DEMI
Eu tinha medo de agulhas. Havia decidido meses
atrás que não queria uma agulha comprida sendo enfiada nas minhas costas. No
momento, estava pensando que talvez tivesse sido uma decisão ruim.
Porque o que eu estava sentindo era como se minhas entranhas
estivessem se rasgando.
Não ajudava que toda vez que eu precisava gritar
Joe ficasse completamente surtado. Ele tinha que se acalmar, porra. Eu
precisava gritar para aguentar aquilo. Nunca mais iria reclamar de
cólicas menstruais. Elas eram brincadeira de criança em comparação
ao que eu estava sentindo.
Outra onda de dor veio e me fez agarrar os lençóis
com força e soltar mais um grito. Na última vez que a enfermeira me
examinara, eu estava com 7 centímetros de dilatação.
Precisava chegar a 10, caramba.
– Devo chamar a enfermeira? Quer um pouco de
gelo? Quer apertar a minha mão? – Joe não parava de me fazer
perguntas. Eu sabia que a intenção dele era boa, mas, naquele
momento, eu não me importava. Levantei o braço, agarrei a camiseta
dele e puxei seu rosto para perto do meu.
– Agradeça por eu não estar com minha arma,
porque neste momento estou pensando em mil maneiras de fazer você
calar a boca. Me deixe gritar e dê um tempo – disparei para ele e
segurei a barriga com o começo de mais uma contração.
– Hora de examiná-la de novo – anunciou a
enfermeira simpática com cabelos ruivos presos em um rabo de cavalo
e que entrava praticamente saltitando no quarto. Ela também
precisava agradecer por eu não estar com minha arma. Porque seria a
próxima da lista.
Fechei os olhos esperando não ter uma contração
enquanto ela estivesse lá embaixo, porque eu seria capaz de dar um
chute no rosto dela.
– Opa! Estamos com 10 e prontos para começar.
Vou chamar o médico. Não faça força – disse ela mais uma vez.
Fazia uma hora que me diziam para não fazer força. Meu corpo
inteiro queria fazer força. Era bom o médico se apressar.
Joe estava estranhamente calado. Olhei para ele, e
seu rosto me lembrou o de um menininho. Ele parecia assustado e
nervoso. Fiquei me sentindo mal por ter gritado com ele, mas o
sentimento só durou até eu ter outra contração, muito mais forte.
Eu não imaginava que pudesse piorar.
O médico careca entrou e sorriu para mim como se
aquela dor fosse algo bom.
– Está na hora de botar esse carinha no mundo.
– Ele parecia tão alegre quanto a enfermeira. Cretino. – Você pode vir aqui para
ver, desde que não desmaie. Ou pode ficar aí, enquanto ela faz
força – explicou o médico a Joe.
Joe veio até a minha cabeça e segurou minhas
mãos nas dele.
– Vou ficar com ela – afirmou, apertando minha
mão de leve.
O encorajamento dele me deu vontade de chorar. Ele
estava se esforçando horrores para facilitar as coisas para mim, e
eu havia ameaçado dar um tiro nele. Eu era uma mulher horrorosa.
Funguei, e ele imediatamente foi para o meu lado.
– Não chore. Está tudo bem. Você vai
conseguir – disse ele, parecendo determinado e pronto para uma
batalha.
– Eu fui má com você. Desculpe – disse, com
a voz embargada.
Ele sorriu e beijou minha cabeça.
– Você está sentindo dor pra cacete. Se for se
sentir melhor batendo em mim, eu deixo.
Tive vontade de dar um beijo nele, mas daí senti
outra contração.
– Faça força! – ordenou o médico, e eu
obedeci.
Depois de muitos palavrões e tentativas de fazer
força, ouvi o som mais lindo do mundo. Um choro. O choro do meu
filho.
JOE
Ele era perfeito. Contei todos os vinte dedinhos
dos pés e das mãos enquanto Demi beijava cada um deles. Também era minúsculo. Eu não me
dera conta de que bebês eram tão pequenininhos.
– Agora precisamos escolher um nome – disse
Demi, olhando para mim depois de começar a dar de mamar ao nosso
filho.
Havíamos cogitado algumas opções nos últimos
três meses, mas nada parecia adequado. Demi dizia que era difícil
dar nome a alguém que nunca vira, então concordamos em esperar que
ele nascesse para escolher.
– Eu sei. Agora nós já o vimos. Precisamos dar
um nome a ele. O que você está pensando? – perguntei, torcendo
desesperadamente que ela não sugerisse Abraham Dean de novo. Eu
adorava meu pai, mas não ia dar o nome dele ao meu filho.
– Acho que ele tem cara de Colton – disse ela,
sorrindo para ele.
Eu não curtia esse nome.
– Você ainda é contra River? – perguntei.
Ela sorriu para mim.
– Eu quero botar Joe no nome dele. Mas se
pusermos River, não vai dar. River Joe e Joe River soam esquisito.
Eu havia me esquecido que ela estava tentando usar
meu nome também. Não ia discutir com ela. Gostava da ideia de o meu
filho ter o meu nome.
– Que tal Cash? Cash Joe! – brinquei, e ela
mordeu o lábio para não dar risada e assustá-lo.
