14.9.14

Enroscado - Epilogo (1/2)

 
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Oito meses depois

Então…voltei a frequentar a igreja. Toda semana. Às vezes, duas vezes por semana.

Sim, sou eu, o Joe.

Bom te ver. Sentiu saudade? Levando em conta a expressão em seu rosto de “gostaria de enfiar seu pinto num apontador de lápis automático”, acho que isso é um não.

Ainda está com raiva, né? Não posso dizer que te culpo. Foram três semanas duras antes de conseguir olhar meu reflexo no espelho e não querer bater na minha bunda. Na verdade, teve uma noite em que eu estava com os caras, comemorando um acordo ferrado que o Jack fechou e, depois de muitas doses de Jäger, implorei para que o Matthew me desse um soco bem forte no saco.

Porque não conseguia parar de ver o olhar no rosto da Demi quando ela entrou por aquela porta naquela noite horrível. Ele voltava na minha mente diversas vezes, igual àqueles filmes insuportáveis que passam constantemente na TV a cabo, mas que ninguém nunca assiste.

Para minha sorte, Matthew recusou. Tenho mais sorte ainda, pois Deloris não estava com ele, porque ela, com certeza, teria ficado muito feliz em dá-lo. É… a lista de pessoas que tive que beijar a bunda durante os últimos meses foi enorme. Poderia fazer uma linha de produção. Demi, Deloris, Carol, meu pai,

Alexandra…

Tinha um estoque de protetores labiais, não queria me machucar.

Você perdeu muita coisa. Vou tentar te deixar por dentro de tudo.

O que você sabe sobre épocas de renovação? Todo grande time de beisebol tem uma. Os Yankees, no entanto, tem uma em anos alternados. A meta de um ano de renovações não é ganhar o Campeonato Mundial. É desenvolver suas forças, reconhecer suas fraquezas. Tornar seu time sólido… forte.

É assim que foram aquelas semanas para a Demi e para mim depois que ela inventou de se mudar. Ela não demorou muito para encontrar um apartamento novo. Era com um quarto, mobiliado, em uma parte boa da cidade. Era pequeno… minha irmã o chamava de pitoresco. Se estivesse sendo positivo, diria que era bem legal.

Mas ser positivo não é bem minha praia, então era um lixo. Eu o odiava, cada centímetro dele.

A primeira segunda-feira que eu e a Demi voltamos ao trabalho não foi agradável. Meu pai nos levou até seu escritório e fez com que a gente ficasse sentado, escutando O Sermão.

É uma técnica de castigo que ele desenvolveu durante a minha adolescência, quando percebeu que bater em mim pelos meus erros não era tão eficaz quanto antes. O velho é um falante – Wendy Davis não tá com nada perto dele –, e ele consegue ficar falando durante horas. Houve épocas em que eu, na verdade, preferia que ele me batesse, seria tudo muito mais fácil.

O longo discurso verbal que ele aplicou naquele dia, em particular, comigo e com a Demi incluía palavras como “decepcionado” e “julgamento incorreto”, “imaturidade” e “autorreflexão”.

No final, ele explicou que tem dois grandes amores na vida – sua família e sua empresa –, e que ele não permitiria que um acabasse com o outro. Então, se a Demi ou eu deixarmos nossas vidas pessoais interferirem no nosso desempenho profissional novamente, um de nós ou nós dois teríamos que procurar emprego em outro lugar.

No geral, achei tudo aquilo bem benevolente da parte dele. Se eu tivesse em seu lugar, teria me demitido. Mais tarde, quando contamos para ele que ele seria avô pela terceira vez… Bom, vamos apenas dizer que as ótimas notícias demoraram um bom tempo para reestabelecer nossa relação.

Eu e a Demi nos víamos todos os dias, no trabalho e depois dele. Não dormíamos na mesma casa, mas tínhamos encontros: jantares, shows, caminhadas no Central Park, maratonas de conversas ao telefone, que eram mais longas do que as de adolescentes. Conversávamos muito. Acho que essa era a intenção.

