7.1.15

Capitulo 44

Amores, p vcs! Desculpem a demora, esses dias minha cabeça anda muito cheia, tenho q levar minha vó p médico, ir fazer compra p minha mãe pq ela machucou feio a coluna e acabou q eu n to com tempo de sobra... P compensar, com 5 comentários posto o próximo hj msm! Lembrando q estamos na reta final da história, ok? Beijos, amo vcs ♥
Bruna

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QUATRO MESES DEPOIS - JUNHO

DEMI

Eu tinha acabado de tomar banho e ido ao quarto, colocar uma calcinha, quando senti o chute. Parei e encostei na parede, olhos arregalados, uma das mãos sobre os seios cheios, a outra imóvel sobre a minha barriga. E então veio de novo. O segundo chute do meu filho.

Ri sozinha, os olhos se enchendo de lágrimas. Desde que tinha completado cinco meses de gravidez, eu sentia como se o bebê fizesse cosquinhas por dentro, como asinhas de borboletas batendo. Às vezes era mais intenso. E agora foi o primeiro movimento realmente brusco e real.

Passei a mão na barriga, murmurando com carinho:

- Oi, filho ... Tá ouvindo a mamãe? Dá um chute para dizer que sim, dá ...

E quando senti um movimento brusco do lado direito, comecei a rir como uma boba. Continuei lá, só aproveitando, até que se cansou e ficou quietinho. Só então, ainda toda feliz, fui colocar meu vestido comprido e me preparar.

Era dia de fazer a ultrassonografia e eu estava ansiosa, pois nas anteriores não houve jeito de ver o sexo do bebê. Ele estava forte, saudável, mas não abria as perninhas por nada. Eu tinha esperanças que agora conseguisse saber.

Já pronta, me dirigi à sala do apartamento de dois quartos no Recreio dos Bandeirantes, pegando a minha bolsa. Meu celular começou a tocar e o atendi, sentando no sofá cor de café.

- E aí, já saiu? – Era Selena.

- Não, amiga, estou esperando o Matt.

- Ah, eu queria tanto ir! Mas o salão está um inferno hoje, temos duas noivas para atender.

- Não se preocupe, ele vai comigo. E se tiver novidades, te ligo avisando. – Eu sorri, animada.

- Aposto que é menina e vou ganhar a aposta que fiz com o Rodrigo. Tá bom, Dem, depois a gente se fala. Mas não esquece de me ligar mesmo!

- Pode deixar. Beijos.

- Beijos.

Desliguei e me recostei, esperando Matt chegar. Acariciei a barriga, pensando que poderia mexer só mais um pouquinho para meu deleite, mas acho que ele tirava um cochilo.

Meus olhos passaram em volta e me dei conta de como as coisas tinham mudado em quatro meses. Agora eu não morava mais em Engenho de Dentro em uma casinha vazia. Eu tinha conseguido comprar aquele apartamento no Recreio, a duas quadras da praia. Todo final de semana caminhava cedinho no calçadão, tomava banho de mar, pegava o sol da manhã. Era uma vida plácida e feliz.

Tudo graças à campanha publicitária dos cosméticos Bella. Desde que foi lançada, foi um sucesso absoluto. Meu rosto se estampou em todas as revistas, em propagandas na internet, outdoors espalhados pela cidade, comerciais de tevê. Fui convidada a fazer outras campanhas, depois que descobriram que eu estava grávida. Na semana seguinte ia tirar umas fotos para uma revista de gestantes e bebês.

Não acreditei de como o dinheiro entrou rápido. Pude guardar uma boa parte, comprar o apartamento, mobiliar, montar aos poucos o quartinho do meu filho. E continuava entrando, pois eu tinha me tornado exclusiva daquela linha de cosméticos.

Devia muito a Leon Aguiar, que virou um amigo. Era tratada com todo cuidado, minhas necessidades prontamente atendidas. E fechou comigo um contrato por mais dois anos, o que me garantia conforto, estabilidade e mais dinheiro guardado, além de novas oportunidades.

Conheci a esposa dele e também gostei muito dela. Eu e Matt já tínhamos saído com eles mais de uma vez para jantar. Naquela noite mesmo haveria uma festinha na casa deles para comemorar o aniversário de Leon e nós iríamos.

Tudo seguia bem. Ou quase tudo.

Eu nunca mais tinha visto o Joe. Como havia prometido aquele dia no shopping, não me procurou mais. É claro que ele sabia da minha vida, havia fotos minhas nas revistas dele. E Selena me dissera que uma vez a procurara em sua casa só para saber se estava tudo bem comigo e o bebê, há uns três meses atrás.

