5.7.14

Stripped - Capitulo 9 (1/2) - MARATONA 6/10

 
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*Infotainment Center – Acessório que une tanto informação com entretenimento. Composto de GPS e sistema de som do carro; 
*Um grande peixe com dentes afiados. 
 
Eu faço muito dinheiro no clube, mas financeiramente, ainda é pouco. Minhas gorjetas apenas cobrem meu custo de ensino, alojamento, alimentação e livros. Só. Eu tenho que economizar para comer e comprar novos equipamentos para o estágio. De qualquer maneira se eu saio do campus, eu ando tanto quanto possível. Até a tarifa de ônibus é muito cara e eu preciso de cada centavo. Eu odeio isso, porém, porque USC fica em um bairro ruim, e uma menina sozinha, mesmo em plena luz do dia – não é seguro.

Eu estou de pé no estacionamento fora do meu dormitório, olhando para um Range Rover novo. É branco com vidros escurecidos. As chaves estão na minha mão, e eu estou em guerra comigo mesma. Eu tenho minha carteira de motorista, mas eu não dirigi desde que deixei a Georgia. Eu pesquisei os Range Rovers no Google, e este modelo na minha frente custa algo em torno de 137 mil dólares. Eu simplesmente não consigo compreender essa quantidade de dinheiro. E ele deixou aqui no estacionamento da universidade, por um capricho, para eu dirigir. E, em seguida, alegou que ele poderia comprar uma dúzia deles, se quisesse. Ler ou ouvir sobre transações de vinte milhões de dólares no cinema é uma coisa, mas a compreensão da realidade de um homem realmente ter esse tipo de dinheiro, vendo a evidência disto, é outra coisa. Este Range Rover SUV, estes 137 mil dólares, é troco para ele. Mesmo a Bugatti, o que provavelmente custa algo perto de dois milhões de dólares, não é nada. Joe fez quatro milhões no primeiro filme de Mark of Hell e mais dezesseis entre os outros dois. Ele fez outros quatro filmes de grande orçamento, desde então, nenhum dos quais ele ganhou menos de dez milhões de dólares cada.

Está extraordinariamente quente lá fora hoje, e eu estou suando só estando aqui, debatendo comigo mesmo. Seria prudente dirigir o Rover. Eu clico no botão "unlock" e abro a porta. Eu deslizo para o banco do motorista, ofegante, no calor escaldante do couro marrom sob minhas pernas e nas minhas costas. Eu ligo o motor, que cantarola para a vida com um ronronar baixo e poderoso. Em poucos segundos, o ar condicionado explode o ar fresco. Eu inspiro e, em seguida expiro com cuidado. Estou com medo este carro. Estou com medo de que isso significa que eu estou realmente fazendo o que ele me disse para fazer. Eu vou terminar o estágio, e eu vou passar os próximos meses de trabalho com Joe profissionalmente.

Ele me viu nua. Ele tocou a minha pele nua. Ele me beijou, duas vezes. Meu corpo responde a ele de uma forma que eu nem comecei a entender.

Atrasando o momento de realmente ter que conduzir este veículo, eu mexo com o infotainment center* até que ligue. Uma explosão de heavy metal tão alto que o carro treme. Eu luto para abaixar, então consigo mudar para o rádio. Eu mudo as estações até que eu encontro a 102,7 FM, a estação pop. "Can‘t Hold Us" do Macklemore toca, e eu aumento um pouco. Nem perto de ser tão alto quanto Joe, mas o suficiente para me dar confiança, danço no meu lugar. Eu respiro fundo e coloco o SUV em marcha ré, me retirando do local lentamente.

O caminho até o escritório é horrível. Eu sou uma péssima motorista. Eu também estou indo muito devagar e sendo buzinada, ou eu estou esquecendo o quão poderoso é o Rover e indo vinte acima do limite. Quando eu mudei de faixa, eu cortei a frente de várias pessoas e depois eu quase perdi onde eu tinha que dobrar, me forçando a cortar várias faixas do tráfego. Eu quase causei dois acidentes. No momento em que eu estou sentada em uma vaga de estacionamento em frente ao prédio do escritório, meus nervos estão disparados, deixando-me tremendo e quase chorando.

