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Stripped - Capitulo 9 (2/2) - MARATONA 7/10

 
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A cena do incidente com o policial já está a vários quilômetros atrás de nós, e só deixamos o meio fio a pouco minutos antes. Meu coração está tamborilando no meu peito, e não apenas da insana habilidade de dirigir de Joe. Na mudança entre as marchas, sua mão repousa sobre minha perna, o dedo traçando padrões indolentes no meu joelho. Eu fico olhando para sua mão. É enorme e bronzeada, forte, as pontas de seus dedos calejados e ásperos na minha pele.

— Você sempre dirige assim? — Eu me viro para perguntar.

—Sim. — Ele olha para mim com um sorriso rápido. — Por quê? 

— É assustador. Quer nos matar? 

— Nós não vamos morrer.

— Mas como você sabe? 

— Porque eu sei o que estou fazendo. Eu não sou apenas um idiota rico com um carro rápido.

— Então o que você é? — Eu pergunto.

— Hum. Um monte de coisas. Antes de ficar sério como ator, eu era um corredor de rua. Você já viu Velozes e Furiosos? Um pouco como aquilo. Só que não eram gangues e crianças de rua. Éramos moleques ricos e privilegiados com muito dinheiro e ninguém para nos dizer para não ser estúpido. Nós nos arrastávamos para cima e para baixo na Sunset à meia noite, ou nas áreas mais pobres, onde os policiais não gostam de ir. Nós levamos as Ferraris e Lamborghinis de nossos pais para uma área deserta e corríamos. Nós íamos para cima e corríamos nas curvas nas montanhas. Então dirigir foi o que eu fiz de qualquer maneira. Então eu peguei o papel de Anderson em Redlight Gods, e eles queriam que eu tomasse aulas de corrida de carro, como curso de condução ofensiva e defensiva com os caras e merdas da NASCAR. A parte mais engraçada foi quando eles queriam que eu tivesse aulas particulares com um professor de corridas de rua com algum piloto supostamente reformado que decidiu tornar-se um consultor de Hollywood ou algo. E acontece que ele era um cara que eu corri e bati meia-dúzia de vezes ao longo dos anos. — Ele está falando enquanto dirige, e eu noto que ele abrandou e está dirigindo mais sensatamente. Por minha causa? — Então, sim, eu sei como dirigir. Você não tem que se preocupar.

— Você já esteve em um acidente? 

Joe ri. — Claro. Você não faz corrida de rua e não bate. Eu dei perda total em um NSX que eu tinha. Quero dizer, PT mesmo. Foi o tipo de acidente que não se esperava que alguém fosse viver, mas eu saí sem um arranhão. Eu estava estourando os limites da South Central contra esse cara chamado Johnny Liu. Acho que seu pai era Triad, na verdade, mas eu nunca soube com certeza. Era como se, três horas da manhã e tínhamos sidos colocados para fora na corrida. Era uma coisa programada, um circuito grande de quatro quilômetros. Eu estava na liderança, a ponto de fazer a grande vitória. Estava com isso preso na garganta, você sabe? Pneus fumando, motor uivando. Johnny estava atrás de mim e se aproximando rápido. Ele tinha um Charger 68 preto e vermelho assassino maldito. Estava tão para trás. Eu estava dirigindo meu Acura NSX, que é um carro japonês, e esse garoto asiático estava dirigindo um clássico americano. Então, eu estava à correndo pela pista esquerda da Washington. Eu nem sei o que aconteceu, só que de repente, meu carro estava no ar, sendo lançado. Tipo, eu devo ter virado trinta vezes. Acho que o carro dele bateu no meu lado do passageiro. Deus, doeu pra caralho. Capotei, capotei e capotei, e eu acho que eu tive sorte que eu não atingi um poste ou um prédio ou algo assim. Tive a sorte de qualquer modo se você pensar sobre isso, na verdade. Eu não tenho nenhuma ideia de como eu não me machuquei. Quer dizer, o carro era uma bola amassada de merda, e eu apenas me arrastei para fora dele, machucado, mas ileso.

— Você disse que, antes de você ficar sério como ator. O que isso quer isso dizer? 

