19.7.14

Lento - Capitulo 10

 
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ELA DEVERIA estar tendo arrependimentos ou, pelo menos, dúvidas. Mas, enquanto eles percorriam o trajeto de carro... Joe pisando mais fundo no acelerador do que ela geralmente pisava... Demi só podia esperar o momento com deliciosa ansiedade.

Ele a queria. Simplesmente a queria. Aqueles olhos escuros não estavam estimando seu valor. Ele não usara linhas consagradas de sedução que haviam funcionado com tantas mulheres no passado. Não a fizera sentir, por um segundo, que Demi não passava que uma cliente para ele. Mas deixara-a completamente atordoada de desejo.

As reservas de Demi tinham começado a se dissipar quando ele falara aquilo sobre banhar seus mamilos com açúcar. No momento em que Joe acabara de falar aquelas coisas eróticas, ela estivera praticamente colada à cadeira.

Incapaz de esperar, Demi estendeu o braço e pôs uma mão na perna dele.

– Hã-hã – murmurou ele.

Ela o ignorou, subindo mais a mão. Mas antes que pudesse capturar o grande prêmio que queria desesperadamente traçar com a ponta de seus dedos, ele cobriu-lhe a mão com a sua e apertou-a.

– Não.

– Não quer que eu toque você? – sussurrou ela, sabendo que as palavras eram desleais. Apesar do interior escurecido do carro, ela podia ver o quanto Joe queria seu toque. E, julgando pela rigidez que ela sentira ao pressionar sua mão ali, ele tinha muito para ser tocado.

Demi tremeu em seu assento.

– Ah, sim, eu quero que você me toque.

Ela contorceu-se mais no banco, a outra mão indo para o quadril dele. Joe não podia detê-la... não podia dirigir sem nenhuma das mãos.

– Mas não correndo risco de nós sermos mortos. – Ele a olhou com seriedade, quase suplicando para que ela recuasse. – Por favor, baby, nós logo chegaremos, eu prometo. Eu já vi muitos acidentes para até mesmo considerar fazer alguma coisa não segura, apesar da ânsia absoluta para sentir suas mãos sobre mim.

Baby. Ninguém nunca a chamara assim. Demi suspeitava que deveria ficar insultada pelo termo, sendo uma mulher moderna e independente. Mas não ficou. Especialmente, quando ele também admitiu o próprio desejo ardente naquela voz rouca e profunda.

– Eu quero passar a noite dentro de seu corpo, não numa sala de pronto-socorro.

– Uau – murmurou ela, endireitando-se em seu assento. Ele podia ser direto, mas definitivamente sabia como usar as palavras para seu melhor efeito.

– Você está bem?

Sem falar, Demi apenas assentiu com um gesto de cabeça.

Uma das mãos dela permaneceu na perna musculosa, coberta pela dele. Joe lentamente ergueu-a para seus lábios. Pressionando um beijo suave nos dedos delicados, murmurou:

– Eu a compensarei por isso. Pretendo fazer com que você se sinta incrível durante a noite inteira.

A noite inteira. Ah, Deus. O tom de voz dele era repleto de promessas. O corpo de Demi ainda estava vibrando pelo encontro ardente deles do lado de fora do pub. Agora, com aqueles doces sussurros banhando-a, ela estava quase em chamas.

Mas não ao ponto de não perceber que ainda possuía um cérebro coerente, o qual sussurrou as palavras finais de cautela em seu ouvido. Não segura, ele dissera. Joe não faria alguma coisa não segura.

Deus, ela nem mesmo pensara sobre o aspecto de sexo seguro daquela decisão louca e impulsiva. Ela, que sempre pensava em cada problema pelo menos uma dúzia de vezes antes de se comprometer com uma resposta, não tinha pensado sobre os perigos inerentes à profissão dele. Concordara em deixar um homem que fazia sexo por dinheiro lhe dar prazer durante a noite inteira, sem um único pensamento sobre seu próprio bem-estar físico até agora.

Como alguém lidava com esse tipo de situação? Não que Demi já tivesse se deparado com uma ou ouvido falar sobre um livro descrevendo como alguém se certificava de que um amante alugado não estava carregando lembretes sujos de clientes prévias.

Então pensou sobre aquilo. Oliver a traíra, não somente com a “parceira de esqui”, como também com muitas outras. Ou assim ela ouvira dizer, depois que eles tinham se separado.

Ela conhecia homens que tinham feito sexo com dúzias de garotas no ensino médio e na faculdade. Às vezes, eles até mesmo ofereciam, orgulhosamente, distintos braceletes coloridos às garotas com quem dormiam, de modo que as mais fáceis pudessem anunciar quão longe estavam dispostas a ir... e consequentemente conseguir mais encontros. Mais parceiros sexuais insignificantes.

Somente porque Demi tivera, no máximo, meia dúzia de amantes, não significava que todas em seu círculo social eram assim. Muitas, ela suspeitava, provavelmente tinham tanta experiência quanto Joe. Algumas até mais.

Incluindo sua irmã.

Então ela decidiu tratá-lo como trataria qualquer outro amante em potencial. Abertamente.

– Nós precisamos usar proteção. Eu tenho preservativos no meu apartamento.

Joe fitou-a com olhos arregalados, o rosto bonito... másculo e magnífico... iluminado pelos faróis dos carros a distância.

– Quero dizer, não é que eu não confie em você. Mas nos dias de hoje...

– Eu não estou ofendido.

Graças a Deus.

Ele voltou a se concentrar na estrada.

– Apenas para que deixemos tudo claro, eu também não estou escondendo nenhuma condição desagradável. Sempre tenho de fazer exames físicos de rotina, é parte do emprego, e sou totalmente saudável.

Demi não queria falar sobre o emprego dele, nem mesmo pensar naquilo. Isso era tão pessoal, lembrou a si mesma. Então simplesmente replicou:

– Ótimo. – Então porque queria ser justa, acrescentou: – Para sua informação, eu também sou completamente saudável.

Então não restava mais nada. Sem mais barreiras. Sem mais desculpas. Sem mais dúvidas. Eles chegaram ao seu prédio, e Joe estacionou na garagem do subsolo. A próxima parada deles seria o elevador, e depois a cobertura de Demi.

E então uma noite nos braços do tipo de amante pelo qual mulheres competiam. Com o qual sonhavam.

E por esta única noite, ele seria inteirinho seu.
 
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Se eu não me engano o HOT é no próximo, desculpe pelo capitulo bem pequeno, mas daqui a 1 hora, mesmo se não tiver comentários eu irei postar mais um ;)

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