11.1.15

Epilogo

OI GENTE! Desculpem por ter sumido esses dias, aconteceram algumas coisas e eu fiquei ausente no blog de td mundo :$ É a Bruna aqui, ok? Eu nem acredito que esse é o fim da história :c vcs ficaram tão animados, foi uma delícia postar ela p vcs <333 Bem, como Mari disse, já decidimos a próxima, muahahaha' mas acho q vcs vão gostar ♥ Obrigada a quem acompanhou a história, amo vcs do fundo do coração ♥ Obrigada a Mari por confiar em mim e me deixar entrar p equipe (de duas pessoas o.O) do blog e é isso. Até a próxima, mozões ♥ Comentem! Beijos no core <3
Bruna

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EPÍLOGO

4 MESES DEPOIS

JOE

- Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida! Eeeeeeeeeeeee ...

Em meu colo, aos cinco meses de idade, Aninha batia os bracinhos encantada pela chama das velas do bolo. Eu ria, satisfeito, sempre achando-a a coisa mais linda do mundo, babando por tudo que fazia. Virei-a para mim, murmurando:

- Gostou do bolinho? 5 meses de vida, temos que comemorar, minha lindinha ...

- Na minha época só fazíamos festa de ano em ano. – Disse minha avó perto, mas sem criticar, apenas brincando. Era a que mais gostava daquelas reuniões que fazíamos a cada dia 13 de todo mês para comemorar o nascimento de nosso tesouro, desde agosto.

- Se eles pudessem, comemoravam todo dia o nascimento da Aninha! – Sorriu Selena, grávida de três meses. Cutucou Rodrigo sentado ao seu lado no sofá: - Vamos ser babões assim, amor?

- Eu não. – Garantiu. – Sou bombeiro, militar, durão. Não mesmo.

- Ainda vou ver você soluçando com seu filho no colo. – Brinquei, andando com Aninha para o centro da sala, onde Demi já começava a entregar os pedaços de bolo. Rodrigo riu e confessou:

- É provável mesmo.

Sentado no sofá com Ludmila, Antônio se mantinha quieto. Eu sabia que os pais dele estavam loucos por um neto e já eram bem idosos. Como sabia que ele havia casado sem amor, só por conveniência, para formar uma família. Não era como Matheus, que nunca tinha escondido o desejo de casar e ter filhos, nem como eu antes de Demi, avesso ao casamento. Era mais frio e calculava seus passos, não era à toa que era CEO de uma das maiores empresas do Brasil, com filiais até em outros países. Mas aquilo ele não pudera controlar. Por algum motivo que os exames não mostravam, Ludmila não engravidava.

Seu olhar encontrou o meu e depois o de Matheus, ali perto, servindo-se de mais vinho. Tínhamos nos encontrado há poucos dias para tomar uma bebida no bar depois do trabalho, como costumávamos fazer antes. E ele contara sobre o problema de não conseguirem ter filhos.

Para tirar aquele seu ar circunspecto, pus Aninha em seu colo e foi engraçado ver o homem sem saber o que fazer. Mas quando ela voltou os olhos prateados para ele e deu uma risadinha, Antônio sorriu como um bobo, todo derretido.

- Efeito Aninha. – Disse Matheus e nós acabamos rindo.

Ludmila não, pois parecia um pouco incomodada.

Dona Lilian ajudava Demi a entregar os pratinhos de bolo. Mas foi a própria Demi que veio trazer o de Matheus, parado perto da janela. Ela dizia, linda demais em um vestido cinza que valorizava seus olhos:

- Foi Elisângela que fez. Lembro que adorou o último.

- Se ela fosse minha cozinheira, eu estaria obeso. Sempre tive um fraco por doces. –

Deixou a taça de vinho sobre o aparador e aceitou o prato de bolo, olhando para Demi e sorrindo.

