~
Não sei por
quanto tempo ficamos nesta posição, no chão, em silêncio, nos
agarrando, mas quando levantamos, o sol já está mais baixo no céu,
começando a descer para anoitecer. Joe me convence a deixar meu
carro aqui, voltamos para buscá-lo depois. Ele está preocupado que
eu esteja muito cansada, muito emocionada para dirigir com segurança.
Pela primeira vez, não discuto com ele.
Ao seguirmos de volta para o restaurante, ele fica
com uma mão no volante e a outra em mim: na minha coxa, no meu ombro
ou, suavemente, entrelaçada com a minha. E é confortante.
Maravilhoso. Esperei por este momento, quis isso mais do que qualquer
outra coisa no mundo.
Tê-lo aqui, comigo, me amando, depois de ter
pensado, sinceramente, que nunca mais ficaríamos assim de novo.
É como um filme. O reencontro. A reconciliação.
O final feliz.
O único problema é que, na vida real, não tem
nenhum tema musical que toca depois. Não há créditos. Na vida
real, você tem que lidar com o que acontece depois do reencontro. Os
efeitos das coisas que foram ditas, as consequências do que você
fez, que quase destruiu tudo.
Que poderia ainda destruir.
É por isso que assistimos a este tipo de filme,
porque na vida real as coisas nunca são tão fáceis.
Não que eu não esteja completamente feliz, de um
modo indescritível. Apesar do que disse antes, saber que o que Joe
disse, a stripper, tudo aconteceu por causa de uma terrível
confusão. Isso acaba trazendo um certo alívio afetuoso.
É o que todas as pessoas que já tiveram notícias
de cortar o coração pedem.
Seu filho morreu em um acidente de carro, você
está com câncer no quarto estágio. A esperança é de que o
mensageiro tenha errado. Uma identificação errada. Um diagnóstico
incorreto.
Um erro.
Mas o que acontece depois do “incorreto”?
Depois que você aceitou como verdade a tragédia, ou gastou todas
suas economias porque pensou que tinha apenas algumas semanas de
vida? O que você faz agora?
Você supera. Você se recompõe. Você passa por
cima de uma pedra, achando que a vida não apenas voltará ao normal,
mas também ficará melhor, mais agradável.
Pois agora percebo totalmente. Ter perspectiva não
muda apenas o modo como você enxerga as coisas, mas muda como você
se sente. Quando acha que perdeu tudo, você valoriza muito mais cada
momento.
Paramos no estacionamento do restaurante e andamos
até a porta dos fundos para entrar na cozinha, de mãos dadas. Como
dois adolescentes que ficaram juntos a noite toda, passando da hora,
deixando todos que se importam com eles mortos de preocupação.
Minha mãe está parada no balcão, cortando
furiosamente cenouras cruas com uma faca pontuda. É fácil de
perceber que ela está cortando a cenoura imaginando ser outra coisa.
George está sentado na mesinha ao lado de Billy. Dee Dee está na
frente dele, com o telefone no ouvido.
Quando ela nos vê, diz baixo:
– Eles estão aqui. Te ligo depois – e termina
a ligação.
Minha mãe levanta a cabeça repentinamente. Ela
bate a faca e se vira para nos ver. Em seguida, presta atenção em
nossas mãos dadas e olha para Joe.
– Você é muito cara de pau para vir aqui de
novo.
Joe respira resignado e tenta responder:
– Carol…
Minha mãe o interrompe bruscamente.
– Não quero saber de nada! Você não falará
nada! – ela aponta para mim – Sei que minha filha é uma mulher
crescida, mas para mim? Ela continua sendo meu bebê. Meu único
bebê. É imperdoável o que você a fez passar.
Ele tenta novamente.
– Eu entendo…
– Disse que você não falará nada! Nada que
você disser para mim tornará isso melhor.
– Demi e eu…
– Cale a boca! Quando penso em como ela estava
quando chegou aqui… O que te faz pensar que pode voltar para a vida
dela, depois do que disse para ela? Depois do que fez?
Joe fica quieto.
Minha mãe grita:
– Bom, não fique apenas parado aí! Me
responda!