E agora eu tenho que ir e enfrentar Joe. Sua Bugatti está estacionada paralelamente a três vagas, lá no fundo do estacionamento. Deixei o motor em ponto morto enquanto tento me recompor. Estou quase calma quando a porta do passageiro se abre e Joe desliza para dentro. Ele está vestindo uma camisa desbotada Billabong laranja e bermuda cargo cáqui com chinelos preto Old Navy. Um par de óculos Ray-Ban cobrem seus olhos, e seu cabelo está espetado com gel, parecendo espinhoso e duro. Sua mandíbula está com a barba crescida, espessa e escura, quase uma barba de verdade. Quero passar minhas mãos sobre o seu rosto, sentir a barba fazer cócegas em minhas mãos.

Eu cerro os punhos ao redor do couro do volante e tento respirar pela necessidade de tocá-lo.

— Você parece tensa. — Ele inclina-se contra a porta do carro, com as pernas esticadas para na frente dele. Ele está calmo e totalmente composto. Um pequeno sorriso adorna a sua bela boca expressiva.

Eu lambo meus lábios e moou as minhas mãos em torno da direção. — Eu estou bem.

Ele bufa. — Amor, não minta para mim.

— Não me chame assim. Eu não sou seu amor. Eu não sou o amor de ninguém.

— Vê? Tensa. É apenas uma palavra. — Ele arrasta o cinto de segurança em seu torso e trava. Ele aponta para o norte. — Temos negócios. Conduza.

— Para onde? — Eu olho para Joe, que tem seu nariz enterrado em seu telefone.

— Em primeiro lugar, voltar para a minha casa. Temos que pegar o meu script. Que eu esqueci. Então temos um encontro com uma das empresas de produção secundária... uh... Orbit alguma coisa.

— Sky Orbit. — eu completo. 

— Sim, eles. E depois de volta aqui. Jeremy quer revisar algumas coisas comigo e Rose. Já que você é a minha assistente para este projeto, você está comigo.

— Então, nós estamos indo para os escritórios da Sky Orbit? — Eu pergunto.

Ele balança a cabeça. — Não, é um jantar de negócios. Spago.

Até eu sei o que é Spago, um restaurante chique em Beverly Hills. — Eu estou vestida para isso? — Eu dou uma olhada a Joe. — E você? 

Ele encolhe os ombros. — Será que isso importa? Você está ótima. Nós estamos parando na minha casa, então eu vou colocar um jeans ou algo assim. Não que eles vão me dizer que eu não posso entrar, você sabe.

— Então, onde você mora? 

— Apenas dirija em direção a Beverly Hills — ele diz, sem levantar os olhos de seu telefone. Quando eu hesito, ele olha para mim. — O quê? 

— Eu nunca... Eu nunca dirigi por aqui. Ou... em qualquer lugar, na verdade, antes de hoje. 

— Você o quê? — Joe franze a testa para mim. — Como é que você nunca dirigiu antes? Você tem licença, certo?  

Concordo com a cabeça . — Sim, eu tenho licença, mas eu nunca dirigi. Nunca precisei. Minha mãe ou pai me levavam onde eu tinha que ir. Aqui eu pego o ônibus, ou eu ando .

Joe parece que está lutando riso. — E eu lhe dei um Range Rover Autobiography?

— Um o quê?  

Ele ri então. Seus dentes são brancos, e o riso transforma seu rosto, faz o que já é bonito quase insuportável. — Isto? Esta é uma Range Rover Autobiography 2013. É... — Ele suspira e balança a cabeça. — Você sabe o quê? Não importa. É apenas um carro. Vamos. 

Ele sobe por cima de mim e puxa as chaves da ignição. Seu antebraço pincela meu peito, e eletricidade passa rapidamente através de mim com o contato. Ele não percebe, apenas desliza para fora do carro anda a passos largos em direção ao seu Bugatti. Eu pesquisei o carro esta manhã durante a aula. É um Bugatti Veyron 16.4 Grand Vitesse, e por todas as contas, é o carro mais caro do mundo, especialmente desde que ele pediu algum tipo de características especiais que a tornam único. Havia toda uma matéria de revista do fato de que Joe comprou um, e houve também um artigo sobre seus outros carros, já que ele aparentemente tem vários carros super-esportivos de luxo , incluindo um Aston Martin Vanquish, um Bentley e um Maserati. Eu tive que olhar o que cada um deles era.

