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– NÃO ESTOU à venda de aluguel – disse ele. Concordar em fotografar Demi seria um ato combinado de loucura e desespero.
– Ah… – A decepção dela foi genuína.
A quem ele queria enganar? A realidade era que, para Joe, fotografá-la seria uma doce tortura. Fazer amor com Demi usando a câmera era um substituto lúgubre para tocá-la e prová-la de fato, porém bem mais seguro. E, no fundo, ele seria incapaz de negar qualquer coisa a ela. Joe lhe daria a lua se pudesse.
– Mas vou fazer de graça.
Demi balançou a cabeça, soltando algumas mechas do cabelo que de pronto roçaram sua bochecha. Ela as afastou.
– Não. Insisto em pagar.
– Confie em mim. Sou um desgraçado egoísta. Você é muito menos propensa a chorar diante de uma câmera. Isso não é gratuito, é autopreservação.
– Eu só choro quando estou de fato furiosa. Então você estará seguro, a menos que me deixe brava. – Ela sorriu. – Começo a achar que você não é de jeito nenhum um desgraçado egoísta, mas que essa é a imagem que gosta de projetar. – Semicerrou os olhos para ele. – Então façamos uma troca. Eu planejo uma festa para você um dia.
– Com certeza. – Certo. Joe só tinha um amigo. Wilmer. E não estava com vontade de dar uma festa para ele nesse instante.
– Ou eu poderia planejar algo mais particular, para você e sua amada, quando você resolver abordá-la – ofereceu Demi, como se tivesse lido a mente dele.
– Você pretende mesmo me ajudar com minha vida amorosa fracassada, não é?
– Eu poderia armar algo muito legal e romântico. Você deveria mesmo se aproximar dela, Joe. Tem tanto a oferecer a uma mulher…
– Eu já concordei em fotografar você. Mentiras descaradas não são necessárias. – Joe riu para encobrir o palpitar do coração.
Demi sorriu e o pegou totalmente de guarda baixa quando jogou uma almofadinha nele, que quicou em seu peito.
– Talvez você precise de uma pequena dose da sua verdade dura. Quem quer que seja essa mulher maravilha, seria muito sortuda por ter você. Acho que está escondendo um sujeito muito legal detrás da sua indiferença, Joe. É um cara inteligente, muito engraçado vez ou outra, talentoso, sensual, e vou dar muitos pontos no quesito beijo.
Ele não sabia o que diabos dizer.
– Está bem.
– Pelo menos pense nisso – disse ela. – Resolva que tipo de noite você gostaria de ter com seu único e verdadeiro amor. Aposto que se a chamar para sair ela dirá “sim”, e eu cuidarei do resto.
Demi o encarava, da outra ponta do sofá, como um pedaço de fruta delicioso porém fora do alcance. Bem, infelizmente mais perto do alcance dele do que era confortável. E Joe não precisava pensar demais no assunto. Ele iria querer algo similar ao que tinha agora. Luz de velas. Uma garrafa de vinho. Ela. Ele. Música suave e sedutora.
Joe ficaria sentado em uma poltrona, e Demi estaria um pouco além de seu alcance; e tiraria as roupas devagar até ficar esplendidamente nua.
Ela se aproximaria, o suficiente para Joe tocar o veludo de sua pele, abarcar a plenitude de seus seios, colher o orvalho de seu desejo, inalar o perfume da pele e da excitação dela…
Joe se afastou do precipício de luxúria onde quase pulara de cabeça.
– Prometo que pensarei no assunto.
– É só me avisar quando vai querer.
– Claro. – Joe se levantou do sofá e foi até seu equipamento, armazenado do lado da porta. – Agora que temos um acordo, qual é o seu cômodo favorito? Seu lugar predileto? Onde passa a maior parte do tempo?
Ele pegou a câmera e começou a encaixar as lentes. Ficou relaxado durante a tarefa rotineira, satisfeito por se concentrar em algo tangível, algo além de seus sentimentos por Demi.
Ela hesitou.
– Este sofá é meu local favorito.
Joe não acreditou. Ela pensou demais na resposta para levá-lo a crer nela.
Ele a fitou, do outro lado do cômodo iluminado por velas. Ela estava empoleirada sobre as pernas dobradas, apoiando os braços no encosto do sofá, encarando-o de volta.
– Qual é, Demi? O que aconteceu com aquela conversa de honestidade na penumbra e tudo o mais? Vamos tentar de novo. Qual é o seu lugar favorito no seu apartamento?
