24.7.14

Subindo Pelas Paredes - Capitulo 7 - Maratona 6.10

 
~

Glossário:
* Vinho Sams Creek Shiraz Cabernet
*Cary Grant, nome artístico de Archibald Alexander Leach, ator estadunidense nascido na Inglaterra. Ele fez quase 100 filmes.
** Will & Grace foi uma premiada sitcom norte-americana que focava as vidas de Will Truman, u m advogado gay, e sua melhor amiga, Grace Adler, uma mulher que tem seu próprio escritório de decoração.
* "Welcome to the Jungle" é a música que sobre o inferno que é viver em uma cidade grande e os perigos que ela apresenta
** Uma banda de Trash Metal que tem esse nome em homenagem a Bay Area, onde os personagens da historia moram
*Mazel tov (em hebraico: בוט לזמ) significa literalmente "boa sorte" em hebraico.

Nós dois ficamos olhando um para o outro, as ondas de raiva e de aborrecimento e curiosidade pura pingavam entre nós. Ficamos parados, ele com o sorriso e eu com o desdém, até que eu notei que a galeria dos amendoins calara junto com todos os outros hóspedes na cozinha. Eu olhei atrás do Bate-Parede e vi Jillian passar andando com Benjamin, com uma expressão curiosa no rosto. Sem dúvida, ela estava se perguntando por que seu prodígio estava fora no meio da sua inauguração.

Espere um minuto, como diabos ela conhece o Bate-Parede? Por que ele estava mesmo aqui? Senti uma mãozinha no meu ombro e girei rapidamente para ver Miley de pé diante de mim.

- Calma no gatilho, você não precisa criar uma guerra nuclear com Jillian, sabe? - ela sussurrou, sorrindo timidamente para Joe. Revirei os olhos e voltei para onde ele já estava acompanhado por nossos anfitriões.

- Demi, eu não sabia que você conhecia Joe, que mundo pequeno! - Jillian exclamou, apertando as mãos juntas, excitada.

- Eu não diria que eu o conheço, mas eu estou familiarizada com o seu trabalho - eu respondi com os dentes cerrados. Miley estava quase dançando em círculo em torno de nós como um garotinho com um segredo.

- Jillian, você não vai acreditar, mas... - ela começou, a voz dela borbulhando com a mal disfarçada alegria.

- Miley... - Eu avisei, tentando impedi-la.

- Joe é Joe Bate-Parede! - Selena gritou, agarrando o braço de Benjamin em emoção. Ela realmente só fez isso para que ela pudesse tocar em Benjamin.

- Merrrda - eu respirei quando Jillian levou a essas informações.

- Nem fodendo -  ela riu, batendo a mão sobre sua boca quando ela percebeu que ela tinha deixado cair um palavrão. Jillian sempre tentava ser uma dama. Benjamin pareceu um pouco confuso quando Joe teve a decência de corar um pouco.

- Idiota - Eu balbuciei para ele.

- Empata foda - ele balbuciou de volta, seu sorriso de volta com força total. Engoli em seco e meus olhos se arregalaram. Cerrei os punhos e comecei a dizer-lhe exatamente o que ele poderia fazer com sua empata foda quando Neil estourou.

- Veja esta merda. Esta pequena atraente aqui é a Garota da Camisola Rosa! Você pode suportar isso! - Ele riu, enquanto Ryan lutava para manter uma cara reta. Os olhos de Benjamin se arregalaram e ele levantou uma sobrancelha enquanto ele olhava para mim. Joe engoliu uma gargalhada.

- Garota da Camisola Rosa? - Jillian perguntou e eu ouvi Benjamin se inclinou e dizer-lhe que iria explicar mais tarde.

- OK, é isso! Bate-Parede, uma palavra por favor? - Eu lati e agarrei-lhe pelo braço. Eu o arranquei fora e o puxei em um dos caminhos que desciam o morro para longe de casa. Ele se movia junto de mim, meus saltos soando furiosamente sobre a laje.

