3.7.14

Stripped - Capitulo 8 (1/2) - MARATONA 4/10

 
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Eu chego em casa depois das três da manhã, então eu não tenho tempo para voltar para os arquivos do projeto antes das aulas no dia seguinte. Minha primeira aula é às oito, e já que eu tenho que estar no escritório da Fourth Dimension imediatamente depois da aula, visto minha roupa de trabalho antes de eu sair do dormitório. Não há tempo entre as aulas para nada, mas me apresso para a próxima aula. Eu nem sequer tenho tempo para almoçar, como a maioria dos dias. Desde o momento que deixo a minha aula de História da Europa desde 1700, meu estômago fica rosnando por horas. Eu carrego minha mochila cheia de livros e cadernos, lanço a minha bolsa no meu corpo, e ando em meus saltos de oito centímetros para o ponto de ônibus.

Meu estômago está uma bagunça, agitando e rosnando, entre fome e náuseas. Hoje é o primeiro dia que a equipe da Fourth Dimension se encontrará com o elenco do filme. O projeto passou por desenvolvimento e pré-produção, e agora estamos nos preparando para começar realmente a filmagem. Eu não sei o que esperar. Eu deveria, mas não sei. Eu deveria ter todos os aspectos do projeto memorizados agora, mas eu nem mesmo sei quem é o líder. Estou nervosa, animada, e com medo. Nas minhas aulas de cinema eu já passei por todo o processo de fazer cinema em miniatura, desde o desenvolvimento de som e elétrica, câmera de audições até a pós-produção. Mas isso tudo foi em maquetes na aula. Isto é real. Eu vou trabalhar com um ator de verdade, ser praticamente uma assistente pessoal dele e vários outros requisitos.

O estacionamento da Fourth Dimension está cheio de carros caros. Há uma Ferrari, um Bentley, uma limusine, e uma variedade de Mercedes e BMW. E então, na parte de trás, está um carro esportivo de prata-cromado que é quase um espelho. O carro parece que vale mais do que todos os outros carros no estacionamento juntos, embora eu não poderia dizer de que marca é. E aqui estou eu, chegando a pé da parada de ônibus.

Eu entro no banheiro feminino antes de ir para a sala de conferência. Eu trouxe uma nova blusa para trocar, sabendo que eu iria suar com o que estou vestindo. Coloco desodorante, minha blusa nova, retoco a maquiagem e arrumo meu cabelo. Eu estou vestida com minha roupa mais conservadora. É uma saia de linho cinza claro que vai até o tornozelo, um par de sapatos de salto pretos, e uma blusa branca não reveladora. Eu pareço profissional, como uma empresária. Não há um nada sexy na minha aparência, e isso é exatamente como eu quero.

Eu pego o elevador e sigo o som de vozes para a sala de conferência. A reunião está em pleno andamento, mas Kaz sabe que eu venho direito da aula. Faço uma pausa fora da porta, fora da vista, e tomo uma respiração profunda, seguro o ar e conto até dez. Através dessa porta sentam alguns dos homens e mulheres mais poderosos e influentes de Hollywood. E depois vem eu, a filha problemática de um pastor da Georgia, uma estudante de cinema cursando o seu caminho na faculdade.

Eu não sei por que este pensamento me atinge agora. Ninguém sabe o que eu faço. Lizzie mal reconhece a minha presença, Kaz acha que trabalho em um bar (que é uma espécie de verdade), e não há ninguém que se importa. Eu não sou amiga de qualquer um dos meus colegas de classe. Devin está ocupada com a sua própria vida em Auburn, e meu pai não quer saber se eu estou viva. É melhor assim. Eu não estou sozinha, eu estou muito ocupada para os amigos.

Então, por que eu pisco evitando o borrão, o sal molhado em meus olhos? O tapete bege liso sob meus pés se movimenta.

Respirações profundas, longas e lentas, e firmeza. Eu posso fazer isso. Eu posso fazer isso.

Eu pisco forte, cavo um lenço de papel da bolsa, e enxugo os olhos, em seguida, verifico a minha maquiagem em um espelho compacto.