Eu pego minha bolsa e o sigo até o carro dele. Ele está esperando por mim, segurando a porta. Eu deslizo para o banco de couro, e ele fecha a porta atrás de mim. É um gesto de cavalheirismo que me confunde. Eu coloco o cinto de segurança e agarro a minha bolsa no meu colo, recusando-me a olhar para Joe quando ele dobra seu corpo no assento e traz o carro para a vida. Nós partimos com um guincho de pneus e uma guinada do meu estômago . Ele tece o carro através de tráfego, desrespeitando as leis de trânsito a torto e direito. Ele avança pelo menos um sinal vermelho, talhando o volante para a direita para evitar por pouco um caminhão. Estou sem fôlego, aterrorizada.

Eu pareço passar muito tempo com medo em torno deste homem.

Ele aperta o carro entre as pistas, encaixando-se em espaços que não teria acreditado que um carro poderia ir. 

Tendo acabado de navegar pelas ruas de LA.  Eu mesma percebo o domínio que ele tem sobre o seu veículo. Ele faz com que pareça fácil, como se abrir caminho em meio ao trânsito congestionado de Hollywood a noventa quilômetros por hora é totalmente normal.

Seu telefone toca e ele a puxa e o joga para mim. — Você pode ver quem é? 

Eu seguro o telefone desconhecido na minha mão e olho para ele. Eu não tenho um telefone celular, já que não posso pagar e não tenho ninguém para ligar. Eu tenho um iPad que eu uso para o estágio, no entanto, é exatamente igual. Eu deslizo o ícone verde através da tela.  

— É... Ashley M. — Eu começo a ler o texto em voz alta. — Ela diz, "Você deveria vir hoje à noite. Tenho eight-ball e alguns Blue Label."

Seu rosto se contorce.

— Merda. Achei que era de Jeremy. 

— Quem é Ashley M? — Um pensamento me atinge. — E por que apenas a primeira letra do seu sobrenome? Conhece tantas Ashleys que você tem que diferenciar entre elas?

— Merda. — ele diz novamente. — Ela é... uma amiga minha.

— Uma amiga. — Não é realmente uma pergunta.

Ele pega o telefone sem olhar para mim e o empurra  entre suas coxas. — Sim. Uma amiga. E sim, eu conheço muitas Ashleys. E muitas Jens. Sobrenomes... geralmente não são necessários.

— Então, eu deveria respondê-la para você? — Eu sei exatamente o que a mensagem queria dizer. Bem, talvez eu não sei o que é um eight-ball é, mas Blue Label é whisky de muitos anos. Estou imaginado que um eight-ball são algum tipo de droga, o que significa sexo. Ashley M é provavelmente deslumbrante, linda, sofisticada e sabe como agradá-lo de maneira que eu não possa.

O meu coração aperta. Eu me forço a lembrar que ele é o meu chefe. Eu trabalho para ele. Ele pode se drogar, beber e fazer sexo com quem que ele quiser. Isso não tem nada a ver comigo. 

Ele muda as marchas e pega o telefone, girando-o entre o polegar e o indicador. Então, ele joga para mim. 

— Sim. Responda para mim.

Eu pego o telefone e clico na mensagem de Ashley M. — O que você quer que eu diga? 
 
— Basta dizer que não, obrigado, que eu já tenho planos.

Eu digito a mensagem em seu telefone e a envio, e em poucos segundos, a resposta aparece na tela cinza. 

 — Ela disse, "Awww, você tem certeza?..." — Eu engasgo um pouco e coloco o telefone em seu colo. — Eu não vou ler o resto. 
 
Meu coração aperta, e meu estômago vira. Não é da minha conta. Eu não me importo. Eu não me importo. Mas... tanto quanto falo para eu não me importar, eu me importo. Eu não deveria, e eu não deveria ter nenhum sentimento possessivo sobre Joe, mas eu tenho. O restante da mensagem dizia: “Se você vier, você pode colocar na minha bunda de novo.”

