26.7.14

Subindo Pelas Paredes - Capitulo 12

 
~
 
Glossário:
*Zip-line : descer por uma corda, pendurado por um cinto
*Filme de 1983. O filme mostra a ascensão do cubano Tony Montana (Al Pacino), um emigrante que, com seu amigo Manny Ray, consegue construir um império dentro da cidade de Miami. Refilmagem da versão homônima de 1932
*Expressão usada na culinária para massa podre
** Bounce e Downy são fragrâncias de cheirinhos de gaveta
*Molho pronto para macarrão.
* Pink Himalayan salt – Sal puro retirado das redondezas das montanhas do Himalaia. Ele possui uma cor rosada, por isso o ‘pink’
* Linda Denise Blair – Atriz estadunidense que fez grande sucesso no filme “O Exorcista”.

Nós dois nos sentamos no bar de pretensioso, o que ele tinha escolhido. Parecia muito James, elegante e sofisticado, e atado com uma sexualidade escondida. As banquetas de couro vermelho cor de sangue, levemente almofadadas e frias, nos guardaram enquanto estávamos sentados e começamos o processo de conhecer um ao outro depois de anos.

Enquanto eu esperava por um garçom, eu estudei seu rosto. Ele ainda parecia o mesmo, o cabelo louro areia cortado baixo, os olhos intensos olhavam em seu entorno, e seus ombros magros dobrado sobre si mesmo como um gato. Isso só tinha melhorado sua boa aparência, e seu jeans rasgado e seu suéter de cashmere preto cuidadosamente agarrado ao seu corpo que eu sabia que ainda estava em grande forma. James era um alpinista e levava a sério sua perseguição pelo esporte. Ele via cada pedra, cada montanha como um obstáculo a superar, a vencer.

Escalei com ele algumas vezes perto do fim do nosso relacionamento, tendo sido previamente nervosa sobre alturas. Mas vê-lo subir, vê-lo esticar seus músculos vigorosos e manipular seu corpo em posições que pareciam não naturais foi uma experiência emocionante, e eu ainda podia aproveitar as noites na barraca como uma mulher possuída.

- O que você está pensando? - ele perguntou, interrompendo meus devaneios.

- Eu estava pensando o quanto você escalava. É algo que você ainda faz?

- Eu faço, mas eu não tenho tanto tempo livre como eu costumava ter. Eles me mantêm bastante ocupado na empresa, mas eu tento e sair para o Big Basin tão frequentemente como eu posso - respondeu ele, sorrindo quando a nossa garçonete se aproximou.

- O que eu posso servir aos dois? - ela perguntou, colocando os guardanapos na nossa frente.

- Ela vai querer um martini seco, três azeitonas, e me traga três dedos de Macallan - respondeu ele, sorrindo quando a garçonete assentiu e nos deixou a sós.

Eu o estudei enquanto ele sentou-se, em seguida, voltou a olhar para mim.

- Oh, Demi, me desculpe, essa ainda é a sua bebida? - ele perguntou quando eu estreitei os olhos para ele.

- Quando isso acontece, sim, mas e se eu não a quisesse ela esta noite? - Eu respondi recatadamente, sacudindo o dedo para ele.

- Meu erro é claro, o que você quer beber? - ele corrigiu, acenando para a garçonete voltar.

- Eu vou querer um martini seco com três azeitonas, por favor - eu disse à garçonete com uma piscadela, e ela pareceu confusa.

James riu alto e ela se afastou balançando a cabeça.

- Touché Demi, touché - disse ele, estudando-me outra vez.

- Então, me diga o que você fez pelos últimos anos? - Eu perguntei, inclinando-me nos cotovelos sobre a mesa e o queixo nas mãos.

- Hmm, como encapsular anos em poucas frases. Terminei o curso de direito, assinei um contrato com uma empresa aqui na cidade, e trabalhei como um cachorro por dois anos. Fui capaz de aliviar um pouco, trabalho apenas cerca de 65 horas por semana, mas foi agradável te ver outra vez, eu admito - ele sorriu, e eu não pude segurar, e sorri de volta. - E, claro, trabalhando tanto quanto eu tenho me deixa muito pouco tempo para uma vida social, então foi apenas uma sorte cega que eu tenha visto você na festa no mês passado - concluiu, espelhando a minha postura inclinada para frente e nos cotovelos.

- Então você me viu, mas não veio falar comigo. E agora você está aqui, semanas depois, pedindo-me para trabalhar em seu condomínio, é exatamente isto? - perguntei, aceitando a minha bebida quando ela chegou e dando um longo gole.

- Eu vi você Demi, e eu queria falar com você, acredite em mim. Mas eu não podia, muito tempo havia passado. Mas então eu percebi que você trabalhava para Jillian, que um amigo tinha recomendado a mim, e eu pensei ser perfeito - ele respondeu, oferecendo o seu copo para o meu para um brinde.

Parei por um momento, depois os tocar.

- Então você quer mesmo trabalhar comigo, isso não é algum tipo de estratégia para me levar para a cama, não é? - Eu perguntei e ele olhou para mim de forma uniforme.

- Ainda mais direta, pelo que eu vejo... mas sim, isso é apenas profissional. É claro que eu não gosto da maneira como deixamos as coisas, mas eu aceito a sua decisão. E agora aqui estamos nós, eu precisava de uma decoradora, você é uma decoradora, funciona bem, você não acha? -

- Designer - eu disse calmamente.

- O que?

- Designer - eu disse, um pouco mais alto neste momento. - Eu sou uma designer de interiores, não uma decoradora. Existe uma diferença aí Sr. Procurador - Eu o corrigi, bebendo mais um gole.

- Claro, claro - respondeu ele, sinalizando para a garçonete. Surpreendida, olhei para baixo e percebi que o meu copo já estava vazio.