- Jesus, vai desacelerar? - ele protestou. Minha resposta foi cavar minhas unhas na pele de seu braço, isso o fez calar. Bom.

Chegamos a um enclave pequeno distante da casa e da festa. Suficientemente longe para que eu não conhecesse ninguém que pudesse ouvi-lo gritar quando tirasse as bolas de seu corpo. Eu soltei seu braço e virei para ele, apontando um dedo em seu rosto surpreso.

- Porque você fica falando a todos sobre mim imbecil! Que diabos, Garota da Camisola Rosa? Você está brincando comigo? - Eu sussurrei-gritei.

- Hey, eu poderia perguntar-lhe a mesma coisa, por que todas as meninas lá me chamam de Bate-Parede hein? Quem está contando histórias agora? E por falar nisso, também conheço você como Bate Porta e Empata foda. Garota da Camisola Rosa é apenas uma melhor forma de chamar, eu gosto desse! - ele sussurrou gritou de volta.

Esse cara empurrou todos os botões que eu tinha.

- Você está brincando comigo? Empata foda! Só porque eu me recusei a passar outra noite ouvindo você e seu harém não faz de mim uma empata foda! - Eu assobiei.

- Bem, devido ao fato de que suas batidas na porta bloquearam meu pau, isso realmente faz você uma Empata foda. Empata foda! - ele sussurrou de volta. Essa conversa toda foi acontecendo em sussurros e estava começando a soar como algo que poderia ter acontecido na quarta série.

Exceto por toda a conversa sobre a camisola e paus.

- Olha porra, eu não vou passar toda a noite ouvindo você tentar bater a cabeça da menina na minha parede com a força de seu pau sozinho! De jeito nenhum amigo - eu respondi, apontando o dedo para ele. Ele agarrou-o.

- O que eu faço no meu lado da parede é problema meu. Vamos ser diretos e certeiros agora. E por que você está tão preocupada comigo e meu pau mesmo? - ele respondeu, sorrindo para mim novamente. Era o sorriso, aquele sorriso maldito que me fazia explodir. Isso e o fato de que ele ainda estava segurando o meu dedo.

- É o meu problema, quando você e suas transas ficam batendo na minha parede a noite toda, porra!

- Você está realmente com fixação nisto, não é? Você quer estar do outro lado da parede? Você está parecendo querer um passeio nesse bonde do sexo, Camisola Rosa? - Ele riu quando apontou o dedo na minha cara.

- OK, é isso - eu rosnei.

Peguei seu dedo em defesa, o que imediatamente nos trancou em conjunto. Parecíamos dois madeireiros tentando cortar uma árvore. Nós nos esforçamos para trás e para frente, parecendo para além de ridículos. Nós dois estávamos subindo o tom, cada um tentando puxar o máximo pro seu lado, cada um se recusando a ceder.

- Por que você um idiota prostituto? - Eu perguntei, a centímetros de seu rosto.

- Por que você é essa vadia empata foda?  - ele perguntou e quando eu abri minha boca para dizer a ele exatamente o que eu pensava... o filho da puta me beijou.

Me beijou.

Colocou seus lábios nos meus e me beijou. Sob a lua e as estrelas, com os sons do oceano e o barulho dos grilos. Meus olhos ainda estavam abertos, olhando de volta furiosamente em seu rosto. Seus olhos eram tão verdes, era como olhar para duas limas irritantes.

Ele se afastou de mim, os dedos ainda segurando o do outro como um alicate. Eu soltei sua mão e dei um tapa em seu rosto. Ele pareceu chocado, e depois eu agarrei sua camisa e puxei-o para perto de mim. Beijei-o, desta vez fechando os olhos e deixando as minhas mãos se encherem de seus cabelos e enchi o meu nariz com o cheiro quente de homem.

Puta merda... ele cheirava bem.

Suas mãos rastejaram ao redor das minhas costas e logo que ele me tocou, eu percebi onde eu estava e o que eu estava fazendo.