Ela ergueu um pouco o queixo. Ah, aquela era a garota dele…
– A banheira. É antiga, com pés de metal. Ótima para ficar imersa.
Clique. Uma foto instantânea na cabeça dele. Demi, o cabelo preso no alto da cabeça, o vapor subindo, a pele reluzente. Joe engoliu em seco.
– E seu segundo lugar favorito?
Lógico que Demi não deixou de notar a rouquidão na voz dele. Mas, diabos, Joe era humano!
– O quarto.
Apenas ligeiramente mais seguro que a banheira, com a imensa cama marquesa; mas pelo menos a nudez não era garantida.
– E meu local menos favorito é a cozinha. Não gosto dela, nem desta sala sem janelas. Parecem claustrofóbicas.
– Sendo assim, vamos fotografar no seu quarto. – Ele se esforçou para adquirir um tom profissional.
Ela havia encontrado a solução perfeita para o problema. Ao fotografá-la, Joe se evocou o fotógrafo envolvido em uma sessão de fotos, em vez de o Joe Jonas obcecado por Demi Lovato.
– Quero trocar de roupa, Joe. Estou com calor e melada de suor.
– Tudo bem. Fique à vontade. Vou terminar de arrumar meu equipamento.
– Não demoro. – Ela pegou uma vela e hesitou. – Você se importaria… hum… de me acompanhar até o quarto até que eu acenda as velas de lá?
Pois é, ele as apagara mais cedo.
– Odeio entrar em um cômodo escuro.
Demi tinha grandes problemas com a escuridão. E, por sua vez, Joe tinha grandes problemas em ficar muito íntimo nos relacionamentos. Ele sabia disso. Sobretudo depois que uma de suas namoradas o acusara disso antes de abandoná-lo. Todos tinham suas neuroses para tolerar.
– Claro. Vou guiar o caminho, assim você não precisará entrar no quarto sem iluminação.
– Obrigada, Joe.
A voz de Demi, com seu sotaque sulista adocicado e arrastado, deslizou sob a pele dele. Isso foi ridículo, na verdade, pois o olhar dela fazia parecer que Joe acabara de matar dragões para salvá-la. Ainda mais ridículo foi como aquilo o fez sentir-se bem.
– Disponha, Demi.
Segurando uma vela imensa, Joe abriu caminho, ciente da presença dela bem perto detrás de si. Infelizmente, para Joe, ele agora sabia que a boca de Demi tinha um sabor delicioso, que as curvas dela se encaixavam no seu corpo, como se ela tivesse sido feita sob medida para ele. Pouco antes de chegar ao quarto, Demi colocou a mão nas costas dele, de leve. O toque dela zumbiu através dele.
– Espere um minuto, Joe. Vamos parar perto do banheiro. Uma bela toalhinha fria molhada na pele seria o paraíso agora. Aposto que você vai querer uma também.
Que tal um bom banho gelado? Mas ele ficaria satisfeito com uma toalhinha úmida.
– Claro.
Joe adentrou pela porta à esquerda, a vela iluminando o cômodo retangular com uma janela alta. Abaixo dela, uma banheira antiga com pés de metal e uma cortina circular toda franzida para um lado. Um espelho acima da pia refletia a luz dele e iluminava o banheiro.
Joe respirou fundo quando o quadril e o seio de Demi roçaram na lateral do seu corpo, os dedos deslizando pelas costas enquanto ela passava por ele naquele espaço apertado.
– Desculpe – murmurou ela.
– Sem problemas.
Demi colocou a vela votiva em uma pequena prateleira ao lado da pia. Toalhas densas e fofas, e toalhinhas de mão cuidadosamente dobradas, se encontravam dentro de um armário aberto. Ela pegou duas toalhinhas da pilha e as colocou sob a torneira gelada aberta.
Ele esperava ao lado da pia, próximo à porta. Demi espremeu o excesso de água das toalhas e entregou uma a ele.
Joe a passou pelo rosto quente e observou Demi fazer o mesmo. Ela deslizou a toalha pelo pescoço, virando a cabeça para um lado e depois para o outro. Um som, meio gemido, meio suspiro, escapou dela.
– Não é gostoso isto? – perguntou Demi, a voz baixa, rouca, íntima.
– É mais do que gostoso.
Gotas geladas escorriam pelo pescoço dele, causando arrepios. Joe não ficaria surpreso se ouvisse a água fazer barulho de fervura sobre sua pele.