Observando-os, eu senti uma pontada de ciúmes. Sabia que eram só amigos e, felizmente, minha relação com ele também tinha voltado ao normal. Mas sabia também que de nós três, ele sempre foi o mais romântico e nunca tinha se apaixonado de verdade. Até conhecer Demi. E mesmo tendo se mantido sem envolvimento físico com ela e tentando agir normalmente, eu o conhecia bem demais e sacava o amor escondido em seu olhar.

Era estranho saber que meu amigo amava a minha mulher. E que por um tempo eu quase a tinha perdido para ele. No fundo entendia tudo, seguíamos em frente, mas eu nunca deixava de me manter atento. E o ciúme, às vezes, era impossível evitar. Como naquele momento.

- E o meu pedaço de bolo? – Fitei-a.

Demi veio até mim, sorrindo. Beijou suavemente meus lábios ao passar por mim:

- O seu eu separei para comer comigo. – Segurou minha mão. – Vem aqui pegar.

Segui-a até a mesa e me entregou um pratinho, pegando outro para si. Sorrimos um para o outro como bobos, tolos apaixonados, cada vez mais. E me esqueci de todo o resto.

O TEMPO PASSA ...

DEMI

A cada dia nos amávamos mais. Aninha crescia e só trazia felicidades pra nossa vida. Eu voltei a fazer a campanha dos Cosméticos BELLA e felizmente não me tomava muito tempo. A babá me acompanhava com Aninha, assim eu podia amamentá-la nos intervalos. Mas deixei a faculdade trancada até ela estar maiorzinha.

Em todos os lugares que íamos a levávamos. Joe ia sempre sorridente com ela no colo, querendo que todo mundo visse como era linda e especial. E eu amava vê-los juntos.

Nunca imaginei que pudesse ser tão apaixonado, caseiro, ligado à família. Mas era assim, cada vez mais. E gostava tanto que vinha até falando em termos mais um dali a um ano. Mas eu queria esperar um pouco mais, quando tivesse terminado minha faculdade, nossa filha estivesse maior e nós pudéssemos desfrutar um pouco mais de nossa vida de casados.

Mas os olhava juntos, o modo cuidadoso e orgulhoso com que a segurava e cuidava dela, então pensava nele com um garotinho nos braços e ficava dividida. Mas esperar um pouco mais não faria mal.

Vivemos momentos tão bons juntos naquele primeiro ano de vida da nossa filha. A maioria inesquecíveis. De ternura, paixão, loucura, comunhão, prazer. Às vezes o ciúme vinha à tona, mais da parte dele, pois nunca o vi sequer olhar para outra mulher. Elas é que o comiam com os olhos quando chegávamos a algum lugar e algumas, as ex de sua vida pregressa, tinham coragem de se aproximar e jogar charme como se eu não estivesse perto.

Eu ficava de olho, mas Joe era exemplar. Nunca me deu motivo para desconfiar dele. E com o tempo, fui confiando mais e mais, relaxando, sabendo que o que tínhamos era realmente muito especial para ter espaço para mais alguém.

Já Joe confessava ter um pouco de ciúme de Matt, mas eu ficava feliz de ver como voltaram a se dar bem. Eu amava meu amigo e não o queria longe da gente, assim como torcia para que encontrasse alguém e fosse feliz. Para mim, era o homem mais doce e romântico do mundo e uma vez, quando falávamos sobre ele, indaguei curiosa o que Matt fazia no Clube Catana.

Joe ficou meio sem saber se dizia ou não, mas contávamos tudo um para o outro. Não

acreditei quando disse que ele era um Dom sadomasoquista.

- O quê?

Pensei em seu jeito comedido, seu olhar que tinha algo de doce, de anjo. Parecia impossível

- É, ele gosta de chicotes, palmatória e deter escravas. O sonho da vida dele é encontrar uma submissa perfeita, com quem vai casar e chicotear para sempre.

- Joe!

- Mas é ... – Ele acabou rindo.

- Meu Deus, nunca imaginaria uma coisa dessas! Mas ... Por quê?