- Porra - eu disse, e me afastei. Ficamos olhando um para o outro, e eu limpei os meus lábios.

Comecei a andar e depois me virei rapidamente.

- Isso nunca aconteceu, entendeu? - Eu disse e apontei para ele novamente.

- Tudo o que você diz - ele sorriu e eu senti meu temperamento estourar novamente.

- E acabe com essa merda de Camisola Rosa, OK? - Eu sussurrei/gritei e me virei para andar de volta no caminho.

- Até que eu veja outra camisola sua, eu vou te chamar assim - ele disparou de volta, e eu quase tropecei. Eu alisei meu vestido e voltei para a festa.

Inacreditável.

- Então eu disse a ele, não há nenhuma maneira que eu vou organizar a sua ‘sala de jogos’, você pode organizar suas próprias merdas! - Miley gritou, e todos riram com ela. Uma coisa sobre Miley, ela pode contar uma história como ninguém. Ela tem um talento especial para unir um grupo, especialmente quando é um grupo de pessoas novas apenas começando a conhecer uns aos outros.

A festa estava começando a se acalmar, as minhas meninas e o bando do Bate-Parede estavam todos reunidos em torno de uma lareira que Jillian tinha projetado em um dos terraços. Ela cavou fundo e forrou com laje, e tinha bancos de todos os lados. Enquanto o fogo crepitava alegremente, nós ríamos e bebíamos e contávamos histórias. E com isso quero dizer Miley, Selena, Neil, e Ryan que contava histórias, enquanto Joe e eu nos olhávamos por cima do fogo. Eu podia vê-lo através das chamas, e com as faíscas voando, se eu apertasse um pouco os meus olhos, eu poderia imaginar ele assando no fogo do inferno. Era divertido ter uma boa imaginação.

- Então, vamos abordar sobre elefante na sala aqui? - Ryan perguntou, puxando os joelhos para cima e colocando a cerveja no banco ao lado dele. Ele se sentou ao lado de Selena, que estava bastante satisfeita com este arranjo de assentos.

- Qual elefante seria esse? - Perguntei docemente, bebericando meu vinho. Eu tinha mudado de champanhe para Shiraz* quando percebi que o espumante estava indo para minha cabeça.

- Oh, por favor, o fato de que o cara bater a merda fora de suas paredes é atraente em todas as maneiras! - Miley gritou, quase lançando sua bebida no rosto de Neil. Ele riu junto com ela, mas ergueu o copo da mão dela antes que ela pudesse fazer algum dano real.

- Não há realmente nada para falar. Eu tenho uma vizinha nova e seu nome é Demi, é isso - Joe sorriu, olhando-me através do fogo. Ergui a sobrancelha para ele e tomei um gole de meu vinho.

- Sim, é bom saber que a Garota da Camisola Rosa tem um nome, embora a forma como você descreveu... uau! Você é tão quente como ele disse que você era! - Neil escarneceu agradecido, tentando bater de punho com Joe através das chamas, mas recuou para trás quando ele percebeu o quão quente era.

Meus olhos foram para Joe. Ele fez uma careta na descrição. Interessante...

- Então, vocês são os caras que estavam batendo de volta para nós hoje? Ouvindo Guns N'? - Selena perguntou, cutucando Ryan no ombro.

- Vocês eram as meninas cantando, sim? - ele empurrou de volta, sorrindo para ela.

- O mundo é pequeno, não é? - Miley suspirou, olhando para Neil. Ele piscou para ela, e eu vi logo onde isto estava indo. Ela tinha seu gigante, Selena tinha seu menino bonito e eu tinha a meu Shiraz. A qual foi ficando cada vez mais vazia a cada segundo.

- Deem-me licença - eu murmurei e levantei-me para encontrar a um dos garçons passando com vinho.

Eu fiz o meu caminho através da multidão minguante, balançando a cabeça para alguns caras que eu reconheci. Eu suspirei enquanto eu aceitei mais um copo de vinho e dei uma volta para trás. Comecei a voltar para a fogueira quando ouvi Miley dizer:

- E você deveria ter ouvido Demi quando ela nos contou sobre a noite em que ela bateu em sua porta.