Ele verifica os seus espelhos, e então, sem aviso, cortou todo o tráfego para uma rua lateral, movendo rápido para esquerda e para a direita, de repente volta à condução louca, rápido e irregular. Eu estou segurando o braço de novo e prendendo a respiração enquanto ele movia-se em alta velocidade por ruas laterais a noventa quilômetros por hora, e depois para a estrada principal novamente, entalhando em todas as faixas de tráfego e para a auto-estrada. Estamos acima de cento e quarenta, evitando os destroços após a destruição, em seguida, saímos em um ritmo mais normal.

 — O que foi isso? — Eu respiro.

Joe sorri para mim. — Tinha um Tira atrás de mim. Os despistei. 

— Tira? 

— Polícia? Policial de trânsito?

Eu enrugo a testa para ele. — Quem realmente diz "tira"?

— Eu, ao que parece.

— Então você só evitou um policial? 

— Sim, — Ele está olhando para trás enquanto dirige, mas parece confiante de que perdeu o policial. Seus olhos trancam com os meus enquanto nós nos sentamos no sinal vermelho. — Então. O que você pensa sobre o seu primeiro encontro com o pop? 

— Pop? — Eu pergunto.

— Paparazzi.

— Oh, — eu digo. — Foi... assustador. Eles não têm medo de perguntar qualquer coisa, não é? 

Ele ri. — Não. E eles são implacáveis. Você percebe que, apesar de não responder a todas as suas perguntas sobre você e que dissemos que não estamos juntos, eles ainda vão imprimir o que eles acham que vai vender exemplares. Isto é provavelmente um daqueles "não olhe para baixo", mas eu não recomendo a leitura quaisquer jornal de fofocas. Você não vai gostar.

Eu não sei o que pensar ou dizer. Provavelmente, vou ir e olhar meu nome online agora. Sento-me em silêncio por longos minutos, evitando seus olhos, mantendo os joelhos para o lado para que ele não possa me tocar. Seu toque me faz perder o meu sentido. Eu não posso continuar sendo sugado em sua órbita.

Paramos em um condomínio de Beverly Hills, passando por propriedades gigantescas no valor de dezenas de milhões de dólares, extensões ondulantes de grama verde e arbustos esculpidos e calçadas curvas e largas.  À medida que rolamos a um ritmo surpreendentemente tranquilo pelo bairro, eu vejo uma atriz bem conhecida recebendo seu correio, e em seguida, um jogador de basquete de L.A. lavando um carro esportivo. Joe olha para mim como se para avaliar a minha reação ao bairro.

— Você está dirigindo como uma pessoa normal, — eu observo.

Ele encolhe os ombros. — Esta é a minha comunidade. Conheço essas pessoas. Eles têm filhos. — Ele acena em direção L.A. em geral. — Lá fora? É uma zona de guerra. Eu nasci e cresci em Los Angeles, e eu conheço esta cidade de trás para frente. Eu conheço os seus padrões de tráfego, eu sei onde os radares de velocidade estão, e onde o bairro realmente perigoso é. Aqui? Eu moro aqui. Eu não vou dirigir como um idiota aqui.

— Você não respondeu minha pergunta. Você disse antes que ficou a sério sobre atuar. Como você entrou nisso? 

Ele não responde. Ele puxa o Bugatti para baixo um caminho longo e sob um arco em um pátio. A casa é uma enorme mansão de estilo espanhol rústico, com varandas com vista para o pátio, no centro da qual é uma fonte de água. De um lado do pátio está uma parede expansiva de portas de garagem, alguns dos quais estão abertos, mostrando a traseira de vários tipos de carros. A Bugatti está estacionado perto da porta da frente, por trás de um conversível vermelho-cereja clássico. Eu quero dizer que é um Ford Mustang, mas eu não tenho certeza.
 
Joe me vê olhando para ele. — Esse é um 1969 Ford Mustang Boss 429. — Eu preciso parecer perplexa. — É muito raro, em termos do ano e estilo em particular.

— Você o reformou? 

Ele acena com a cabeça. —Sim. Bem, reconstruir é mais preciso. Eu comprei o chassis de um cara em Mendocino, e, em seguida, encontrei um motor Boss 429 e o limpei. Ele tem o rádio original, assentos de couro, o todo interior está perfeito quase inteiramente original. —  Sua expressão se acende quando ele fala sobre o carro, e eu saio e sigo até lá. É um carro bonito, eu acho. Mais masculino. Ele se encaixa perfeitamente para Joe. Se eu imaginá-lo dirigindo, seria neste carro. O Bugatti é um símbolo de status, eu acho. Ele está com o capô aberto, e ele está apontando para várias partes do motor, despejando fatos, números e nomes, e não posso fazê-lo parar ou entender nada do que está falando, mas Deus é bonito vê-lo ficar animado. Ele é um Joe totalmente diferente, falando sobre seu carro. Seus olhos estão esverdeados, agora, uma sombra luminosa de líquen em pedra.

