28.7.14

Subindo Pelas Paredes - Capitulo 18

 
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Glossário:
*Cansaço após passar horas em um vôo e chegar a um lugar com fuso horário diferente.
** It Happened One Night (Aconteceu naquela noite) é um filme estadunidense de 1934, do gênero comédia romântica, dirigido por Frank Capra e com roteiro baseado em história de Samuel Hopkins Adams.
* A lanterna vegetal chamada de "jack o'lantern" em inglês, é aquela abóbora com uma cara que usam no dia das bruxas.
*galanteador.
**Rimas sem sentido.
*Warner Bross

- Nós fizemos isso muito rápido, deveríamos ter esperado.

- Nós esperamos muito tempo, você está brincando? Você sabe que eu estava certo, era hora de fazermos.

-Hora de fazer, isso é uma enganação ... nós poderíamos ter esperado um pouco mais e então não estaríamos no caos em que estamos agora.

- Bem, eu não ouvi você reclamar na hora, você parecia muito satisfeita pelo que eu me lembro.

- Eu não podia reclamar, minha boca estava cheia. Mas eu tinha um sentimento, eu só sabia que era errado, o que estávamos fazendo era inerentemente errado.

- Ok, eu desisto, me diga como consertar isso.

- Bom para começar você está segurando-o de cabeça para baixo - eu atirei de volta, agarrando o mapa e o virando para cima. Nós estávamos estacionados no lado da estrada há cinco minutos, tentando descobrir como chegar a Nerja.

Após o desembarque em Madrid, passamos pela alfândega, fomos até o sistema de aluguel de automóveis e, finalmente, nos dirigimos com êxito por nosso caminho até o centro da cidade, agora estávamos perdidos. Joe dirigia, então eu estava encarregada pelo mapa. E com isso quero dizer que ele o tomou de mim a cada dez minutos ou mais, o olhou, fez hmm's haa's e, em seguida, empurrou-o de volta para mim. Ele não chegou a ouvir o que eu tinha a dizer, em vez disso contou com o seu inato homem-mapa que todos os homens têm. Ele se recusou a ligar o GPS que foi fornecido para nós, novamente, em vez disso ele estava determinado a nos levar até lá a moda antiga.

É por isso que agora estávamos perdidos. Tomar um trem teria sido muito fácil. Joe precisava de um carro para se locomover para tirar suas fotos, e é basicamente por isso que estamos aqui. Depois de voar durante a noite, estávamos exaustos, mas a melhor maneira de brigar com o nosso relógio biológico, alegadamente, era tentar entrar no horário local o mais rapidamente possível. O que significava que tínhamos ambos concordado em não tirar sonecas até que pudéssemos ir dormir naquela noite. No começo isso estava fácil de conseguir, como eu estava feliz de finalmente estar no país que eu tinha sonhado visitar enquanto eu poderia recordar. Joe me achava infinitamente divertida enquanto eu olhava da esquerda para a direita, gritando para os pontos turísticos enquanto nos dirigíamos através da cidade de Madrid e pelo campo. Foi duro, estar em Madrid e fazer zero turismo, mas como eu estava acompanhando Joe em sua viagem, eu estava sujeita a sua programação. E isso estava bem, eu sabia que voltaria um dia e seria capaz de ver mais dos pontos turísticos tradicionais.

Agora, sentados, ao lado da estrada, enquanto argumentávamos sobre onde nós pegamos o rumo errado. Eu estava devorando um churro de uma barraca local quando o caminho errado supostamente aconteceu, e agora nós brincávamos de "Colocar a Culpa".

- Tudo que estou dizendo é que se alguém não estivesse enchendo a cara e olhasse para o lado, nós não estaríamos...

- Enchendo a minha cara? Sério? Você estava roubando meu churro, eu lhe disse para comprar um para você quando paramos!

- Bem, eu não estava com fome no começo, mas então você estava lambendo os lábios e lambendo o chocolate, e bem... Eu me distraí - ele sorriu, quebrando a tensão. Estávamos na beira da estrada, o mapa espalhado no capô do nosso carro.