Não fazíamos nada escondido. Tudo era posto na mesa. Conversávamos sobre nossas inseguranças – dúvidas são como ervas, se você não lidar com elas rapidamente, elas se multiplicam. E antes que perceba, seu jardim parece como uma floresta no Vietnã.

Demi me acusou de usar o sexo como uma arma e um cobertor de segurança.

E eu lhe disse que ela me exclui, que ela me afasta, que não tenho como saber o que ela está pensando. Cá entre nós, tínhamos tantos problemas que dava para fazer uma temporada completa de "Dr. Phil e os Casos de família".

Quem diria?

Jogar tudo na mesa ajudou. Eu falava tanto sobre meus sentimentos que é um milagre que seios não tenham aparecido em mim.

Sabe quando está limpando o quarto? E tem que tirar tudo, mandar embora um monte de merda, limpar as prateleiras, antes de colocar tudo de volta ao lugar? Era mais ou menos o que estava acontecendo.

Conversávamos sobre tudo o que fizemos quando estávamos separados. Mas vou te falar uma coisa, aquelas conversas eram tão legais quanto fazer a porcaria de uma colonoscopia.

Sua troca de línguas com o Warren foi abordada nos mínimos detalhes.

Será que fiquei nervoso?

Querosene é inflamável?

Queria socar a parede e a cara dele. Eu ainda queria estabelecer limites e dizer para Demi que ela nunca mais falaria com aquele filho da puta de novo.

Nunca mais o veria.

Nunca.

Mas não fiz isso. Porque, por mais que odeie assumir, o idiota estava do lado dela quando eu… não estava. Ele a ajudou quando eu botei a bunda dela para fora com uma bota de aço. Então, de um jeito estranho, ferrado, que não faz sentido algum no mundo, ele me fez um favor. Além disso, a Demi gosta muito do idiota. E, apesar de eu querer ser tudo para ela, não posso negar algo, alguém, que a faça feliz.

Portanto, por conta do meu próprio comportamento, estou disposto a dar um passe livre para o bundão. Só desta vez.

É claro que, na próxima vez em que eu encontrar com ele, isso não vai valer mais. Se o retardado me irritar, tenho livre arbítrio para jogar os dentes dele na garganta. Como ele ama me irritar, é provável que isso aconteça.

Por que está me olhando deste jeito? Não me diga que, agora, você, na verdade, gosta do cara? Deus do céu, o suquinho deve ser muito gostoso, pois todo mundo está tomando-o recentemente.

De qualquer modo… próximo assunto… você sabe que não transei com a stripper. Mas o que não sabe é… não foi por não tentar.

Antes que corte minha cabeça, vamos nos lembrar de que a Demi tinha acabado de arrancar meu coração com suas mãos vazias. Ela disse que estava me deixando, que tudo tinha terminado entre nós.

E eu acreditei nela.

O que me traz de volta àquela declaração do início. É isso mesmo, a igreja. O simples fato é, devo a Deus. Bastante. E não é por causa das razões que você deve estar pensando.

O que você sabe sobre disfunção erétil? Síndrome do Pau Mole. Falha no lançamento. É um estado que todo pobre homem com um pau terá que enfrentar em algum momento de sua vida. É aterrorizante. Igual àquelas pedras do espaço que batem na Terra, um dia isso acontecerá.

Mas, para mim, aconteceu apenas uma vez. Quer adivinhar quando? Isso mesmo, naquela noite terrível. Depois que a Demi saiu, a stripper deu seu showzinho por uns quinze minutos. Em seguida, ela se ofereceu para dar o próximo passo – para nos conhecermos mais no sofá, no quarto, no lustre da sala de estar.

No entanto, eu sabia que não ia rolar nada. Não dava. Porque eu tava tão duro quanto uma bola de chiclete mastigada.