Eu empurro a porta, com um sorriso apertado no meu rosto. Uma dúzia de cabeças se volta para mim. Kaz sorri para mim de seu lugar na cabeceira da mesa oval de comprimento e com um aceno me indica a mesa. Ele aponta para eu sentar em uma cadeira vazia. Estou muito nervosa para registrar quem está na sala. Eu tomo o assento e me concentro em respirar. Ouço Kaz falando no meu ouvido, e percebo que ele está me apresentando. Perco vários nomes, mas eu sei a maioria deles. Eu reconheço Bill Henderson, o diretor de áudio; Francine James, a diretora de elenco; Ollie Muniz, o diretor da unidade. Alguns outros nomes, eu perco, mas está listado nos arquivos. Eu forço minha atenção em Kaz.

—... Erskine, nosso diretor. Atrás de você, Demi, é Rose Garret, que será Scarlett. Ao lado de Rose é Carrie Dawes, fazendo Melanie. Armand Larochelle à sua esquerda, que será Ashley Wilkes... — Minha respiração pega dolorosamente no meu peito quando eu ouço o nome de Armand. Ele está me olhando atentamente, um pequeno sorriso em seus lábios. Mas Kaz não terminou com as apresentações ainda. — E, por último, mas não menos importante, na cabeceira da mesa é Joe Jonas, que tem o papel de Rhett.

Estou tonta, o mundo está girando, meu coração arrebentando no meu peito. Não. De jeito nenhum. Eu forço meus olhos até Joe. Seu rosto está vazio e cuidadosamente inexpressivo, mas sua boca está voltada para baixo um pouco, apertado nos cantos.

Kaz está claramente alheio à tensão súbita. — Eu tenho certeza que você está familiarizada com o trabalho de Joe, Demi. Você vai ser sua assistente durante o filme. Qualquer coisa que ele precisar, você irá proporcionar. Qualquer coisa. — Os olhos de Kaz estalam nos meus, e me obrigo a respirar antes que eu desmaie. Kaz aborda Joe. — Demi é a melhor estagiária que eu já tive, Sr. Jonas. Tenho total confiança em suas habilidades.

Joe esfrega o lábio superior com o dedo. — Demi, não é? Você tem um sobrenome, Senhorita Demi?

Eu engulo em seco. — Sou... Lovato. Demi Lovato.

Estou a dois assentos de distância de Joe, mas parecemos ser as duas únicas pessoas na sala. Ele está me olhando atentamente, como se pudesse ver os meus segredos através dos meus olhos. Só que, ele já sabe o meu segredo.

Eu relembro a noite anterior, o seu olhar quente no meu, suas mãos na minha pele, os olhos investigando o meu corpo nu. Eu sinto seus lábios contra os meus. Eu tropeço em meus pés e me encaminho para a porta.

— Desculpe-me, — eu murmuro para Kaz. — Eu não estou... Eu não estou me sentindo bem. Alguma coisa... que eu comi. — coloco minha mão sobre a minha boca e corro para o banheiro feminino, onde me curvo em um vaso sanitário e vomito, uma inundação ácida que queima.

Isso não pode estar acontecendo. Não é real. Eu sei que é fato que Kaz vai me demitir num piscar de olhos, se descobrir que eu sou uma stripper. Eu o vi demitir uma secretária-assistente quando ele descobriu que ela tinha feito striptease na faculdade. Ele a demitiu, não por ter sido uma stripper, mas por ter mentido sobre isso. Eu menti sobre isso. Não diretamente, mas por omissão. É o suficiente. Eu não posso trabalhar com Joe. Agora não. Ele sabe o meu segredo. Ele tem poder sobre mim.

Não importa tudo isso. Joe é mesmo o problema. A maneira como ele olha para mim, do jeito que ele me toca. Mesmo no ambiente de negócios em público na sala de conferências, seus olhos ardiam nos meus, mercúrio cinza e hipnótico. Sua mera presença faz o meu sangue correr e meu corpo tremer.