- Distraído hein? - Eu sorri de volta, inclinando-me um pouco mais perto dele. Quando ele olhou para o mapa, eu olhei para ele. Como poderia alguém que tinha estado em um avião durante os últimos cem anos parecer tão bom como ele? Mas lá estava ele, jeans desbotado, camiseta preta, Jaqueta North Face verde escura. Vinte e quatro horas de barba que estava implorando para ser lambida. Quem lambia barba? Eu, eu mesma. Ele apoiou-se em seus braços fortes, enquanto estudava o mapa, os lábios se movendo silenciosamente enquanto ele tentava descobrir onde tomamos o caminho errado. Entrei debaixo de seus braços, efetivamente me deitando sobre o capô do carro, sem vergonha como uma pin up girl em um calendário de garagem.

- Posso fazer uma sugestão?

- É uma sugestão indecente?

- Surpreendentemente, não, por favor, vamos ligar o GPS? Eu gostaria de chegar lá antes de eu ter de ir embora em quatro dias - eu gemi. Devido a minha reserva de bilhetes de última hora, eu realmente teria que voar de volta um dia antes de Joe, e só passaria cinco dias lá. Mas, cinco dias na Espanha... Eu não estava reclamando.

- Demi, só maricas usam GPS - ele zombou, virando o mapa novamente.

- Pois esta maricas está morrendo por um jantar, e um chuveiro e uma cama, e para se livrar desta "jet lag" *. Então, se você quiser me ver na regravação de It Happened One Night**, versão em espanhol, ligue a porra do GPS Bate-Parede - Eu avisei, agarrando-o pela Face Norte e puxando-o para mim.

- Isso parece convincente? - Eu sussurrei, dando-lhe o mais ínfimo de beijos sobre o queixo.

- Sim, eu morro de medo de você agora.

- Isso significa GPS?

- Significa GPS - ele suspirou, resignado, deitando de costas e me puxando para fora do carro com ele. Eu dei um grito e comecei a me segurar na porta.

- Não, não, você foi dura comigo Garota da Camisola, eu vou precisar de um pouco de açúcar - ele instruiu, piscando os olhos.

- Você precisa de um pouco de açúcar? - Eu perguntei, enquanto ele puxava meu braço, me trazendo de volta a ele.

- Sim, eu exijo isso.

- Você está louco Joe - eu ri, enquanto me inclinei para ele, deslizando meus braços em volta de seu pescoço.

- Você não tem ideia - respondeu ele, lambendo os lábios e levantando as sobrancelhas como um gangster de meia idade.

- Venha pegar o açúcar - Eu brinquei, quando ele trouxe os seus lábios aos meus.

Eu nunca me cansaria de beijar Joe. Quer dizer, como eu poderia? Desde a noite em que ele falou a "verdade" no balcão da minha cozinha, tínhamos lentamente explorado esta nova face do nosso relacionamento. Debaixo de todos os comentários sarcásticos e faíscas, tinha uma grave tensão sexual que tinha se construído nesses muitos meses. E nós estávamos deixando tudo acontecer, embora lentamente. Claro, nós poderíamos ter corrido de volta para o quarto naquela noite e deixado toda a cidade saber que estávamos fazendo sexo durante dias, mas Joe e eu, sem dizer uma palavra, parecíamos estar na mesma página dessa vez, e nos contentávamos em deixar isto acontecer naturalmente.

Ele estava me atraindo. E eu estava o deixando me galantear. Eu queria o galanteio que eu merecia. Eu precisava ser impressionada, que certamente seria seguido de um galanteio, mas por agora, o galanteio? Estava uau.

E por falar em galanteio...

Os lábios de Joe nos meus me deixava bêbada. Quer dizer, ele realmente me embriagava. Sem mentira. Eu podia sentir meu cérebro começar a nebular e me deixar para trás. Ele era intoxicante para mim, o Bate me deixava bêbada. Era como uma espécie de heroína sexual, destruindo meu cérebro. Meu cérebro? Quem precisa de um cérebro? Eu não precisava dele. Minhas mãos deslizaram em seus cabelos, puxando e torcendo e tentando puxar seu corpo inteiro para dentro do meu. Ele gemeu em minha boca, um som que poderia ter inspirado coros de anjos a pecar. Eu senti seu toque em minha língua, e eu caí aos pedaços. Suspirei, o menor gemido, e tornou-se cada vez mais difícil beijá-lo, devido ao sorriso gigante que estava ultrapassado o meu rosto. Ele recuou um pouco, e riu.

- Você certamente parece feliz.

- Continue a me beijar, por favor - eu insisti, trazendo de volta seu rosto para o meu.

- É como beijar um Jack ‘o’ lanterna*, o que é esse sorriso? - Ele riu novamente, sorrindo para mim com um sorriso que parecia tão grande quanto o meu.