Bom, talvez eu não conseguisse fazê-lo subir porque estava acabado por causa da Demi. Talvez tenha sido porque tinha consumido álcool o bastante para matar um cavalo. Mas prefiro pensar que isso foi um ato de Deus.

Uma intervenção divina para me salvar da minha própria estupidez.

E funcionou. Porque hoje, Demi e eu estamos melhores do que nunca. E tenho quase certeza de que isso não seria assim se eu tivesse realmente comido outra mulher. Não sei se a Demi conseguiria me perdoar por isso. Sei que eu não conseguiria me perdoar.

Depois que tudo aquilo saiu do nosso caminho, chegamos à parte boa. A reconciliação. Ganhá-la de volta. Sempre fui muito bom nesta parte, lembra?

Mas não gosto de ser repetitivo, não é muito criativo. Desta vez, não teve dilúvio de flores. O escritório não ficou cheio de bexigas. Não houve bandas com três homens.

No entanto, houve mensagens de texto amorosas. Presentinhos, porém com bastante significado. Bilhete na porta do apartamento dela. Toda vez que pensava nela quando ela não estava comigo, toda vez que sentia saudade dela dormindo ao meu lado, eu a deixava saber disso. Com poesia ou não.

Mas Demi também não ficou parada. Apesar de sua óbvia felicidade por estar vivendo sozinha, ela me deixou saber que estava se sentindo solitária sem mim. Ela insistiu que conversássemos ao telefone toda noite antes de dormir. Normalmente, ela pegava no sono enquanto eu ainda estava do outro lado da linha, e eu passava mais tempo do que podia escutando sua respiração.

Isso é lamentável?

Foda-se, sou muito mais do que carinhoso.

Demi também fazia nossa janta na casa dela três vezes por semana. Depois, trabalhávamos juntos na mesa da cozinha, como dois bons alunos no Ensino Médio se matando de estudar para as provas finais.

Mas, perto da oitava semana, senti que era necessário fazer algo grande. E dei meu maior passo.

Já assistiu ao filme Digam o que quiserem? Lembra quando o John Cusack segura aquela caixa de som na cabeça? Copiei sua ideia. Mas, em vez de um tocador de CD, fiquei na calçada da Demi com uma máquina de karaokê.

Você lembra a minha opinião sobre karaokê, né? Tem muita coisa em que sou bom, mas cantar não é exatamente uma delas. Superei isso e cantei a plenos pulmões toda canção de amor de veado que conseguia me lembrar.

Matthew, Steven e Jack apareceram por lá e se sentaram no meio-fio e me provocaram, mas nem liguei. Porque o tempo todo em que eu estava cantando, Demi estava parada na varanda dela, me observando, com um sorrisinho em seus perfeitos lábios.

A humilhação pública não parava por aí.

Porque no meio da música “Mirrors”, do Justin Timberlake, Demi desceu, pegou na minha mão, e me levou para dentro do apartamento. Mostrei o dedo do meio para os meninos ao sair de lá. E quando chegamos, Demi montou em mim como uma princesa guerreira se preparando para a batalha.

O quê? Você não achou que não estávamos transando, né? Euzinho, ficar dois meses sem pegar nada?

Por que não arranca meu cérebro com um alicate? Acho que isso seria menos doloroso.

Temos transado. Mas como já disse, não passávamos a noite juntos. Então, era como tomar um sorvete sem a cobertura. Continua gostoso, mas, com certeza, tem algo faltando.

Naquela noite, no entanto, tudo mudou. Porque quando abri os olhos, já era de manhã, e Demi já estava acordada. Me olhando. Ela passava os dedos no meu peito e me beijava. Ela me contou que estava pronta, que queria que morássemos juntos novamente.

Aquilo… foi o segundo melhor dia da minha vida.