Selena e Miley se inclinaram, e disseram ofegantes

- Ele. Ainda. Estava. Duro... - E todos eles se dissolveram em risos. Eu precisava me lembrar de matar as meninas amanhã, dolorosamente.

Eu gemi na minha humilhação pública e girei sobre a raiva sapateando até nos jardins quando eu vi Joe nas sombras, fumando. Tentei recuar antes que ele me visse, mas ele acenou com a mão.

- Vamos, vamos, eu não mordo - ele zombou, oferecendo-me um cigarro. Comecei a descer, eu tinha parado de fumar a anos, mas se esta noite não fosse uma noite perfeita para uma recaída, eu não sei o que ela era.

- Sim, claro, eu acho - eu respondi, me inclinando para frente quando ele acendeu um fósforo.

Meus olhos encontraram os dele novamente e desta vez eles não estavam tão irritados.

- Obrigado - eu disse e nós dois fumamos em silêncio durante a noite. Eu estava olhando para a baía, apreciando o silêncio, quando ele finalmente falou.

- Então eu estava pensando, já que somos vizinhos e tudo... - ele começou, e eu me virei para olhar para ele. Ele estava sorrindo um sorriso meio torto para mim, e eu sabia que era o que ele usava para arrancar as calcinhas. Há pouco, ele sabia que eu não usava nenhuma.

- Você estava pensando o quê? Que eu gostaria de acompanhá-lo uma noite? Veja o que todo o alarido é aproximadamente? Acompanhá-lo na carroça de boas-vindas? Querido, eu não tenho nenhum interesse em me tornar uma de suas meninas - eu respondi, olhando para ele. Olhei em volta de um lugar para colocar o meu cigarro, e vendo nenhum o deixei com um assobio em meu copo. Eu tinha bebido bastante vinho para uma noite de qualquer maneira. Joe estava me olhando com uma carranca no rosto.

- Está bom? - Eu perguntei, batendo o pé com raiva. Esse cara me irrita...

- Na verdade, eu ia dizer, já que somos vizinhos e tudo, talvez pudéssemos fazer uma trégua? - Ele disse calmamente, olhando para mim de uma maneira muito irritada.

- Oh - eu disse. Era tudo que eu poderia dizer.

- Ou talvez não - ele terminou e começou a ir embora.

- Espere, espere, espere, Joe - eu gemi agarrando-o pelo pulso quando ele me empurrou.

Ele ficou lá com calma, olhando para mim.

- Sim. Tudo bem. Podemos chamar uma trégua. Mas terá de ter algumas regras básicas - eu respondi, virando-me para enfrentá-lo. Ele cruzou os braços sobre o peito.

- Eu devo avisá-la agora, eu não gosto das mulheres me dizendo o que fazer - ele respondeu sombriamente.

- Não é o que eu ouvi - eu disse em minha respiração, mas peguei mesmo assim.

- Isso é diferente - ele respondeu, o sorriso começando a reaparecer.

- OK Bate-Parede, aqui está a coisa. Você gosta de si mesmo, faça a sua coisa, pendure um ventilador de teto, eu não me importo. Mas tarde da noite? Podemos mantê-lo até um rugido maçante? Por favor? Eu tenho que dormir um pouco - eu comecei. Ele considerou.

- Sim, eu posso ver onde isso pode ser um problema. Mas você sabe, você realmente não sabe nada sobre mim, e você certamente não sabe nada sobre mim e meu ‘harém’, como você chama. Eu não tenho que justificar minha vida, ou as mulheres que, para você. Portanto, não julgue mais desagradável, combinado? - acrescentou ele, olhando atentamente para mim.

Eu considerei isso.

- Concordo. Mas ainda assim, eu apreciei a calma esta semana. Algo aconteceu?

- Aconteceu? O que você quer dizer? - ele perguntou quando nós começamos a caminhar de volta para o grupo.