- Estou feliz, você não está? - Suspirei contente, brincando com seus cabelos.

- Eu não acho que feliz é a palavra para isso, mas sim, eu estou feliz - respondeu ele, beijando-me outra vez, suavemente, docemente.

- Ok Cowboy, pronto para ver onde o GPS nos levará? - Eu perguntei, bagunçando seu cabelo e me afastando. Eu não podia manter as minhas mãos sobre ele por muito tempo, ou nunca iríamos embora.

- Vamos ver como perdemos realmente são - ele sorriu, e nós estávamos em nosso caminho.

                                                              *   *   *   *   *   *

- Acho que esta é a sua vez, sim, é isso - disse ele, fazendo-me saltar no meu lugar. Nós retornamos, logo que nós (o GPS) descobrimos onde estávamos, estávamos apenas cerca de 15km de Nerja, e estávamos um pouco bêbados quando o "jet lag" começou a afirmar-se um pouco mais. O que para nós se manifestou como uma feliz bofetada.

Quando nós fizemos a uma última curva, ambos nos entreolhamos e eu gritei. Nós tínhamos visto pedaços do oceano por poucos quilômetros ou algo assim, espreitando a cada tantas vezes por detrás de árvores ou sobre um precipício. Agora, quando nós passamos por um pequeno caminho de paralelepípedos, a percepção de que Joe tinha alugado uma casa que não era apenas perto da praia, mas na praia, se tornou evidente, e fiquei impressionada com a visão silenciosa diante de mim.

Joe se dirigiu para a casa, os pneus esmagando as pedras moles. Quando desligou o carro, ficamos quietos, e eu podia ouvir instantaneamente o som das ondas batendo contra a costa rochosa, que estava apenas cerca de cem metros de distância. Sentamos por um instante, apenas olhando, sorrindo um para o outro antes de eu me mexer para fora do carro.

- Este é o local onde vamos ficar? Esta casa toda, é sua? - Exclamei enquanto ele agarrava nossa bagagem de mão e se movia para ficar ao meu lado.

- É nossa, sim - ele sorriu e acenou para eu andar na frente dele.

Enquanto eu caminhava na direção da casa, os meus olhos se tornaram cada vez maiores. Ela era encantadora e magnífica, tudo ao mesmo tempo. As paredes de estuque branco, azulejos, telhado de argila, linhas limpas e suaves arcadas. Laranjeiras na passagem da estrada, buganvílias e trepadeiras forravam os muros do jardim. A casa era uma casa de campo clássica, construída perto do mar e dentro era como um casulo. Enquanto Joe procurou debaixo do vaso pela chave, inalei os aromas cítricos, a grama verde e o ar distintamente salgado.

- A-ha! Achei, pronta para ver o interior? - ele perguntou, esforçando-se na porta. Estendi a mão para a sua, enfiando os dedos através da dele, e me inclinando para beijar sua bochecha.

- Obrigado.

- Por quê? - ele perguntou.

- Por trazer-me aqui - eu sorri, e beijei-o nos lábios.

- Mmm, mais desse açúcar que você me prometeu - ele sorriu, deixando cair o saco e me pegando em um abraço forte.

- Aguenta ai, vamos ver a casa! - Eu chorei, serpenteando livre e passando por ele através da porta. Assim que eu passei da primeira porta de entrada, eu parei congelada. Ele estava perto do meu calcanhar, e ele esbarrou em mim enquanto eu estava imóvel, apenas olhando para tudo. A sala de estar era rebaixada, salpicada com pelúcia branca e sofás confortáveis, cadeiras mais leves até que eu assumi que era a cozinha. Portas francesas na parte de trás da casa se abriam para vários pátios no grande terraço, afundando em direção à praia rochosa. Mas o que era verdadeiramente espantoso era o oceano. Da esquerda para a direita, através das janelas gigantes, tudo o que podia ver era o azul profundo do Mediterrâneo preguiçoso. O litoral curvado por trás da cidade de Nerja, as luzes começando a brilhar enquanto o crepúsculo caia pela praia, iluminando as outras casas brancas que pontilhavam os penhascos. Eu abri as portas e deixei que o ar suave se derramasse sobre mim e por dentro da casa, nos cobrindo com seu perfume.