Encontramos um apartamento novo bem rápido. Já estava procurando há um tempinho e tinha diminuído minhas opções para três lugares.

Era importante para Demi que escolhêssemos um lugar que pudesse ser “nosso” em todos os sentidos da palavra. Para ela, isso representava um novo começo para nosso relacionamento. Um símbolo de algum tipo de poder feminino que ela, de algum modo, pensou que estava faltando antes. Sempre achei que Demi fosse forte, independente. Nunca percebi que ela não achava isso.

O prédio já tem mais de cem anos, com estruturas originais, janelas do teto ao chão, e duas varandas com vista para o Central Park. Além disso, o Bon Jovi mora a alguns andares abaixo de nós, o que é legal. Demi é uma grande fã dele.

Acho que isso é tudo. Esqueci de algo?

Aprendi minha lição. Para sempre, desta vez. Estou falando sério. Se eu chegar em casa e a Demi estiver transando com algum cara na nossa cama? Não vou surtar, não vou falar nada.

Vou apenas pegá-la, colocá-la em meu ombro e levá-la para o laboratório de DNA mais próximo para garantir que é a Demi mesmo, e não alguma irmã gêmea desaparecida do mal que chegou para fazer nossas vidas virarem um inferno.

Nunca vou duvidar da Demi de novo. Aliás, de nós.

Ainda não acredita em mim?

Tudo bem. O tempo mostrará isso. Além disso, Demi acredita em mim. E é o que realmente importa, né?

Agora que está atualizada, não vou te encher o saco com mais outras recapitulações. Mas a história ainda não terminou. Você pode assistir ao resto da ação, ao vivo.

– Não consigo comer mais nada. Acho que meu estômago vai explodir.

– Deus do céu, Matthew, outro pedaço! Como aguenta? – pergunta Deloris.

Matthew esfrega sua barriga sobressalente, como um avô no Dia de Ação de Graças.

– É um presente.

Ela vira os olhos.

A gangue toda está aqui. Os meninos vieram ajudar a arrumar os móveis no quarto do bebê, e as meninas vieram junto para supervisionar. Madeira de cerejeira sólida, isso é uma merda pesada. Siga meu conselho: compre madeira falsa. Fica tão bonito quanto e é muito mais fácil de carregar.

Shamu encara Matthew quando ele pega o quinto pedaço de pizza.

– Matthew, estou falando sério, é melhor você parar.

Shamu? Ah, é a Alexandra – um novo apelido temporário. Matthew e eu inventamos há algumas semanas, quando ela fez uma terrível escolha ao utilizar um maiô de gestante preto e branco para ir à praia.

Mas não conte para o Steven, ok? Ultimamente, ele não tem achado graça nenhuma quando a gente irrita a minha irmã.

Com a boca cheia, Matthew fala para ela:

– Não fique com ciúmes, Shamu, só porque você está muito inchada para curtir esta iguaria fina.

Oh-oh. Conseguiu pegar o fora que ele deu?

A Alexandra, com certeza, pegou.

– Do que você me chamou?

– Como assim?

– Shamu. Você me chamou de Shamu. Que merda isso significa, Matthew?

Nunca vi ninguém fazer fila na frente do corpo de bombeiros, mas agora sei como isso seria. Matthew se engasga com a mordida, como se tivesse engolindo um tijolo. E seus olhos bem grandes viram para mim pedindo ajuda.

Está sozinho nessa, cara. Tenho um filho a caminho. Seria bom ter os quatro membros funcionando quando ele nascesse.

– Eu… ah… estou ficando com a síndrome de Tourette.

Deloris parece confusa. Os olhos de Alexandra se contraem.

– Filhodamãebundãoignorantechupador. Entendeu?

Shamu se vira.

– Tanto faz.

Ah. Isso foi decepcionante. A gravidez deve estar fazendo ela perder o jeito. E falando sobre gravidez, Demi entra no quarto.