Sempre achei minha mãe muito calma no meio de
alguma confusão. Racional. Aquela imagem sumiu de vez.
Joe abre a boca, mas nada sai. Em vez disso, ele
vira os olhos perplexos para mim. E vou ao seu resgate.
– Mãe, foi um erro terrível. Joe não sabia
sobre o bebê.
– Você disse que tinha contado para ele sobre o
bebê, e que ele reagiu contratando uma prostituta barata!
E o cara, que acabou de voltar a ser meu namorado,
pensa que é uma boa ideia mencionar:
– Ela não foi barata, pode ter certeza.
Belisco a palma de sua mão com as pontas dos
dedos para ele calar a boca.
Depois explico para minha mãe:
– Não, ele não sabia. Ele pensou que eu
estivesse falando sobre outra coisa. Foi um desentendimento.
Dee Dee me interrompe:
– Isso é algo que já vi antes. Essa novela
está ficando muito repetitiva.
Viro os olhos.
– Dee, agora não.
Minha mãe cruza os braços e bate o pé.
– Não o aceito aqui sob o meu teto, Demetria.
Ele não é bem-vindo aqui.
É por isso que você nunca deve reclamar de seu
companheiro para sua família. Eles não o conhecem como você e, com
certeza, não o amam como você. Então, eles nunca… de maneira
alguma… irão perdoá-lo como você.
Apesar de entender a minha mãe, tenho muita coisa
em jogo neste momento. E ela não está ajudando muito.
– Se é assim, então também não vou ficar
aqui.
Minha mãe parece surpresa e solta os braços.
Deloris diz:
– Ei, idiota – Joe olha em sua direção. –
Isso, você mesmo. É agora que você deve dizer que não quer ficar
no caminho de Dem e sua mãe. Que você vai ficar em um hotel.
Joe bufa.
– Acho que não sou tão cavalheiro. Vou ficar
com a Demi. Vou com ela para onde ela for.
Dee dá um sorriso irônico.
– Ahhh, é como o Jack e a Rose no Titanic –
ela levanta a mão – Quem mais quer que o besta termine igual ao
Jack?
Ignoro-a e me concentro na minha mãe, que agora
está implorando.
– Foi um dia muito emotivo, Dem. Você precisa
de espaço, de distância, para que possa pensar claramente.
Mexo a cabeça.
– Não, mãe. Já fiquei distante o bastante.
Joe quer este bebê. Ele me ama. Precisamos conversar, para arrumar
tudo – olho para Dee Dee. – Sem a participação de uma plateia.
Em seguida, viro novamente para minha mãe.
– Ele não foi o único culpado. Também errei.
Como muitas mães, a minha hesita em reconhecer as
fraquezas de sua filha.
– Foi isso que ele te falou? Que é sua culpa?
– Não, é o que eu sei. Uma parte disso é
minha culpa, mãe – suspiro. – Talvez seria melhor para todo
mundo se Joe e eu ficássemos em um hotel.
Parece que teimosia é algo hereditário, porque
logo em seguida ela diz:
– Não. Não quero que você vá para um hotel.
Se você quer que ele fique, não serei contra. Mas não gosto disso
– ela olha para Joe. – Apenas fique longe de mim, se quiser seu
bem.
Em seguida, ela sai pisoteando.
George se levanta.
– Vou falar com ela – antes de ele sair, ele
vira para Joe e o cumprimenta. – Bom te ver, filho.
Joe solta minha mão para cumprimentar George,
dando um daqueles abraços de homens com soquinhos nas costas.
– É bom saber que pelo menos alguém ficou
feliz, George.
George sorri e vai atrás da minha mãe.
Billy se levanta na nossa frente.
Se você olhar com mais atenção, conseguirá ver
o peito de Joe se inflar, como um macaco no meio da selva, se
preparando para lutar até a morte para conseguir a última banana.
– Quer acrescentar algo, Warren?
Billy olha para Joe. Depois o rejeita, olhando
para mim.
– Eu falei para ele que você estaria no parque,
pois sabia que era o que gostaria.
Sorrio gentilmente.