Caminhei em direção as grades de ferro forjado, situadas na borda de um pátio de telha de barro ladeada por oliveiras. Colocando as mãos no corrimão quente, eu olhei e olhei e olhei. Eu senti Joe andar atrás de mim, e sem uma palavra, ele colocou os braços em volta da minha cintura e se aninhou em mim, descansando a cabeça no meu ombro como se olhasse para o mar. Inclinei-me de volta para ele, sentindo os ângulos e os planos de seu ajuste do corpo contra o meu, respirando profundamente o nosso meio ambiente e ele.

Sabe aqueles momentos, quando tudo está exatamente do jeito que era para ser? Quando você se encontra e todo o seu universo se alinha em perfeita sincronia, e você sabe que não poderia ser mais perfeito? Eu estava dentro deste momento, e plenamente consciente disso. Eu ri um pouco, sentindo o sorriso alongar em seu rosto enquanto ele apertava a minha garganta.

- É bom, né? - ele sussurrou.

- É muito bom - eu respondi de volta, e vimos o pôr do sol em um silêncio encantado. Depois de assistir ao pôr do sol até que ele foi totalmente embora, fomos explorar o resto da casa. A casa era mais bonita enquanto nós fomos de quarto em quarto, gritando comigo mais uma vez na mira da cozinha. Era como se eu fosse transportada para a casa Ina, em East Hampton, com um toque espanhol. Geladeira grande, bancadas em granito lindo, e um fogão Viking. Um fogão Viking real, tão brilhante e bonito que Joe realmente teve que fisicamente me arrastar para longe, quando eu ameacei escalar e tirar uma soneca nele. Eu nem sequer queria saber o quanto ele estava pagando por esta casa, eu tinha decidido apenas desfrutar. E estávamos desfrutando, correndo para frente e para trás como crianças quando encontramos o banheiro com uma banheira enorme.

E então fizemos o nosso caminho para o quarto principal. Eu estava saindo do banheiro com a banheira construída para dois quando o vi de pé no final do corredor, fora da porta.

- Que diabos você achou para você estar assim tão quieto? Você pode olhar para isso? - Parei ao lado dele, admirando da porta.

Se a minha vida tivesse uma trilha sonora, o tema de 2001: Uma Odisséia no Espaço estaria tocando.

Lá, no meio de um quarto de canto, com o seu próprio terraço com vista para o mar mais bonito do mundo, estava a maior cama que eu já tinha visto. Esculpida do que parecia ser teca, a cama era maior do que o meu apartamento de volta para casa. Milhares de travesseiros de seda macios brancos empilhados contra a cabeceira, derramando para baixo sobre um edredom branco. Era coberta por um milhão ou mais lençóis de fios brilhantes, realmente brilhantes, como se fossem iluminados por dentro. Leves cortinas de seda branca penduradas em varas suspensas sobre o leito, criando um dossel, enquanto mais cortinas eram penduradas nas janelas com vista para o mar lá embaixo. As janelas estavam abertas, fazendo com que todas as cortinas soprassem suavemente com a brisa, dando a todo quarto um leve, fofo, efeito de vento.

Era a cama para acabar com todas as camas. Era onde as camas queriam morrer. Era o paraíso das camas.

- Uau - eu consegui, ainda no corredor ao lado de Joe.

Era hipnótico. Era como se tivesse um imã na cama, atraindo-nos pra dentro.

- Você poderia dizer isso de novo - ele gaguejou, nenhum de nós capaz de olhar para longe da cama.

- Uau - eu repeti, ainda olhando. Eu não conseguia parar de olhar para ela, de repente eu estava muito, possivelmente, terrivelmente nervosa. O que eu tinha era um lindo caso de ansiedade de desempenho, como uma idiota.

Joe riu da minha piada fraca, e ele me trouxe de volta a ele.

- Sem pressão, hein? - ele disse, olhos tímidos. Bate-Parede tímido?

Eu tinha uma escolha. Eu poderia ir com a sabedoria convencional, se diz sabedoria quando dois adultos estão de férias juntos em uma casa linda com uma cama que é a encarnação do sexo começam imediatamente a foder sem parar... ou. Ou, eu poderia esperar e apenas desfrutar. Queria que ficássemos juntos e deixar as coisas acontecerem quando elas acontecerem. Sim, eu gostava mais dessa ideia.

Eu pisquei, e dei um salto correndo para a cama, travesseiros caindo por todo o quarto. Olhei sobre o monte para vê-lo inclinar-se na soleira da porta, uma visão que eu tinha visto tantas vezes antes. Ele parecia um pouco nervoso, mas ainda lindo.