- Quer outro? - ele perguntou, e eu acenei com a cabeça.

Tivemos uma pequena conversa pela próxima hora, começamos a discutir o que exatamente ele precisava em sua nova casa. Jillian estava certa, ele estava, basicamente, me pedindo para desenhar o seu lugar inteiro, desde os tapetes da área até as luminárias em cima e tudo mais. Seria uma comissão enorme, e ele mesmo concordou em me deixar fotografar tudo para uma revista de design local que Jillian estava querendo que eu apresentasse meu trabalho. James veio de uma família rica, os Browns da Filadélfia se você não sabe, e eu imaginava que sua família deveria estar bancando a maior parte desse projeto. Jovens advogados não ganham dinheiro suficiente para comprar o tipo de lugar que ele tinha, para não mencionar que ele vive em uma das cidades mais caras da América. Mas os verdadeiros fundos existem, e ele era o destinatário de uma grande empresa. Uma das vantagens de sair com ele na faculdade é que realmente podíamos nos dar ao luxo de ir a encontros reais, sem comer comida barata o tempo todo. Eu tinha gostado desse aspecto de estar com ele, não vou mentir.

E gostaria de aproveitar esse aspecto do projeto, era basicamente um orçamento ilimitado? Eu não podia esperar para começar.

Nós tivemos um grande momento, e como todos os relacionamentos passados que há um sentimento de conhecimento, de nostalgia que você pode compartilhar apenas com alguém que você conhece intimamente, principalmente nessa idade que você ainda está se formando. Eu admito, foi ótimo vê-lo novamente. James tinha uma personalidade muito forte, intensa e confiante, e eu fui lembrada novamente por que eu tinha sido atraída por ele, em primeiro lugar. Nós rimos e contamos histórias sobre coisas que tínhamos feito quando um casal, e fiquei aliviada ao descobrir que o mesmo encanto estava lá, que poderíamos nos dar muito bem em um ambiente social, sem qualquer constrangimento que poderia ter nos acompanhado esta noite. Enquanto a noite acalmou e ele foi me levando para casa, ele ficou rondando a questão que eu sabia que ele estava morrendo para me perguntar a noite toda.

Viramos na minha rua e quando ele colocou o carro parado, ele se virou para mim.

- Então, você está vendo alguém? - ele perguntou baixinho, com um olhar inquisitivo.

- Não, eu não estou. Essa dificilmente é uma pergunta que um cliente me faz... - Eu o provoquei e olhei para meu prédio. Eu podia ver Clive sentado na janela da frente, esperando por mim, e eu sorri interiormente. Era bom ter alguém esperando por você. Eu não conseguia parar de olhar para o lado para ver se havia alguma luz acesa no apartamento de Joe e eu também não pude parar minha barriga de dar pequenas voltas quando vi sua sombra na parede e a luz azul de sua televisão.

- Bem, como seu cliente eu vou me abster de fazer esses tipos de perguntas no futuro Srta. Reynolds - ele riu e me virei para ele.

- Está tudo bem James, passamos do relacionamento designer/cliente há muito tempo - Eu brinquei, sentindo-me triunfante quando vi seu rubor esculpir uma fenda em sua fachada cuidadosa.

- Eu acho que vai ser divertido trabalharmos juntos - ele piscou, e foi a minha vez de rir.

- Ok, você me ligue amanhã no escritório e nós vamos começar a fazer o seu condomínio novo. E eu vou gastar com você amigo, prepare-se para usar o seu cartão de crédito - eu o insultei, saindo do carro e me virando para enfrentá-lo.

- Oh diabo, eu estou contando com isso - ele piscou e acenou um adeus.

Ele esperou até que eu estivesse lá dentro, e então eu joguei um outro aceno para ele. Subi as escadas, pensando na noite. Foi uma boa reunião, e eu estava contente de ver que eu poderia conviver com ele novamente.

Virei a chave na minha fechadura, e pensei ter ouvido alguma coisa atrás de mim. Olhei por cima do meu ombro, mas não vi nada. Ouvi Clive me chamando de dentro eu sorri e entrei, pegando-o e murmurando baixinho em seu ouvido enquanto ele me deu um abraço de gato com suas patas grandes em torno do meu pescoço.

JOE POV

Apertei meus olhos no olho mágico pelo que parecia ser a trigésima vez naquela noite, depois de ter jurado que eu ouvi alguém no corredor.

Nada.

Andei. Por que diabos eu estava passeando? Por que eu me importava quando Demi chegava em casa? Ela era minha vizinha, éramos apenas amigos, por que eu me importava?

Andei.

Corri minhas mãos pelo meu cabelo, sentindo-me tenso. Eu queria sair para uma corrida? Eu queria sair para alguma porra?

Nenhum dos dois.

Andei.

Eu estava me sentindo agitado, frustrado, como se eu tivesse extraviado minhas chaves ou eu tivesse me esquecido de pagar uma conta ou algo assim. Algo estava... errado.

Eu fodidamente marchei.

Eventualmente, eu me joguei em uma cadeira e liguei a TV. Curiosamente, passava um episódio do Planeta Azul no Discovery, e embora eu não tivesse trabalhado neste programa, eu caí dentro dele. Eu estava assistindo a um segmento sobre os recifes de coral, e eu me lembrei de Demi me contando sobre mergulhar ao largo da costa de Belize. Ela estava tão animada quando ela contou a história, a emoção que ela teve ao nadar com um tubarão no recife, e do jeito que ela riu quando ela contou a história de fazer xixi na sua roupa de mergulho tinha quase me feito cuspir no meu café.

Eu tinha ficado surpreso ao certo quando ela me disse no dia da explosão dos canos que ela gostava de viajar sozinha, mas eu não percebi no momento a extensão de algumas das suas viagens. Francamente, eu esperava que ela me dissesse contos de um fim de semana em Napa, ou que foi a um spa no Carmelo.