Seu cabelo está comprido e brilhante. Quando ela se movimenta, ele cai da esquerda para a direita. Ela está com cara de cansada, e está com uma mão nas costas para ajudá-la a apoiar a imensidade que está na parte da frente.

Não consigo desviar os olhos dela. Ela está adoravelmente redonda. Como um daqueles Kinder ovos que eu costumava comer quando era criança. Ela se joga no sofá perto de mim e coloca os pés inchados, como os de Fred Flintstone, na mesinha de centro.

– Estou tão grande.

Sorrio e coloco a mão no seu monte redondo, esfregando-o como uma cabeça careca para desejar boa sorte. Saber que realmente tem um bebê lá dentro, senti-lo ou senti-la se mexer através da pele de Demi, é completamente maravilhoso.

Quando está passando um jogo dos Yankees, converso com ele – passo todos os detalhes, como um intérprete de cegos. E à noite, quando Demi está dormindo, posiciono o controle remoto da TV na barriga dela só para ver o bebê chutar por dentro. Isso é legal, não acha? De um jeito meio estranho, igual ao Alien, mas ainda assim legal.

– Você realmente está enorme – digo –, acho que seu peso dobrou desde o café da manhã.

Todos ficam, sinistramente, em silêncio.

Demi encara minha mão durante um instante bem longo.

– Com licença… tenho que… ir… – Ela levanta e se arrasta, correndo pelo corredor.

Provavelmente, foi fazer xixi, ela tem feito bastante ultimamente.

Em seguida, Deloris me dá um tapa.

Plaft.

Bem na orelha.

– Ai! – esfrego meu lóbulo dolorido.

Shamu solta um suspiro de frustração.

– Você pode dar um por mim também, Deloris? Acho que não consigo me levantar.

Plaft.

– Cacete! Que merda é essa?

Alexandra me enche o saco.

– Está pensando o quê? Você não pode dizer para uma mulher que ela está enorme quando está apenas a três dias da data do parto!

– Eu não disse. Ela disse. Eu apenas concordei.

– Deloris.

Plaft.

– Porra!

Se o zumbido indicar alguma coisa, tem uma grande chance de eu ter acabado de ficar surdo.

– Demi sabe que não quis ofendê-la.

Deloris cruza os braços, convencida.

– É lógico que ela sabe, imbecil. É por isso que ela está, agora, no banheiro, chorando igual a uma louca.

Faço um esforço para entender e olho no corredor. Pode ser que a Deloris esteja apenas me enchendo o saco. Ultimamente, este tem sido seu passatempo predileto, fazer eu me sentir culpado por toda a merda pela qual Demi já me perdoou. Deloris Warren é o Mickey Mantle do rancor guardado.

Alexandra se empurra do sofá.

– Por falar nisso, Steven, me leve pra casa. Mesmo que seja muito divertido assistir meu irmãozinho se humilhar, estou muito cansada para realmente curtir isso agora.

Deloris e Matthew também se levantam para ir embora, para que os quatro possam dividir um táxi. Apesar de que não sei como eles farão isso, já que a Alexandra vai precisar do banco de trás todo só para ela.

No entanto, não vou compartilhar este pequeno detalhe.

Além disso, tenho algo mais importante para cuidar. Preciso encontrar minha namorada.

Bato levemente na porta do banheiro.

– Demi?

Escuto algo se arrastando atrás da porta.

– Já estou saindo.

Merda. Seu tom de voz está abafado. Úmido. Deloris não estava brincando comigo. Levanto os braços para pegar a chave na parte de cima da moldura. Destranco a porta e a abro lentamente, e lá está ela. Parada na frente do espelho, com rastros de lágrimas nas bochechas.

Demi se vira para me olhar e soluça. Está com voz de choro. De tristeza.

– Não quero ficar gorda.

Ela cobre o rosto com as mãos e soluça.