Ela o tratou friamente, mas contou que ficou com pena, pois parecia abatido e realmente preocupado. E falou que estava tudo bem, inclusive que os exames todos deram certinho, não havia com que se preocupar. Cerca de um mês e meio atrás, ele ligara para ela em busca de novas informações e recebeu a mesma resposta: tudo ok. Perguntara também se já sabia o sexo do bebê, no que ela disse não.

Depois disso, há um mês atrás, eu e Matt conversamos sobre Joe. Estávamos jantando juntos e ele disse que o tinha encontrado. E que tinha ficado um pouco preocupado, pois o achou muito diferente.

- Diferente como? – Eu quis saber.

- Muito abatido, calado. Não frequenta mais os lugares de antes. – Explicou. – Antônio também reparou. Parece que virou um eremita. Ninguém mais sabe dele.

Eu não disse nada e me concentrei em comer.

- Demi ... – Matt me chamou.

Ergui os olhos e ele continuou, sério, compenetrado:

- Não acha que já o castigou demais?

- Quem disse que é um castigo? – Ainda havia raiva em minha voz e dentro de mim. – Eu só não o quero na minha vida.

- Ele vai ser pai. Tem ao menos o direito de saber do filho.

- Quando nascer, que corra atrás dos direitos. Foi o primeiro a me mandar fazer um aborto e acusar de engravidar para dar um golpe nele.

- Mas já passou. Ele parece mesmo arrependido.

- Que seja! Melhor para ele!

- Esse ódio nunca vai passar?

- Nunca! – Falei com firmeza e era verdade. Tudo na minha vida havia melhorado. Mas aquele sentimento e aquela mágoa permaneciam inalterados.

Matt tinha parado de comer e me observava com toda atenção, seu cenho franzido.

- O que foi? Acha que sou a má da história agora?

- Não. Sei como tudo isso a magoou. Já repetiu várias vezes que não perdoa o Joe. Mas

já parou para pensar por que tanto ódio?

- Claro que sim. Por que fui usada e humilhada.

- Não estou falando em voltar para ele. Estou dizendo em perdoar e deixar que saiba do próprio filho.

- Ele pode saber. Pode perguntar a quem quiser, como fez com Selena. Mas o quero longe de mim. – Tomei um gole de água, nervosa.

- Sim, o quer longe para não correr o risco de fraquejar.

- O quê? – Eu o olhei na hora. Fiquei bem irritada. – Acha que ainda o amo?

- Eu tenho certeza. – Falou calmamente, embora seu olhar fosse duro.

- Faça-me o favor! Esse homem destruiu todos os meus sonhos românticos. Me fez comer o pão que o diabo amassou. É o pior cafajeste que já vi na minha vida! E você vem dizer que eu amo isso?

- Você não quer e luta contra isso, mas sabe que é verdade.

- Não é verdade. – Neguei veementemente. – Não sinto nada por ele.

- Nada. Só esse ódio apaixonado.

- Não quero mais falar sobre isso. Respeito sua opinião, mas não falo mais de Joe. É um assunto morto e enterrado.

- Impossível, Demi. Quando o bebê nascer, vocês vão ter que conversar.

- Até lá, não. Por favor, respeite a minha vontade. Perdi até o apetite.

E Matt não havia falado mais. Nem Selena. No entanto, era impossível ver minha barriga crescer, sentir a gravidez evoluir e não pensar nele. Era o pai do meu filho.

Às vezes sonhava com ele. Era humana e aprendi a perdoar a mim mesma por aquela fraqueza. Talvez fosse o fato de ficar tanto tempo sem sexo, depois de descobrir como era apaixonada. Tudo piorava com os hormônios alterados da gravidez. Então acontecia de dormir e ter sonhos eróticos com Joe. Alguns eram novos e eu estava grávida. Outros eram mais lembranças.

Acordava quente, febril, o corpo esticado e excitado. Algumas vezes não resistia e me tocava, até gozar. E nessas horas, por mais que eu lutasse contra, pensava nele. Sentia seu beijo, sua boca, seu cheiro, seu corpo, seu pau dentro de mim, em todo lugar. Era tão real que nem parecia que estávamos tanto tempo separados. Como se o tempo não fosse nada.

No entanto, eu me recuperava e sentia raiva de mim mesma por me permitir aquilo, mesmo no segredo do meu quarto. Ainda me sentia muito abalada por Joe, muito sentida por tudo. E não conseguia perdoar. Por mais que eu risse, fosse feliz e tivesse esperanças no futuro, havia aquele algo mais em meus peito, sempre, pesando como uma pedra. Um ódio e um rancor que não tinham tamanho, mas que já eram parte de mim.

Tentei esquecê-lo e pensei em Matt. Ele tinha sido a melhor coisa que aconteceu em minha vida depois da gravidez. Um amigo para toda hora, um companheiro maravilhoso, uma pessoa presente, para quem podia correr, com quem contava sem limites.