– Foi mesmo. Fico muito feliz que você tenha
feito isso. Nós dois ficamos.
Cutuco o Joe com o cotovelo. Ele apenas encolhe os
ombros, sem se comprometer.
Billy, então, diz:
– Você não precisa dele, Dem. Simples assim.
– Eu o amo, Billy. Simples assim.
Ele me fita por um momento, depois mexe a cabeça
e levanta as mãos se rendendo.
– Só para constar, vocês precisam de mil
sessões de terapia, iguais a de ontem. Acredite em mim, conheço
conflitos de longe.
Aceno uma vez.
– Vamos nos lembrar disso.
Joe caçoa.
– Tanto faz.
Deloris levanta perto de Billy e fala para Joe:
– Vou adorar ver você tentar sair da merda em
que se meteu. Acho que isso será melhor do que qualquer coisa que eu
faria contigo – ela acrescenta como uma reflexão posterior. – E
se não for, acho que terei que ser bem criativa.
Não fique decepcionada com a falta de punições
da Dee. Como a amiga verdadeira que ela é, ela respeita minhas
escolhas, mesmo não concordando. Ela sabe quando se afastar e me
deixar cuidar de tudo.
Ou… ela está apenas esperando o momento certo.
Dee me puxa para dar um abraço apertado e diz em
meu ouvido:
– Não o deixe sair dessa impune. Orgasmos
múltiplos são apenas um paliativo, não uma cura.
Rio.
– Obrigada, Dee.
Ela vira para Billy.
– Vamos embora. Vamos ver se Amélia consegue
parar um pouquinho de fazer sacanagem com o xerife Mittchell e faz
uma janta para a gente.
Billy ri.
– Ainda é muito cedo para fazer piadas sobre
isso.
Eles saem pela porta dos fundos, deixando eu e Joe
sozinhos.
Passo a mão pelo seu bíceps.
– George não é o único feliz em te ver. Caso
eu não tenha dito antes, estou muito feliz que esteja aqui.
Joe sorri com afeto e toca minha bochecha.
– Eu sei.
Subimos pro meu quarto e fecho a porta depois que
entramos. Ando ao redor da cama e tiro os sapatos, empurrando-os para
baixo dela. A cortina está fechada, então acendo o abajur, deixando
o quarto com um brilho agradável e turvo.
– Acho que vai demorar um tempo para minha mãe
entender tudo. Durante esse tempo, ela não vai te tratar muito bem.
Joe senta na ponta da cama e encolhe os ombros.
– Não estou preocupado com sua mãe.
– Não?
– Ela te ama. Ela vai voltar ao normal quando
perceber que sou o que você quer. Que te faço feliz. Conseguir isso
é minha única preocupação agora.
Ficamos quietos por um instante. Sento na cama
perto de Joe, colocando os pés por baixo das pernas. Joe esfrega as
mãos nas coxas. Pensativo.
Depois, ele fala o que, é lógico, está em sua
mente:
– Então… Warren esteve aqui o tempo todo?
Apesar de Joe ter falado com Billy antes de me
encontrar no parque, acho que ele ainda não tinha se tocado de sua
presença até agora.
– Billy veio aqui pra visitar Amélia. Ele
passou no restaurante uns dias depois que vim pra casa.
– E vocês dois têm… saído?
Sei aonde ele quer chegar com isso. Como um
advogado experiente, fazendo sua inquirição direta com uma
testemunha que está tentando derrubar. Preparando o terreno,
arrumando as coisas até a pergunta que irá expor tudo.
Olho para a cama, sem conseguir encontrar os olhos
de Joe. Me sentindo culpada, apesar de que, tecnicamente, não devia
estar.
Os costumes do Joe não são os únicos que são
difíceis de mudar. Como sempre, a procrastinação é minha amiga.
– Você realmente quer falar sobre isso agora? –
pergunto para ele.
Ele dá um risinho desagradável.
– Só para constar? Não quero conversar sobre
isso nunca. Mas é melhor botar tudo pra fora agora – ele mexe a
cabeça suavemente – O que você fez, Demi?