Meu olhos borram. Joe puxa o carro para uma parada em um sinal vermelho, e por impulso eu tiro o meu cinto de segurança, empurro a porta aberta, e saio. Eu estou usando saltos, então eu não posso correr, mas eu bato a porta atrás de mim e começo a andar tão rápido quanto o meu senso de equilíbrio precário permite. Eu não estou olhando para onde eu vou, e eu não sei onde estou. Não importa. Eu ouço a voz irada de Joe atrás de mim, chamando meu nome. Eu não sei o que estou sentindo. Irritada, mal do estômago, com ciúmes, confusa. Perdida. Fracassada, como se um senso de possibilidade foi tirado de mim. Ele gosta de sexo anal. Ele tem mulheres aleatórias, cujos sobrenomes ele nem sequer se preocupa ou sabe, mandam mensagens de texto para ele para uma noite de sexo sem sentido, drogas e álcool. 

Ele é uma estrela. Uma celebridade. Ele vive uma vida de celebridade, e eu não sei nada sobre isso. 

Ouço buzina e gritos atrás de mim, e eu o ignoro. Eu continuo caminhando, lutando contra as lágrimas estúpidas e perdidas. Eu nem sei por que estou tão chateada com isso.

Eu sou levantada do chão, girada no lugar, e presa contra a janela de vidro da fachada de uma loja. Os braços de Joe estão em torno de mim, em meu traseiro. Uma de suas mãos está na minha bochecha, forçando meu rosto para o dele. Ele está respirando com dificuldade, o suor pontilham a testa e o lábio superior. Seus olhos são azul-cinza, a cor da sua ira.

— Droga, Demi. Não é o que você pensa.

Eu me contorço em seu aperto. É demais, assim. Eu estou enrolada nele, mantida no lugar por ele. Eu não posso fugir, não posso me mover, não posso respirar nada, exceto seu cheiro e sua força.  

— Me solta.

— Não.

— Por quê? 

— Porque você não entende.

— Não há nada para entender, — eu sussurro. — Você pode fazer o que quiser, com quem quiser. E é exatamente o que eu penso.

— Ela... 

— Ela quer você para sexo. É simples. — tomo uma respiração profunda, fecho os olhos para bloqueá-lo. Ele me coloca para baixo e eu o empurro com força. — Eu sou uma estagiária. Isso é tudo. Você não me deve nenhuma explicação. 

— Mas e se eu quiser... 

— Não importa! — Estou gritando, e eu ainda estou chorando por ele... Ou por algum motivo. Eu me esforço para manter a calma, especialmente porque uma multidão está se reunindo. — Apenas... Deus, pare, Joe. Basta parar.

— Eu não posso. Sinto muito que você leia isso, mas... olha, você está certa, não importa. Eu terminei com ela. Era uma coisa de uma vez. Só isso.

Eu começo a andar novamente, e ele me alcançou. Nós estamos sendo seguido, clicantes e piscantes câmeras. 

 — Eu não sei o que você está tentando me convencer. Isso não importa. 

— Você continua dizendo isso, mas é a que está chorando por isso. 
 
Sua mão pega a minha e a outra enrola a minha cintura, me puxando para ele. Mais uma vez, com um simples toque, eu sinto como se eu pertencesse a ele. É errado, e ele está certo, e é confuso. 

— Pare de correr.

— Eu não estou.

Ele ri. — Você é uma mentirosa de merda, Demi.

Eu o afasto e tento me libertar de seu aperto. Eu estou lutando contra mim mesma, já que eu gosto de como me sinto ao ser segurada por ele. Estou perdida, desorientada. Por que eu estou lutando contra isso? Ele me quer claramente em algum sentido. Mas eu não sei o que ele quer, e eu não sei o que fazer com o seu desejo, ou como ele se sente, ou o que eu me sinto. Tudo o que sei é sobre sobrevivência, trabalho e escola. Eu não conheço os homens. 

Eu me afasto e caminho de volta do jeito que vim, mas paro fatalmente no meu caminho pela multidão de paparazzi. Há dezenas deles, e eles estão me fotografando.

— Senhorita Lovato, você e Joe são um casal? Há quanto tempo vocês estão juntos? Será que você o pegou com outra mulher? — Um homem de meia-idade, com cabelos castanhos e óculos quadrados emoldurados empurra um gravador de voz para mim e grita um trem de perguntas.

Como eles sabem o meu nome? Isso me assusta mais do que qualquer outra coisa.

Uma mulher vara pau com características magras e de cabelo loiro acinzentado crespo fala sobre ele. — Senhorita Lovato, por que Joe a levou para o seu dormitório ontem? Você é uma estudante da USC? É verdade que você e Joe viram a sua companheira de quarto fazendo sexo? O que Joe gosta na cama? 