- Então, quando você vem dormir? - Gritei, e seu rosto relaxou em um sorriso, meu sorriso.

                                                            *   *   *   *   *   *

- Vinho?

- Estou respirando?

- Então vinho - ele bufou, selecionando uma garrafa de Sophia na geladeira generosamente abastecida de vinho. A família que alugou esta casa incluiu algumas das necessidades, que incluia muitas garrafas de vinho, e algumas coisas para comer. Ela agora estava completamente escura, e todos os pensamentos que tivemos de ir para a cidade desapareceu quando o jet lag se fez mais presente. Decidimos ficar em casa esta noite, dormir uma boa noite, e nos mandarmos para a cidade pela manhã. Havia um frango assado, azeitonas, uma cunha de Manchego, alguns lindos presuntos que pareciam Serrano, e uma probabilidade bastante pequena de fazer uma refeição. Montei pratos enquanto ele derramou o vinho, e logo nos encontramos sentados no terraço. Podíamos ouvir o mar batendo abaixo, o passadiço de madeira até a praia estava amarrado com pequenas luzes brancas.

- Devemos ir até à praia antes de dormir, pelo menos dar um passeio.

- Feito. O que você quer fazer amanhã?

- Depende, quando você precisa começar a trabalhar?

- Bem, eu conheço alguns dos lugares que eu preciso ir, mas eu preciso fazer um pouco de pesquisas ainda, quer vir junto?
 
- É claro, começamos na cidade de manhã e vemos onde isso vai dar? - Eu perguntei, mordiscando uma azeitona. Ele ergueu o copo e acenou para mim.

- Veremos onde vai dar - ele brindou, e eu levantei a minha taça à sua.

- Eu sou a segunda - eu respondi, nossos copos tinindo e nossos olhos presos. Nós dois sorrindo, um sorriso secreto. Estávamos finalmente sozinhos, só nós, e não havia nenhum outro lugar do planeta que eu queria estar. Comemos o nosso jantar, roubando olhares do outro por toda parte, e tomamos um gole do nosso vinho. Isso nos deixou sonolentos, e moles, e um pouco melindrosos.

Até o momento que nós chegamos até a praia, escolhendo cuidadosamente nosso caminho ao longo da costa rochosa, ele tinha agarrado minha mão para caminhar, mas nunca a soltou. Ficamos na borda da terra, os ventos fortes chicoteando o sal através do nosso cabelo e nossas roupas, batendo um pouco nas nossas costas.

- É bom, estar com você. Eu, hum, bem, eu gosto de segurar sua mão - eu admiti, sentindo-me  corajosa com o vinho. A conversa espirituosa tinha o seu lugar, mas às vezes, tudo que você precisa é a verdade. Ele não respondeu, apenas sorriu e levou minha mão à boca, dando um pequeno beijo em meus dedos.

Ficamos em silêncio enquanto observávamos as ondas, e quando ele me puxou para seu peito, aconcheguei-me a ele, e respirei lentamente. Realmente fazia tanto tempo desde que eu tinha me sentido tão, oh como eu estava me sentindo... cuidada?

- Jillian me disse que você sabe o que aconteceu aos meus pais - ele disse tão baixinho que eu mal podia ouvi-lo.

- Sim. Ela me disse.

- Eles costumavam das as mãos o tempo todo, não para mostrar nada, você sabe?

Eu não disse nada, apenas balancei a cabeça em seu peito e suspirei.

- Eu sempre vejo esses casais, que se dão as mãos e fazem um show sobre isso, chamando uns aos outros e Baby, Docinho e Mel, e parece, eu não sei, de algum modo, falso. Como eles estariam se não estivessem na frente de ninguém?

Concordei novamente.

- Meus pais? Eu nunca pensei muito sobre isso no momento, mas quando penso sobre isso agora, percebo que suas mãos eram praticamente costuradas, sempre se explorando com a mão. Mas quando ninguém estava olhando, sabe? Como, quando eu voltava para casa após algum treino a noite e os encontrava assistindo TV, em cada extremidade do sofá, mas com as mãos apoiadas em um travesseiro para que eles pudessem continuar a se tocar... isso só... eu não sei, isso é bom.

Minha mão, que ainda estava escondida em sua própria, apertou-lhe, sentindo seus dedos fortes a envolvendo.