Eu ouvi a porta do banheiro abrir e um par de saltos andar em todo o azulejo. Carrie Dawes empurra a porta do box aberta e toca minhas costas, em seguida, afasta meu cabelo.

— Demi? Você está bem? — Carrie é jovem e bonita, com o cabelo naturalmente vermelho e pele clara, e ela ganhou muita atenção recentemente por seus papéis principais em alguns dos filmes dramáticos de melhor avaliação dos últimos três anos.

Concordo com a cabeça e me forço a ficar de pé. — Sim, eu estou bem. — Eu limpo minha boca e passo por Carrie em direção à pia. — Obrigada. Algo que eu comi não me fez bem.

Carrie se inclina para trás contra o balcão, e eu a vejo em dúvida. — Uh-huh. Parece que você viu um fantasma.

— Eu tive uma noite longa e alguns alimentos ruins. Estou bem. — tenho uma garrafa de enxaguante bucal na minha bolsa, e eu lavo a boca com ele.

Carrie revira os olhos. — Se você diz. — Ela sai, então, e eu estou sozinha mais uma vez.

Ligo a torneira e molho as minhas mãos em concha sob a água fria, enxáguo a boca e cuspo várias vezes para tirar o gosto de bile da minha boca. Retoco meu lábio manchado quando a porta do banheiro se abre. Joe passa pela porta, e eu não posso respirar de novo. Ele está vestido com calça de brim azul escura e uma blusa cinza apertada que parece mais suave do que nuvens. Seu cabelo escuro está artisticamente despenteado, e uma sombra de barba cobre o queixo áspero. Seus olhos combinam com sua camisa, a cor de um céu nublado. Ele não para e atravessa o banheiro para ficar apenas a um centímetro de distância.

Eu não posso encontrar seus olhos. Minhas bochechas se sentem como se tivessem sido incendiadas. — Sr. Jonas. O que posso fazer por você?

— Você pode se explicar. — Sua voz é como um terremoto sentido a quilômetros de distância, um ruído surdo.

Eu me afasto para longe dele, mas eu ainda posso sentir o calor que emana do seu corpo, duro, enorme, como se ele fosse uma fornalha. Eu dou de ombros, giro um ombro. — Não há nada para explicar, senhor.

— Pare com isso. Mesmo se você fosse apenas uma estagiária-assistente, não me chame de senhor. Como você chegou aqui? 

— Eu tomei um ônibus. 

Joe grunhe em irritação e esfrega as mãos sobre o rosto. — Não seja estúpida.

Tento respirar, mas eu não posso. Eu vejo o seu reflexo no espelho, e a realidade ofuscante de sua presença na minha frente. Ele é muito lindo para palavras. Muito homem para ser real. Suas bochechas são altas e afiadas, sua mandíbula é como uma escultura de mármore. Seus braços são grossos, longos e ondulados com músculos. A camisa é uma segunda pele sobre os músculos. A calça jeans recebe as coxas e o traseiro, e eu simplesmente não posso olhar para longe dele. Eu fecho meus olhos e tento respirar. Estou enjoada novamente. 

— Eu vou fazer isso ser fácil. — Joe diz. — Você estava no clube na noite passada. Você é a Gracie. Agora você está aqui, e você é Demi.

Sinto uma onda de pânico, e ela sai como raiva. — Não há nada para explicar! Você já sabe de tudo, não é? Você viu o que eu faço. Que mais você quer que eu diga?

Eu me afasto do balcão, mas os meus pés deslizam. E eu não gosto. Braços fortes me pegam e me seguram, me colocam de pé.

— Não me toque. — eu agarro, empurrando para longe dele.

— Demi, está tudo bem. Eu não me importo.

— Não está tudo bem. Eu me importo. — Eu estou encarando a porta, com Joe atrás de mim.

Seus dedos tocam meu ombro e facilmente me giram. Eu abaixo minha cabeça para evitar seus olhos, porque seu olhar é muito objetivo, parecem saber tudo. Apenas o toque de seus dedos no meu ombro é suficiente para deixar o meu coração batendo. Eu estava saindo, eu estava indo para fora, mas eu não posso me mover. Eu não posso me afastar. Ele está me sugando para a órbita de sua intensidade. Seu toque é uma correnteza. Ele me suga. É um catalisador, acendendo o fogo de necessidade. Eu preciso. Dele, do seu toque, algo assim. Qualquer coisa. Eu nem ao menos sei. Só ele.