- Cada um com suas taras, Demi. Eu, Matheus e Antônio conhecemos o Clube Catana por volta dos dezoito ou dezenove anos. Ficamos viciados em ir lá e acabamos virando sócios. O meu negócio sempre foi as sacanagens com as mulheres, quanto mais melhor.

- Safado ... – Eu o empurrei, mas me trouxe de volta para seus braços na cama, enquanto Aninha dormia tranquilamente em seu berço.

- Mas era assim. O negócio de Antônio era ter controle sobre tudo, ser obedecido. E Matheus ficou ligado no sadomasoquismo. Começou a se envolver e não parou mais. É o Dom mais respeitado do clube.

- Que coisa ... Se fosse Antônio eu até entenderia, mas o Matt ... – Sacudi a cabeça. – Vivendo e aprendendo.

- Tá vendo? Entre os três tarados, até que você escolheu o mais normal.

Eu ri de novo e o abracei. Mas realmente tinha ficado espantada com aquelas revelações, embora aquilo em nada mudasse minha relação ou sentimento em relação a Matt.

Joe e eu aproveitamos muito nossa vida. Conforme Aninha crescia e dava os primeiros passos, nós nos entregávamos cada vez mais ao amor. Nos finais de semana, dispensávamos os empregados e éramos só nós em nossa fortaleza. Muitas vezes, enquanto nossa filha dormia em um colchonete sob a árvore em que nos casamos, eu e Joe nos beijávamos e acariciávamos no jardim.

Ficávamos nus e nos amávamos sob o sol ou em um lençol na grama, cheios de tesão e volúpia, querendo sempre mais. Ou então na piscina, enquanto montava sobre ele e o cavalgava. Acho que estreamos a casa inteira. Não era só a cama que nos atraía.

E o tempo passou. Comemoramos seu primeiro aninho, seu primeiro dentinho e a primeira palavra. Apesar de ficar mais tempo em minha companhia, sua primeira palavra foi quando Joe chegou do trabalho e ela ficou eufórica, dando gritinhos, andando bamba em suas pernas gorduchas para ele, balbuciando: - Papa ...

Ele riu e a girou no colo, abraçou-a e beijou-a, eufórico, exclamando sem parar: - Você viu? Ela me chamou de papa! Oh, menina linda do papai!

- Papa ... – Gritou, rindo.

- Ah, meu Deus!

Eu os olhava, apaixonada e emocionada, como fiquei em tantos momentos depois.

Como quando a via no colo de Dantela, que lhe contava histórias acariciando os cabelos cada vez mais escuros. Eles estavam ficando como os de Joe, negros, abundantes e brilhantes, enquanto seus olhos eram os meus, cinzentos. Era uma mistura de nós dois.

Ou quando a levamos para a escolinha a primeira vez, com três aninhos, toda animada em seu uniforme, enquanto a olhávamos entrar com um misto de alegria e ansiedade, pois começava a se tornar independente e ganhar o mundo.

Terminei minha faculdade e comecei um projeto de montar uma escola comunitária, na qual

Joe me ajudou, inclusive correndo atrás de mais patrocinadores. Mas continuava sendo a garota propaganda cos cosméticos BELLA.

Aninha já estava com quatro anos e vínhamos conversando em ter mais filhos. Assim, parei de tomar anticoncepcionais e esperávamos novidades. E veio naquela manhã, quando deixei minha filha na escola e fui buscar o resultado do teste de gravidez no laboratório, já que minha menstruação estava uns dias atrasada.

E quando li o que estava escrito, fiquei com lágrimas nos olhos.

POSITIVO

Parti para o escritório de Joe, lembrando de como foi quando soube da gravidez de Aninha. O medo, a angústia e tudo que aconteceu depois na casa de Joe, suas acusações, Juliane em sua cama, as fotos. Agora era tudo diferente. E quando a secretária me deixou entrar e o vi atrás da mesa de terno, analisando vários papéis, soube que não teria mais decepções e dores como aquela. Tive certeza disso.