A menina tinha subido o Half Dome com um grupo de rapazes que conhecera naquela manhã. Ela tinha ficado em um dos alojamentos ecológicos na Costa Rica e fez zip-line* através do dossel. Ela "gritava tão alto quando estava pendurada por sua boceta que ela acordou metade da floresta" e amei cada minuto disso.

Essa menina era diferente.

Irina gostava de viajar, mas como um modelo, ela também havia sido solta na cena mundial apenas aos 14 anos e passou todo o seu tempo nas grandes cidades ficando em bons hotéis. Ela era uma verdadeira cosmopolita, capaz de misturar em qualquer lugar do mundo e eu sempre admirei isso sobre ela. Ela adorava ser uma mulher global e falava várias línguas. Ela tinha um espírito fantástico, e eu estava tão feliz que ela estava voltando para obter o seu mestrado em estudos internacionais, agora que sua carreira de modelo estava abrandando.

Mas imaginar Irina pendurada numa roldana a centenas de metros acima de uma floresta tropical?

Eu sorri pensando no gato de Demi perseguindo Irina no meu quarto, e o olhar no rosto de Demi quando ela tentou capturá-lo.

Não tinha preço...

Eu ouvi o movimento no corredor novamente, e como um ladrão doente, eu voltei para o meu posto na porta e apertei o meu olho contra o olho mágico. Eu ouvi o estalar dos saltos altos escada acima, e eles soaram familiares.

Então eu vi a forma de Demi entrar em exibição, em imagem distorcida através do olho mágico, mas ainda via seus contornos, não havia dúvidas com esse cabelo castanho e essa bunda gostosa.

Eu só acho a bunda da minha vizinha gostosa?

Sim, eu tinha certeza.

E ela estava sozinha. James Brown não estava com ela, ele não tinha sido convidado para o santuário.

Por que diabos eu estava quase batendo palmas de alegria?

- Merda - saiu da minha boca antes que eu tivesse a chance de me parar, e eu vi Demi voltar em torno de sua porta, olhando para trás como se ela tivesse ouvido alguma coisa. Ela sorriu um pouco quando ela olhou para a minha porta da frente, e depois entrou em seu apartamento, abaixando um pouco para pegar o gato fazedor de xixi, me proporcionando uma visão mais espetacular de sua bunda gostosa.

Quando a porta se fechou para a noite, e eu me afastei da porta como um Espiador Ed, eu percebi que a minha frustração, minha agitação tinha ido embora.

Huh... estranho.

Dirigi-me à cama.

Eu escolhi algumas músicas, Count Basie desta vez, e me deitei em baixo dos panos. Eu ouvi uma batida leve na parede atrás de mim, e eu sabia que Demi tinha aprovado minha seleção para a noite. Eu bati de volta com um sorriso, e cai em um sono fácil.

DEMI POV

Eu estava enrolando a massa da torta, quando a mensagem de Joe chegou.

Venha aqui quando quiser. Eu vou servir o jantar quando você estiver aqui.

Ainda estou fazendo a torta, mas eu vou chegar em breve.

Precisa de ajuda?

O que você acha de descascar maçãs?

A próxima coisa que ouvi foi uma batida na porta. Andei até ela, as mãos cobertas de farinha, e dei uma cotovelada para abrir a porta.

- Bem, Olá - disse eu, segurando a porta aberta com o meu pé.

- Parece o final de Scarface* aqui - observou ele, se aproximando para tocar no meu nariz e me mostrando a farinha na ponta.

- Eu perco um pouco o controle quando há torta de maçã envolvida - eu brinquei quando ele fechou a porta.

- Anotado, isso é uma boa informação para eu ter - brincou ele de volta, esmagando a minha mão enquanto eu tentava dar um tapa nele. Ele deu uma boa olhada em mim, então, seus olhos verdes caíram do meu rosto para o meu corpo todo. - Para que conste, eu perco o controle quando eu vejo mulheres em aventais ousados, então eu não sei por quanto tempo eu sou capaz de ficar aqui sem tentar te apalpar um pouco.

- Sai fora e pegue uma maçã, camarada - eu brinquei e caminhei em direção à cozinha, adicionando um pouco de balanço extra ao meu quadril, que o levou a suspirar pesadamente. Olhei para minha roupa, observando minha blusa, o jeans velho, e os pés descalços, e meu avental de cheff que dizia: "Você deveria ver meus bolos..."

- Agora, quando você diz ‘pegar uma maçã’ ao que exatamente você estava se referindo? - O ouvi de dentro da cozinha, onde ele estava tirando o casaco e arregaçando as mangas. Eu balancei minha cabeça um pouco com a visão de Joe com uma camisa preta e um velho jeans desbotado. Ele estava descalço, mais uma vez, e fiquei maravilhada com o quão confortável ele parecia estar na minha cozinha.

Eu andei em torno do balcão da cozinha revirando os olhos para ele e peguei o meu rolo.

- Você sabe, eu não vou pensar duas vezes antes de bater em sua cabeça com isso se você continuar com esta linha de assédio sexual - Eu o avisei, agora passando a minha mão para cima e para baixo no rolo sugestivamente.

- Eu vou ter que lhe pedir para não fazer isso se você quiser mesmo que eu descasque maçãs aqui Garota da Camisola - ele respondeu com os olhos esbugalhados, à vista.

- Eu nunca faço piada sobre tortas Bate-Parede - Eu brinquei e polvilhei um pouco mais de farinha sobre o mármore.

Ele ficou em silêncio por um momento, enquanto ele me olhava enrolando a torta, respirando pela boca.

- Então, o que você vai fazer com isso? - ele perguntou, em voz baixa.

