Como prometido, está aqui... agora vou dormir, to muito cansada, sério. Beijos, amo vcs! Comentem, xuxus <3
Bruna
~
JOE
Foram os piores meses da minha vida. E ao mesmo
tempo, um aprendizado. Diziam que uma pessoa só aprende de verdade
com o amor ou com a dor. No meu caso foram as duas coisas.
Logo após o último encontro com Demi no
shopping, eu resolvi deixá-la em paz, vendo o mal que estava fazendo
a ela e ao bebê. E também a mim. Acostumado a sempre me dar bem e
ter as coisas do meu jeito, isso foi muito difícil. Dispendeu muita
força de vontade e desprendimento da minha parte.
Todo dia eu acordava querendo vê-la e convencê-la
do meu arrependimento. E todo dia tinha que lutar para me conter e
fazer as coisas normalmente, como ir trabalhar, comer, visitar a
minha avó. E sempre, sempre, com aquela agonia, aquela saudade e
aquela preocupação dentro de mim.
É claro que não resisti. Eu precisava conferir
que estava tudo bem. Então passei a me aproximar, mas não tanto. A
ver as coisas de longe. A acompanhá-la como um maldito voyeur,
escondido, só observando.
Às vezes era quando saía do trabalho, ou quando
chegava e saí da Universidade, ou ainda entrando em casa. Eu
admirava sua beleza, seu sorriso, sua expressão preocupada, fazendo
parte de pequenos momentos da sus vida, sem fazer. Era uma tortura e
comecei a viver sob os efeitos dela.
Saber que esperava um filho meu, que eu a amava e
que não podia me aproximar, por culpa minha mesmo, era a pior coisa.
Como eu queria estar lá, participando de tudo, recebendo seus
olhares, provando que a queria para mim! Mas quem fazia esse papel
não era eu. Era Matheus.
Eu sentia muitos ciúmes, me rasgava a cada vez
que o via perto dela, Demi entrando ou saindo do seu carro, o modo
como ficava à vontade com ele, olhava-o com carinho e sorria sem
reservas. Nunca os vi de mãos dadas, abraçados ou dando beijos. Mas
mesmo assim doía, pois ele estava lá e eu não.
Foram dias e semanas de tanta dor para mim que a
vida ficou sem graça. Eu me forçava a trabalhar todo dia e isso
acabou se tornando minha tábua de salvação. Dispendi todas as
energias na Editora e nas revistas, me dedicando ainda mais do que
antes, trabalhando como um condenado para chegar em casa exausto e
não conseguir pensar. Mesmo assim eu pensava. E muito.
Revi tantos valores! Não apenas do meu
relacionamento com as mulheres, mas com as pessoas a minha volta e
com o mundo. Tudo aquilo fez com que eu enxergasse melhor meus
defeitos, minha arrogância, a mania de me achar melhor que os
outros. Continuei exigente no trabalho como sempre fui, o que
garantia o sucesso das empresas da família, mas passei a olhar
melhor as pessoas, a deixar muitos preconceitos de lado.
As mulheres estavam lá, como sempre me cercando
aonde quer que eu fosse. Mas nenhuma me atraiu. Por que minha mente
estava tão cheia de Demi, minha alma tão torturada de culpa, ciúme
e dor, que meus desejos carnais também se tornavam vítimas delas.
Foram meses de autoconhecimento, privação e
redenção.
Eu poderia ter transado só por um alívio ou uma
busca de contato, de carinho. Meu corpo
não estava morto. Eu era livre e desimpedido. Mas
não queria. Não conseguia fazer sexo por fazer, meter em uma mulher
como um máquina desgovernada levado apenas por meus instintos
animais. Não quando eu passava as noites ardendo com tanta saudade
de Demi. Ela estava tão dentro de mim que não sobrava espaço para
mais nada. Nem para o tesão sem sentido.
Para mim, ficar sem sexo foi o mais difícil e o
mais complicado. Mas não tinha tesão por outras mulheres. Tinha
tesão. Mas queria só a minha mulher ao meu lado, aquela que eu
amava e que seria a mãe do meu filho. O meu corpo sentia falta, é
claro. Foram anos e anos fodendo livremente, vivendo em orgias,
usando e sendo usado. Mas eu tinha chegado a um ponto em que nem eu
mesmo entendia, de sublimação, de controle, de espera.