Eu entro em pânico e corro para longe dele. — Eu tenho que ir.

— Para onde?

— Embora. Eu não sei. — Eu escancaro a porta, mas sua mão pega meu pulso e me para. Eu reclamo que me solte. — Eu disse, não me toque! Isso não vai funcionar, Sr. Jonas. Pedirei para Kaz... Quero dizer, o Sr. Kazantzidis, atribuir outro estagiário para você.

— Eu acho que não.

Eu não respondo. Argumentar é inútil. Não posso fazer isso. Ele é demais. Ele sabe. Trabalhar com ele profissionalmente, quando ele sabe o que eu sou... não. Eu não posso.

Volto para a sala de conferências, e todo mundo pergunta se eu estou bem. — Estou bem. — eu digo. — Kaz, podemos ter uma palavra em particular?

Ele franze a testa, mas acompanha-me ao seu escritório. Sento-me na cadeira de couro profundo na frente de sua mesa e espero que ele se sente. — Está tudo bem, Demi?

Balancei minha cabeça em uma negativa. — Não, senhor. Eu... Eu não posso aceitar esta missão.

— Demi, eu não entendo. Isso é de vital importância. Isso é potencialmente o maior filme que o estúdio já trabalhou. Poderia arrecadar bilhões. Qual é o problema?

Eu não sei o que dizer, como explicar sem explicar tudo. — Eu só... Eu não posso trabalhar com Joe Jonas.

Kaz se recosta na cadeira. — Deus. Eu estava me perguntando se isso seria um problema. — Ele suspira e mexe com sua caneta, girando-a em entre seus dedos. — Eu sei que Joe tem uma certa... reputação. Mas tenho certeza de que o seu tempo longe de Hollywood o amadureceu.

Eu não tenho nenhuma ideia do que ele está falando no começo, mas depois eu lembro de ter lido uma série de artigos em várias revistas sobre Joe. Ele tinha uma reputação como um festeiro e playboy mulherengo. Houve um escândalo envolvendo uma assistente casada, e depois outro com uma atriz famosa, também já casada. E nem se fala no desfile interminável de namoradas com que ele tinha sido fotografado. Ele tinha uma mulher diferente em seu braço em cada fotografia, várias das quais venderam histórias para a mídia sobre suas predileções no quarto. Ele gostava de sexo selvagem, de acordo com as histórias. E muito. Os escândalos montavam e giravam em torno dele como um furacão, mas apesar de tudo ele continuava atuando, e cada papel era melhor que o anterior, por isso ele continuou ganhando papéis. Em seguida, houve uma acusação de estupro, e foi quando Joe desapareceu dos olhos do público nos últimos anos. Este papel de Rhett Butler vai ser seu grande retorno, o "começar de novo" da sua carreira e sua imagem.

— Ele deu em cima de você? — Kaz pergunta.

Eu quero dizer que sim. Quero colocar a culpa toda em Joe, deixar sua reputação vencer a luta para mim. Mas eu não posso. Eu balancei minha cabeça. — Não, não é isso.
 
— Bem, então, eu confesso que não entendo. Qual é o problema?

Estou à beira das lágrimas. Eu respiro e tento me concentrar. — É... eu não posso, Kaz. Sinto muito. Eu só... não posso.

Kaz aperta a ponta de seu nariz. — Demi, eu gosto de você. Você é trabalhadora, é inteligente e realmente parece amar tudo isso.

Quero contratá-la em tempo integral. Eu realmente quero. Acho que você poderia ir longe. Mas... se você recusar isso, minhas mãos estão atadas, a menos que tenha as acusações contra Joe, você precisa fazer isso. Esta é a maior oportunidade de sua vida. Poderia fazer a sua carreira, mas se não fizer, vai quebrá-la. Estou sendo honesto com você.