A minha boca abre e fecha. Sinto-me obrigada a responder suas perguntas. Fui criada para ser educada, falar quando alguém fala com você. Eu não sei o que dizer. Eu não quero ser notícia. — Eu... eu... estamos não, um ... Eu não..

— Você pode comentar sobre seu relacionamento com Joe Jonas? 

— Quantos anos você tem? Você tem um marido? 

— Demi, você já pensou sobre ser modelo? 

— Olhe para cá, Demi! 

— Demi, aqui!

— Demi, Joe nunca lhe pediu para fazer algo na cama que você não quer?   

Estou olhando de uma voz para outra, batendo a boca aberta e fechada, piscando para os flashes. Eu sinto o braço de Joe ir ao redor da minha cintura, me puxando de volta, e então ele está em pé na minha frente, me protegendo.

— Demi não tem qualquer comentário no momento, rapazes. — Ele dá um passo para frente um pouco, e eu o senti mudar, o senti tornar-se rígido e formal, como se estivesse colocando uma armadura. — Que tal se eu respondesse algumas perguntas sobre o filme?

O homem que fez a primeira pergunta se empurra para frente, brigando por posição. — Joe, todos nós temos ouvido rumores que você está em um remake de O Vento Levou. Você pode confirmar isso? 

Joe muda sua atenção para o homem. — Ei, Bill, como você está? Sim, posso confirmar. Estou interpretando Rhett. Estamos prestes a começar a filmar no próximo mês. Estamos quase terminando com a pré-produção e desenvolvimento.

— Demi é parte do projeto? — Eu não posso ver quem pergunta isso.
 
— Ela é uma estagiária que trabalha para John Kazantzidis na Fourth Dimension.

— O que vocês estavam discutindo? Isso não soa como uma discussão relacionado com o trabalho para mim. Vocês dois estão envolvidos? 

Os ombros de Joe flexionam e tencionam. — Eu não vou comentar sobre isso, além de dizer, não, nós não estamos envolvidos, e nunca estivemos. Ela é estagiária no projeto. Foi uma discussão relacionada a negócios.

A mesma voz fala, uma voz masculina nova sonoridade. — Com certeza não pareceu assim, Joe, e todos nós sabemos a sua história com estagiárias e assistentes. Vamos, cara, nos dá alguma coisa.

A voz de Joe fica áspera. — Eu estou dando-lhe alguma coisa. Não seja um babaca, Tom. Deixe Demi fora disso. Vou comentar sobre o filme, mas é isso. Mais alguma pergunta sobre Demi, e isso acabou. 

Tudo o que posso ver é a ampla costas de Joe, a camiseta laranja que se estende sobre os ombros, e a parte traseira de sua cabeça, o cabelo enrola ao redor da base de seu pescoço. Ele precisa de um corte em torno do seu pescoço. Quero passar minhas mãos sobre a extensão de seus ombros, mas eu não passo.

 — Por que você a protege, se você não está envolvido? — A mesma voz, que havia chamado Joe, Tom. 

— Ela nunca lidou com vocês antes. Vocês são umas porras de uns barracudas*.

Tom novamente. — Então você não vai comentar sobre ela? Ela é quente, Joe. Vocês ficam muito bem juntos. 

Joe enrola o braço em volta dos meus ombros, me puxa para perto e nos empurra no meio da multidão, ignorando os flashes cegantes e a enxurrada de perguntas. Ele não fala e tudo o que posso fazer é trotar nos meus sapatos de salto alto para manter-me com ele. Seu braço é uma armadura platônica em torno do meu ombro, um show para os jornalistas, paparazzi, sejam eles quais forem. Meu coração está batendo forte. Eles já compreenderam o fato de que há algo acontecendo. Eles sabem quem eu sou. Eles vão descobrir que eu sou uma stripper. Kaz vai descobrir, e ele vai me demitir. Todo mundo vai saber que eu sou uma stripper, e isso é tudo que eu serei para qualquer um.  A garota que está disposta a tirar a roupa. 