Acho que nunca me masturbei tanto na vida. De
madrugada então ou de manhã, quando acordava tão ereto que doía,
muitas vezes depois de sonhar com Demi, eu acabava me satisfazendo
sozinho, de olhos fechados, mergulhado em lembranças. Nunca era o
bastante. Eu não tocava a sua pele nem sentia o seu cheiro. Eu não
entrava em seu corpo nem beijava a sua boca. Mas era o que eu podia
ter.
Mesmo odiando saber que Matheus estava perto de
Demi tomando o meu lugar, ao menos aquilo me tranquilizava em um
ponto. Ele não deixaria faltar nada a ela. Cuidaria para que
estivesse bem, coisa que de longe eu não podia fazer e Demi também
não aceitava nada de mim. Era uma dor absurda saber que meu amigo de
uma vida toda agora era mais importante para ela do que eu, o homem a
quem havia amado e de quem teria um filho. Mas a quem culpar se não
a mim mesmo?
Não acreditei quando há alguns meses, enquanto
analisava um dos exemplares da Revista VIDA, uma das que mais vendiam
do meu conglomerado, deparei-me com uma foto de Demi. Primeiro achei
que estava tão obcecado que a via em todo lugar, depois me dei conta
que era ela mesmo. Linda demais em uma campanha dos Cosméticos
BELLA. E lembrei da proposta de Leon. Então, Demi tinha aceitado.
Eu tinha um acordo de negócios com Leon e várias
outras marcas famosas de anunciarem em minhas revistas. Na mesma hora
peguei o telefone, liguei para ele e combinei um almoço. E lá ele
me disse do contrato com Demi, cujo rosto se tornaria a marca daquela
linha de cosméticos.
Fiquei muito feliz em saber que ela teria aquela
opção, o que lhe garantiria com certeza uma vida melhor. E para que
isso acontecesse mais rapidamente, ofereci a ele a propaganda em
minhas outras revistas e material de editoração também, sem
cobrar. Desde que parte do lucro com o aumento das vendas fosse
repassado a Demi.
Leon não acreditou. Eu era esperto e sagaz na
hora de fechar negócios, nunca saía sem lucrar com alguma coisa. E
abrir mão assim daquele lucro em especial, sendo generoso, o fez me
olhar com outros olhos e dizer em meu escritório:
- Demi sabe que você a ama desse jeito?
- Ela não acredita. – Sorri, mas sem vontade. –
Mas não quero que ela saiba de nada. Só queria pedir em troca um
favor.
- Claro. Diga. – Observava-me.
- Essas fotos que ela fez. Poderia me dar alguma
para ampliar? Gostaria de fazer um quadro para mim.
- É sua, rapaz. Escolha a que quiser e o tamanho
do quadro, meu estúdio faz e entrega em sua casa. Vou mandar que
tragam as fotos para você escolher.
- Tudo bem.
Ao final da reunião, quando nos despedimos na
porta com um aperto de mão, Leon pôs a
mão em meu ombro e fitou meus olhos, dizendo:
- Faça Demi saber que você mudou.
- Ela não acredita.
- Faça-a acreditar.
Eu não disse nada. Simplesmente não sabia como.
Observando-a de longe, vi quando foi com Selena em
uma clínica de exames e saiu de lá rindo, com o resultado do que
supus ser uma ultrassonografia na mão. Senti um misto de tristeza e
mal-estar sabendo que eu teria gostado de ter ficado ao seu lado, ver
imagens do nosso filho pela primeira vez.
E procurei Selena em busca de informações. No
início ela nem quis me receber. Depois foi fria e seca. Mas acabou
me dizendo que estava tudo bem com a gravidez e com Demi. E que era
muito cedo ainda para saber o sexo do bebê.
Há pouco tempo, liguei para ela de novo em busca
de informações e repetiu a mesma coisa. Tudo bem e sem novidades.