- Com isso? - Eu perguntei, inclinando-me sobre o tabuleiro e, talvez, arqueando as costas um pouco quando eu fiz isso.

- Hmm Mmm - ele respondeu.

- Quando eu amasso essa massa, desse jeito? - Eu brinquei de novo, empurrando o rolo para frente e para trás sobre a massa, certificando-me de que minhas costas arqueavam em cada vez e que a ação empurrava minhas meninas juntas.

- Oh, meu - ele sussurrou, e sorri como uma criança levada para ele.

- Você vai ficar bem com isso garotão? Esta é apenas a capa da torta, eu ainda preciso fazer a parte de baixo - eu disse sobre o meu ombro, olhando para ele enquanto ele apertava as mãos na borda do balcão.

- Maçãs Maçãs, vou descascar algumas maçãs - disse a si mesmo e se afastou de mim e foi para a fruteira cheia de maçãs na pia.

- Permita-me lhe dar o descascador - eu disse baixinho, vindo por trás dele e pressionando-me contra ele, quando eu me curvei ao seu lado para pegar o descascador de legumes na outra pia.

Era muito divertido provocá-lo desta forma.

- Descasque as maçãs, só descasque as maçãs, não sinta seus seios, não sinta seus seios - ele continuou a cantar enquanto eu ri abertamente dele.

- Aqui, descasque essa - disse eu, tendo pena dele e me retirando do seu espaço de trabalho. Eu posso ter inalado a sua camisa.

Era como a primavera.

Ele estava me deixando refrescada.

- Você acabou de me cheirar? - perguntou ele, mantendo-se de costas para mim e não pôde ver o meu rubor.

- Eu posso ter - eu admiti, voltando para o meu rolo, que eu apertei fortemente.

- Eu acho que sim - acrescentou.

- Ei, se você pode me cheirar eu posso te cheirar - eu atirei de volta, tirando a minha frustração sexual como uma pate brisée* indefesa.

- É justo, como eu fui avaliado?

- Bom, muito bom realmente. Downy?

- Bounce**, eu perdi a minha bola Downy** - disse ele timidamente.

Eu ri, e continuamos a rolar e descascar. Dentro de 15 minutos, tínhamos uma bacia de maçãs descascadas e cortadas, uma massa de torta perfeitamente enrolada, e tínhamos terminado nosso primeiro copo de vinho.

.....

- Ok, qual é a próxima? - ele perguntou, se limpando diante de mim, limpando-se da farinha e, basicamente, arrumando a casa.

- Agora nós passamos a canela e acrescentamos um pouco de citros - eu respondi, alinhando a canela e a noz-moscada, e o meu pote de açúcar e limão.

- Ok, o que você quer de mim? - perguntou ele, tomando o cuidado de mostrar-me as mãos que agora estavam cobertos de farinha.

- Primeiro lave sua mão, em seguida, vamos começar. Você pode ser meu assistente. - Ele procurou por um pano de prato, e eu virei para olhar para o que eu sabia que eu deixei de fora. Quando eu o encontrei para ele, senti duas mãos muito fortes e muito especificamente colocadas na minha bunda.

- Hum, oi? - Eu disse, congelando surpresa.

- Oi - ele respondeu alegremente, não liberando as mãos do meu traseiro.

- Explique-se por favor - pedi, tentando não perceber como o meu coração estava tentando deixar meu corpo através de minha boca.

- Você me disse para encontrar algo para limpar as mãos - ele gaguejou, se esforçando para não rir enquanto ele deu um pequeno aperto em cada bochecha.

- E você teve que usar a minha bunda? - Eu ri de volta, e me virei para ele, cobrindo suas mãos com minhas próprias.

- O que posso dizer, eu tenho liberdades com meus vizinhos - ele respondeu, os olhos dardejando para trás e para frente agora entre meus lábios e meus olhos.

- Temos uma torta para fazer rapaz, vou agradecer se você se lembrar de suas maneiras. Ninguém toca na minha bunda sem um convite - eu ri, ainda segurando suas mãos nas minhas. Mais uma vez, eu senti seu dedo começar a traçar círculos pequenos no interior da palma da minha mão e minha cabeça ficou tonta e boba.

Porra, esse cara ia ser a minha morte.

- Sem mãos, e comporte-se - eu instruí. Ele sorriu e se afastou, o que me deu a oportunidade de murmurar - Oh meu Senhor Jesus - para ninguém em particular e depois encontrá-lo de volta com a tigela de maçã.

- Ok, você faz o que eu digo, entendeu? - Eu disse, e comecei a colocar o açúcar na tigela.

- Entendi.

Eu comecei a jogar as maçãs com as minhas mãos e Joe seguiu minhas instruções ao pé da letra. Quando eu pedi mais açúcar, ele deu. Quando eu pedi por mais canela, ele colocou. Quando eu lhe pedi para espremer o limão, ele espremeu tão bem que eu tive dificuldades em manter a minha língua na minha boca e fora de sua garganta.

Eu misturei e provei, e quando ela finalmente estava com o equilíbrio certo, eu levantei um pedaço para a sua boca.

- Abra - disse eu, e ele inclinou-se para perto e eu coloquei uma maçã em sua boca, e ele fechou a boca antes que eu tivesse a chance de remover meus dedos. Ele deixou seus lábios fecharem em torno de dois e eu lentamente os retirei, sentindo sua língua enrolar delicadamente em torno deles e sair.

- Delicioso - disse ele suavemente.

- Gah - eu respondi, cruzando um pouco os olhos para o sexo exibido em duas pernas na minha frente.

- Bom para você? - perguntou ele, o sorriso de volta.

- Bom para mim - eu respondi, bochechas e perseguida em chamas após essa linguada.

Porra . Porra  . Porraaa!

Jesus...