Eu não choro, então, algumas lágrimas vazam. — Eu entendo.

— Por que você não vai para casa e pensa sobre isso?

Concordo com a cabeça. — Eu vou, senhor. Obrigada.

Levantando nos pés instáveis, deixo seu escritório, pego o elevador descendo, e ando duas quadras e meia até o ponto de ônibus. Eu não percebi que ele estava atrás de mim, até que fosse tarde demais.

— Onde você está indo? — Sua voz está bem atrás de mim, intimamente zumbindo no meu ouvido.

Eu pulo, e então curvo para a frente, para longe dele, longe da sua presença intensa. — Casa.

— Do que você tem medo... Gracie? 

Eu giro no lugar e tenho que conter meu impulso de esbofeteá-lo. — Esse não é meu nome. Não me chame assim, e não me toque.

Eu dou um passo para trás. Se ele me tocar, estou perdida. Alguma coisa ruim vai acontecer. Eu sei o que vai acontecer.

Ele diminui o espaço entre nós e, apesar do calor escaldante no início da noite, ele está perfeitamente calmo. Seu cabelo é perfeito, suas roupas estão secas. Minhas axilas estão suadas e minha testa está cheia de humidade e minhas mãos estão tremendo. É depois das sete da noite, e eu não comi desde as seis da manhã e estou ficando tonta. Mas tudo isso é irrelevante em comparação ao efeito da sua proximidade. Ele não está nem mesmo a centímetros de distância. Meus seios estão raspando em seu peito. Lembro-me de como seus olhos olham para mim, como ele me devorava com os olhos. Ele me queria. Mas ele me viu, também. Viu a mim, por dentro.

Você não pertence a este lugar, ele disse.

E então ele me beijou. Ele está tão perto de novo, e eu estou me afogando. Se ele pressionar sua boca na minha, eu não vou ser capaz de detê-lo.

Meu estômago ronca, e uma onda de vertigem me esmaga. Eu balanço sobre os meus pés, e eu cairia se não fosse por um braço de ferro em torno da minha cintura me segurando.

— Quando foi a última vez que comeu?

Eu me mexo para me libertar. — Eu estou bem. Só preciso voltar para o meu dormitório. — tropeço novamente, ao tentar ficar longe dele. Eu me inclino contra o sinal de parada de ônibus, e luto pela estabilidade e pela respiração.

— Você não está bem. Deixe-me levá-la para casa — ele diz.

Eu queria que fosse para casa. É apenas um dormitório, que não é estar em casa. Eu não tenho uma casa. Eu balanço minha cabeça e agarro o sinal.

Ele olha para mim, parecendo ofendido pela minha teimosia. — Você vai desmaiar.

— Eu vou ficar bem.

Ele balança a cabeça e gira sobre os calcanhares. Eu ouvi-lo murmurar baixinho: — Garota idiota.

— Eu ouvi isso. — murmuro.

Ele não responde, apenas dá passos para longe. Não posso deixar de observá-lo, ele se move como um predador, como uma pantera espreita através da grama. Eu cerro os olhos. Algo nele fala comigo, me chama. Não é só porque ele é tão bonito. É algo nele. Algo magnético em seus olhos e sua presença me arrastando para ele.

Pneus guincham e o carro prata e elegante, o que eu tinha visto no estacionamento, ruge em direção a mim. Não. Eu tenho que resistir.