E então eu percebi que ele ainda não respondeu minha pergunta. Parece que está fugindo dela. Eu o deixo e o vejo falar, ouvindo e tentando não ser atraída para a órbita novamente. É uma batalha constante. Seu rosto está animado e infantil e, Deus, tão bonito. As linhas e ângulos de seu rosto são esculpidos como por um artista. Eu não acredito mais em Deus, mas se acreditasse, Joe seria prova de Sua obra. 

Eventualmente Joe percebe que eu não estou realmente seguindo tudo o que ele está dizendo e para no meio da frase, corando. Ele esfrega a parte de trás do seu pescoço e sorri timidamente para mim. — Merda, eu só fiquei todo no modo "Garoto e seus brinquedos" com você, não foi? — Ele fecha o capô, me pega pela mão e me puxa em direção à porta da frente. — Sinto muito. Carros são coisa minha, e eu sou um pouco nerd quando eu falo sobre eles.

Eu não posso deixar de sorrir para ele. — Foi bonitinho.

— Ótimo. “Foi bonitinho”. Esse é o beijo da morte para um homem.

— O que é que isso quer dizer? Foi bonitinho. Isto não é uma coisa ruim. — Eu o segui pela porta da frente em um foyer que reverbera com um falsos lustre de vela elaborado.

— Demi, nenhum homem nunca gosta de ser chamado de "bonitinho". Bonito é completamente oposto de sexy. 

Eu me sinto corar furiosamente, e ele me dá esse olhar de novo, aquele que diz que não entende como eu não sei o que está falando. — Você cora facilmente, você sabe disso? — Ele toca o meu rosto com a ponta do dedo, e minha pele queima, onde ele me toca. Eu quero me afastar, mas eu não posso. Meu desconforto claro o diverte ainda mais. — Onde você cresceu que te deixou tão inocente? 

Eu suspiro. — Eu cresci em Macon, Georgia. — Ele me dá uma... olhar de "e?"  Me dirijo para longe dele e me mantenho ocupada em examinar uma armadura que fica entre as duas alas da escadaria curva. — Eu fui super protegida, ok? Apenas... apenas deixe por isso mesmo. — Estou longe de lhe contar sobre a minha educação.

— Super protegida, huh? — Ele se move para ficar atrás de mim, e mesmo que eu não possa vê-lo ou até mesmo senti-lo, quando ele não me toca, eu posso sentir a sua presença como um inferno. — Então, como você vai de uma menina super protegida em Macon para uma stripper em LA?

Eu quase consegui esquecer, por uma fração de segundo, como eu ganho a minha vida. É quinta-feira, o último dos meus três dias de folga, eu trabalho de sexta a segunda-feira. Na terça-feira, estou aliviada que eu não estou trabalhando, que eu só posso ser eu e não tem que dançar. Na quarta-feira, o fato terrível do que eu faço tem diminuído um pouco, desaparecendo na parte de trás da minha mente enquanto me concentro na faculdade e no estágio. Na quinta-feira eu quase posso esquecer. Eu quase posso fingir que eu sou apenas Demi, uma estudante universitária normal. E então sexta-feira rola ao redor, e eu sou forçada a voltar para a realidade: Eu sou um stripper. Eu tiro a roupa por dinheiro, para a fantasia sexual dos homens e desejo. 

Quinta-feira é meu dia de ouro. É o meu único dia para ser Demi, apenas Demi. E agora Joe tem que vir e me lembrar.

Estou cheia de uma raiva irracional. Eu giro e grito: — O desespero, ok? — empurrando-o para trás, para não o machucar, exceto com raiva crua e frustração. — Eu não tive escolha! Foi o único trabalho que eu pude encontrar, e procurei por meses. Meses!  Eu não tinha nenhuma experiência de trabalhar em qualquer coisa. Eu não consegui... Eu não tenho ninguém para pedir ajuda. Eu tenho... Eu não tenho para onde ir. Eu não posso e não vou voltar para a Georgia. Minhas bolsas acabaram, e elas cobriam tudo, das aulas ao alojamento, alimentação e livros. Eu odeio isso. odeio. odeio... Eu odeio aquilo! — Na minha angustia, o sotaque da Georgia aparecia. 