Minha parede sexual tinha sido batida, e eu estava me preparando para rasgar a roupa do seu corpo e jogá-lo no chão e fodê-lo em meio a uma pilha de maçãs e canela, com apenas um pino rolo para nos guiar quando ouvi meu telefone tocar.

Obrigado Jesus.

Obrigado Jesus.

Obrigado Jesus...

Olhei para o diabo de olhos verdes, e andei para o outro lado da sala, longe do voodoo bate bate, e procurei por meu telefone. Eu vi seu rosto, enquanto corria, ele parecia um pouco decepcionado.

Era Miley.

- Menina, o que está fazendo hoje à noite? - ela gritou ao telefone. Segurei-o longe do meu ouvido antes que ele começasse a sangrar.

Miley tinha três níveis de volume.

Normalmente Alto, Alto excitado, e Bêbado Alto.

Ela estava deixando excitado e entrando no seu caminho para bêbado.

- Estou me preparando para jantar, onde está você? - Eu perguntei, inclinando-me para Joe, que estava começando a colocar as maçãs no prato da torta.

- Eu sai para beber com Selena e Natalie, o que você está fazendo? - ela gritou.

- Eu já lhe disse, me preparando para um jantar exuberante - eu ri.

Joe saiu para a sala depois disso com a torta nas mãos.

- Eu posso colocar isso no forno? - ele perguntou.

- Um momento Miley... ainda não, eu ainda preciso cobri-la com um pouco de creme - eu respondi e ele voltou para a cozinha.

- Demi Lovato, isso era um homem! Quem era? Quem está jantando com você? E onde você está passando creme? - ela gritou para mim, sua voz ficando ainda mais alta.

- Acalme-se, meu Deus você está gritando! Era Joe, e estamos fazendo uma torta de maçã - eu comecei a dizer, quando ela imediatamente gritou para Selena e Natalie.

- Merda - eu murmurei quando ouvi o telefone rapidamente ser arrancado para longe de Miley.

- Lovato, o que você está fazendo? Você está cozinhando uma torta com o seu vizinho? Você está nua? - Selena gritou, sendo a próxima na linha a me interrogar.

- Ok, não, vocês precisam seriamente se acalmar. Se acalmem agora! - eu gritei para ela enquanto ela gritava para mim. Eu podia ouvir Miley gritando coisas desagradáveis sobre tortas e cremes e Natalie rindo alto. Selena estava no meio me ameaçando para não desligar na cara dela, quando eu fiz exatamente isso.

Suspirei e me levantei do sofá e fui procurar Joe, com as mãos cheias de torta. Eu cheirei a torta.

*   *   *   *   *   *

- Oh meu Deus, isso é tão bom - gemi, fechando os olhos e me perdendo nas sensações que meu corpo estava experimentando.

- Eu sabia que você ia gostar, mas eu não tinha idéia que ia me divertir tanto assim - ele sussurrou, olhando para mim com muita atenção, concentrando-se no jeito que meus lábios estavam se movendo.

- Pare de falar, você vai estragar tudo isso para mim - gemi, me alongando e sentindo-me responder a tudo o que ele estava me dando.

- Você quer outra? - ele ofereceu, levantando-se nos cotovelos.

- Se eu comer outra, eu não vou poder andar amanhã.

- Vá em frente, seja uma menina má... você merece. Eu sei que você quer isso Demi - ele brincou, inclinando-se mais perto.

- Foda-se... - Eu consegui, abrindo para ele novamente.

Fechei os olhos, e o senti me tocar antes de colocá-la dentro. Suspirando enquanto eu mastigava, eu envolvi meus lábios ao redor e engoli.

- Eu nunca vi uma mulher que poderia agüentar tanto em uma sessão - admirou-se, me assistindo me desfazendo mais uma vez.

- Sim, bem, você nunca conheceu uma mulher que gosta de almôndegas tanto quanto eu - eu gemi de boca cheia, sentindo-me cheia além da crença, mas não querendo dar um fim na refeição.

Joe tinha acabado de cozinhar para mim, muito possivelmente a refeição mais perfeita de todas, batendo todos os gostos no único botão que precisava ser batido. Ele tinha aprendido a fazer as almôndegas mais surpreendentes com uma mulher, em Nápoles, e jurou-me que seria as melhores que eu já provei.

Depois de nada menos que sete piadas sobre bolas e bocas, eu tive que concordar que essas foram as melhores bolas que eu já tive na minha boca.

Jesus...

Eu, então, depois de comer quase um quilo de massa, e todas as minhas almôndegas, acrescida de metade da sua. Insisti que ele comesse a última, mas ele se recusou e trouxe sua ultima almôndega para a minha boca.

Quando ele me convidou para uma refeição feita em casa, eu não estava muito certa do que esperar. Os caras que me fizeram o jantar, no passado, variavam de macarrão instantâneo em uma tigela e não no copo, muito chique até a explodir as batatas no microondas.

Joe era um grande anfitrião, cuidando para que eu me sentasse e bebesse vinho e assistisse ao invés de ajudar. Ele me divertiu com as histórias sobre suas viagens enquanto ele arrumava tudo, e mesmo a comida sendo simples, estava boa. Muito boa. Batendo na minha própria cabeça de boa. Ele nos fez uma salada com limão e azeite e parmesão raspado, e o molho sobre o macarrão era grosso e rico.

- Nonni me fez prometer a ela que se ela me mostrasse como fazer almondegas  eu só os serviria com o seu molho especial. Se eu ousasse servir elas com uma jarra de Prego*, ela iria cruzar o oceano para quebrar sua colher de pau contra o meu traseiro.

- Ela fez você chamá-la de Nonni? - Eu ri, recostada na minha cadeira e desabotoando o botão superior do meu jeans. Eu não fiquei com vergonha, eu tinha comido uma quantidade obscena.