Ele derrapa até parar no meio da pista junto ao meio-fio, escancara a porta e sai, sem se importar com o tráfego se acumulando atrás dele, sem se importar com as buzinas e os gritos. Quando ele se move em direção a mim, seus olhos estão diferentes. Azul-cinza agora, e com raiva. Ele abre a porta do passageiro com um empurrão, envolve um braço em volta da minha cintura, e com facilidade e não gentilmente me empurra para dentro do carro. A porta se fecha, e então ele preenche o lado do motorista, e eu sou agredida por seu perfume, colônia e suor. O carro é legal, ar condicionado explodindo. Rock retumba nos alto-falantes, algo forte e pesado. Estou tonta, tão tonta. O mundo gira, e tudo o que eu vejo é Joe  ao meu lado, uma gota de suor escorrendo de seu pescoço bronzeado e sob o colarinho da camisa. Tudo o que eu sei é o movimento de balanço de condução de Joe ao som dos tambores batendo do heavy metal. Estou ciente do poder deste veículo, a velocidade sem esforço. Eu olho para o painel de instrumentos, e ele está fazendo sessenta, costura através do tráfego com habilidade louca e irresponsável. Eu me lembro de que ele fez um filme no qual ele interpretou um motorista, e os rumores eram de que ele fez, o próprio, quase toda a condução perigosa. Eu fecho meus olhos ao passar através de um cruzamento, passando um sinal vermelho e quase causando um acidente atrás de nós. Estou pressionada contra o assento, lutando para respirar.

Este carro vale mais do que eu vou ver na minha vida, e ele está dirigindo com um absoluto desprezo por ele e nossa segurança. Sou arremessada para frente como se derrapando até parar. Minha porta está aberta, e o cinto que eu não me lembro de ter prendido é destravado. Sou levantada do carro com os braços poderosos de Joe. Eu sinto o cheiro dele, algum tipo fraco, mas inebriante perfume de suor e do homem.. Eu reconheço o modo como meu corpo reage à sua presença.

Eu o empurro. — Ponha-me no chão.

— Não.

Eu olho ao meu redor. Estamos no campus da USC, e todo o corpo discente está assistindo, pelo menos é o que parece. Eu ouço sussurros. Eu vejo as pessoas segurando celulares e tirando fotos.

— Que prédio? — Sua voz é sedosa e íntima, quase gentil.

Quase.

Eu aponto, e ele faz um caminho mais curto para lá. Eu não sou nada em seus braços. Ele se move com desembaraço. — Por favor. Ponha-me no chão. Posso caminhar.

— Não. — Ele abre a porta e faz uma pausa.

— Segundo andar. Duzentos e dezesseis.

A notícia se espalhou, e as portas estão se abrindo à medida que subimos. Eu ouço sussurros, ouço o clique eletrônico de câmeras de telefones celulares.

Eu ouço o grito de uma voz feminina. — É Joe Jonas! Ah, meu Deus, é Joe! Pode me dar o seu autógrafo! Por favor? Você quer entrar?

Ele a ignora, passa bruscamente. — Não agora, moças. Vou assinar alguns autógrafos quando eu sair. — Algo em sua voz não deixa argumentos.

Ele está na minha porta, de alguma forma torcendo a maçaneta sem me largar. Eu ouço os gemidos reveladores de Lizzie e seu último namorado. Brinquedinhos, como ela chama. Ela é um brinquedo para eles também, ela troca meninos mais rápido do que troca de roupa. A porta bate aberta, contra a porta e estremecendo ruidosamente conforme ela volta para o portal.

 — Oh meu Deus, que porra...? — Ouço Lizzie começar, e, em seguida, ela reconhece quem está se intrometendo. — Joe Jonas? Oh Meu Deus, você é ainda mais lindo em pessoa, Sr. Jonas! Demi, o que está acontecendo? O que ele está fazendo aqui?

Eu sinto Joe tenso ao meu redor, com as mãos virando-se permanecerem ao redor dos meus ombros e debaixo dos meus joelhos. — Não agora, Lizzie. Eu não estou me sentindo bem. Você pode me dar um minuto?

— Sai. Agora. — Joe rosna, e o som é pura ameaça.

Estou torcendo nos braços de Joe por ver Lizzie desastrada sob o lençol para pegar a calcinha ao lado da cama. Seu atual garoto faz o mesmo, mas ele acidentalmente chuta para longe o lençol, e eles ficam nus. Lizzie guincha, bate no braço dele, e se enfia em sua calcinha, cobrindo os seios com um braço. Joe não me coloca no chão, e mesmo que eu tenha sólidos 63kg, ele me segura com ausência de esforço completo. Ele apenas espera impassível enquanto Lizzie se enfia em suas roupas.