- Eu pensei que talvez você tivesse se ferido no cumprimento do dever, como se talvez seu pau tivesse quebrado ou algo assim - Eu brinquei, lembrando quando eu disse isso às meninas no início da semana.

- Inacreditável, isso é tudo o que você pensa que eu sou não é? - ele respondeu, seu rosto ficou com raiva de novo.

- Um pau? Sim, na verdade - Eu bati de volta.

- Agora olha... - ele começou, e Neil apareceu do nada.

- É bom ver vocês dois se beijando e mandando a ver - ele criticou, fingindo segurar Joe.

- Sai fora McCarty - murmurou quando o resto dos recém-emparelhados reapareceram.

- Demi, nós estamos decolando! - Selena deu uma risadinha, quando ela inclinou-se no braço de Ryan. Eu encarei Joe mais uma vez e andei até as meninas.

- Isso é bom, eu me diverti bastante por hoje. Vou ligar para o carro e nós podemos sair daqui a pouco - eu respondi, chegando em minha bolsa para pegar meu telefone.

- Na verdade, Neil estava no contando sobre este pequeno grande bar, e nós estávamos indo para lá. Vocês dois querem vir? - Miley interrompeu, parando a minha mão. Ela apertou, e eu vi que ela sacudia a cabeça quase imperceptivelmente.

- Não? - Eu perguntei, levantando ambas as sobrancelhas.

- Legal! ‘Bate-Parede’ certifique-se de que ela chegue bem em casa OK - Neil disse, batendo a palma na de Joe.

- Está certo - disse ele com os dentes cerrados.

Antes que eu pudesse piscar, os quatro estavam em seu caminho para a Hillavator, dizendo um adeus para Benjamin e Jillian, que apenas riram e partilharam os bêbados.

Olhamos um para o outro, e de repente eu estava exausta.

- Trégua? - Eu disse cansada.

- Trégua - disse ele, balançando a cabeça.

Saímos juntos da festa.

Voltamos ao outro lado da ponte, o nevoeiro da noite e o silêncio nos envolviam. Ele abriu a porta para mim quando me aproximei da Rover, provavelmente alguma educação arraigada de sua mãe. Sua mão ficou descansando nas minhas costas enquanto eu escalava, e em seguida ele foi embora e de a volta para o seu lado antes mesmo que eu tivesse uma chance de fazer um comentário sarcástico. Talvez isso fosse melhor, nós convocamos uma trégua. A segunda trégua entraria no espaço em poucos minutos. Isso ia acabar mal, eu poderia dizer. Ainda assim, gostaria de tentar. Eu poderia ser de boa vizinha, né?

Vizinha. Ha. Aquele beijo era todo de vizinha. Eu estava tentando tão duramente como eu podia não pensar nisso, mas isso não parava borbulhar até o topo da minha cabeça. Eu pressionei meus dedos nos meus lábios, sem sequer pensar nisso, lembrando da sensação de sua boca na minha. Seu beijo era quase um desafio, chamando meu blefe. A promessa do que aconteceria se eu permitisse.

Meu beijo? Um puro instinto que francamente surpreendeu a merda fora de mim. Por que eu beijei ele? Eu não tinha ideia, mas eu beijei. Tudo aconteceu tão rápido, isso deve ter parecido ridículo. Eu dei-lhe uma bofetada, e, em seguida, beijei-o como uma cena de um velho filme de Cary Grant* ou um episódio de Will and Grace**. Eu tinha jogado todo o meu corpo em meu beijo, deixando meus lugares suaves curvados contra seus lugares fortes. Minha boca procurava a sua fortemente e seu beijo tinha ficado tão ansioso quanto o meu. Não teve nenhuma eletricidade como em um conto de fadas, sem choque de corrente elétrica entre nós, mas havia algo ali. Ele tinha rapidamente endurecido contra a minha coxa...

Sua mexida no rádio me trouxe de volta ao presente. Seu foco estava em seu iPod enquanto nós nos dirigíamos através da ponte, me deixando muito nervosa.