Demi definitivamente o deixava perturbado e com calor. A toalhinha poderia até esfriá-lo, mas Demi o fazia ficar quente outra vez.
– Aqui. Deixe-me molhá-la outra vez. – Ela pegou a toalhinha e segurou sob a torneira fria. em seguida, devolveu-a a ele, pingando.
Joe pôs a vela sob o lado mais largo da pia e pegou a toalha dela, os dedos roçando os de Demi durante a troca. O breve contato o incendiou.
– Você já sentiu tanto calor assim antes, Joe? Se eu entrar em combustão espontânea, jogue água em mim para apagar as chamas.
Joe não fazia ideia de onde viera aquilo, mas seguiu seu impulso:
– Assim? – Ele se aproximou dela e espremeu o pano, fazendo a água cair em cascata sobre o ombro de Demi.
Ela arfou, talvez pelo choque por causa da água gelada ou pela audácia dele; ou por ambos, e então riu.
– Ah, seu…
– Ou assim? – Joe mandou mais uma rodada de gotas, que escorreram pelas costas desnudas.
– Talvez mais assim. – Demi pegou sua toalha e a espremeu na base do pescoço de Joe, mandando uma correnteza gelada pela frente da blusa dele.
Ele riu e retaliou. Ela soltou um gritinho e não se deu o trabalho de usar a toalhinha, colocando a mão em concha sob a torneira, enchendo de água e jogando nele. Em segundos, estavam ambos encharcados. Um deles mirou tão mal que acertou a vela grande. Ela se apagou e acabou com a brincadeira da água. Só a velinha votiva ainda bruxuleava, mergulhando-os em intimidade.
– Ops… – disse Demi. – Isto foi divertido.
O cabelo dela pendia desajeitado do prendedor. A água reluzia na pele. A água gelada deixara seus mamilos em completo alerta de encontro ao material molhado da blusa. Joe engoliu em seco com força e a olhou nos olhos.
Apenas não olhe para baixo.
Ele pigarreou.
– Foi divertido.
Joe não fazia ideia de que podia ser tão brincalhão. Guerrinhas de água nunca aconteceram na casa dele. Diabos, a diversão jamais ocorrera na casa dele. Seus pais levavam seus empregos e suas vidas muito a sério. Isso acontecia ainda hoje.
Demi apanhou uma toalha na pilha, e Joe esticou a mão para pegá-la.
Demi ignorou a mão esticada dele e, em vez disso, começou ela mesma a esfregar o cabelo de Joe.
– Posso fazer isto sozinho, Demi.
– Eu sei. – Ela passou a toalha gentilmente pelo queixo dele, deslizando o algodão macio do tecido pelo pescoço. – Mas aí está, já cuidei disso.
Demi deu um passo para trás e, usando a mesma toalha, secou o próprio rosto. Joe esticou a mão, e ela lhe entregou o pano.
– Posso fazer isto sozinha – disse ela, repetindo a declaração anterior dele.
– Eu sei. – Ele deslizou a toalha pelo pescoço dela, pela linha delicada da clavícula, pelo vale criado entre os seios.
Joe certificou-se de que apenas o tecido tocasse a pele dela. Ele seguiu para a parte de trás e, gentil, com todo o cuidado, lhe secou os ombros e a pele suave ao longo da espinha. Ele se abaixou sobre um dos joelhos e passou a toalha pelas coxas, pela parte de trás dos joelhos, pelas panturrilhas.
– Vire-se para mim.
Demi girou devagar, e mais uma vez ele deslizou a toalha pelas pernas, o tecido um sussurro na pele dela.
Joe se ergueu e entregou a toalha a Demi, em silêncio.
– Obrigada.
– Sem problemas.
Pelo menos não seria um problema assim que eles saíssem daquele espaço confinado, onde o cheiro dela era tão bom, ela era tão linda, sentia-se tão bem…
Joe pegou a vela que Demi levara para lá. Quanto mais cedo ele a levasse para o quarto e colocasse a câmera entre os dois, melhor seria para ambos.
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Posta mais! Dis q sim dis q sim
ResponderExcluirCara ta muuuuuito perfeito esse cap!
ResponderExcluirPosta logo por favor!
Estou amando essa mini fic, ela é muito perfeita!
Amo vc
Beijos com glitter!
By - Milena...♥
Tá perfeita mesmo essa mini fic!! Tá divando u.u
ResponderExcluirPosta mais ficou perfeito esse capítulo ..
Fabíola Barboza :*
Lindos!!!!! Posta mais!!!!!
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