Muitas vezes temia estar usando-o, sendo egoísta. Sentia que gostava verdadeiramente de mim, embora nunca tenho me feito alguma proposta ou dado em cima. Mas às vezes me olhava de um jeito! Acariciava meu cabelo ou simplesmente segurava a minha mão ou a passava em minha barriga, com tantos sentimentos profundos e guardados que me deixava sem ar. Vez ou outra o pegava me admirando ou fitando minha boca como se só pensasse em me beijar. Eu disfarçava e fingia não notar.

Não podia negar que me sentia atraída por ele. Era lindo de morrer, alto e musculoso, com ombros largos, olhos lindos e um sorriso sensual. Havia algo de doce em seu olhar, mas às vezes notava algo de mandão em seu jeito e já tinha brincado sobre isso com ele, que era um

dominador disfarçado. Tinha opiniões bem definidas sobre tudo, mas era maleável. Não se achava o dono da verdade.

Eu não fazia nada quanto à atração que havia entre nós, nem Matt. Não entendia os motivos dele para se manter sempre só na amizade, talvez por saber que eu não estava preparada, talvez por estar grávida ou ainda por algum sentimento de lealdade para com Joe. Eu não sabia, mas preferia assim.

Não me sentia pronta para nenhum homem, por mais que muitas vezes o desejo gritasse dentro de mim. Quando via Matt na piscina só de sunga, ou na praia, eu bebia sua imagem e o admirava em silêncio, mas era só. Além da presença de Joe ser ainda muito vívida dentro de mim e eu não estar mesmo preparada, não magoaria Matt. Nunca.

Apesar de amá-lo como amigo e admirá-lo por ser tão íntegro, sincero, companheiro, verdadeiro, eu não sentia por ele aquela loucura toda que Joe tinha despertado em mim. E duvidava que um dia fosse sentir por qualquer outra pessoa na minha vida. E nem queria. Talvez no futuro, quando estivesse com meu filho maior e com as feridas mais cicatrizadas, eu pudesse me abrir para um novo amor. Um seguro e bom como com Matt, com desejo, companheirismo e respeito. Mas só com o tempo.

A campainha tocou e me tirou dos meus devaneios. Levantei com um pouco de dificuldade e peguei minha bolsa. Era sábado de manhã e eu sempre marcava as consultas e os exames para aquele dia porque ainda estava trabalhando no escritório de advocacia e fazendo faculdade. Ficava cada vez mais difícil manter o ritmo, mas no mês seguinte eu trancaria a faculdade e faltaria só um período para terminar. E Já tinha conversado com José Paulo Camargo e pedido minha demissão. Estava preparando outra moça para ficar em meu lugar.

Precisaria de tempo logo após a gravidez e agora tinha a campanha. Se no futuro mão desse certo, eu teria um dinheiro guardado e procuraria outro trabalho com calma.

- Oi. – Matt sorriu, quando abri a porta. – Preparada para saber o sexo do bebê? Aposto que é um menino.

- Será? – Eu preferia não arriscar. Qualquer um eu adoraria. Sorri de volta. – Quer entrar um pouco?

- Não, senão vamos nos atrasar.

Saímos juntos conversando. Sempre tínhamos assuntos para falar e dificilmente discordávamos de alguma coisa. Em geral nossas conversas eram longas e agradáveis. Era um homem inteligente, fácil de conviver.

Entrou comigo na hora do exame e segurou a minha mão enquanto o médico espalhava gel em minha barriga e começava o ultrassom. Ficamos os dois olhando para a tela. Era a primeira vez que vinha comigo, das outras Selena me acompanhou.

- Está um bebê grande para a idade gestacional. – Disse o médico.

- É verdade, minha médica disse isso. – Concordei.

- Talvez tenha que fazer uma cesariana, se continuar crescendo assim. Mas está saudável, forte. Estão ouvindo o coração?

- Sim. – Eu e Matt dissemos juntos e sorrimos como bobos.

Apertei mais a mão dele e indaguei:

- Dá pra ver o sexo?

- Dá, sim.

Senti meu coração disparar. Ansiosa, murmurei:

- E é o quê?

- Vocês tem preferência?

- Não. – Balancei a cabeça.

- É uma menina.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Uma menina! Uma garotinha para ser minha companheira e estar comigo, para crescer e ser feliz. Fiquei emocionada e sorri para Matt, que sorria de volta e dizia:

- Perdi a aposta.

- Geralmente é assim. – Disse o médico, simpático. – A mãe quer uma menina e o pai um menino.

Não falamos que Matt não era o pai. Mas na hora pensei em Joe. O que ele ia preferir?

Afastei o pensamento, com força de vontade. Aquilo não me interessava.