O menino, - que realmente não se passa de um menino, um calouro loiro bem apessoado, com uma grande construção que não foi inteiramente finalizada, - enfia os pés em seus jeans e pula com sua camisa em uma mão e tênis Adidas esportivos na outra. É uma dança estranha que ele faz com familiaridade suficiente para me fazer pensar que ele já fez isso muitas vezes. Quando eles se foram, Joe olha ao redor da sala procurando um lugar para me colocar. Eu chuto meus pés, e ele relutantemente me coloca de pé, mas suas mãos não deixam meus braços.

Eu saio de suas garras e afastar-me para se sentar na minha cadeira. — Eu estou bem, Joe. Sério. — Meu estômago ronca novamente, e sua testa enrugada.

— Quando foi a última vez que você comeu? — Ele exige novamente.

Eu dou de ombros. — Eu não sei. Esta manhã? — Eu não minto bem, ou com facilidade, e Joe apenas levanta uma sobrancelha para mim. Eu suspiro e murmuro. — Antes da aula. Seis?

O rosto de Joe se contorce. — Você não comeu em 12 horas? E você andou quantos blocos para o escritório?

Eu cavo uma barra energética de minha mesa e a desembrulho, segurando pelo invólucro. — Eu estou bem, veja. Jantar. Está tudo bem. Estou bem. Estou acostumada a isso.

— Acostumada? Isso significa que você costuma ficar 12 horas sem comer? — Quando eu simplesmente dou de ombros novamente, ele rosna. — Isso não é saudável. Barra energética não é jantar.

Ele vasculha o frigobar, mas eu impeço-o. — Isso é da Lizzie. Nada aí é meu. — Abro minha gaveta de lanche na minha mesa, onde guardo barra energética, barras de granola, um saco de rosquinhas, e alguns chips.

Joe apenas olha para mim. — Onde está o resto?

— O resto do que? — Pergunto entre mordidas.

— Sua comida. O que você come?

Eu dou de ombros novamente, e, em seguida, decido não fazê-lo novamente. Dei de ombros muitas vezes com Joe, e eu só conheço há duas horas, se tanto. — Eu como. Só que não aqui. Como uma rosquinha na parte da manhã, e às vezes tomo um lanche em uma máquina de venda automática entre as aulas. Eu janto no trabalho.

— E o almoço?

Estou ficando irritada. Eu amasso a embalagem e lanço-a no pequeno lixo branco, em minha mesa, que está cheia dessas mesmas embalagens. — Por que você está tão interessado em meus hábitos alimentares?

Joe apenas olha para mim. Seus olhos eram de um tom claro de azul, quando ele estava com raiva, na rua. Agora eles estão de volta para um avelã silencioso. Eu não consigo desviar o olhar, não posso tirar os olhos de seus olhos. Longe dele. Sua mandíbula se desloca, e eu percebo que ele está rangendo os dentes, pensando. Ele cava o telefone celular do bolso, e eu fico perplexa ao perceber que é um iPhone. Depois do carro esporte caro, eu esperava que ele tivesse algum tipo de aparelho da era espacial de um filme de sci-fi, e não um iPhone 5 preto básico. Ele bate nele algumas vezes e, em seguida, leva-o ao ouvido.

— Ei, Greg. Sim, olha eu estou no campus da USC, e eu preciso de um pouco de comida entregue. — Ele se vira para olhar para mim.

— Você é vegetariana ou algo estranho?

Eu balancei minha cabeça. — Não, mas...

Ele olha para longe de mim e fala ao telefone mais uma vez. — Só um pouco de comida, eu acho. Sanduíches, hambúrgueres, qualquer coisa. Sim, no campus, nos dormitórios. — Ele dá orientações básicas para meu dormitório. — Oh, e Greg, traga o Rover e o conjunto de chaves de reserva. Vou te dar uma carona de volta no Bugatti. Legal, tchau.

Bugatti. Esse deve ser o carro prata espelhado.

