Mari! Sdds comentar aqui, beijos!
ResponderExcluirMeu deus. A pessoa ta prenha e safada... JESUS Demetria tu ta andando muito com o Joseph viu... Posta logo
ResponderExcluirFACULDADE, EU JÁ DEIXO TU PARAR DE ME AMAR... O.O TÁ VENDO QUE A SOCIEDADE PRECISA DE COMENTÁRIOS PRA PODER ACOMPANHAR ESSA HISTÓRIA FODÁSTICA??? Obrigada
ResponderExcluirMAAAARI..desculpa não ter mais comentado como antes, o tempo se tornou um verdadeiro caso raro na minha vida.. Mas peloamord, não nos deixe sem as preciosidades dos seus capítulos.. Anciosa pro próximo.
Beijoooss! .
Nossa to amando a tua fic e essa Demi safada meu Deus daonde sai tanto fogo mesmo estando gravida ela acaba com o pobre Joe
ResponderExcluirOi, desculpa só comentar agora, mas não vim ao computador mais cedo pois estou doente...
ResponderExcluirAdorei esta fic, tenho pena que já esteja no final. Este capítulo foi bonito e safado, a demi mesmo quase a ter o bebê e fica assanhada desse jeito!!!!
To amanda essa fic, shusahusah me mato de rir do Joe zoando a irmã dele
ResponderExcluir-Nathalia-