Eu estou chorando, e não posso parar. Dirijo-me para longe dele novamente, tropeçando afundo no chão de mármore frio. Tudo irrompe, todas as emoções que eu mantive engarrafadas há meses. A solidão, a saudade, a vergonha e a culpa. E não sai com palavras, mas com feridas e soluços irregulares.

Eu o senti ajoelhar-se ao meu lado, senti seus braços ir ao meu redor. Eu o empurro, mas não tenho força e ele é muito forte e muito quente e reconfortante.

— Você não está mais sozinha, Demi. — Isso é a pior coisa possível que ele pode dizer para mim. Se eu estava chorando antes, se transforma em uma tempestade de lágrimas, para o que vem depois de soluçar.  

Ele não disse mais nada. Ele só me tem em um abraço, lá no chão de sua sala de estar, e me deixa chorar. Eu gostaria de poder dizer que este desabafo é catártico, mas não é. É apenas necessário. A crise de autopiedade. Isso não ajuda. Isso não muda nada.

— Me solta. — eu digo, lutando contra ele.

— Não. — Sua voz é suave, mas firme, e os seus braços implacavelmente fortes.

— Por favor. Apenas me solta. Estou bem.

— Besteira.

— O que você quer de mim? — Eu desisto de lutar e fico mole, mas tensa.

— A verdade sobre você?  

É a única coisa que eu não posso dar, não vou dar. Eu não sei qual é a verdade, e mesmo que eu soubesse, Joe não é alguém que eu poderia explicar. Ele é Joe Jonas, estrela de cinema de Hollywood. Sou apenas Demi de Macon, Georgia. 

Seu telefone toca no seu bolso, e mesmo que ele não se mova para atender, é um lembrete da realidade. Seus braços estão em volta de mim, quentes e reconfortantes e eu quero ficar aqui para sempre, assim como estou, porque eu posso quase... quase esquecer quem eu sou e quem ele é e a realidade que está à espera de mim.

Quase. 

Seus lábios passam pela minha orelha e eu tremo, chocada com a ternura e a intimidade do momento. 

Mas eu não posso me dar ao luxo de me deixar pensar que isso significa alguma coisa. Essa mensagem de texto de Ashley M me lembrou de um fato importante: Joe Jonas e eu viemos de dois mundos drasticamente diferentes. Eu fui sugada e hipnotizada pela intensidade e encanto da áspera beleza masculina que é Joe. Mas então, eu não estou sozinha nessa, estou? Ele pagou milhões de dólares para ser assim. Ele encanta na tela grande e dá performances dignas de Oscar por causa da sua capacidade de sedução inata. É dele, uma parte dele. Ele seduz sem tentar. Ele é um pesadelo acidental. Seus olhos mercúrio atraem você, um momento avelã, um cinza-verde-azul enlameado e sereno, e então ele fica excitado e eles estão esverdeados, ou ele está com raiva e eles são azuis. Seu corpo seduz, também, os ângulos de seus ombros e a linha da mandíbula, as suas maçãs proeminentes no rosto, o poder de suas mãos e a vasta extensão de seus ombros e a dureza cônica de sua cintura. Sua graça ágil e letal é hipnótica, também, na forma como ele se move como um leopardo na grama Africana, mesmo que esteja apenas caminhando por uma calçada.

Eu fui sugada para dentro de tudo isso, mas não posso dar ao luxo de deixar que isso aconteça novamente. Ele não me conhece, nem eu a ele. Nós não somos amigos. Nós não somos amantes. Ele me beijou, mas isso não significa nada. Para um homem como Joe, um beijo não é mais do que um aperto de mão. Ele está acostumado a uma noite de sexo e em seguida, um rápido adeus. É uma troca de prazer para ele. Nada mais.

Para mim, o sexo é um mistério. Uma fantasia. Um sonho. O futuro. É sempre o futuro. Algum dia eu vou encontrar o cara certo, essa era a minha filosofia de adolescente. Agora, eu só quero me formar e conseguir um emprego e ser capaz de parar de trabalhar no Exotic Nights. Quero parar de fazer striper. Eu não penso no futuro, exceto por uma vaga ideia de esperança de que ele vai ficar melhor. Joe não é o futuro. Ele é o meu presente, e ele não é nada para mim. Nem eu para ele. Eu não sou um objeto de desejo, a não ser porque ele me viu nua e me quer para que uma noite de prazer.