- Parece que eles ainda eram um casal e não apenas uma mãe e um pai - eu disse, ouvindo a sua respiração acelerar um pouco.

- Sim, exatamente.

- Você sente falta deles.

- Claro.

- Pode soar estranho, já que eu nunca os conheci, mas eu sinto como se eles fossem estar muito orgulhosos de você Joe.

- Sim.

Ficamos calados por um minuto, sentindo a noite em torno de nós.

- Quer voltar para casa? - Eu perguntei.

- Sim - respondeu ele, beijando o topo da minha cabeça quando começamos a fazer o nosso caminho de volta. Mãos coladas como se alguém tivesse espalhado cola mil nelas.

                                                           *   *   *   *   *   *

Eu tinha deixado Joe limpar a bagunça do jantar, querendo um banho rápido antes de dormir. Após me lavar para retirar o peso do dia, do aeroporto e da viagem, eu vesti o blusão que eu costumo dormir, cansada demais para algumas das lingeries que eu tinha embalado. Sim, eu tinha trazido lingerie. Nós estávamos esperando, mas vamos lá, eu não era freira.

Fiquei na frente do espelho no meu quarto, torcendo meu cabelo com uma toalha, quando eu vi ele aparecer na porta. Ele estava em seu caminho para o quarto após seu próprio banho, vestindo um par de calças de pijama e mais nada, além de uma toalha enrolada no pescoço. Eu estava exausta, mas não tão esgotado que eu não apreciasse a forma na minha frente. Eu o vi no espelho enquanto ele me avaliava.

- Ei.

- Olá, teve um bom banho?

- Sim, foi surpreendente.

- Pronta para a cama? - ele perguntou.

- Eu mal posso manter meus olhos abertos - eu respondi, bocejando enormemente para pontuar.

- Posso te dar algo, água? Chá? Qualquer coisa? - ele ofereceu. Eu me virei para encará-lo, quando ele entrou.

- Sem água, sem chá, mas há uma coisa que eu gostaria, antes de ir dormir - eu ronronei, dando alguns passos até ele.

- O que é?

- Beijo de boa noite? - Eu ronronei e seus olhos escureceram.

- Oh diabo, isso é tudo? Isso eu posso fazer - ele sorriu, fechando a distância entre nós e deslizando os braços facilmente ao redor da minha cintura.

- Me beije seu bobo - Eu o provoquei, caindo em seus braços como um melodrama dos velhos tempos.

- Um beijador bobo, chegando - ele riu, mas dentro de segundos, ninguém estava rindo. E em poucos minutos, ninguém estava de pé.

Depois de cair na Cidade do Prazer, nós nos mexemos, braços e pernas torcidos desta maneira e, os beijos cada vez mais frenéticos. Minha camisa estava apanhada em torno de minha cintura, e a sensação de seu “Oi Querida” contra a minha Perseguida era totalmente indescritível. Ele choveu beijos para baixo em cima do meu pescoço, lambendo e chupando a minha pele, enquanto eu gemia como uma prostituta na igreja.

Para ser honesta, eu realmente nunca ouvi um gemido de uma prostituta na igreja, mas eu tive uma sensação de que ela soava muito parecida com o som profano que estava transbordando da minha boca.

Ele virou-me como uma boneca de pano, sua força era inacreditável enquanto ele me colocou em cima dele, as pernas de cada lado, do jeito que eu queria ficar por muito tempo. Ele suspirou debaixo de mim, olhando para cima quando eu com impaciência empurrei meu cabelo longe do meu rosto para que eu pudesse verdadeiramente apreciar a magnificência que eu estava em cima.

Os nossos movimentos abrandaram, depois pararam completamente, olhando descaradamente para o outro, se secando sem vergonha.

- Incrível - ele respirou, colocando a mão suavemente no meu rosto, enquanto eu o olhava.

- Essa é uma boa palavra para isso, sim. Incrível - eu concordei, virando o rosto para beijar a ponta dos seus dedos. Ele olhou em meus olhos novamente, o cais fazendo o seu vodu que me deixou uma poça de vodu goo. Para ele tão woo*. Vê o que ele fez comigo?

- Eu não quero estragar tudo - disse ele, de repente, suas palavras me quebrando de minhas rimas Seussian**.

- Espere, o quê? - Eu perguntei, balançando a cabeça para limpá-la.