Coisa que Matheus também me disse quando nos encontramos sem querer
em um restaurante. Havia uma distância e uma polidez entre nós, mas
nos cumprimentamos e perguntei por Demi. Ele informou de boa vontade
e me observou o tempo todo Ao final emendou:
- Você mudou de verdade, Joe.
- E o que isso significa? Que vai desistir de
Demi? – O ciúme era o pior, o difícil de controlar.
- Somos apenas amigos. – Garantiu.
Eu estava irritado, mas não disse mais nada. Dei
um jeito de ir logo embora.
Vi sua barriga crescer de longe. Parecia
impossível, mas Demi ficou ainda mais linda. A pele reluzia, os
cabelos brilhavam, havia um sorriso diferente em seus lábios. Não
engordou nem ficou inchada ou cansada. Era a imagem da beleza e da
saúde, a barriga grande abrigando nosso filho, a felicidade
explícita em seu rosto.
Percebi que eu não fazia nenhuma falta e
vislumbrei o futuro. Quando tivesse o bebê e passasse um tempo, ela
ia refazer sua vida. Na certa com Matheus. Eu poderia ver a criança
de acordo com visitas estipuladas pela justiça e seria obrigado a
ser praticamente um estranho na vida do meu filho, enquanto via a
mulher que eu amava feliz com outro homem.
A dor que eu sentia não tinha explicação. E
talvez explicasse minha falta de ânimo para tudo. O que ainda me
sustentava era o trabalho. De resto, eu ficava em casa, eu me fechava
e me conhecia a cada dia um pouco mais.
Minha avó tentava me forçar a ser como antes.
Ligava para saber se eu estava comendo, se desesperava quando me via,
reclamava do meu abatimento, do meu jeito mais silencioso e
compenetrado. Eu garantia que estava tudo bem. Mas via que não
acreditava e que ficava nervosa. Felizmente respeitou a minha vontade
de não se meter mais em minha vida e não procurou Demi.
Eram quatro meses vendo Demi só de longe. Quatro
meses sendo um novo homem. Mas tudo isso cobrava seu preço e eu
sentia que a cada dia se tornava mais insuportável aquela distância.
Tudo o que eu queria era participar da gravidez, estar ao lado dela,
receber o seu perdão. E quando Leon me convidou para a sua festa, eu
soube que era a oportunidade de estar com Demi no mesmo ambiente sem
ir diretamente procurá-la.
Naquela noite, enquanto me vestia para ir para a
festa, eu fitava seu quadro na parede do meu quarto. Era só o seu
rosto, em preto, branco e tons de cinza. Tomava quase que uma parede
inteira e era a primeira coisa que eu via ao acordar e a última ao
me deitar.
Tinha se tornado a minha companhia. Um vislumbre
do que tive e joguei fora. Um marco em
minha vida. Aquela que mostrou o paraíso e agora
me deixou mergulhar no inferno.
Vezes sem conta relembrava dela em meu
apartamento, seu susto ao ver Juliane em minha cama, seus olhos como
poços de dor, as lágrimas pingando sobre as fotos das minhas
depravações. E saber que eu causara tudo aquilo me dava forças
para suportar a dor e a saudade. Eu merecia.
Fui para a festa com um nervosismo que só
aumentava conforme eu me aproximava da casa de Leon. Era como se toda
minha vida se encaminhasse para aquele momento. Meus sonhos e
desejos, meu amor, tudo se concentrava no único objetivo de estar
perto de Demi novamente. E do nosso filho. Eu já nem pedia mais
perdão. Eu queria qualquer migalha.
Eu a vi de imediato ao chegar na entrada do jardim
dos fundos. E parei, emocionado, sem ar, sentindo o coração bater
tão forte que doía. Ela ria, lindíssima em um longo vestido creme
com alças grossas, que caía suavemente modelando os seios mais
cheios e redondos e abarriga arredondada. Seus cabelos caíam em
ondas suaves e douradas até o meio das costas. Parecia uma deusa de
luz e beleza.