- Posso te ajudar com isso? Por favor? - Eu perguntei, olhando nervosamente para a água abaixo quando ele tirou os olhos da estrada, uma vez mais procurando uma determinada canção.

- Não, obrigado, eu consegui - disse ele, olhando para mim. Ele deve ter notado a maneira que eu estava olhando para o lado da ponte, e ele riu.

- Claro, vá em frente. Quero dizer, você sabe cada palavra de Welcome To The Jungle***, de modo que você pode escolher algo de bom - ele desafiou, e eu olhei para seu perfil. Mesmo de lado, eu podia ver seu sorriso. Que, e eu estava detestando admitir, fez a sua mandíbula parecer como se tivesse sido esculpida do mais quente pedaço de granito que nunca foi revelado.

- Tenho certeza que posso encontrar alguma coisa - eu falei de maneira prepotente de volta, alcançando mais de sua mão, e inclinando-me para ele. Sua mão pastou de encontro ao lado do meu peito, e ambos nos retraímos.

- O que, você está tentando dar uma de policial Bate-Parede? - Eu bati, selecionando uma canção.

- Você estava ou não estava apenas colocando seu peito no caminho da minha mão? - Ele disse de volta.

- Eu acho que a sua mão se move sempre para frente da trajetória das meninas, mas não se preocupe. Esta é a primeira vez que esses seres celestiais passarão em sua órbita - eu suspirei dramaticamente, olhando para ele com o canto do meu olho para ver se ele poderia dizer que eu estava brincando. O canto de sua boca se levantou para aquele sorriso torto e eu me permiti um pequeno sorriso também.

- Sim, celestiais. Essa é a palavra que eu ia usar também. Como isso, não sendo desta terra. Como se suspensos nos céus. Como se fossem uma cortesia da Victoria's Secret - ele sorriu de volta e eu fingi estar chocada.

- Oh meu, você descobriu meu segredo? E aqui eu pensei que as meninas bobas enganavam vocês - eu ri de volta, e me acomodei em meu lugar. Tínhamos atravessado a ponte até agora e estávamos fazendo o caminho de volta para a cidade.

- É preciso muito para me enganar, especialmente quando se trata do sexo oposto, querida Bate Porta - respondeu ele, quando a música começou. Ele acenou com a cabeça na minha escolha.

- Too Short*? Seleção interessante, muitas mulheres não teriam escolhido essa - ele meditou.

- O que posso dizer, estou me sentindo muito Bay Area** esta noite. E devo dizer-lhe agora, eu não sou como a maioria das mulheres - acrescentei, sentindo outro sorriso furtivo no meu rosto.

- Estou começando a perceber isso - ele disse calmamente.

Nós ficamos ambos em silêncio por mais alguns minutos, e de repente nós dois começamos a falar de uma vez.

- Então, o que você pensa sobre... - eu comecei.

- Você consegue acreditar que tudo isso... - ele começou.

- Vá em frente - Eu ri.

- Não, o que você ia dizer? - ele cutucou.

- Eu ia dizer o que você achou sobre os nossos amigos hoje à noite?

- Isso é realmente o que eu ia dizer, eu não pude acreditar que eles simplesmente nos deixaram! - Ele riu, e eu ri junto com ele. Ele deu uma grande gargalhada, uma espécie risada de menino.

- Eu sei, mas minhas amigas sabem o que querem. Eu não poderia ter dois caras tão perfeitos para elas, eles são exatamente o que elas procuram - confiei, encostada à janela para que eu pudesse ver enquanto nós navegávamos pelas ruas íngremes .

- Sim, Neil realmente ama meninas pequenas. Logo que vi aquela morena, eu sabia que ele estava afim. Ryan ama morenas altas - ele riu novamente, olhando mais para mim, certificando-se que eu estava OK com o comentário da morena alta. Eu estava. Ela estava.