- Isso. Você. Nós. Eu não quero estragar tudo - insistiu ele, sentado debaixo de mim, minhas pernas envolvendo em torno de suas costas.

- Ok, então não estrague - eu me arrisquei, sem saber onde isso iria.

- Quer dizer, você precisa saber, eu não tenho experiência com isso - ele começou, e eu levantei uma sobrancelha.

- Eu tenho uma casa com uma parede que discorda disso... - Eu ri, e me esmaguei em seu peito, inexplicavelmente rígido. - Hey, hey... o que houve? O que está acontecendo? - Eu o acalmei, esfregando as mãos para cima e para baixo de suas costas.

- Demi, eu, Jesus, como posso dizer isso sem soar como um episódio de Dawson's Creek... - ele tropeçou, conversando com meu pescoço. Eu não poderia evitar, eu ri um pouco quando Pacey piscou na minha cabeça, e o riso o trouxe de volta. Afastei-me um pouco para que eu pudesse vê-lo, e ele sorriu com tristeza.

- Ok, Dawson que se dane, eu realmente gosto de você Demi. Mas eu não tenho uma namorada desde o colégio, e eu não tenho idéia de como fazer isso. Mas você precisa saber, que o que eu sinto por você? Merda, é apenas diferente, ok? E se as paredes falarem, o que quer que as paredes da sua casa digam, eu preciso que você saiba disso? O que temos, ou teremos? É diferente ok, você sabe disso né?

Eu sabia o que ele estava dizendo, ele estava me dizendo que eu era diferente, que eu não era substituta para o harém. E isso, eu sabia. Ele estava olhando para mim tão intensamente, tão sério, e meu coração só se abriu ainda mais. Dei um beijo suave contra seus doces lábios.

- Primeiro de tudo, eu sei disso. Em segundo lugar, você é melhor nisso do que você pensa - Eu sorri, apertando seus olhos fechados e beijando cada pálpebra.

- E em terceiro lugar, eu amava Dawson's Creek, e você faria a WB* se orgulhar - eu ri, enquanto seus olhos abriam e saltavam para trás enquanto o alívio corria por eles. Eu meti-o em meu recanto, o espaço entre o ombro e o peito, e o mantive ali enquanto o embalava um pouco para trás e para frente, a corrida dos hormônios de mais cedo substituídas quando nós encontramos este novo espaço, esta intimidade quieta que estava se tornando quase viciante. - Eu queria que nós levássemos as coisas devagar, você é um bom galanteador - eu sussurrei, e ele ficou tenso debaixo de mim. Eu podia o sentir tremer um pouco.

- Eu sou um bom galanteador? - Ele riu, as lágrimas brotando em seus olhos enquanto ele tentava controlar a sua histeria.

- Oh cala a boca - eu gritei, batendo-lhe com um travesseiro. Nós rimos por mais alguns minutos, caindo de volta na cama exuberante, e quando o jet-lag finalmente caiu sobre nós, estávamos liquidados juntos. Não havia dúvida em minha mente sobre fazê-lo ir dormir em seu quarto, eu queria ele aqui. Comigo. Rodeado por almofadas e Espanha, e aconchego. O último pensamento que eu tive, antes de cair no sono, com seus braços fortes em volta de mim...

Eu poderia estar me apaixonando pelo meu Bate-Parede.

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O primeiro HOT está chegando... eu sei que vcs estão bem curiosas, então, irá acontecer aí na Espanha mesmo e antes terá um momento HOT <3

6 comentários:

  1. Aí que capítulo divo! Jesus esses dois vão acabar me matando kkkkkk
    E o hot chegando! Até que enfim !!!
    Continua ...
    Fabíola Barboza :*

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  2. Momento hot antes do hot? La vem, só pra ansiedade aumentar ne?
    Acho tão fofo o Joseph confiando na Demi sobre os pais, eles no futuro.... eu espero.
    Viagem maravilhosa sem o bando pra atrapalhar ne kkkkkk

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  3. Cara super perfeito!
    Eu simplismente amei!
    Muito divo <3
    Posta logo!!!
    Beijos com glitter!

    By - Milena...! :-D ;-)

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  4. Ahhh que divo
    Posta logo

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  5. Cara que perfeito
    Adorei o momento jemi <3
    Muito perfeitooooo!
    Beijos com glitter!
    Amo muito vc!!!

    By - Milena... :-D ;-)

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  6. Perfeição indescritível!! É muito amor esses dois..,.. posta mais please!!!!!!

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