A gravidez aumentara aquela aura de suavidade em
volta dela, de feminilidade. Seu sorriso era mais lindo e verdadeiro
do que eu me lembrava e senti dor por dentro, imaginando que nunca
mais sorriria daquele jeito para mim. Eu me senti massacrado, todo
sofrimento e saudade daqueles meses parecendo pesar de uma vez em
meus ombros, me fazendo padecer como um condenado, de culpa e
arrependimento, de angústia e raiva de mim mesmo.
E foi naquele momento que Demi me olhou. De
repente, virou a cabeça e lá estavam seus olhos prateados nos meus,
um sobressalto em suas feições. E naquelas frações de segundos em
que não pôde disfarçar, eu vi; vi um espelho da minha alma e da
minha dor, dos meus sentimentos; vi saudade e amor, e uma felicidade
exposta. E senti um baque por dentro, uma adrenalina de paixão e
esperança, uma chama no meio da escuridão, que eu já tinha
desistido de encontrar.
Então ela se deu conta. Piscou e suas feições
endureceram. Seus olhos se tornaram raivosos, seus lábios se
apertaram. Mas o que não sabia é que já era tarde demais. Eu tinha
visto. E fui até ela, todas as minhas defesas no chão, vaidade e
arrogância esquecidas em uma realidade que não era mais minha. Fui
movido apenas por dois sentimentos: esperança e amor. Não sabia se
eles me bastariam, mas era o que eu tinha para oferecer.
Demi pareceu se assustar. E fugiu. Murmurou algo
para Matheus ao seu lado, que a olhou de cenho franzido e então me
viu. Ficou quieto, imóvel. E ela passou por ele e se afastou, o
vestido leve esvoaçando em suas pernas, que a levavam para longe de
mim. Se o objetivo era que eu desistisse, não o alcançou. Eu segui
em frente, mais decidido do que nunca.
Passei por todos e não cumprimentei ninguém. Nem
vi que Leon estava a minha frente, observando-me. Eu só via Demi
dobrando a lateral da casa, com certeza buscando a entrada dos fundos
para se refugiar em algum banheiro. E o fato dela não ter condições
de me encarar me deu mais esperanças. Seria pior se me desprezasse
com frieza.
Virei também depois da parede. Era um local
tranquilo e vazio, cercado de belas plantas que balançavam sob a
brisa da noite. Apressei o passo e a alcancei antes que conseguisse
entrar em casa. Eu segurei seu braço e a virei para mim.
Demi me olhou sobressaltada e com raiva. Puxou o
braço e se encostou na parede atrás dela, ao lado de um
caramanchão. Naquele momento nem pude me incomodar com seu ódio. Eu
estava ocupado demais me desmanchando na felicidade plena de vê-la
tão perto, de sentir seu perfume e poder olhar sua barriga linda, a
poucos palmos da minha mão.
Embargado, não consegui resistir. Ergui a mão
direita, doido para tocar nosso filho através
de sua barriga, senti-lo ali, mas sua voz baixa e
cortante me paralisou:
- Não.
Eu fitei seus olhos. Não havia amor nem nada do
que me deixou ver naqueles segundos. Só aquela mágoa, aquela raiva,
aquele desprezo que pareciam ter se enraizado dentro dela.
- Você está linda. – Falei baixinho.
Ergueu um pouco o queixo, sem tirar os olhos dos
meus.
- Está bem? – Indaguei. Meu peito ardia. Minha
vontade era de abraçá-la e beijá-la, pegá-la no colo e sumir para
um lugar onde só estivéssemos nós dois, de onde nunca mais a
deixaria escapar.
- Ótima. Desculpe, mas preciso ir ao banheiro.
- Espere. Por favor. – Algo em meu tom a fez
ficar lá, mal respirando. Passei o olhar pelos seios tão mais
cheios que antes e a barriga redonda. Uma emoção indescritível me
bombardeou e senti os olhos arderem. Indaguei baixo e rouco: - E o
nosso filho?
- Filha.
Fitei seus olhos na mesma hora. Um sorriso bobo
veio de imediato aos meus lábios. - Filha? – Murmurei.
- Soube hoje. É uma menina.
Eu não consegui dizer nada, embargado. Fiquei lá,
olhando-a, lutando para não chorar, coisa que tinha aprendido a
fazer bem nos últimos tempos. Por fim sussurrei:
- Eu queria ter estado lá.