- Demi?

Ele se levantou, surpreso, enquanto eu batia a porta e a trancava. Um sorriso lento e safado se espalhou em seus lábios e se recostou na beira da mesa, fitando-me com tesão.

Eu o olhei, apaixonada, me aproximando dele. Usava um vestido preto, meia calça, sapatos de salto. Murmurei, passando a seu lado, minha mãos indo em cheio entre as suas pernas, acariciando seu pau que já se enrijecia sob a calça.

- Vim fazer uma surpresinha. – Murmurei provocante. Vi que reagiu, excitado, seus olhos negros brilhando, mas segui em frente, indo até o enorme janelão e descendo as persianas devagar.

Joe não esperou. Veio faminto atrás de mim já beijando meu ombro, me fazendo apoiar na janela. Suas mãos foram brutas, descendo as alças do vestido até a cintura e erguendo minha saia. Eu gemi excitada, ainda mais quando enfiou a mão dentro do sutiã e apertou meu mamilo, seus dentes de cravando em minha carne, a outra mão em minha bunda. Apertou-a.

- Veio aqui me provocar? Me deixar doido? Já não basta o que faz comigo em casa, sua safadinha?

- Ai ... – Choraminguei quando seus dedos passaram por baixo da calcinha e penetraram em minha vulva por trás, bem fundo, enquanto esfregava o pau na minha bunda. - Vai ter o que merece.

- Sim.

E fiquei louca, alucinada, rebolando, pedindo por mais. Joe estava do mesmo jeito, como se não fizéssemos outra coisa além de nos amarmos sempre que tínhamos oportunidade.

Virei em seus braços e comecei a despi-lo. Quando estávamos só com as roupas íntimas, ele sentou em um recamier e me pôs em cima, de frente para ele, enquanto beijava minha boca com paixão e tirava meu sutiã.

Então me fez inclinar para trás e enfiou um mamilo na boca, chupando duramente até me fazer miar e me sacudir, com a vagina palpitando e toda molhada. Saboreou e mordeu os dois brotinhos até me enlouquecer. Só então arrancou minha calcinha e sua cueca preta, trazendo-me mais para cima de si.

- Ai, que delícia, Joe ... – Gemi luxuriosa, quando seu pau se enterrou inteiro dentro de mim e o cavalguei, buscando sua boca, recebendo sua língua como recebia seu membro.

E quando nos comíamos, gemendo, cheios de paixão, segurei seu rosto entre as mãos, acariciei sua barba e fitei-o dentro dos olhos negros e chamejantes, dizendo baixinho:

- Tem mais uma surpresinha ...

- É? – Seu olhar era safado, pornográfico. – O quê?

- Nossa família vai aumentar. Vamos ter um filho, meu amor. – Falei emocionada. Joe parou dentro de mim, imóvel. Então me agarrou mais firme. - Tem certeza?

- Absoluta.

Seu olhar abrandou, sua expressão era de júbilo e alegria. Murmurou rouco:

- Quando penso que não posso ser mais feliz, vem você e estraga tudo. O que fiz para merecer tudo isso? – Suas mãos subiram ao meu cabelo, segurando-me, olhando-me bem dentro dos olhos. – Como posso merecer você?

- Sendo quem é. O meu amor. O homem da minha vida.

- Sou seu, Demi. Só seu. Sempre. – Sua voz tinha muitas emoções e me beijou forte, gostoso, enquanto nos abraçávamos, ainda unidos, nossos corpos colados e encaixados de maneira íntima, nossas almas mais entrelaçadas ainda. – Como eu te amo!

Eu ri e então nós ríamos e nos beijávamos de novo, nos amávamos, tantos sentimentos elevados naquela entrega, até a explosão final do gozo e a felicidade que não parecia ter fim.

