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JOE TINHA três irmãs, então sabia que não adiantava tentar fazer uma mulher mudar de ideia quando ela estava completamente decidida. E a morena sexy, no vestido azul de seda, estava muito decidida a ir embora. Engraçado, todavia... ele tinha a impressão de que ela decidira abandoná-lo antes mesmo que tivesse dado o lance alto no leilão.
O que, francamente, o fazia se sentir melhor. Porque o desinteresse dela não era pessoal. Joe só precisava se certificar de que o interesse dela se tornasse muito pessoal.
Porque não permitiria que aquela dispensa arrogante e o balanço dos quadris arredondados se movendo para fora da porta do salão de bailes fossem o fim do relacionamento deles. De jeito nenhum. Ela havia sido sexy e misteriosa, distante e inacessível, de trás daquela cortina preta. Agora que ele vira aqueles olhos castanhos tempestuosos, ouvira aquela voz rouca e capturara um vislumbre do lindo sorriso e das covinhas adoráveis, Joe achava-a não apenas sexy e natural, mas também desejável de tirar o fôlego.
E não mais inacessível. Ele tinha uma razão legítima para encontrá-la. Uma boa razão. Devia-lhe o que prometera, e nunca deixava de cumprir uma promessa.
Joe nem mesmo considerou segui-la. Não precisava fazer isso. Chicago podia ser uma cidade grande, mas o mundo onde os milionários viviam era pequeno e incestuoso. Poderia descobrir quem ela era com algumas perguntas bem colocadas, na área de recepção no fim do corredor.
O problema era que Joe não queria ir àquela recepção. Tinha escapado das garras das peruas ricas e não desejava cair nelas de novo. Felizmente, não precisou fazer isso.
– Com licença – disse ele, indo para o guichê onde as doações eram feitas. Estava quase deserto agora, com apenas alguns voluntários contando dinheiro, separando cheques e limpando ao redor.
– Sim? – respondeu uma morena atraente. Joe a reconheceu como a mulher que dirigia a instituição de caridade beneficiada pelo leilão desta noite... o programa Dê um Natal a uma Criança que proporcionava feriados tradicionais para famílias que moravam em abrigos para mulheres abusadas, em Chicago. Noelle alguma coisa. Ela havia sido sincera e amigável, um pouco estressada, mas não friamente divertida e crítica, como algumas das organizadoras do leilão tinham sido quando ele chegara.
– Eu devo ser burro – disse Joe, oferecendo-lhe um sorriso. – Mas, de alguma maneira, deixei a mulher que ganhou o encontro comigo escapar, sem que fizéssemos nossos planos finais. E não sei como entrar em contato com ela.
A mulher franziu o cenho.
– Qual era o nome dela?
Dificuldade número um. Joe pensou em fugir da pergunta, então decidiu que honestidade era provavelmente o melhor caminho. Se a morena sentisse pena por ele ter sido comprado, depois descartado como o lixo do dia anterior, talvez fosse mais cooperativa em lhe dar a informação que ele queria.
– Para ser sincero? Ela não me deu um nome. Acho que ficou com medo, depois de ter gastado 25 mil dólares.
Reconhecimento estampou-se no rosto da mulher.
– Ah, sim, eu me lembro dela. – Como se quisesse consolá-lo, acrescentou: – Ela comentou que tinha outro compromisso. Tenho certeza de que estava com pressa, e não percebeu que não havia lhe dado seu nome e número de telefone.
– Deve ter sido isso mesmo. Eu realmente apreciaria a sua ajuda... Noelle, certo?
– Certo – replicou ela. – Noelle Santori. – Voltando sua atenção para o dinheiro que estivera contando, acrescentou: – Não será difícil encontrá-la. Só há um cheque feito neste valor esta noite.
A mulher manuseou a pilha de cheques dentro da caixa-forte de metal, puxou um para fora e exclamou:
– Aha! – Então franziu o cenho. – Ah, o cheque é de uma empresa, e não um cheque pessoal. O nome dela não está impresso aqui, e a assinatura é um pouco... difícil de decifrar.
– O nome dela é Demetria Lovato – falou uma mulher atrás dele. Joe virou-se e viu uma morena magra e atraente, observando-o com expressão especulativa. Ele não a conhecia, pelo o que podia dizer. Ela podia ser uma das quatro princesas ricas e excitadas que tinham disputado por ele com lances rápidos, enquanto riam. Ou talvez não fosse. As luzes não tinham lhe permitido um olhar perto o bastante para que Joe tivesse certeza.
– Aqui – disse a morena, entregando-lhe um cartão. – Demi trabalha num banco no centro da cidade. O endereço está aí. – Ela olhou-o de cima a baixo, estudando-o como se ele fosse uma lagosta de 1,92 metro de altura num tanque de um restaurante chique. E como se estivesse faminta por um prato apetitoso.
Finalmente, ela suspirou e cruzou os braços.
– Tenho certeza de que o fato de ela ter ido embora sem pegar o que veio buscar foi um equívoco. – Portanto, certifique-se de procurá-la. – A morena virou-se, aconchegando mais sua echarpe... inapropriada para o clima... ao redor dos ombros. Enquanto ia embora, emitiu um sussurro final: – Talvez você seja a resposta para uma prece.
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Esse ficou bem pequenininho, mas daqui a pouco, mesmo se não tiver comentários, eu posto mais um... daqui a 30 minutos :D
Esse ficou bem pequenininho, mas daqui a pouco, mesmo se não tiver comentários, eu posto mais um... daqui a 30 minutos :D
Aposto que foi a Selena! Kkkkkkk
ResponderExcluirIsso é bem típico dela!!
Continua
Fabíola Barboza :*