Minha cabeça levanta rapidamente. Sinto-me
ofendida, defensiva, pelo que ele acabou de me acusar.
– O que eu fiz? Você é muito cara de pau mesmo
em me perguntar isso.
Ele encolhe os ombros.
– Acho que ela é bem impressionante, obrigada.
Mas minha cara não é o assunto desta conversa em particular. Você
transou com ele?
– Você transou com a stripper?
– Te perguntei primeiro.
Aquilo me deixou sem palavras. E, provavelmente,
eu riria se isso não fosse tão triste.
Com um tom de voz resignado, digo para ele:
– Não. Não, eu não transei com o Billy.
Joe solta a respiração e sua voz suaviza:
– Eu também não. Não com o Warren, também
não transei com a stripper.
Levanto da cama.
– Você queria?
Devido ao histórico de Joe em gostar de
variedade, acho que é uma pergunta simples. Do meu ponto de vista,
essa foi uma chance de ele reviver aquela época em que diversidade
era um padrão.
– Nem um pouco.
Ele escorrega um dedo para o cinto do meu jeans e
me puxa entre seus joelhos abertos. Suas mãos relaxam no meu quadril
enquanto ele me olha.
– Você se lembra daquela comédia-romântica
horrível que você me fez assistir no ano passado? Aquela com o cara
do The Office?
Ele está falando de Amor a toda prova. Confirmo.
Joe continua.
– Lembra no final, quando ele diz: “Mesmo
quando te odiava, te amava”?
Confirmo de novo.
– Foi a mesma coisa. Isso aconteceu não porque
era o que queria, mas sim porque eu achava que era o que tinha que
fazer. Tudo por sua causa. Você estava na minha mente, no meu
coração… mesmo quando não estava mais lá… você continuava
lá.
Nunca haverá um momento bom para contar isso.
Mentir ou não contar para ele não é uma opção.
– Eu e Billy nos beijamos.
Suas mãos apertam meu quadril mais forte. As
palavras ficam no ar, como um forte cheiro ruim.
Quando ele não responde, insisto:
– Não foi nada.
Joe sorri repreensivamente:
– Claro que não.
– Estava machucada. E confusa. Durou apenas
alguns segundos. E não aconteceu por causa de desejo ou atração.
Aconteceu apenas por… carinho.
Joe me coloca ao seu lado e se levanta. Em
seguida, começa a dar passos bruscos. Cada músculo do seu corpo
fica tenso e contraído:
– Te disse que isso ia acontecer. Todo este
tempo, eu te disse, porra. Aquele cafajeste só estava esperando uma
oportunidade para entrar nas suas calças de novo.
– Nada a ver, Joe. Foi inocente.
A imagem de Joe dando um beijo sensual na stripper
vem em primeiro lugar nos meus pensamentos. E minha raiva vem logo em
seguida.
– Não foi nada parecido com o que você fez. O
que eu tive que te ver fazer.
– Então, eu devia me sentir melhor?
– Não estou tentando fazer você se sentir
melhor! Estou tentando explicar o que aconteceu. Para que a gente
possa pôr um ponto final nisso e seguir em frente. É o que você
quer, né? Não é?
O desespero na minha voz deve ter passado por ele.
Ele para de andar e me olha por alguns minutos.
Seus olhos azuis mostram sentimentos lutando entre
indignação e compreensão ressentida. Desejando se render a uma
fúria que não trará nada – uma fúria que Joe deve saber que não
tem direito de sentir.
Ele solta outro suspiro e senta de novo na cama.
– É, é o que quero.
Sorrio triste.
– Eu também.
Ele não me olha, mas encara diretamente a porta
do quarto.
– Foi apenas um beijo?
– Sim.
– Sem amassos? Ou chegar nos “finalmentes”?
Viro os olhos.
– Sem nada disso.
Ele acena, tenso.
– Tudo bem… beleza. Acho que isso nos deixa
empatados – ele fica em silêncio por um instante. Depois, diz
firme: – Não quero que você converse com ele de novo. Nunca mais.