E eu quero mais. Eu quero um futuro.  

Eu me soltei então respirei profundamente. Quando estabeleci um senso de equilíbrio, eu me levantei, e agora Joe me solta. Eu sinto seus olhos em mim, quando arrumo minha saia e aperto meu rabo de cavalo. — Obrigada. 

Ele se levanta e suas mãos vão para a minha cintura. Eu nem sequer penso nisso por alguns segundos, porque só sinto tão... certo. Mas então eu me lembro e me afasto. 

— Você está bem? — ele pergunta. Seus olhos estão de volta ao avelã silenciado, mas sua expressão demonstra sua preocupação.

Concordo com a cabeça. — Eu estou bem.

— Você é uma mulher. ―Bem tem um monte de significados. 

Um relógio soa em algum lugar, marcando que faltava meia-hora.

— Eu estou bem. Estou bem. Sinto muito por ter me descontrolado assim, — eu digo com profissionalismo forçado. — O encontro é em meia hora. Você deveria se trocar.

— Demi... — Ele chega para mim.

Eu puxo a barra da minha camisa. — Onde é o banheiro? Devo me limpar se vamos para o Spago. 

— Eu não me importo com a reunião. Tome uma bebida comigo. Fale comigo.

— Falar sobre o quê? — encontro seus olhos brevemente. — Não é nada para você se preocupar. 

— Mas eu me preocupo com isso. — ele diz e posso dizer que ele está sendo sincero.

— Bem... não se preocupe. Isso não importa. — Eu viro e me movo entrando mais para dentro de casa, achando que vou encontrar um banheiro sozinha. Eu tenho que ficar longe dele. É muito fácil acreditar que ele realmente se importa.

— Merda, Demi. Basta parar. Eu não sou estúpido. É óbvio que você não está bem. — Ele ainda está de pé no foyer perto da armadura.

Acho um lavabo e paro na porta, olho para ele e sorrio. É falso, e ele sabe disso. — Talvez não, mas não é seu problema. Eu sou apenas a estagiária. Minha vida particular não é parte do trabalho.

— Você não é apenas um trabalho. E eu não te conheci como Demi, a estagiária. Eu te conheci como Gracie, a stripper. Mas isso não é você, e você não pertence lá. — Ele se move em direção a mim, volumoso e intimidante, seus olhos me congelam no lugar. — Eu sabia naquele momento e eu sei disso agora. Eu não posso... Eu não posso nem imaginar você lá. Você é muito mais do que esse clube de merda.

— Mas esta é a minha realidade. Isso é tudo que existe. Você... nós mal nos conhecemos. Apenas, pare de me confundir, ok? Por favor? — Estou encolhendo para longe dele, recuando para o banheiro. Não importa que ele está perto, apenas alguns centímetros de distância, com os olhos em mim, escuros e inescrutáveis, eu não posso pensar e não consigo me lembrar por que eu deveria ficar longe dele .

— Confundir você? Como estou confundindo você? 

  — Você acabou de fazer. Tudo sobre você. Você fala comigo e age como se me conhecesse. Tipo... como se nós fôssemos alguma coisa. — Meu traseiro bate na pia, e ele está ali e não tenho para onde ir.

— Por que isso te confunde?

— Porque não é verdade...? — Eu odeio que isso sai como uma pergunta, como uma dúvida. 

— Mas e se fosse? E se eu te conhecesse? E se fôssemos alguma coisa... ou podéssemos ser? — Suas mãos sobem para descansar em meus quadris, e eu sinto-me ser atraída de volta para ele, cada vez mais perto. 

A boca dele se aproxima, os olhos a centímetros dos meus. Não, isso não pode acontecer novamente. Perco mais de mim cada vez que ele me beija. Mas isso não é verdade. É o que me parece que deve ser verdade. A realidade é que eu ganho mais de mim quando ele me beija. Como se camadas de mentiras, confusão e vergonha caíssem e tudo que restasse era só ele e eu, e nossas bocas e a sensação de seu beijo.

Isso acontece.

Seus lábios tocam os meus e tudo mais desmorona. Estou possuída por ele. Ele me beija com a mesma maestria e esforço que dirige seu carro. Ele tira um gemido de mim, puxa o meu corpo contra o dele, me molda nele e me orienta para um lugar de aquiescência, apenas com a boca e as mãos.