- Não foi preciso. Matheus foi comigo.
Suas palavras cruéis, com o intuito de machucar,
atingiram o alvo. Foi pior do que tomar um soco. Senti o ar escapar
dos pulmões e dor no peito. Uma dor horrível e dilacerante.
O que eu havia perdido. Tanta coisa da qual estava
sendo privado, castigado duramente, mas por merecimento. Por culpa
minha. Mesmo assim doía demais. Latejava e sangrava. - Me perdoe,
Demi. Eu não suporto mais ficar longe de você e da nossa filha.
- Nunca. – Disse bem fria.
- Então me deixe ao menos estar perto, ir na
próxima consulta, ajudar a escolher o nome dela ...
- Não.
- Vai me castigar o resto da vida?
- Eu não quero você perto dela. Por que não
esquece que existimos?
- Como? – Indaguei, sentindo raiva. – Como se
penso em vocês a cada minuto do meu dia? Se como e respiro com você
na minha mente, doente de saudade? Se nada mais na minha vida importa
sem vocês?
- Não vai me convencer com suas mentiras. –
Quase cuspiu as palavras, com ódio.
- Não são mentiras! – Perdi qualquer controle,
as emoções vindo à tona, todas lá, expostas pelo meu desespero.
Agarrei seus braços, me aproximando, enquanto arregalava os olhos. –
Eu fui sujo, menti, enganei, mas aprendi! Me culpo todos os dias,
Demi! E tudo isso me fez mudar, fez com que eu me tornasse um homem
melhor. Não aguento mais de tanta saudade, querida ... Eu te amo
muito! Eu amo nossa filha. Por favor, olhe para mim. Veja como estou
dizendo a verdade!
- Não! – Tentou se soltar, mas não deixei, com
medo que fugisse. – O que vejo é um falso! Tão logo consiga o que
quer, vai voltar a enganar como sempre fez. Por que esse é você,
Joe. E não quero nunca mais passar a dor que me causou! Nunca mais!
- Vou passar a vida provando que te amo! Acredite
em mim! Pelo menos me dê uma chance de provar, Demi ... – Não
aguentava mais e lágrima desceram dos meus olhos, a dor
rasgando, me tomando por dentro. Puxei-a para
dentro dos meus braços, sem noção de mais nada, tão necessitado
dela que era desesperador. – Eu te amo ... Eu te amo ...
Enfiei os dedos em seus cabelos e a beijei na
boca. Ela se assustou, fez como se fosse gritar, empurrou meus
ombros. Mas eu me mantive firme e enfiei a língua entre seus lábios,
gemendo rouco, buscando a língua dela. Fui inebriado por seu cheiro
e seu sabor, por sua textura, enquanto a beijava com tudo de mim, com
amor e saudade, com uma paixão que latejava e extravasava.
E então Demi cedeu. Seus dedos apertaram meus
ombros, a boca se abriu sôfrega sob a minha, a língua duelou
ferozmente com minha língua e nós nos agarramos e beijamos em uma
explosão de sentimentos reprimidos por tanto tempo, apaixonados e
violentos, como e o mundo e o tempo parassem para aquele momento.
Espalmei a mão em sua barriga esticada e redonda,
beijei-a, enquanto as lágrimas desciam e eu não me importava, nem
me dava conta, meus dedos enterrados em seu cabelo na nuca, minha
boca sugando a dela sem controle, desesperadamente, enquanto eu vivia
e renascia ali.
Passei a mão, acariciando nossa filha, tão
emocionado e feliz que pensei que fosse morrer, meu coração batendo
furioso, corpo e alma fundidos em um só, concentrados naquele
momento. E então, sem que eu esperasse, Demi me empurrou, parando de
me beijar, encostando-se na parede com olhos arregalados e respiração
pesada. Vi pavor e raiva ali, enquanto tremia e dizia rascante:
- Nunca mais toque em mim! Não vai me enganar
nunca mais!
Ia fugir desesperada, mas a segurei, o medo me
envolvendo, sentindo-me gelado. - Demi, eu não ...