– Joe…
– Tô falando sério, Demi. Não quero que ele
ligue no apartamento ou te mande e-mails. Não quero que você se
encontre com ele para a porra de um almoço ou uma saída entre
amigos – seus olhos queimam nos meus enquanto ele implora. –
Quero Billy Warren fora da nossa vida. Para sempre.
Fecho os olhos. Porque sabia que ia dar nisso. E
não pense que não sei como Joe se sente. Talvez você até concorde
com ele.
Mas escolher entre Billy e Joe não é uma opção.
Talvez seja um ato egoísta, mas preciso dos dois. Joe é meu amante,
o amor da minha vida, o pai do meu filho. Mas, Billy é meu melhor
amigo, ele e Dee Dee.
– Ele é meu amigo – ao falar com ele, estou
estoica, deixando bem claro que não vou aceitar isso. Desta vez não,
isso não.
Seu maxilar se contrai.
– Como você pode me pedir pra fazer isso? Como
pode esperar que eu o veja e observe conversando com ele e não o
tire de perto?
Pego a mão dele e seguro com a minha,
apertando-as.
– Se nós dois decidíssemos nos separar, eu
ainda assim não ficaria com o Billy de novo. Nunca mais. E ele não
gostaria de ficar comigo. Quando cheguei aqui, eu achava que você
não queria este bebê. Achava que não ia conseguir criá-lo
sozinha. Billy me fez ver que eu conseguiria. Digo mais, ele me
ajudou a perceber que eu queria.
Joe vira.
Seguro seu rosto e o trago para perto de mim.
– Se o Billy não tivesse estado ao meu lado,
tinha uma grande chance de eu ter feito um aborto antes de você
chegar. Pense nisso. Pense no que teríamos perdido, Joe. Pense que
eu nunca conseguiria me perdoar, ou te perdoar. Devo isso a ele. Nós
devemos isso a ele.
Ele fecha os olhos, apertando-os. Não espero que
ele concorde comigo. É um comprimido difícil para qualquer homem
engolir, especialmente alguém como Joe. Mas ele escutou. E só posso
esperar que ele pense no que eu falei e perceba que minha vida, nossa
vida, será melhor se tivermos um amigo como o Billy nela.
O fato de ele não estar totalmente discordando já
é o bastante, por enquanto.
Ele esfrega os olhos exaustivamente com as palmas
das mãos. Quando ele as tira, me faz uma pergunta. E, em cada
sílaba, tem uma curiosidade melancólica.
– Demi, por que você apenas não me disse? Na
primeira vez que achou que poderia estar grávida. Por que não disse
alguma coisa?
É algo que você também deve ter pensado, né?
Nada disso teria acontecido se eu não tivesse guardado minhas
suspeitas só para mim.
– Estava… chocada. Assustada. Eu nem sabia
como me sentia com a possibilidade de estar grávida e… não tinha
certeza de como você reagiria. Precisava de tempo para processar
tudo. Para aceitar tudo. Para, eventualmente, ficar empolgada com
isso. E eu estava. Depois da minha consulta com Bobbie, estava feliz.
Estava indo para casa para te contar… mas… tarde demais.
Joe me conta:
– Eu me esforcei tanto para não tirar
conclusões precipitadas. De novo. Quando vi o nome de um cara na sua
agenda e depois você mentiu sobre aonde ia… fiquei muito nervoso.
Mas, depois esfriei a cabeça e pensei, talvez fosse uma coisa boa.
Talvez você estivesse me comprando algo ou planejando uma surpresa.
– E em vez de me perguntar ou esperar para ver
qual era a surpresa, você me seguiu?
– Não podia esperar sentado. Tinha que fazer
algo. Aí eu te vi, lá no estacionamento, parecendo tão feliz ao
ver aquele filho da puta. Nunca pensei que você poderia me trair.
Não queria nem acreditar nisso, mas estava bem na minha cara.
– Minha avó costumava dizer: “Não acredite
em tudo o que escutar, e acredite apenas na metade do que ver”.
Joe bufa:
– Ela é uma maldita gênia.