Eu não estou deixando ele me beijar, eu estou beijando-o de volta. Minha boca se move, os meus lábios provam os dele, minhas mãos se assentam em seu peito entre nós e enrolam em sua camisa e eu estou pressionando contra ele, esmagando minhas curvas contra os seus ângulos. Eu estou participando, estou incentivando. 

Sua mão desliza da minha barriga para o meu quadril para baixo e volta para agarrar minha bunda, e uma faísca está acesa dentro de mim. É um toque proibido, um possessivo e erótico gesto familiar, provocante. É um passo em direção a mais.

Um beijo é só um beijo, mas a mão na minha bunda, me segurando e me possuindo assim... é mais.

Eu gosto disso. Calor constrói na minha barriga com o seu aperto no meu traseiro. Uma mão, e então, e quando não o paro... duas. Ambas as mãos na minha bunda. Apenas segurando em primeiro lugar. Em seguida, explorando e acariciando devagar em grandes círculos. Seus dedos em garra, cavam no músculo, apertam com força, relaxam e pegam novamente. Acariciam gentilmente, círculam e esperam. Ele me levanta mais. Eu sinto o seu desejo.

Eu lamento em seu beijo. Ele levanta mais e eu estou sentada na beira da pia. Por sua própria vontade, as minhas pernas traidoras enrolam ao redor de sua cintura. Suas mãos me erguem, e sua boca está devorando a minha. Estou me perdendo. Ele me coloca de volta no balcão e a beira da pia bate no meu cóccix, despertando-me do meu transe.

Eu quebro o beijo, o empurro levemente. — Não, pare. Pare. Eu não posso... não podemos.

Ele não se solta, e nem eu. 

— Por quê? — ele pergunta, com a voz dura, um  áspero sussurro. 

— Eu não posso. Nós não podemos. — Eu não sei como formular um motivo porque não me lembro o motivo. 

Eu não sei o que está além do beijo. Intelectualmente, eu sei o que está além e é o sexo. Mas isso é uma terra desconhecida. Um mito. Uma ideia irreal. A ideia assustadora de corpos nus e de intrusão, vulnerabilidade e gravidez. Pecado.

E eu não estou pronta para isso, mas eu não posso dizer isso a Joe.

Eu não sei como formular nada disso em palavras.

— Nós não somos... isto não é... — Eu agarro a qualquer coisa para lhe dizer, mesmo a meias-verdades baratas que não são as verdadeiras razões. — Somos de mundos diferentes. Isto não vai funcionar. E eu sou sua empregada.

Ele se afasta , e eu vejo o conhecimento de minhas mentiras em seu rosto, na dureza de seus olhos.  

— Sim. Ok. "Não é você, sou eu". "Nós somos muito diferentes". — Ele gira sobre o calcanhar. — Seja o que for. 

E então ele se foi e eu estou parcialmente em cima da pia, um pé do sapato pendurado sobre o chão de mármore, o joelho da minha outra perna inclinada sobre o balcão. Viro-me e pego um vislumbre de mim mesma no espelho, minha maquiagem está borrada e escorrendo, meu cabelo está amassado, minhas roupas amassadas e fora do lugar. Meus olhos estão tristes, e os meus lábios inchados. 

Eu pareço perdida.

Exatamente como eu me sinto.

Eu me forço a passar uma limpeza e em seguida, Joe sai fora do banheiro, vestido com uma calça caqui apertada e uma camisa pólo branca. 

— Vamos, senhorita Lovato. Hora para trabalhar. Estamos atrasados. — Seu tom é duro e formal. 

Eu sigo, tendo conseguido o que eu pedi.

Ele não diz uma palavra por todo o caminho até o restaurante. 


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Mais um da maratona para vocês!!! Enjoy!! <3

5 comentários:

  1. Aiiiiiiia Demi tem que contar logo pro josé a vdd:-\
    O capitulo ta perfeito posta logoo

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  2. Desculpe n tar comentando, so que como os capítulos são grandes e vc posta depressa eu nem tenho tempo de comentar. Mas agr que consegui está perfeita simplesmente perfeita está mini-fic. Eu amo e poste lg. Kiss :*

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  3. Perfeito ... Gente essa Demi é uma burra... Cara ele é Joe Jonas ... Posta mais :)
    Fabíola Barboza

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  4. Posta mais por favor
    essa fic é perfeita e é viciante

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