JOE

Eu vi sua barriga crescer desde o início. Fui em todas as consultas e exames com Demi. Segurei sua mão e fiquei com os olhos cheios de lágrimas quando soubemos que ia ser um menino. Daquela vez não perdi nada e aproveitei tudo, por que agora eu a merecia e valorizava, por que agora eu era um novo homem.

Tirei fotos de Demi em vários estágios da gravidez. Fosse deitada na cama, ou pronta para sair, sempre linda, enchendo meus olhos e minha alma.

Beijei sua barriga infinitas vezes.

Eu e Aninha éramos como dois bobos saindo juntos para escolher sapatinhos e roupinhas, brinquedos, ou indo buscar o café da manhã e acordando Demi, já no final da gravidez, com uma bandeja preparada.

Daquela vez ela chegou aos nove meses. Minha avó, já aos noventa e cinco anos, cada vez mais cansadinha, fez questão de estar comigo no hospital quando nosso filho Gaio nasceu.

Assim como dona Lilian, Selena, Rodrigo e o filhinho deles, Eduardo.

Gaio era um garotão loiro e chorão. Aninha ficou encantada por ele. E todos nós também.

Começamos tudo de novo. Horas sem dormir, visitas ao pediatra, cólicas e um mês na seca, contando os dias. Mas passou. E tudo voltou ao seu lugar.

Gaio fez um ano e foi uma festança. Ele se acabou. Era animado, simpático, adorava uma farra. E Aninha estava sempre perto, cuidando dele.

Naquele mesmo ano sofri e chorei demais quando minha avó faleceu, aos 96 anos, dormindo. Falência múltipla dos órgãos. Simplesmente a idade a levara. Ela tinha sido tudo para mim. Meu pai, minha mãe, minha confidente. E mesmo quando me criou errado, foi com a intenção de me proteger. Lutou sempre por mim e foi mais feliz nos últimos anos do que na sua vida inteira, me vendo feliz e realizado, junto de minha família, amando também Demi e seus bisnetos, sendo amada por todos nós.

Demi também sentiu muito e esteve ao meu lado até eu conseguir aceitar o fato e seguir em frente.

O tempo passou e cada momento teve uma importância vital para mim. Guardei todos eles. Os beijos que dei em Demi, tantos, em lugares e situações diferentes, mas sempre maravilhosos e únicos.

Nossas risadas e brincadeiras. Nosso amor. Nossas brigas, que sempre acabavam logo.

Nossos filhos, que cresceram vendo os pais unidos, amantes, apaixonados, sem saber que quase tudo aquilo não se realizava. Mas que em função de uma redenção e de um perdão, agora estava lá.

E em todos esses momentos, nunca, mas nunca mesmo, tive dúvidas ou pensei em voltar para minha vida antes de Demi. Eu era 100% o homem de agora. Um ex cafajeste. Um homem de família. Não um reizinho. Mas um súdito da minha própria felicidade.

DEMI

Eu já ia sair para levar Aninha, com dez anos, e Gaio, com quase seis, para a escola, apressada. Entrei na cozinha para pegar o lanche deles e Elisângela estava com a televisão ligada, vendo uma reportagem no jornal da manhã enquanto esperava o leite ferver.

- Esse mundo está perdido! – Exclamou, horrorizada.

- O que foi? – Peguei as garrafinhas com suco na geladeira.

- A Polícia Federal descobriu um reduto de trabalho escravo no interior do Brasil. Tinha quase sessenta pessoas lá, mantidas presas há anos, fazendo trabalho pesado. Um dos homens conseguiu fugir, atravessou a fronteira entre Rondônia e Acre e denunciou a escravidão. Graças a ele chegaram na fazenda, cheia de capangas. Que coisa horrível!

- A gente escuta cada coisa. – Balancei a cabeça, irritada. – Escravidão em pleno século XXI! Um absurdo!

- Se é!

- Mãe! Vamos nos atrasar! – Gritou Aninha da sala.