- Bem, eu tenho certeza que vou ouvir tudo amanhã, e que tipo de impressão que eles fizeram nas minhas meninas. Vou pegar o relatório completo, não se preocupe - eu suspirei, pensando em como o meu telefone estaria soando fora do gancho amanhã.

O silêncio se arrastou de volta, e eu queria saber o que dizer em seguida.

- Então, como você conheceu Benjamin e Jillian? - ele perguntou, poupando-me de febre da conversa fiada.

- Eu trabalho para Jillian na empresa. Eu sou uma designer.

- Espere. Calma ai, você é a tal Demi? - ele perguntou, incrédulo.

- Eu não tenho nenhuma ideia do que isso significa - eu respondi, me perguntando por que ele estava olhando para mim.

- Porra, é realmente um mundo pequeno - exclamou, balançando a cabeça de um lado para outro como se quisesse limpá-la.

Ele ficou em silêncio enquanto eu estava lá sentada.

- Ei, quer ser mais claro um pouco? O que você quis dizer com essa Demi? - Eu finalmente questionei, batendo seu ombro.

- É só que... bem... hã. Jillian tinha mencionado antes, vamos deixar por isso mesmo - disse ele, tentando encerrar a discussão.

- Claro que não nós não vamos deixar por isso mesmo! O que ela disse? - Eu o empurrei, batendo novamente em seu ombro.

- Quer parar com isso! Está realmente difícil, você sabe disso? - disse ele, sacudindo-me no joelho.

Havia simplesmente muitas maneiras que eu poderia responder com um comentário rude, mas sabiamente mantive o silêncio.

- O que ela disse sobre mim? - Pedi com calma, agora preocupada que talvez ela tivesse dito algo sobre o meu trabalho.

Ele olhou para mim e viu que eu estava perplexa.

- Não, não, não é assim, não é nada ruim. É que, bem, Jillian te adora. E ela me adora, é claro né? - ele brincou, piscando-me aquele sorriso novamente. Revirei os olhos, mas continuei brincando.

- E assim, ela pode ter mencionado... algumas vezes... que ela achava que eu deveria conhecê-la - ele arrastou as palavras, apenas piscando para mim quando me encontrou com os olhos.

- Oh. Ohhhh - eu respirei quando percebi o que ele queria dizer. Corei.

Jillian, que merda de casamenteira.

- Será que ela sabe sobre o harém? - Eu perguntei.

- Quer parar com isso? Já falou o suficiente sobre essa merda de harém! E se eu lhe dissesse que essas três mulheres são incrivelmente importantes para mim? Que eu me importo muito com elas e elas comigo. Que a relação que tenho com elas funciona para nós, e ninguém precisa entender isso, entendeu? - ele disse claramente, puxando o Rover a uma parada no meio-fio do nosso prédio raivosamente.

Fiquei quieta enquanto eu estudava minhas mãos e, em seguida, o observei enquanto ele passava as mãos pelos cabelos até os bagunçar mais ainda.

- Ei, você sabe o quê? Você está certo. Quem sou eu para dizer o que é certo ou errado para ninguém. E se isso funciona para você, então ótimo. Mazel tov*. Vá nessa. Seja qual for. Estou apenas surpreendida que Jillian queria te arranjar comigo, ela sabe que eu sou uma garota muito tradicional, isso é tudo - respondi, tentando apaziguar.

Ele sorriu um pouco, e virou a força de seus olhos verdes em mim.

- Quando isso aconteceu, ela não sabia sobre o harém. Eu mantenho a minha vida privada, privada. Aparentemente, com exceção da minha vizinha com as paredes finas e lingerie devastadora - disse ele, com a voz baixa que poderia me derreter, assim, tanto faz. Meu cérebro certamente entrou em choque, vendo quando isso de repente começou a escorrer pelas minhas orelhas para baixo até o meu colo.

- Exceto por isso - murmurei, sentindo-me completamente envergonhada.

Ele soltou um riso escuro e, em seguida, abriu a porta. Andou ao redor, mantendo seus olhos nos meus enquanto ele caminhava em volta do carro e abria a porta para mim.