- Agora vou pensar em um nome bem bonito. – Murmurei.

Ao sairmos do consultório, fiz questão de parar e comprar algumas roupinhas e enfeites rosas. Matt comprou dois vestidinhos lindos e fomos almoçar juntos. Depois me deixou em casa, prometendo que me buscaria à noite para a festa de Leon em sua mansão ali perto do Recreio, na Barra da Tijuca.

Liguei para Selena e comemoramos juntas, enquanto ela dizia um monte de nome. Estava almoçando e tinha mais tempo de falar. E então, em determinado momento, ela indagou: - Vai avisar a sua mãe, Dem?

- Não.

Desde que saí de casa, eu não via nem minha mãe nem Juliane. O que sabia era através de Selena. Mas quando comecei a aparecer nas revistas e propagandas, minha mãe ligou para mim cheia de conversa fora, elogiando meu sucesso, querendo me ver, dizendo estar cheia de saudade.

Mas eu sabia que era só interesse. E não estava preparada para me magoar mais com aquilo. Não conseguia entender como alguém podia ser assim, o que levava uma mãe a ser tão relapsa com as filhas, tão ligadas em bens materiais. Ela tinha passado muitas dificuldades na vida, até fome. Mas não era motivo para ser tão fria. Só me cabia crer que era seu jeito mesmo, seu caráter. Simplesmente não sabia ser diferente.

Falou que Juliane estava namorando um milionário e tinha ficado noiva. E que ele as tiraria daquele barraco, pois já as enchia de presentes, até mesmo um carro para minha irmã. Mas isso eu já sabia, Selena me contara que ela estava toda metida com seu carro novo e que minha mãe não cabia em si de orgulho. O noivo era um senhor de 71 anos milionário ou bilionário. Mas eu não queria saber delas, só seguir minha vida em frente. E foi o que fiz.

Depois que desliguei o telefone, acariciei minha barriga e falei baixinho:

- Vou ser a melhor mãe do mundo, filha. Muito diferente do que minha mãe foi para mim.

E era verdade. Minha filha seria criada com amor e eu faria de tudo para que se tornasse um ser humano decente, com valores.

A festa de Leon na verdade era uma reunião para os amigos, feita nos jardins da mansão. Circulei entre alguns conhecidos e acabei parando em grupinho com Matt, a esposa de Leon, Agnes e mais dois casais que conhecemos naquela noite.

Eu estava animada falando com uma das moças sobre a gravidez, quando um movimento na entrada chamou a minha atenção. Meu coração disparou como um louco em meu peito ao encontrar os olhos negros e penetrantes de Joe em mim.

Minha primeira reação não foi racional. Depois de meses sem olhar para ele, senti um misto de dor e saudade, tão premente, tão forte, que parecia algo físico. Engoli em seco e, como se soubesse como eu estava abalada ou como se sentisse a presença do pai, minha filha deu um salto forte dentro da barriga.

Ele estava lindo como sempre. Mas magro, o rosto mais fino, o olhar mais fundo.

Lembrei de Matt e Selena dizendo que o acharam abatido e isso ficou claro só em bater os olhos nele. Fui envolvida por uma preocupação, um sentimento estranho de dor, de emoção. Mas então lembrei daquelas fotos, do acordo com a minha irmã, dele penetrando todas aquelas mulheres e a revolta veio com força redobrada.

Tive raiva de mim mesma por ter vacilado um momento e tentei me acalmar, me recuperar. Foi quando Joe veio em minha direção.

5 comentários:

  1. A Demi está sendo dura demais com o Joe! Eu sei que ele a magoou e tudo mais, mais ela está sendo muito dura com ele. Ele é o pai da bebê e tem o direito de pelo menos acompanhar a gravidez
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  2. ESTOU REVOLTADA!!!!! A DEMI ESTÁ SENDO MUITO RANCOROSA COM O JOE TUDO BEM, EU SEI QUE ELE A MAGOOU, TRAIU E OUTRAS COISAS. MAS ELE É O PAI DA BEBÊ E DEVIA PODER ACOMPANHAR A GRAVIDEZ DE PERTO, EU SEI QUE ELE FOI UM BAITA FDP COM ELA, MAS ISSO FOI POR MAIORIA CULPA DA VÓ, QUE O FICAVA LEMBRANDO DA HISTÓRIA DOS PAIS E DE COMO A MÃE DELE NÃO PRESTAVA E QUE TODO MUNDO TEM UM PREÇO, ATÉ ELA
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  3. Ai meu deus, um reencontro :) Ela tem que o deixar aproximar, ele tem o direito de saber que vai ter uma menina e de poder senti-la a mexer, a Demi devia ser mais compreensiva com ele..
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  4. Demi tem de deixar de ser casmurra e deixar o Joe saber da filha!! Posta logo

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