Tento conter a risada. De verdade. Mas ela parece tão linda e triste que quase não consigo esconder isso. Abraço-a pelas costas.

– Você não está gorda, Demi.

Sua voz é abafada pelas mãos.

– Sim, estou. Não consegui colocar os sapatos ontem. Dee Dee teve que me ajudar, porque eu não conseguia alcançar.

Desta vez, não consigo controlar a gargalhada. Encosto meu queixo no ombro dela e tiro suas mãos do rosto. Nossos olhos se encontram no espelho.

– Você está grávida, não está gorda – penso por um instante e depois acrescento de propósito. – Alexandra está gorda.

Seus olhos úmidos semicerram:

– Ela está grávida.

– Não em suas coxas.

Demi mexe a cabeça.

– Você é tão mau.

– Não estou tentando ser. Estou apenas tentando te mostrar que você é linda – passo as mãos por cima e por baixo de seu quadril justo. – Que você é sexy pra caramba.

E não estou zombando da cara dela. Seu torso pode estar em capacidade máxima, mas suas pernas continuam finas. Torneadas. E ela ainda está carregando a bunda mais bonita e empinada deste lado do Rio Hudson.

É claro que, metade do tempo, ela está hormonal e irracional, mas na outra metade, ela está com tesão. Com mais tesão do que jamais a vi. Além disso, tem os seios. Não posso me esquecer deles. Estão quase tão grandes quanto a cabeça dela. Muito engraçado.

Não que haja algum problema com os seios normais da Demi, mas os peitos da gestação são como a Índia. Você não precisa ficar para sempre, mas é muito legal fazer uma visita.

Demi duvida da minha sinceridade.

– Sexy? Pelo amor de Deus. Não puxe o saco, Joe.

Sorrio com malícia.

– Estou falando sério, querida, se eu quisesse puxar alguma coisa, não seria o saco.

Ela se joga em meus braços, sem se convencer.

– Como você poderia, algum dia, achar isso – ela aponta para o corpo – sexy?

Hesito. Passo a mão na nuca.

– Talvez você fique brava.

– Manda.

Encolho os ombros.

– Bom… eu fiz isso com você.

Este é um fato que tenho certeza de que ela não se esquecerá, quando estivermos na sala do parto.

– Te deixei assim, deixei minha marca. É a minha criança que você está carregando. É como se houvesse uma placa de neon bem grande, escrito: PROPRIEDADE DE JOE JONAS. Pode me chamar de homem das cavernas, mas isso me deixa muito excitado.

Ela fica quieta por um instante, depois olha para baixo para nossas mãos dadas.

– E se eu não conseguir perder peso depois que o bebê nascer?

– Você vai conseguir.

– Mas e se eu não conseguir?

Encolho os ombros novamente.

– Aí me tornarei um daqueles caras que adoram carne. Uma carne extra não faz mal a ninguém.

Ela vira os olhos, mas ri. Seguro o rosto dela com ambas as mãos e trago seus lábios para perto de mim. O beijo começa gentil e carinhoso.

E depois… não é mais.

Seus dentes mordem meus lábios. Forte e rapidamente. Implorando por mais. Minhas pernas tremem, querendo agradá-la.

Ainda me impressiona o poder que ela tem sobre mim. Essa pequena mulher consegue me deixar louco apenas com um olhar… um suspiro. Mas não poderia pensar diferente. Já estive do outro lado. Já vi o que a liberdade pode me oferecer.

Sofrimento.

Tragam as porcarias das correntes, aceito ser escravo a qualquer momento.

Demi se afasta, com olhos fechados. Ofegante.

– Joe… Joe, preciso…

Tiro o cabelo de seu rosto.

– O quê, amor, fala? O que precisa?

Seus olhos abrem.

– Você me quer, Joe?

Chupo seu lábio inferior e sibilo.

– Claro.

– Me mostre. Faça eu sentir isso. Não pense no bebê… apenas… me coma… como antes…

Minha Nossa Senhora.