- Me larga! Eu não quero!
Começou a se debater, furiosa, e eu senti todas
as minhas esperanças caírem no chão. Depois daquele beijo, eu
sabia que não aguentaria mais voltar para minha vida vazia, ficar
sem ela. Perdi a razão, o orgulho, tudo. Simplesmente caí de
joelhos aos seus pés e abracei-a, beijei sua barriga, supliquei com
voz embargada:
- Me perdoa. Vou provar que mudei, Demi. Acredite
no meu amor.
Ela ficou imóvel. Ergui meus olhos onde eu não
disfarçava nada e me expunha todo.
- Eu amo você ... – Falei baixinho.
- Pois eu não te amo mais. Nem quero você na
minha vida. – Tremia e empurrou meus braços. Eu não forcei mais
nada. Fiquei completamente no chão, sem voz, sem ar , sem a mim
mesmo. E perdi tudo, quando andou para o lado e deu o golpe final: -
Nunca mais quero ver você. Eu amo o Matheus.
E se foi.
Eu continuei de joelhos no chão, sozinho,
humilhado.
Tinha me enchido de esperança e felicidade. Mas
agora estava no inferno. De onde não sairia nunca mais.
Levantei devagar. Nem me importei em tirar a terra
e a grama da minha calça. Nem voltei para a festa. Entrei na casa
como um robô e saí pela frente. Não sabia mais para onde ir e o
que fazer da minha vida.
E saí sem destino. Nada mais importava.
Eu tinha parado em um bar. O primeiro que vi no
caminho. Não suportava mais conviver comigo mesmo, com a culpa, com
a dor. Nada parecia o suficiente para suplantar aquilo, nem todo meu
dinheiro, nem as mulheres mais lindas do mundo. Nada. Eu só queria
esquecer um pouco quem eu era e o que me martirizava tanto que não
dava para suportar.
Pedi uísque. Era barato, vagabundo, de uma marca
ruim. Tomei assim mesmo. Foram
várias doses, uma atrás da outra. Então comprei
a garrafa e fui para uma mesa de canto, toda rabiscada naquele pé
sujo. Virei o copo, mal parando para respirar. Até que o álcool
começou a me anestesiar.
Uma garçonete que servia as outras mesas, de meia
idade e toda maquiada, parou ao meu lado e balançou a cabeça,
penalizada:
- O que um homem como você pode estar passando de
tão ruim assim?
- Perdi a minha mulher ... – As palavras se
embolavam em minha língua. – E a minha filha.
- Ah, meu Deus! Tadinho. – Balançou a cabeça.
– Mas não pode ficar aqui sozinho, enchendo a cara. Por que não
vai para casa?
- Não ... – Sacudi a cabeça e ela latejou.
Senti vertigem, quase tive ânsias de vômito. E virei mais uma dose.
Ela suspirou e se afastou. Depois que eu quase
tinha terminado a garrafa toda e caía sobre a mesa, totalmente
bêbado, ela voltou. Sentou ao meu lado e mexeu no meu bolso. Pegou
minha carteira e a olhei, sem fazer nada. Dei de ombros.
- Pode ... pode levar tudo. – Disse enrolado.
- Não, querido. Não quero nada. – Abriu, pegou
minha identidade e leu. – Joe moreno.
Hum ... Joe é nome de rei.
- Minha avó ... – Solucei, desabando com a
cabeça sobre meus braços na mesa. – Ela acha ... que sou um
reizinho ... Reizinho de merda ...
Tentei rir, mas lágrimas pularam dos meus olhos.
Ela guardou de novo a carteira em meu bolso e revistou os outros até
achar o celular.
- Qual o nome da sua avó?
- Dantela.
- Está bem.
Muito tonto, consegui manter um olho sobre ela. Vi
que falava com alguém ao telefone.
Pesquei parte das palavras em minha mente
entorpecida:
- Sim, no bar ... bêbado ... a filha ... perigoso
... Espero.
Então comecei a cochilar, mas ela me acordou,
devolvendo o celular ao bolso, passando a mão em meu cabelo.
- Fique tranquilo. Sua avó vem te buscar. Vai
ficar tudo bem.
