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No dia seguinte, Joe ignorou o celular vibrando no
bolso. Saiu do carro, pegou o buquê de flores do banco de trás e
atravessou o estacionamento até a entrada do hospital Sutter
Medical. Ele já falara com a mãe, o pai, Maggie e quatro dos
irmãos. Todos queriam ir até o hospital para ver o bebê.
Bem, todos menos Maggie. Ela queria torcer o
pescoço dele por não ter lhe dado ouvidos. Depois ela quisera ver o
bebê. Mas, em vez disso, dissera a Joe que o veria no tribunal do
condado de Los Angeles às três da tarde do dia seguinte se ele
quisesse alguma chance de conseguir a guarda parcial do garoto.
Agora, ele só precisava falar com Demi. Eram sete
horas da noite. Ele planejara visitar Demi muito mais cedo. Mas,
depois de tirar um cochilo e de dar uma dúzia de telefonemas,
perdera a noção do tempo. O filho dele ainda não tinha nome, pois
Demi concordara em esperar para tomar uma decisão. Ele gostava de
Joe e Matt, nomes fortes e saudáveis, mas Demi não parecera muito
animada com nenhuma das duas opções. As irmãs dele, por outro
lado, sugeriram nomes como Colton e Deandre, pois, de acordo com a
mãe, elas realmente gostavam do show American Idol.
Ele telefonara para o hospital de manhã e fora
transferido para o quarto de Demi, mas ninguém atendera. Apesar de
ele ter conhecido Demi pouco mais de um dia antes, sentia-se muito
feliz por ela ser a mãe do filho dele. Um
dos motivos era que ela não era Sandy. Só por isso, ele já se sentia grato.
Uma repórter o encontrou a meio caminho no
estacionamento e enfiou um microfone no rosto dele. Ela era alta e
tinha cabelos pretos brilhantes presos atrás da cabeça. — Olá,
Hollywood. É verdade que Demi Lovato teve
um filho seu sem o benefício de dormir na sua cama?
Ele recebera o apelido de "Hollywood"
quinze minutos depois de assinar o primeiro contrato com o Los
Angeles Condors, alguma coisa a ver com o "magnetismo" dele.
Ele ficou em silêncio. Repórteres eram como
formigas. Se ficassem no
caminho, ele pisaria neles. Se ficassem de lado, ele os ignoraria.
Ela o seguiu de perto. — É verdade também que você não conhecia Demi Lovato até ontem, quando a polícia o parou por voyeurismo?
Joe suspeitou que a repórter tinha conversado com
a amiga de Demi.
Ele manteve os olhos concentrados na entrada à frente.
Ela levantou o microfone um pouco mais para perto
da boca dele. — Por que você está aqui?
Joe simplesmente sorriu, principalmente porque a
pergunta era irritantemente divertida.
— Talvez — continuou a repórter — você não
saiba que Demi Lovato saiu com Ryan Michael Lovato há alguns minutos.
Ele passou pela porta giratória, deixando a repórter para trás.
Ryan Michael Lovato.
Não, ele não ouvira falar disso, mas não
pretendia acreditar na palavra da repórter. Demi não deveria sair
do hospital antes do dia seguinte. Ela disse a ele que esperaria a
visita dele antes de preencher algum documento
importante do hospital.
Cinco minutos depois, Joe chegou no quarto de Demi
e encontrou-o perturbadoramente vazio. O cheiro de antisséptico
encheu-lhe o nariz. Uma enfermeira de uns oitenta anos entrou atrás
dele. Os cabelos grisalhos estavam presos para trás com uma fita
vermelha que combinava com a cor dos lábios.
Ele largou o buquê de flores sobre a cama vazia.
— Ela foi embora — disse ele.
A velha senhora sorriu para ele. — Ela disse que
você entenderia, pois
precisava começar os preparativos para o seu casamento.
— Casamento?
A mulher o cutucou com o cotovelo. — Desculpe.
Esqueci. A amiga dela disse que era segredo. — Ela colocou os dedos
sobre a boca e fingiu que estava selando os lábios.
Ele forçou um sorriso. — Sandy?
— Sim, Sandy. Garota simpática.
— Você não faz ideia. — Joe pegou as flores
e entregou-as para a enfermeira. — São para você — disse ele.
Em seguida, saiu do quarto e foi em direção ao elevador. E pensar
que Demi Lovato tivera a cara de pau de chamá-lo de mentiroso quando
o tempo todo fazia planos para fugir. O sujo falando do mal lavado.