Tudo bem, neste momento, a Demi está… alargada. Delicada. Como uma bexiga muito cheia de água.

Tive que fazer um esforço para levar as coisas com muita calma no departamento sexual. Devagar e gentil, apesar de algumas posições fantasticamente criativas. Mas agora, as coisas que ela diz, sua voz, caramba, isso é tudo que posso fazer para não incliná-la na pia e comê-la até desmaiarmos.

– Quero muito forte… por favor, Joe… como costumávamos fazer…

Caramba, acho que é assim que um gorila enlouquecido se sente logo após escapar de um zoológico.

– Não precisa olhar pra mim, se…

Como um pavio seco, estalo. Agarro seus braços mais forte do que deveria e a viro. Coloco a mão no cabelo dela, puxando sua cabeça para trás para que eu possa atacar seu pescoço. Meu furioso pau duro se esfrega na bunda dela. Demi geme. Minha outra mão sobe por sua barriga, pegando fortemente em seus seios. Eles sobram em minha mão. Nossas bocas se fundem juntas, com as línguas se batendo e lutando. Encaixo um braço por baixo dos joelhos dela e a levanto, levando-a diretamente ao quarto.

Demi empurra meu peito.

– Espera, Joe, estou muito pesada. Você vai se machucar.

Se eu não estivesse tão excitado, ficaria ofendido com isso. Interrompo-a com outro beijo profundo. Depois, a deito na cama.

Desabotoo a frente de seu vestido sem pressa, um botão por vez. Não para provocá-la, mas para mostrar a ela.

– Vai pro inferno com “Não me olhe”! Olhar pra você é a melhor parte de tudo.

Tudo bem, não é a melhor parte. Mas é uma parte muito boa.

Ela se mexe impaciente e abro seu sutiã. Ela o tira pelos braços. Paro por um instante para admirar minha obra, acariciando cada parte de seu corpo nu com meus olhos. Deslumbrante.

Em seguida, enfio o rosto entre seus seios, lambendo e chupando, elogiando cada colina.

Demi arqueia as costas e puxa meu cabelo. Se contorcendo. Arranco a minha camiseta pela cabeça.

Seus braços agarram minhas costas, me apertando forte, me puxando para mais perto. Gemo e mordisco um caminho até sua garganta para dar outro longo beijo em sua boca. Não quero que ela pense no bebê agora, mas não posso passar pela barriga sem reverenciá-lo. Aperto meus lábios nela uma vez, respeitando-o.

Depois, me levanto. Tiro o cinto e deslizo a calça e a cueca até o chão. Demi está respirando rapidamente. Seus lábios estão abertos e inchados. Seus olhos estão queimando para mim.

Pego seus tornozelos e os levo até a ponta da cama, colocando suas pernas em volta do meu quadril.

Deslizo meu pau por cima e por baixo de seus lábios, cobrindo a cabeça com o molhado.

E m seguida, paro e nossos olhos travam. Sei que ela quer ter uma boa gozada e eu quero agradá-la, mas antes:

– Caso te machuque, caso esteja desconfortável, me fala.

Ela acena rapidamente. E é a única confirmação que preciso antes de bater dentro dela. Porra. Gememos juntos, durante um tempo e bem devagar. Minha cabeça vira e impulsiono de novo.

Ela está mais apertada agora. Não sei se é o bebê que está juntando tudo ou Deus é que é bom, mas sua boceta me aperta como uma planta carnívora saboreando sua última refeição. Meu quadril bate contra ela, colidindo e se esfregando, o mais agressivo possível.

Parece algo primitivo. Puro. É tão intensamente delicado, impossível de se acreditar. Seus sólidos seios pulam depois de cada pressão. Ela está arquejando e gemendo, está amando cada segundo. Demi procura meu quadril, mas está muito longe de seu alcance. Ela agarra os lençóis da cama no lugar e os aperta.