- Não quero ... ir embora. Me dá ... Mais ...
Uma dose.
- Nada de mais uma dose, reizinho Joe. Fique calmo
aí.
Acho que dormi. Acordei com vozes femininas e
alguém me balançando. Fitei Alcântara, o motorista da minha avó,
tentando me levantar.
- Cara ... Vamos beber ... – Convidei.
- Não, seu Joe. Vamos lá, o carro está aqui em
frente, ajudo o senhor.
- Não quero ...
- Joe ... – Minha avó estava na minha frente,
parecendo desesperada. – Vem, querido. Vamos embora.
- To bem aqui, vó.
Ela se virava para a garçonete, entregando-lhe
notas de dinheiro.
- Obrigada por ter nos chamado.
- Não, não precisa disso. Pode ficar tranquila.
- Eu insisto, por favor. Por favor.
- Se é assim. – Ela aceitou.
- Vamos, Joe.
Eu não conseguia nem ficar de pé. Alcântara e o
dono do bar praticamente me arrastaram
até o carro da minha avó, onde me colocaram
deitado, com a cabeça no colo dela. Fechei os olhos enquanto nos
afastávamos e Dantela acariciou meu cabelo.
- O que foi fazer, querido? Não aguento mais ver
esse sofrimento todo.
Tentei me concentrar em suas palavras. Lambi os
lábios secos. Expliquei com voz grogue: - Vou ter uma ... filha.
Ela parou com a mão em meu cabelo.
- É menina? – Murmurou.
- É. E nunca ... nunca vou poder ... criar minha
... filha. Nem ver ...
- Claro que vai!
- Ela vai ... me odiar ... Igual a... Demi. –
Funguei e comecei a chorar como um bebê. – Acabou ... acabou tudo
...
- Joe ... – Ela me apertou forte e parecia
chorar também.
Não conseguia dar conta de tudo. E desabei nos
braços dela.
Mais q caralho Demi ta chata ein?! Vai acaba perdendo o bebê com tanto ódio!!!! Já tabom né do Joe sofrer !!! To triste �� posta mais
ResponderExcluirPosta mais ta perfeito!!!!!
ResponderExcluirOMGGGGGGGGGGGGG posta mais
ResponderExcluirAaaaai Demi perdoa o Joe logo!!!posta mais please.
ResponderExcluirMas que raiva da Demi meu, e eu que me achava rancorosa. Ela está muito idiota até; a menina é filha dele também e ela não pode impedir ele de participar da vida dela. Eu to ficando com muita raiva da Demi, se antes eu não tinha, agora eu tenho.
ResponderExcluirPOSTA LOGO
A demi tá muito fresca...
ResponderExcluirPosta mais
Pqp Demi ta um saco!!!! Posta mais!!!!
ResponderExcluirEssa história me lembra o clipe do diddy e keyshia cole last night ,tem uma cena do cap no clipe
ResponderExcluirQue porra carvalho! A Demo ta sendo uma filha da puta! Ela simplesmente não pode proibir o Joe de ver a filha dele.Ele é o pai da bebê e ela não pode fazer isso! Mentido para ela mesma, tentando se enganar, como se não amasse mais ele, como se não sentisse falta dele, isso não vai funcionar porque ela não pode mentir para si mesma, pode enganar quem for, mas não ela mesma
ResponderExcluirPosta logo
Tbém acho que ela já esta exagerando na dose..... por todas as informações que ela teve a respeito dele já dava pra ela perceber que ele mudou.... tenho esperança que esse beijo vai mexer com ela, na hora ficou assustada e exagerou bastante dizendo que ama o Matheus, ela tem que cair na real e tentar dar uma chance pra ele pelo menos participar do final da gravidez . Acho que a avó rabuja dele vai atras dela de novo. Posta mais por favor.......
ResponderExcluirCara nao aguento ver o Joe sofre, A Demi tem que perdoa o Joe ne.
ResponderExcluirPor favor poste logo!! Beijos
POSTA MAAAAAAAAAAAAAAIS
ResponderExcluirPosta mais por favor!!
ResponderExcluir