- Você sabe o que Nonni significa? - ele perguntou, surpreso.

- É vovó, né? - Eu respondi, rindo novamente quando seus olhos foram para minhas mãos que massageavam meu estômago.

- Você vai ficar bem? - Ele rolou seus olhos, levantando-se para limpar a mesa.

 - Sim, só preciso respirar um pouco - eu gemi, puxando-me para cima da mesa.

- Não, não, você não tem que ajudar - disse ele, apressando-se ao meu lado e agarrando meu prato.

- Oh não, eu não ia. Eu ia largar isto e desmaiar no sofá ali - disse eu, acenando para a sala de estar.

- Você vai relaxar, alguém que teve tantas bolas na boca merece um descanso - brincou ele, e eu puxei sua orelha.

- Eu disse, sem mais brincadeiras de bolas! Você já teve o seu divertimento, agora me deixe ir morrer em paz - eu gemi e me arrastei para a sala. Eu realmente tinha sido bastante gulosa mesmo, mas estava seriamente bom. Eu reclinei e abri um outro botão no meu jeans, relaxando nas almofadas e repetindo alguns dos melhores pontos da noite.

Assistir Joe cozinhar foi quente. E quero dizer quente. Ele estava realmente em casa e em uma cozinha, a sua agitação anterior sobre a torta tinha ficado de lado. Até mesmo sua salada, verduras simples vestidas levemente com limão e azeite, sal, pimenta e parmesão estava boa.

Simples e perfeita.

- Sal Pink do Himalaia*, muito obrigado - ele disse com orgulho, pegando um saco de sua despensa. Ele trouxe isso de uma de suas muitas viagens, e fez-me saborear um pouco antes de polvilhar um pouco sobre a salada. Poderia ter sido pretensioso, mas se encaixava no Bate-Parede. As muitas faces e facetas desse cara eram impressionantes, e me fez perceber que as minhas primeiras suposições sobre ele estavam se revelando completamente erradas.

Como era pressuposto a ser...

Eu podia ouvir ele lavando a louça, e tanto quanto eu provavelmente deveria ir ajudá-lo, eu simplesmente não podia retirar-me do sofá. Eu me aninhei no meu lado, e olhei em torno de sua sala de estar, novamente, meus olhos correram mais uma vez pelas garrafas pequenas de areia de todo o mundo. Fiquei maravilhada com a forma como ele era viajado, e como ele parecia curtir isso ainda. Eu olhei para as fotos da mulher em Fiji, novamente, sua pele morena bonita, os planos lisos de seu corpo e pensei sobre como suas três mulheres eram diferentes.

Oops, faça disso dois, agora que Kate estava com seu novo homem.

Eu podia sentir o cheiro da torta de maçã, quando ouvi o barulho da porta do forno sendo fechada. Eu tinha colocado em seu forno tão logo entrei em seu apartamento para que ela estivesse pronta após o jantar.

- Não se atreva a tentar me servir torta agora, estou cheia. Sério, cheia! - Eu gritei.

- Silêncio, está só esfriando - ele me repreendeu, vindo em torno do canto da cozinha e na sala onde eu estava ainda enrolada no meu lado.

- Você vai ter que parar com a chatice irmã, está na hora do filme - ele instruiu, empurrando-me com o seu dedão do pé enquanto eu lutava para sentar-me em linha reta.

- O que estamos vendo de novo?

- O Exorcista - ele sussurrou, desligando a luz em cima da mesa, deixando a sala completamente escura.

- Você está brincando comigo? - Eu gritei, inclinando-me sobre ele para ligá-la novamente.

- Não seja medrosa, você vai assistir isso - ele sussurrou, me fazendo recuar.

- Eu não sou medrosa, mas isso é estúpido e não é estúpido e idiota estar assistindo a um filme como 'O Exorcista' com as luzes apagadas! Isso é apenas a chamar problemas! - Eu assobiei de volta, me virando novamente.

Estava começando a parecer uma discoteca aqui...

- Ok, vou fazer um negócio com você. Luzes apagadas, mas... - ele começou quando ele me viu querendo ligar a luz novamente - se você ficar muito assustada, as luzes voltam, negócio fechado? - ele perguntou. Eu ainda estava inclinada por cima dele para ligá-la novamente quando eu percebi como eu estava perto de seu rosto. E como eu estava inclinada nele como uma menina à espera de receber uma surra. E eu sabia que ele era capaz de me dar uma...

- Ótimo - eu bufei, sentando de volta quando a abertura dos créditos se aproximou. Ele sorriu triunfante e recostou nas almofadas, e me deu os polegares para cima.

- Se você me mostrar mais uma vez esse polegar, eu vou mordê-lo fora - Eu resmunguei, puxando uma manta ao redor das costas do sofá e a colocando protetoramente em volta de mim.

Um minuto para o filme, e eu já estava ficando assustada. Bate-Parede idiota...

Eu fiquei tensa a partir daquele momento, e qualquer ideia que eu poderia ter tido sobre as meninas serem ridículas perto dos caras quando elas assistiam a filmes de terror passaram por mim quando Regan se chateia no jantar.

Até o momento que o sacerdote veio para uma pequena visita, eu estava praticamente sentada no colo de Joe, a minha mão direita dava um aperto mortal em sua coxa, e eu estava vendo o filme através dos orifícios da manta que tinha coberto inteiramente minha cabeça.

- Eu odeio você por me fazer assistir a este filme - eu sussurrei em seu ouvido, que estava bem na minha cara, enquanto eu me recusava a deixar qualquer espaço entre nós. Eu mesma o acompanhei até o banheiro antes, quando fizemos uma pausa. Ele insistiu para que eu ficasse fora, no corredor, depois que eu tentei segui-lo, em vez de ficar em pé fora da porta, os olhos olhando furtivamente ao redor, ainda com a manta sobre a minha cabeça.