Ele enfia o telefone no bolso de trás e despenca na cadeira de Lizzie. Antes de eu saber o que está acontecendo, ele tira meus sapatos e coloca minhas pernas sobre seus joelhos. Suas mãos e dedos massageiam meu pé direito. É chocantemente íntimo, sensual, e nem um pouco assustador. Eu quero ter o meu pé de volta, mas ele não vai soltar. Ele segura meu pé pelo tornozelo e cava o arco do meu pé com o polegar. É tão bom. Eu não posso evitar que um gemido escape. É um som alto, constrangedor, eu coloco a minha mão sobre a minha boca. Joe apenas sorri, e o pequeno sorriso satisfeito nos lábios faz dele tão bonito que minha respiração falta em meus pulmões.

Seu toque no meu pé é... É pecaminoso. Isso me faz sentir coisas que eu não entendo, faz com que meu estômago turve, faz as coisas virarem e torcerem. Alguma coisa acontece lá em baixo, perto do meu centro. Eu não sei se esta é uma reação incomum para uma massagem nos pés ou não. Talvez eu tenha pés sensíveis. Talvez ele seja simplesmente fantástico esfregando pés. Eu não posso evitar em relaxar na minha cadeira enquanto ele massageia meu pé. E então eu percebo que estive sobre meus pés o dia todo, e eles provavelmente fedem. Eu puxo meus pés para longe e enfio-os embaixo da minha perna, mantendo o tecido da minha saia modestamente estendido sobre os joelhos.

— Não gosta de massagens nos pés? — Ele parece se divertir.

— Não, eu só... eles fedem. Isso é nojento.

— Seus pés não fedem. — Ele se inclina para frente e agarra meu pé. Sua mão está sobre minha coxa, perto da minha bunda, quando ele puxa os meus pés de volta. — Agora, me dá aqui. Não acabei.

— Por quê? 

— Por quê, o quê? — Ele retoma a sua lenta massagem profunda do meu pé direito.

Eu começo a dar de ombros novamente e, em seguida, paro, o que acaba em um movimento estranho do meu ombro. — Por que você está aqui? Por que você... Por que está fazendo tudo isso?

Seus olhos são intensos, ficando escuros e tempestuosos conforme ele me prepara e considera a sua resposta. — Porque eu quero.

— Mas por quê?

Ele não respondeu, mas em vez retorna com sua própria pergunta. — Por que você está questionando isso?

— Porque você não deveria. Você não deveria estar aqui. Você não deveria massagear meu pé. Você deveria apenas ir para casa e me deixar em paz.

— Mas isso não é o que você quer. E não é o que eu quero.

Droga, ele está certo. Eu o quero aqui. Eu quero essa massagem nos pés. Sua presença é... inebriante. Eu estou tonta com sua proximidade. Isso tudo é um sonho do qual vou acordar, eu tenho certeza. Mas eu não quero.

— Você não sabe o que eu quero. — digo. É uma mentira, e eu sou uma péssima mentirosa.


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Oii, estou postando mais um porque eu sou uma pessoa boazinha e gosto muito de postar para vocês!!! Joe chegou para arrasar!!! Beijoos <3

vocês tbm estão acompanhando "A Sexóloga"??? acho que daqui a pouco eu posto 1 por lá...

7 comentários:

  1. Eu amei!!!
    Posta maiis por favor

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  2. Amandooo essa fic muito muito! Esse Joe delícia me possua Joeee fsajdfsah
    Amei todos os capítulos que postou :)
    Só não comentei nos outros pq estou sem celular :s e como eu lia e comentava por lá tá difícil ler pelo pc =/
    De qualquer forma quando tiver capítulo novo e vou estar aquiii *---*
    Esse capítulo ficou P-E-R-F-E-I-T-O ♥
    Continua
    Beijooos ♥

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  3. Vei q perfeitooo. Tipo muito top
    Posta outro logo porfavor

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  4. Cara essa fic é perfeita!!!
    Posta mais!

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  5. Ei Mari boa noite!! Estou comentando só agora porque estou com problemas... peço desculpas por não ter comentado nos outros caps, mas só agora pude ler eles!
    Estou adorando!! Muito perfeita!!! Bju!!

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  6. Heeyyyy cade os outros capitulos??????:-(:'(

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