Passamos três blocos e ainda não estamos de volta ao cruzamento onde eu pulei do carro de Joe. Eu não tinha ideia do tanto que eu tinha corrido até agora. Depois de mais uma metade de um quarteirão, vemos que uma multidão se reuniu em torno de um policial, e um caminhão de reboque preparando para carregar o carro de Joe. Joe xinga sob sua respiração. 

— Ei, você não precisa rebocá-lo.

O policial se vira, reconhece Joe e em seguida, parece intimidado. — Desculpe, Sr. Jonas. Você não pode deixar o seu carro estacionado no meio da rua desse jeito.

— Não mesmo. Mas eu estou aqui agora, por isso está ok.

— Mas... — O policial parece perturbado. 

Joe dá alguns passos mais perto do policial, que é um homem mais velho com uma barriga arredondada e cabelos grisalhos.

— Você tem uma filha, Oficial... O'Hare?

— Eu... sim, mas...

Joe pega a multa do bloco do oficial e puxa uma Sharpie preta grossa do bolso cargo de sua bermuda . — Qual é o nome dela, oficial O'Hare? 

— Jill, mas que...

Joe atira no homem um gentil sorriso desarmante e escreve horizontalmente no bloco. Eu li o que ele escreveu: Para Jill, porque seu pai é um herói. Seu amigo, Joe Jonas. O nome é escrito em um rabisco inclinado dramático, a inscrição impresso ordenadamente. Ele entrega o bloco de volta para o policial e reembolsa o marcador, em seguida, bate no ombro do homem mais velho.

— Ouça, O'Hare. Foi uma pequena emergência. Isso não vai acontecer novamente. Tenho certeza que você entende. — Joe está caminhando na rua, me puxando pela mão. O oficial é atraído junto como que por um ímã, cuspindo e ventando. 

— Sr. Jonas, eu aprecio o autógrafo, porque minha filha é uma grande fã, mas eu não posso te deixar ir embora. 

Joe abre a porta do passageiro e me ajuda, em seguida, atravessa para o lado do motorista, corre, empurrando o botão de arranque sem chave assim que o motor ruge para a vida. Ele dispara o pedal do acelerador para as rotações do motor. 

— Então me multe. Não há nenhum ponto em tentar rebocá-lo, desde que eu estou aqui agora. Multe-me para o que quiser. Basta fazer isso rápido, se puder. Tenho uma reunião importante com os meus produtores em uma hora.

O'Hare está claramente confuso. Seus olhos estão chicoteando da multidão, para Joe, para mim, o carro que vale mais do que ele vai ganhar em toda a sua vida. Ele está hesitando, e Joe está dando um ar de impaciência desarmante. Ele cava um cartão de sua carteira e entrega para o oficial.  

— Que tal isso? Eu realmente tenho que ir. Aqui está o cartão do meu advogado. Você pode enviar um bilhete ou uma multa ou qualquer outra coisa para ele, se quiser. — Estou chocada com a sua irritação.

— Eu acho que eu poderia, quero dizer... — Oficial  O'Hare olha para a multidão, e depois de volta para mim por algum motivo.

Estou sentada calmamente no banco do passageiro, com o cinto, esperando, tentando ser invisível. 

— Deus. Ainda bem que acertamos isso. — Joe bate a porta fechada, manobra o Bugatti dentro de uma polegada do carro da polícia estacionado na diagonal para trás, e, em seguida, arranca no tráfego em torno do caminhão de reboque, cortando um Bentley branco conversível. Ele sopra através do sinal amarelo e tem o carro que vai de zero a cem em poucos segundos, movendo rapidamente em torno do tráfego lento, pisando nos freios quando ele não consegue encontrar um caminho em volta. Em um ponto ele até mesmo atravessa as linhas duplas amarelas do meio da pista e desvia em torno de um caminhão na contramão. Estou sem fôlego, agarrando o  descanço do braço do banco com os nós dos dedos brancos enquanto Joe pisa no acelador, pressionando-me contra o banco enquanto o poderoso carro dispara a mais de cento e sessenta quilômetros por hora, e então eu sou jogada para a esquerda quando Joe corta para a pista da direita, freia e faz alguma coisa com as marchas para fazer o carro diminuir drasticamente.


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Estou aqui correndo para terminar meu trabalho, mas passei aqui para deixar mais um capitulo da maratona da mini-fic, mesmo só tendo 2 comentários o capitulo anterior :/
Beijoos <3

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