- Deixa eu correr. Olha, Elisângela, não voltamos para almoçar hoje. Vou dar umas aulas na escola, depois pego as crianças e vamos almoçar com Joe. – Avisei, já saindo. - Tá, pode deixar.

- Tchau.

- Tchau, Demi. Bom almoço.

- Obrigada.

Corri para levar meus filhos para o carro e deixá-los na escola. Na cozinha, Elisângela continuava horrorizada, dizendo para si mesma:

- Como pode uma coisa dessas? – Olhava a reportagem mostrando os trabalhadores, magros e sujos de trabalhar, cheios de fuligem de carvão. Viviam em choupanas na fazenda, cozinhando em forno de lenha, sujos e maltrapilhos. – Coitados!

A repórter se aproximou de duas mulheres abraçadas, mal se via a feição delas em meio aos cabelos desgrenhados e às roupas amontoadas.

- Por quanto tempo vocês foram mantidas aqui em cativeiro?

- Dez anos! – Exclamou a mais nova, sem dois dentes na frente. Elisângela ficou com pena, pois podia ter sido uma moça bonita.

- E como pararam aqui?

- Eu fui enganada! – Ela começou a chorar, consolada pela mulher mais velha. – O maldito velho dono disso aqui me pediu em casamento e vim para cá com minha mãe. Ficou me enrolando, só usando meu corpo, até que vi que não ia casar e quis sair desse buraco. Mas nos fez trabalhar e nunca nos deixou sair. Foi horrível! Só fazia trabalhar! Meus dentes caíram!

Nunca mais pude usar um creme no cabelo ...

E chorava, desesperada. A mais velha agarrou o microfone da repórter, também aos prantos:

- Aqui não tinha televisão nem em preto e branco! Ai, meu Deus! Passei anos sem ver

minhas novelas! Ninguém ligou se sou uma mulher doente! Eu queria morrer ...

- Mas vocês sabem, a justiça agora vai tomar a propriedade e usar os lucros dela para indenizar os trabalhadores. Vão receber todos os direitos de vocês. – A repórter pegou seu microfone de volta.

- É sério? – As duas se entreolharam e riram, se abraçando e comemorando.

Vendo aquilo, Elisângela ficou com os olhos cheios de lágrimas, penalizada.

- Vou comprar uma tevê gigante, Juliane! – Gritou a mais velha.

- E eu vou ter novos dentes! Mãe, vai tudo voltar a ser como era antes e até melhor!

E se abraçaram de novo.

- Coitadas ... – Elisângela estava desolada. – A gente querendo tanta coisa e as duas coitadas só querem uma televisão e os dentes! Como esse mundo é injusto.

E foi cuidar de seus afazeres.

FIM.

8 comentários:

  1. Aiii perfeito...não vejo a HR de ler a próxima fic!

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  2. Kkkkkkk adorei o final dessas duas.....apaixonada pela família que eles construíram..... já estou com saudades..... mas tbém estou animada para a próximaaa..... postaa...

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  3. Que epílogo foi esse??!!?? O melhor epílogo da história!!
    Amei vendo como eles levaram a vida deles, sendo felizes.
    E a Última parte??!! Realmente não esperava por isso. Queria ver a reação da Demi!!
    Amei muito essa história!

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  4. Epílogo perfeito
    História mais que perfeita e que final foi esse???? Kkkkkkkkkkkkkk *risos eternos*

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  5. Amei a fic, sensacional.
    Louca já pela próxima *-*
    Beeijos

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  6. Morta com esse final.
    Melhor história que eu já li em toda a minha vida.
    Mal posso esperar pra próxima

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  7. kkkkkkkkkkkkk morri com o final dessas duas..
    Amei todo o enredo *-*
    Anciosa pela próxima..
    xoxo

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  8. Sinceramente não sei como descrever o quanto amo essa fic, sério
    Ela com certeza fará muita falta </3
    Maaaaaas, essa nova fic vai vir pra sambar nas inimigas, tô falando ;*
    bjkas, posta logo ok? Tô mega ansiosa! *u*

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