- Você quer que eu pare? Eu não quero que você tenha pesadelos - ele sussurrou de volta, com os olhos na tela.

- Só não bata nas paredes por algumas noites, por favor, eu não vou ser capaz de aturar - acrescentei, olhando para ele através dos meus cílios.

- Você ouviu qualquer batida ultimamente? - ele perguntou, revirando os olhos novamente, como ele fazia toda vez que ele olhava para mim com a manta ridícula na minha cabeça.

- Não, eu realmente não ouvi... por que isso? - Eu perguntei, e ele respirou fundo.

- Bem, eu... - ele começou, e então o barulho mais assustador e maníaco começou a vir da TV e nós dois saltamos.

- Ok, talvez este filme seja um pouco assustador, você quer se sentar um pouco mais perto? - perguntou ele, apertando o pause no controle remoto.

- Eu pensei que você nunca pediria - eu gritei, lançando-me plenamente em seu colo e ficando entre suas coxas, que se envolveram em torno de mim.

- Você quer alguma manta? - Eu me ofereci, e ele riu.

- Não, eu posso aguentar isso como um homem, você fica aí embaixo embora - brincou ele, meus olhos estreitando-se através dos cílios. Cutuquei um dedo através do tecido.

- Qual dedo é esse? - Eu perguntei, balançando em cima dele.

- Shhh filme - ele respondeu, envolvendo os braços em volta de mim e me puxando de volta contra o seu peito. Ele era quente e forte e poderoso, e não era absolutamente nada aterrorizante como "O Exorcista".

Nós assistimos o resto do filme maldito abraçados como pretzels siameses (hahahaahah), e ele finalmente sucumbiu à falsa segurança que uma manta pode proporcionar.

Click. Click. Click.

Que diabos foi isso?

Click. Click. Click.

Porra. Porra. Porra.

Fiquei paralisada na minha cama, todas as luzes no meu apartamento inteiro acesas. Até mesmo na sala de estar, todas as luzes estavam acesas.

Click. Click. Click.

Eu puxei as cobertas mais altas, cobrindo meu rosto de olhos, que estavam procurando loucamente algo ao redor.

Eu odiava o Bate-Parede com todas as fibras do meu ser naquele momento. Eu também gostaria que ele estivesse aqui.

Click. Click. Click.

Que diabos era isso?

Click. Click.

Nada.

Então, Clive pulou na cama e eu gritei como se estivesse sendo fodidamente assassinada.

Clive estufou o rabo e assobiou para mim, perguntando por que diabos a mamãe estava gritando para ele, tenho certeza. O click click click eram suas malditas unhas de gato...

Eu ouvi meu telefone tocar. Eu vi o nome na tela.

- Que diabos está errado? Por que vocês está gritando? Você está bem? - Joe gritou, e eu podia ouvi-lo através do telefone e através da parede.

- Traga sua bunda aqui agora mesmo seu filho da puta empurrador de filme de terror - eu fervi e desliguei. Bati na parede e corri para destrancar a porta. Do mesmo jeito que eu corria até os últimos degraus da escada do porão quando eu era criança, eu corri de volta para meu quarto, saltando os últimos metros e aterrissando no centro da minha cama. Enrolei as cobertas em torno de mim e olhei para fora, esperando por ele. Ele bateu, e eu ouvi a porta abrir.

- Demi? - ele chamou.

- Venha aqui - eu gritei, triste que eu tinha sido reduzida a isso, mas feliz por vê-lo.

- Eu trouxe a torta - disse ele com um sorriso envergonhado - e isso - acrescentou, enrolando a manta em suas costas.

- Obrigado - eu respondi, sorrindo sob o cobertor.

Poucos minutos depois estávamos deitados na minha cama, cada um de nós equilibrando um prato e um copo de leite. Nós ficamos com muito medo para comermos a torta antes, prometendo comer mais tarde.

Clive e suas unhas fantasmas haviam se retirado para a sala, revirando os olhos para Joe e balançando sua cauda.

- Quantos anos você tem? - Eu perguntei, cortando minha torta.

- 28, quantos anos você tem?

- 26. Temos 28 e 26 anos e estamos com medo de um filme - Eu pensei quando eu provei a torta.

Estava muito bom.

- Eu não diria que estou apavorado, assustado sim. Mas eu só vim para fazer você parar de gritar - respondeu ele.

- E para provar minha torta - acrescentei, piscando.

- Cala a boca - ele advertiu e depois seguiu em frente e provou minha torta. - Jesus isso é bom - ele suspirou de olhos fechados enquanto ele mastigava.

- Eu sei, maçãs e massa caseira? Existe coisa melhor?

- Se estivéssemos comendo isso pelado, essa seria a única maneira que isso poderia ser melhor - ele sorriu, abrindo um olho e olhando para mim.

- Ninguém irá ficar nu aqui amigo, só coma sua torta - eu disse, apontando para o prato com o garfo.

Nós mastigamos.

- Eu me sinto melhor - eu adicionei alguns minutos mais tarde, bebendo o meu leite.

- Eu também, não estou mais assustado - ele sorriu, enquanto eu tirava o prato e o colocava sobre o criado-mudo. Suspirei contente e me deitei contra os meus travesseiros, saciada e com menos medo.

- Então, eu tenho que perguntar... James Brown, quero dizer, James Brown? - ele riu e eu o chutei quando ele se deitou ao meu lado. Nós ambos deitamos nos nossos lados frente a frente, braços ondulados debaixo dos travesseiros.

- Eu sei, eu sei, eu não posso acreditar que você segurou isso tanto tempo assim! Eu sei que você estava morrendo de vontade de fazer piadas disso na noite passada.