Agora eu era a única balançando a cabeça e perdida em meus pensamentos. Desci do carro, tomando a mão que ele me ofereceu, e quase sem perceber ele traçou um pequeno círculo no interior da minha mão esquerda com o polegar direito. Quase não percebi isso a minha bunda... ele fez a minha pele e minha pedrinha da xoxota se sentarem em linha reta.

Andamos pelo interior do edifício, mais uma vez com ele abrindo a porta para mim. Ele era realmente encantador, eu tinha que dar o braço a torcer.

- Então, como você conheceu Benjamin e Jillian? - Eu perguntei, subindo as escadas à sua frente.

Eu tinha certeza que ele estava verificando os meus pés, por que não? Eu tinha grandes hastes, e eles se sentiram lisonjeados pelo meu pequeno vestido.

- Benjamin é um amigo da minha família há anos. Eu o conheço praticamente por toda a minha vida. Ele também oficialmente gerencia meus investimentos para mim - ele respondeu quando passamos pelo primeiro andar e começamos o segundo. Olhei por cima do ombro para ele, e o peguei espreitando as minhas pernas. Ha! Peguei ele.

- Ooo, você tem investimentos. Tem um bônus que sobrou de seus aniversários lá, sacos de dinheiro? - Eu o provoquei, e ele riu.

- Yeah, algo parecido com isso. - Continuamos a subir as escadas.

- É curioso, não acha? - Eu comecei.

- Curioso? - ele perguntou, sua voz deslizando em cima de mim como o mel quente.

- Bem, eu quero dizer, Benjamin e Jillian tanto nos conhecem, nos reúnem em uma festa como essa, e você é o que tem me divertido todas as noites por todas estas semanas... é apenas curioso, não é? Pequeno mundo e tudo isso? - Refleti, quando a escada acabou e eu tirei as minhas chaves fora.

- São Francisco é uma cidade grande, mas ela pode parecer como uma pequena cidade em alguns aspectos. Mas sim, é curioso. Intrigante ainda, quem imaginava que a designer agradável que Jillian quis me arranjar é realmente a Garota da Camisola Rosa. Se eu soubesse? Eu poderia tê-la levado para sair... - respondeu ele, aquele sorriso de volta condenável em seu rosto bonito.

Droga, por que ele não poderia ter continuado um idiota?

- Sim, mas a Garota da Camisola Rosa teria dito não. Afinal, paredes finas e tudo... - Eu pisquei, fazendo um punho e batendo na parede ao lado da minha porta. Eu podia ouvir Clive pranteando atrás da porta e eu precisava entrar antes que ele começasse a gritar.

- Ah sim, paredes finas. Hmmm. Bem, boa noite Demi. A trégua ainda está certa? - perguntou ele, indo para sua porta.

- A trégua ainda está de pé, a menos que você faça algo para me deixar louca de novo - eu ri, inclinando-me na porta.

- Oh conte com isso. E Demi? Falando de paredes finas? - disse ele, quando ele abriu a porta e olhou para mim. Ele se inclinou em sua própria porta, batendo com o punho na parede.

- Sim? - Eu perguntei, um pouco sonhadora para o meu próprio bem.

Ele sorriu novamente e disse.

- Bons sonhos.

Ele bateu na parede mais uma vez, piscou e entrou.

Huh.

Bons sonhos e paredes finas.

Bons sonhos e paredes finas...

Mãe de pérola.

Ele me ouviu...

~

4 comentários:

  1. Beijo, tapa, beijo. Simplesmente divou nessa parte! Quer dizer esse capítulo foi de tirar o fôlego! Eu simplesmente amei esse final! Óbvio que ele te ouviu Demi, paredes finas kkkkkk
    Amei continua!
    Fabíola Barboza ;*

    ResponderExcluir
  2. Kkkkkkk mãe de pérola mesmo kkkkkkk OMG!!

    Morrendo com esses 2

    ResponderExcluir