~~~
— Não acredito que chegou a esse ponto — disse Demi. — Eu me sinto uma fugitiva.
Sandy falou brava. — Fugitivos fogem. Você só
está indo para casa. Não fez nada de errado. Aquele homem não tem
o direito de receber dinheiro pelo sêmen e depois pedi-lo de volta
como se tivesse simplesmente emprestado um casaco ou algo parecido.
— Mamãe — perguntou a filha de Sandy, de
quatro anos, do banco de trás —, o que é semi?
Sandy olhou para Demi e de volta para a rua. —
Semi — explicou ela a Lexi — é uma coisa que só é metade.
— Como um pedaço de maçã?
— Exatamente.
— Como está Ryan? — Demi perguntou a Lexi,
apesar de conseguir ver o filho perfeitamente bem da posição em que
estava no banco do passageiro. — Parece que ele está dormindo?
Lexi olhou para o pacotinho no berço. — Ryan
mexeu a perna. Acho que ele quer sair.
— Estamos quase lá, querida — disse Sandy à
filha. — Só mais alguns minutos.
— O que eu vou fazer? — Demi perguntou a Sandy
quando a amiga se virou novamente para a frente. — Não acredito
que tenha chegado a esse ponto.
— Você precisa ser forte. Joe Jonas quer o
filho. Não confiei nele desde o momento em que o vi no parque,
sentado naquele carrão bonito dele. Ver a advogada dele no
noticiário confirmou as minhas suspeitas. Ele quer Ryan e fará
qualquer coisa, absolutamente qualquer coisa, para tirá-lo de você.
— Eu não sei — disse Demi. — Ele não
parece o tipo de homem que tiraria um bebê da mãe. Eu devia ter
conversado com ele antes de sair do hospital. Pegar as minhas coisas
e sair correndo um dia antes parece um pouco precipitado.
— Antes que diga mais uma palavra a Joe Jonas,
precisamos encontrar um bom advogado para você. Depois, precisamos
entrar em contato com a CryoCorp e ver qual é a situação. Eles vão
gostar de saber que alguém está vazando informações dos clientes.
Eu, por exemplo, não quero você-sabe-quem — e as duas sabiam que
ela se referia ao pai
biológico de Lexi — batendo na minha porta quando menos esperar.
Demi tentou entender o que isso tinha a ver com a
CryoCorp, pois Lexi fora concebida do jeito convencional. Sandy se
apaixonara pelo homem. Achara
que tinha encontrado o príncipe encantado. Mas ele a deixara assim que Lexi nascera. Demi suspirou. — Você tem razão.
De qualquer forma, não tenho tempo para lidar com Joe Jonas.
CryoCorp telefonou mais cedo para dizer que Dave Cornerstone está
tendo dificuldades com os gráficos e tenho dois autores dizendo que
não receberam o pagamento. Minha coluna
mensal tem que estar pronta em três dias.
— Eu sei que o seu garotinho chegou mais cedo do
que o esperado — disse Sandy. — E ter aquele homem saltando do
meio das árvores não ajudou nem um pouco. Mas, mais do que qualquer
outra coisa agora, você precisa cuidar da vida. Vou ajudá-la a
passar por essa fase. Além do mais, como sua assistente editorial, é
minha função mantê-la feliz. — Ela fez uma pausa e acrescentou:
— Se as coisas ficarem difíceis demais, você pode
telefonar para a sua mãe.
— Você está maluca?
Sandy reduziu a velocidade e entrou à direita na West Lake Boulevard.
— Talvez seja um bom momento para enterrar o
passado — aconselhou Sandy. — Seus pais têm mais dinheiro do que
o Bill Gates. Eles podem pagar o melhor advogado para você.
— Não posso fazer isso.
— Você quer dizer que não vai fazer isso.
— Não posso e não vou. Desde o dia em que
nasci, meus pais usaram o dinheiro para que eu fizesse as coisas do
jeito deles. No momento em que eu encostar no meu fundo de
investimento, eles terão vencido. Mamãe e papai entrarão no
jatinho particular deles e voarão para cá tão depressa que você
não terá tempo nem de piscar. Em seguida, começarão a me dar
ordens novamente — disse ela em tom melancólico. — Antes que
você consiga contar até dez, terão encontrado um homem para casar
comigo. Um clone de todos os outros homens que tentaram arrumar para
mim: alto, magro, nariz empertigado, vestido impecavelmente e com um
daqueles cortes de cabelo super curto com excesso de gel. Nunca mais
deixarei que alguém compre o meu amor.