- Sério, quem é esse cara? - ele perguntou.

- Ele é um novo cliente.

- Ah, entendi - disse ele, parecendo satisfeito.

- E um antigo namorado - eu acrescentei, olhando seu rosto para ver sua reação.

- Eu entendo, novo cliente, mas antigo namorado - repetiu ele, tentando manter a sua expressão neutra.

- Sim, não o tinha visto há alguns anos.

- Como é que isso irá funcionar? - ele perguntou.

- Não sei ainda, vamos ver - eu respondi a verdade. Eu não sabia como as coisas iriam ser com James. Fiquei contente de vê-lo, e nós tivemos um bom tempo na noite anterior. Ia ser difícil manter as coisas estritamente profissionais se James quisesse mais. E todos os instintos que eu tinha me disseram que ele queria mais. Ele tende a ter um pouco mais de controle sobre mim do que eu estava confortável, e no passado eu encontrei-me sugada pela força gravitacional que era

James Brown.

Advogado, não Poderoso Chefão do Sul.

Eu conhecia James suficientemente bem para saber que ele não estava apenas procurando um designer. A questão era, eu queria mais do que isso?

- Enfim, estamos apenas trabalhando juntos. Será um grande trabalho para mim, ele quer o seu apartamento todo reformado - eu suspirei, já estava planejando a paleta. Eu rolei para minhas costas e me estiquei. Eu realmente tinha abusado do meu estômago hoje à noite e estava começando a ficar sonolenta.

- Eu não gosto dele - disse ele, de repente, após uma longa pausa. Virei o rosto para ele e o vi chateado.

- Você nem sequer o conhece! Como você pode não gostar dele? - Eu ri.

- Eu não gosto - disse ele, simplesmente, agora voltando seu olhar para o meu e liberando o poder do verde.

- Oh, por favor, você é apenas um garoto fedido - Eu ri novamente, despenteando seus cabelos.

Movimento errado, com certeza ele era macio...

- Eu não sou mal cheiroso, você mesmo disse que eu tinha um cheiro bom - ele protestou, levantando o braço e cheirando seu sovaco.

- Sim Bate-Parede, seu cheiro é delicioso - eu brinquei, farejando o ar em volta de mim. Ele deixou seu braço mais para cima sobre o travesseiro e eu sabia que se eu apenas rolasse um pouco à minha direita eu poderia deslizar para a direita sobre no canto. Ele olhou para mim, erguendo as sobrancelhas um pouco. Ele estava pensando o que eu estava pensando?

Ele queria se aconchegar em mim?

Eu queria me aconchegar nele?

Foda-se isso...

- Estou entrando no canto - eu fui anunciado e me aconchegando completamente. Minha cabeça se aninhou no seu braço esquerdo sobre seu peito, o braço direito debaixo do seu travesseiro. Eu mantive minhas pernas para mim, eu não era uma idiota total.

- Bem, Olá você - disse ele, surpreso, e então se enrolou ao redor de mim imediatamente.

Suspirei novamente, envolvida no menino e batedor.

- O que causou isso, amiga? - ele sussurrou em meu cabelo e eu tremi.

- A reação tardia de Linda Blair*, eu precisava de algum aconchego. Amigos podem aconchegar, não podem?

- Claro, mas somos amigos que podem se aconchegar? - ele perguntou, traçando círculos sobre minhas costas. Ele e seus círculos demoníacos...

- Eu posso lidar com isso, você? - Eu segurei minha respiração, sua respiração era doce como maçã.

- Eu posso lidar com qualquer coisa, mas... - ele começou, e depois parou.

- O quê? O que você vai dizer? - Eu perguntei, inclinando-me e olhando de volta para ele. Um pedaço de cabelo desenrolou do meu coque, e caiu entre nós. Devagar e com cuidado, ele empurrou-o para trás da minha orelha.

- Vamos apenas dizer que se você estivesse usando aquela camisola cor de rosa? Você estaria com um monte de problemas - respondeu ele, olhando nos meus olhos.

Eu respirava, ele respirava. Trocamos realmente ar.

- Só me aconchegue, Bate-Parede - eu disse calmamente e ele sorriu.

- Vamos só nos deitar - ele disse, e persuadiu-me de volta em seu peito. Eu deslizei de volta para baixo, para descansar, onde eu podia ouvir seu coração batendo. Ele dobrou a manta por cima de nós, e eu reparei novamente como ela era macia. Ela serviu-me bem esta noite, esta manta.

- Eu amo esta manta, mas eu tenho que dizer que ela realmente não se encaixa no seu apartamento, o tema de cara frio que você usa não combina - eu ri. Ela era um laranja e verde ervilha muito retro.

Ele ficou em silêncio por um momento, e eu pensei que talvez ele tivesse adormecido.

- Era da minha mãe - disse ele calmamente, e o abraço que ele tinha em mim tornou-se infinitamente mais apertado.

Não havia nada a dizer depois disso.

Bate-Parede e eu dormimos juntos naquela noite, com todas as luzes em todo o apartamento acesas.

E Clive e suas unhas ficaram longe.

~

8 comentários:

  1. PERFEITO!!!!!!!!!!!! Posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta

    ResponderExcluir
  2. que coisa fofa, e o joe tava com ciumes ? A Demi provoca e foge ne hahahaha

    ResponderExcluir
  3. Liiiindo... Mari.. Esses apelidos são os melhores EVER! Rsrs.. Joe safadinho kkkkk

    possta logoo

    ResponderExcluir
  4. Awwwnnt .. Meu Deus eu simplesmente amei esse capítulo <3
    O melhor!!
    Continua...
    Fabíola Barboza :*

    ResponderExcluir
  5. Posta mais um por favor

    ResponderExcluir
  6. Posta mais um por favor

    ResponderExcluir