Mantendo um ritmo rápido e regular, deslizo minha mão entre nós e esfrego seu clitóris do jeito que ela gosta. Depois, faço movimentos mais rápidos, belisco aqueles mamilos escuros lindos. Os seios da Demi sempre foram um ponto bem gostoso, mas ultimamente parece que eles estão muito mais sensíveis.

Ela abre a boca, mas saem apenas gemidinhos. E isso é inaceitável.

– Fala sério, amor, você consegue se sair melhor do que isso.

Dou um bom e longo puxão em cada mamilo pontudo. E ela grita:

– Joe… Joe… isso…

Muito melhor.

Coloco as mãos em seus joelhos para me apoiar. Puxo-a para dentro de mim conforme empurro mais forte. Pele batendo na pele.

– Cacete… Demi…

Não vou conseguir aguentar por muito tempo. A esta altura, não esperava muito. Meu queixo cai no meu peito e procuro e agarro sua bunda. Levantando-a, enfiando profundamente. Me mexendo mais rápido.

Demi aperta as pernas em mim e sei que ela também está quase gozando. E está gemendo… sussurrando… é algo lindo. Aí ela fica rígida por baixo de mim. Se estica ao meu lado. Me leva com ela. Pego na sua cintura, segurando-a perto de mim ao gozarmos juntos.

Mais tarde, quando nossas respirações finalmente voltam ao normal, caio na cama ao seu lado:

– Caramba. Isso nunca cansa.

Ela ri.

– É. Tava precisando disso.

Ela morde o lábio inferior e me olha de relance. Tímida.

– Quer fazer de novo?

Como se ela precisasse perguntar.
 
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Eu não iria postar esse capitulo tão cedo pq eu ainda estava esperando vocês comentarem mais, sério mesmo, tantas visualizações no capitulo e só 4 comentários?? eu poderia ter postado esse no mesmo dia que eu postei o outro se vocês tivessem comentado, mas não... então, a segunda parte e ultima do epilogo e o fim dessa fic só irei postar se vocês realmente comentarem... :/



9 comentários:

  1. Amei !!!!!!! Ansiosa para a segunda parte...... qual vai ser a próxima fic?

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  2. Posta maaais please ta incriveeeel

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  3. Vou ficar ansiosa aguardando a segunda parte. Gente, os apelidos pra Alexandra são os melhores kkkkkkkkk
    Demi é tão, Joe é tão ♥
    Amo amo amo Joseph, apesar dos pesares ele é o melhor namorado do mundo todo.

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  4. Perfeito, Mari! Sdds comentar aqui, beijos!

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  5. Meu deus. A pessoa ta prenha e safada... JESUS Demetria tu ta andando muito com o Joseph viu... Posta logo

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  6. FACULDADE, EU JÁ DEIXO TU PARAR DE ME AMAR... O.O TÁ VENDO QUE A SOCIEDADE PRECISA DE COMENTÁRIOS PRA PODER ACOMPANHAR ESSA HISTÓRIA FODÁSTICA??? Obrigada
    MAAAARI..desculpa não ter mais comentado como antes, o tempo se tornou um verdadeiro caso raro na minha vida.. Mas peloamord, não nos deixe sem as preciosidades dos seus capítulos.. Anciosa pro próximo.
    Beijoooss! .

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  7. Nossa to amando a tua fic e essa Demi safada meu Deus daonde sai tanto fogo mesmo estando gravida ela acaba com o pobre Joe

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  8. Oi, desculpa só comentar agora, mas não vim ao computador mais cedo pois estou doente...
    Adorei esta fic, tenho pena que já esteja no final. Este capítulo foi bonito e safado, a demi mesmo quase a ter o bebê e fica assanhada desse jeito!!!!

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  9. To amanda essa fic, shusahusah me mato de rir do Joe zoando a irmã dele

    -Nathalia-

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