Estou disposta a aceitar meus erros nesta
situação, mas não tenho complexo de mártir. Então, pergunto:
– Se você achou que estava te traindo, por que
não podia agir como um homem normal? Batendo numa parede ou ficando
bêbado. Por que tem que inventar esses esquemas diabólicos, como se
fosse algum supervilão do Batman?
Ele mexe a cabeça e toca meu cabelo.
– Quando achei que vi o que tinha visto… foi
um pesadelo. Me senti no inferno. Nada que Deus ou Satã imaginasse
chegaria perto daquele sentimento ruim.
– Entendo.
– E eu só queria que aquilo desaparecesse.
Aquela maldita dor devastadora. Pelo menos por alguns instantes.
Então, depois que comprei a garrafa de Jack, fui até um bar com os
caras que costumava sair antigamente. Ela estava… lá. E é como
dizem: “o melhor jeito para esquecer alguém é ficando com outra
pessoa”.
– Ninguém diz isso, Joe.
– Bom, deveriam. Aí achei que se você me visse
com outra pessoa, perceberia o que estava perdendo. E então…
pararia… e voltaria para mim. Querendo misericórdia. Implorando
para que eu te perdoasse. Estava tudo esquematizado.
Respondo, falando com voz seca:
– É, e deu tudo certo.
– Disse que era um esquema, não disse que era
um bom esquema.
Ele fica sério.
– Quando você foi embora… fiquei um pouco
doido. Não conseguia acreditar… que você não tinha me escolhido.
Ele parece tão machucado, tão diferente do homem
com quem morei por dois anos.
Lágrimas carregadas de culpa e mágoa caem de
meus olhos:
– Desculpe.
Joe me agarra. Seus lábios relaxam em meu pescoço
ao declarar:
– Desculpa, Demi.
Em seguida, ele me afasta e seca minhas bochechas.
– Por favor, não chore. Não quero te fazer
chorar nunca mais.
Fungo e tiro o molhado dos olhos:
– Naquela noite, depois do jantar na casa dos
seus pais, o que teria dito se tivesse te contado naquela época?
Um sorrisinho se abre em seus lábios ao imaginar
a maravilhosa ideia.
– Teria ido até uma farmácia, não importa o
horário que fosse, e compraria um daqueles testes de gravidez. Ou
dez deles! Ficaria sentado na mesa com você esperando você beber um
galão de água para que pudesse usar cada um deles.
Sorrio lacrimejando, pois aquilo parece ser a
coisa certa.
– E quando todos eles dessem positivo, eu os
colocaria juntos e tiraria uma foto com meu celular para poder enviar
para sua mãe e para os meus pais, para Matthew e para Alexandra. Aí
te pegaria no colo e te levaria até o quarto, e passaria as horas
seguintes nos deixando cansados. Mas seria de um modo gentil, seria
devagar, porque provavelmente ficaria preocupado em te machucar.
Depois, quando estivéssemos deitados lá… falaria para você que
não via a hora dos próximos nove meses passarem rápido – seus
lindos olhos azuis brilham com ternura e paixão. – Pois sei que
fazemos os melhores bebês.
Dando uma risada, tiro seu cabelo escuro da testa.
Depois, me inclino para frente e selo seu lindo sonho com um beijo.
Ele me pergunta:
– Se eu estivesse sozinho naquele apartamento
naquela noite, o que você teria dito? Como teria contado para mim?
Meus olhos se enchem de lágrimas de novo, me
levanto da cama e tiro a camisetinha de bebê da gaveta da cômoda.
Seguro atrás das costas ao andar para ficar na frente de Joe.
Digo suavemente:
– Teria feito você se sentar e te contado que,
quando comecei a trabalhar no escritório, nunca esperei conhecer
alguém como você. E que nunca pensei em me apaixonar por você. Eu,
realmente, nunca achei que você corresponderia ao meu amor. Depois,
teria dito que as melhores coisas na vida são aquelas que você
nunca pensou em ter. E teria te dado isso.
Coloco a camiseta nas mãos dele. Ele a desdobra
devagar e, ao ler a frase, seus lábios se curvam em um sorriso
exultante e de orgulho. Sua voz sai rouca, com emoção, ao dizer:
– Que demais.