– Que tal Nathan? Poderíamos chamá-lo de Nate
– sugeriu ela. Ele parou de sugar e soltou o peito para olhar para
ela, como se a mãe tivesse chamado seu nome. Parece que havíamos
chegado a uma decisão.
– Nathan Joe Jonas fica bonito – concordei.
Ela sorriu para mim e baixou a cabeça alegremente
para beijar o narizinho dele.
– Olá, Nate. Bem-vindo ao mundo.
Eu queria pegá-lo no colo, mas ele parecia ter
decidido dormir em vez de socializar. Demi o apoiou em seu ombro,
batendo suavemente em suas costas. Fiquei ali olhando encantado.
Aquilo era meu. Era a minha família. E era perfeita.
Quando Demi ficou satisfeita com sua tentativa de
fazê-lo arrotar, ela o enrolou apertadinho no cobertor e olhou para
mim.
– É a sua vez, papai. Preciso descansar. Meus
olhos estão pesados.
Estendi os braços e peguei meu filho no colo.
Segurando-o junto a meu peito, senti seu cheirinho doce de bebê.
– Venha aqui, carinha. Vamos ficar confortáveis
ali e ver se encontramos alguma partida de basquete para ver na
televisão.
Nate dormia satisfeito em meus braços, e Demi
caiu no sono rapidamente depois de passá-lo para mim. Eu seria capaz
de ficar naquele quarto com os dois daquele jeito para sempre. O
simples fato de tê-los perto de mim e saber que eles estavam seguros
fazia com que tudo ficasse bem.
Uma batida de leve à porta interrompeu meus
pensamentos. Virei e vi-a se abrir lentamente e vários balões azuis
entrarem antes que eu visse a cabeça de Bethy atrás deles.
Ela havia ficado de fora o máximo que conseguira.
– Muito bem, papai, sei que você está
curtindo, mas precisa dividir. Os dois avós estão na sala de
espera, aguardando pacientemente – sussurrou ela, depois de espiar
e ver Demi dormindo.
– Não quero incomodar a Demi. Ela está
exausta. Vou levar o bebê até a janela do berçário. Para todo
mundo conhecê-lo lá.
Bethy olhou ansiosa para o bebê. Eu sabia que ela
queria pegá-lo no colo, mas eu ainda não estava pronto para isso.
Não tinha certeza se ela não o deixaria cair. Não tinha certeza se
conseguiria confiar em alguém para segurá-lo. Aninhando-o mais
perto de mim, me perguntei como diabos eu faria para simplesmente
deixar as pessoas irem à minha casa pegar meu filho no colo.
– A enfermeira disse que vocês escolheram
Nathan Joe. Gostei – disse ela.
– Vamos chamá-lo de Nate.
Ela fez que sim com a cabeça e voltou para dizer
a todos aonde deveriam ir. Eu não me importava em mostrar Nate a
eles através da segurança de uma janela, mas não ia deixar que
todos respirassem em cima dele ou tocassem nele. Muitos germes. Ele
era pequeno demais para esse tipo de coisa. Precisava ganhar um pouco
de resistência antes de lidar com germes.
Entrei no berçário e falei com uma enfermeira.
Expliquei que estava ali para mostrar o bebê aos membros da família
através do vidro. Quando ela se virou e viu Dean parado na janela,
ficou boquiaberta.
– Ai, meu deus! Seu filho é parente de Dean
Jonas? Dean Jonas do Slacker Demon?
Assenti com a cabeça.
– Sim. É neto dele. E eu realmente preciso
mostrar Nate ao avô.
Ela correu para abrir caminho para mim e me seguiu
até a janela para poder olhar para meu pai. Dean, no entanto, estava
completamente focado em Nate. Fez sinal de positivo com o polegar e
piscou para mim. Abe estava com os olhos cheios de lágrimas e
assentiu. Grant estava ao lado do meu pai, sorrindo para Nate. Bethy
não parava de chorar e Jace assentia com a cabeça.
Jimmy abriu caminho em meio a todos para olhar
para ele, pôs as mãos no quadril e deu um sorriso imenso ao ver
Nate. Então olhou para mim e fez um aceno de aprovação com a
cabeça. Aqueles eram os outros membros da nossa família. Podíamos
não ter irmãos nem mães ali conosco, mas tínhamos pessoas que nos
amavam e que amariam Nate.
– Acha que eu consigo um autógrafo do Dean? –
perguntou a enfermeira atrás de mim.
– Vá lá fora e peça a ele. Você o está
pegando com um humor excelente – respondi, então voltei para
devolver Nate à mãe.
Owww o joe com ciumes do Nathan
ResponderExcluirEu preciso de mais
Posta mais!!!!
Owww o joe com ciumes do Nathan
ResponderExcluirEu preciso de mais
Posta mais!!!!
Morrendo com o Joe com ciúmes do Nathan.
ResponderExcluirEstá ficando está maravilhosa, estou ansiosa para o próximo... Posta logo beijinhos
ResponderExcluirA história está tão linda, vou ter muita pena quando ela acabar :)
ResponderExcluirJoe já está protegendo demais o filho, papai babado