— Nem mesmo Thomas?
Alguma coisa dentro de Demi se retorceu. — Nem mesmo Thomas.
Sandy parou o Jeep em frente ao prédio de
apartamentos. — Você sente saudades dele?
— Não mais — respondeu Demi. Ela se virou no
banco para que pudesse olhar Sandy diretamente nos olhos. — O homem
me deixou plantada no altar. Eu achei que era algo que só acontecia
nos filmes. Ele nem mesmo teve a capacidade de me telefonar. Em vez
disso, deixou-me plantada na
igreja, completamente sozinha, para enfrentar a humilhação.
— Ele disse que teve motivos. Você sabe quais foram?
Lexi resmungou. — Posso sair, mamãe?
— Em um minuto, querida. Retire o cinto de
segurança e pegue as suas coisas.
Demi se sentiu totalmente idiota e os olhos se
encheram de lágrimas... o que a incomodou. Ela não queria se sentir
mal, triste nem nada parecido em relação a Thomas. Ela queria
esquecê-lo, o homem que achara que amava. O homem com quem planejara
passar o resto da vida. Ela queria seguir a
vida. Thomas fizera a escolha dele e agora ela fizera a dela. Tinha acabado.
~~~
— O tribunal nomeará um mediador nos próximos
trinta dias. Até lá, caso arquivado.
Joe e a advogada dele, Maggie, foram dispensados.
— Meu Deus, eu sou boa — disse Maggie com o
mesmo sorriso amplo de que Joe se lembrava muito bem.
— Você é boa — concordou ele.
Ela deu um soco de leve no braço dele. — Pare de me olhar desse jeito.
— De que jeito?
— Como se fôssemos adolescentes novamente.
Ele a seguiu para fora da sala do tribunal e pelo
corredor. Deveria estar feliz, deveria estar celebrando o fato de que
a juíza acabara de conceder a ele uma audição com um mediador
nomeado pelo tribunal. Mas, naquele exato momento, só havia Maggie.
Os saltos dela batiam no chão enquanto ele a
seguia pelo corredor. Ela usava um casaquinho curto e uma saia justa
que mostrava as curvas. O cabelo estava preso em um coque prático
que ele não estava acostumado a ver nela. Ele apressou o passo e
parou na frente dela antes que chegasse à saída.
Ela parou e riu, pois era isso o que fazia, era
esse tipo de pessoa que era. Deixava o mundo um lugar mais alegre
iluminando-o com os sorrisos largos e a natureza de riso fácil.
Ele queria beijá-la. Aaron não era irmão
biológico dele. Ora, depois do que fizeram, nem era mais amigo dele.
Eles estavam simplesmente morando juntos. Maggie ainda era solteira.
Duas pessoas podiam jogar aquele jogo.
— Joe — disse ela com um tom profissional. —
Nós nos
encontraremos na semana que vem para discutir um plano de ação. Preciso ir. — Quando Maggie ergueu o rosto e os olhos
deles se encontraram, ele podia jurar que ela enxergara diretamente
dentro da alma dele. Sem pensar no que estava fazendo, ele deu um
passo à frente, ergueu a mão até a nuca dela e removeu o pino do
cabelo. Os cabelos loiros fartos caíram sobre os
ombros dela. — Pronto — disse ele. — É assim que me lembro de você.
— Joe, pare com isso. — Ela empurrou as mãos dele.
— Já faz muito tempo. Só preciso olhar para
você por um momento. Quero agradecer por ter feito isso tudo. Você
sempre me apoiou, Maggie. Quando eu precisei de um amigo, alguém com
quem conversar... era sempre você.
— Você me dá crédito demais. Você tinha sua família e...
Antes que ela pudesse terminar a frase, ele se
inclinou para a frente e cobriu os lábios dela com os dele, fazendo
com que as palavras desaparecessem. Em vez de uma sensação cheia de
paixão, ele sentiu uma dor na canela quando ela o chutou.
— O que diabos está acontecendo?
Joe reconheceu a voz de Aaron. Ele virou para a
direita bem a tempo de receber um soco no rosto.
Ele tropeçou para trás e recuperou o equilíbrio,
erguendo a mão para o
lado do rosto. — Impressionante. Não sabia que você era capaz disso.
Aaron olhou ferozmente para Maggie, ignorando Joe.
— Eu lhe disse que ele ainda estava apaixonado por você, mas não
quis acreditar em mim. Diga a ela — disse Aaron, virando-se
novamente para Joe. — Diga a ela que a ama. Conte a verdade a ela.