Ele coloca a camiseta de lado. Depois, puxa as
cobertas da cama. Pega a bainha da minha camiseta e a levanta sobre
minha cabeça. Tira minhas roupas, me deixando nua para ele. Em
seguida, ele tira o jeans, e fico na frente dele apenas com meu sutiã
de renda bege e com a calcinha. Desabotoo sua camiseta lentamente.
Minhas mãos alisam seus ombros e peito, conhecendo novamente aquele
corpo que tanto senti saudade.
Mas não tem nada sexual em relação a isso.
Quando Joe fica apenas de cueca, ele desliga o abajur e entramos
debaixo das cobertas. Estou morrendo de vontade de dormir bem e
profundamente. Finalmente. Vejo o mesmo cansaço em Joe.
Exaustão emocional pode ser mais esgotante do que
qualquer um daqueles programas doidos de exercícios de sessenta
dias.
Joe deita e fico com a cabeça encostada em seu
peito. Ele beija o topo da minha cabeça, ao alisar o cabelo nas
minhas costas.
Pergunto com uma voz baixa:
– Você ainda me acha perfeita?
– Como assim? – ele pergunta com uma voz de
sono.
Levanto a cabeça para olhá-lo.
– Você fala isso toda hora. Quando estamos no
trabalho, quando estamos fazendo amor, às vezes acho que você nem
percebe. Você fala que sou perfeita. Depois de tudo, agora, você
ainda acha isso?
Sei que estou longe de ser perfeita. Ninguém é.
Mas não estou interessada na realidade, só quero saber se a opinião
dele sobre mim ainda é a mesma. Se, aos olhos dele, sou menos do que
era.
Ele toca meu rosto, traçando meus lábios com seu
dedão.
– Ainda te acho perfeita para mim. Nada vai
mudar isso.
Sorrio e me deito novamente. Em seguida, com
nossos corpos juntinhos, pegamos no sono.
~
Oiii! infelizmente essa fic maravilhosa esta chegando no fim, mas claro, ainda irá mostrar um pouquinho Demi ainda na gestação... não posso fazer uma maratona pq só faz mais 3 capítulos para terminar essa temporada, desculpa :/
Beijooooos <3
DIVULGAÇÃO:
Divulgando novamente o blog da Gi, sigam e acompanhem :)
Awwn que perfect <3 Pena que tah acabando
ResponderExcluir-Nathalia-
Que lindosssss, Carol e Deloris são chatas ein kkkkk nossa como todo mundo se mete na vida deles
ResponderExcluirnossssssssssa.. o Joe é tão fofo, ele dizendo o que faria se a demi tivesse falado pra ele no dia do jantar ........... #lindoo
ResponderExcluirpossta logoo
Perfeito!!!! O Joe vai ser um pai bem babão..... será que será menina ou será menino????? Curiosa demais....... posta posta posta posta posta,.
ResponderExcluirMari, oi. Eu estava te procurando no whatsapp, as meninas disseram que você está sem tablet. Bem, eu vim aqui com uma proposta. Cara, eu simplesmente amo A Sexóloga, estou sentindo tanta falta da sua fic que você não faz ideia, ela é realmente boa e não merece um não-final. O que você começou foi realmente incrível e novo, eu já li tantas fanfics nessa vida, das maravilhosas até as lixosas shuahsua, verdade, e a sua é maravilhosa, ninguém nunca imaginou a Demi como uma Sexóloga e o Joe como um chefe de cozinha dono de uma rede de restaurantes. E o David? Ele é tão fofo, o cabeludinho <3
ResponderExcluirBem, eu sei que esse negocio de fanfic é mega complicado, ter ideias, inspirações e uma série de coisas é realmente difícil, ainda mais para quem tem pouco tempo como nós universitárias, mas se você quiser tentar, eu estou aqui, posso te ajudar a escrever os capítulos, podemos fazer isso voltar a funcionar, ok? Pense bem, eu gosto muito do seu blog e de você menina! Qualquer coisa você sabe o meu twitter, meu blog e o meu número, beijos e pense na minha proposta :)