Um canto da boca de Joe se ergueu ligeiramente. —
Não tenho que dizer nada a ela.
— Vamos — disse Aaron, agarrando o braço de
Maggie. — Vamos embora. E você — disse ele, virando-se para Joe.
— Consiga outro advogado porque essa é a última vez que nos verá.
Enquanto ela era conduzida para longe pelo amigo
dele, o cara que ele costumava chamar de irmão, Joe olhou para
Maggie. O olhar dela parecia perdido e triste.
Ele fechou o punho. Estava furioso com Aaron, mas
também estava furioso consigo mesmo por não ter mais autocontrole.
O que diabos havia de errado com ele?
Naquela mesma noite, Joe estava sentado na casa
vazia enorme e, pela primeira vez desde que comprara a propriedade de
750 metros
quadrados dois anos antes, tentava entender o que tivera na cabeça. Tinha uma casa grande, carros bacanas, tudo o que as
pessoas diziam que queriam. Tinha uma carreira que amava. E, mesmo
assim, lá estava, sentado, olhando para fora pela janela enorme,
observando a maré alta e perguntando-se de que adiantava. As luzes
estavam apagadas, mas a televisão estava ligada, dando à sala um
brilho suave e lançando sombras que dançavam nas paredes. E ele
segurava um saco de gelo encostado no lado esquerdo do rosto.
Beijar Maggie fora uma burrice da parte dele e,
mesmo assim, se tivesse a chance, faria de novo. Aaron tinha tanta
culpa quanto ele. Aaron sabia o que ele sentia por Maggie. Que droga,
todos os homens em Arcadia sentiam a mesma coisa por ela. Ela era
bonita, inteligente e namoradeira. Sempre fora, sempre seria. Todos
gostavam dela, e era exatamente por isso que todos juraram
solenemente que nunca a levariam muito a sério. Em
linguagem bem simples: ninguém podia chegar perto dela.
Os irmãos tinham todos concordado que nada,
especialmente uma mulher, nunca ficaria entre eles. Mas Aaron
obviamente não entendia o significado de um juramento. Depois que
Maggie partira para a universidade, todos tinham ficado aliviados.
Pelo menos, Joe ficara, pois sabia na época o que sabia agora: amava
Maggie e, mesmo assim, estivera disposto a desistir do amor para não
abrir uma trincheira entre ele e os irmãos. Achava que fizera um
grande sacrifício, mas via agora que cometera o maior erro da vida.
Deveria ter ido atrás de Maggie anos antes e
dito a ela o que sentia. Nunca deveria tê-la deixado sair de perto dele.
Joe soltou um rosnado de frustração. Não queria
pensar em Maggie nem em Aaron. A cabeça doía e ele mudou a linha de
pensamento para Ryan Michael Lovato.
Ele tinha um filho que ainda não segurara nos braços.
No dia em que Ryan nasceu, uma enfermeira tentara
colocar o bebê nos braços dele, mas ele usara uma desculpa
qualquer, dizendo que estava com a garganta irritada e não queria
deixar o filho doente. A verdade é que tivera medo. Medo de segurar
o próprio filho. Pensando no assunto novamente, estava com muito
mais medo da ideia de nunca conseguir segurar o filho.
Do lado de fora da janela, uma onda bateu contra
as rochas. Joe se levantou e olhou em torno. A determinação tomou
conta dele ao perceber que o filho dera um novo significado e uma
nova finalidade à vida. Ele lutaria por Ryan e não pararia de lutar
até que tivesse metade da guarda do filho.
Ah Joe larga essa Maggie e olha para a Demi, vai atrás dela e do teu filho!!
ResponderExcluirPosta mais, posta mais!!!
ResponderExcluirAss: Maria Francisca
cara já to apaixonada pela fic e já to imaginando o Joe a Demi e o Ryan morando juntos
ResponderExcluirE eu que pensei por um momento que Ryan poderia ser irmão da Demi --'
ResponderExcluirAi meu God!
Continua!
Ahah também pensei que ele era irmão dela, só depois é que caiu a ficha...
ResponderExcluirPosta logo
Posta mais
ResponderExcluirNão vejo a hora deles se acertarem...... adorei o apelido que ele deu pra amiga da Demi kkkkkkkkk......,. Doida pra ver ele interagindo com o filhoo..... postaaa......
ResponderExcluirVai rolar treta com ele querendo a guarda do filho
ResponderExcluirposta mais
Que mimo!!!!
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