10.12.14

A Historia de Joe e Demi - Capitulo 10


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 As entranhas de Demi estavam se derretendo diante do calor das palavras de Joe e dos seus dedos requintados em seus lábios. 

 O simples toque da sua mão sobre as linhas de sua boca tornava tudo muito íntimo e apaixonante. 

 Mas como poderia um pequeno gesto como este ser tão íntimo? 

 A resposta era tão simples, simplesmente porque era ele quem estava executando. 

 Ninguém nunca tinha tocado a sua boca do jeito que ele estava fazendo aquilo, apesar de ser inexperiente, sabia que era o toque de um amante e mesmo que ele ainda não estivesse reivindicando o seu corpo, no entanto, apenas com as suas palavras e seu toque estava tornando a sua posição conhecida. 

 Ela tentou por um momento imaginar outro cara da escola fazendo e dizendo as coisas que Joe fazia neste momento, mas isso era totalmente impossível, pois Joe era... Diferente... Intenso... Desta forma, alcançava algo nela que ninguém jamais seria capaz de fazer. 

 Sentindo intensamente todas aquelas respostas femininas as suas demandas, ela não queria fazer nada mais do que aceitar qualquer condição que ele colocasse para ela. 

 Ele a fez sentir várias borboletas em seu estômago, um formigamento entre as pernas e o seu cérebro girando e girando. Seu mundo havia se tornado bem melhor desde que Joe havia entrado nele, ela sentia como se as nuvens fossem mais brancas e o céu um tom mais profundo de azul. 

 Ela ainda não queria chamar todo esse sentimento de amor, porque isso seria muito bobo, não é mesmo? E pelo amor de Deus, tinha apenas dezesseis anos, muito cedo, certamente o amor era algo que só se podia sentir quando se era um adulto, certo? 

 Então, tudo isso talvez ainda não fosse uma emoção totalmente amadurecida, mas de alguma forma, sem nenhuma dúvida da sua parte, ela sabia que o que sentia por Joe poderia se classificar como uma ‘paixão’, algo que uma garota de dezesseis anos de idade poderia sentir e vivenciar. 

 Não havia outro cara como ele e duvidava muito que pudesse encontrar outro homem como ele, novamente. De repente, ocorreu-lhe que Joe já era um homem, totalmente crescido no sentido mais completo da palavra. 

 Quantos caras não estariam agora, lutando para tirar ou até mesmo rasgar as suas calças? 

 Ela tinha idade suficiente para saber que na maioria das vezes, a resposta seria simplesmente nenhum. 

 Joe sempre tentava fazer a coisa certa, sempre voltada para o futuro, isso a deixava encantada por saber que ele a queria a longo prazo, mesmo agora, fazendo aquelas exigências, lhe avisando que ela seria dele num futuro próximo. 

 Um rio de prazer atravessou o seu sistema quando notou a intenção registrada em seus olhos, como a observava à espera de uma resposta.  Um desejo grande, quente e emocionante se instalou na boca do estômago pela expressão dos seus olhos verdes. 

 - Sim, o que você quiser. 

 Seus olhos queimaram de satisfação e seus dedos se afundaram em seu cabelo. 

 - E você nem sequer sabe o que é isso, não é? 

 Ela lambeu os lábios e balançou a cabeça, sabia que ele estava falando sobre fazer amor e do fato de que Joe queria fazer sexo com ela no futuro, era mais do que óbvio. Mas o que mais ele estava insinuando com aquela pergunta? 

 - E mesmo sem saber do que se trata, você vai concordar em fazer o que eu quiser e ainda vai me pedir por isso, não é mesmo princesa? 

 Ela não tinha sequer que pensar sobre isso por muito tempo, pois concordaria com tudo o que ele quisesse, realmente não se importava se isso a tornava uma pessoa fraca, ou uma mocinha, ou até mesmo uma covarde. - Sim Joe. 

 - Por quê? 

 - Por que... Porque eu confio em você. 

 - Porque você confia em mim e sabe o quão bom será para você, não é? 

 Ela assentiu com a cabeça, mas seu olhar se manteve colado ao dele. - Sim, ela sussurrou. 

 Seus olhos caíram para a sua boca. 

 - E vai ser muito bom para você... Eu juro por Deus. Saiba que sempre vai ser bom entre nós, nunca cometa o erro de pensar que seria a mesma coisa com outra pessoa...

Porque jamais será. 

 - Tenho certeza que jamais seria igual a nós. 

 Quando ele a estudou novamente, um pouco de intensidade deixou a sua expressão e as suas palavras se iluminaram. 

 - Você sabe que toda essa espera vai me matar, não é?

 - Será que... Teremos realmente que esperar? 

 - Não me pergunte isso de novo, baby. Ok? Sim, temos que esperar. 

 - Tudo bem. - Ela concordou, mas não conseguia esconder a decepção em seu tom. 

 - Boa menina. Agora, irei leva-la para dentro antes que seu pai saia de lá com uma arma.

 Joe deu a volta até a porta do passageiro, abriu a porta e ajudou Demi descer do caminhão. 

 Quando ele começou a acompanha-la até porta, ela perguntou: 

 - Você vai entrar comigo? 

 - Não, só vou te acompanhar até a porta. 

 - Mas você não tem que fazer isso. 

 - Eu quero Demi. Não é uma regra que o cara deve sempre levar uma garota até a porta? E está muito escuro aqui... Poderia haver uma cobra a sua espera. 

 - Aqui não tem cobras. 

 - Mesmo assim irei te acompanhar. 

 Na porta, ela colocou a mão na maçaneta e virou apenas um pouco antes de olhar para ele. 

 - Então, até sexta à noite? 

 - Ok. Venho buscá-la logo após às oito. 

 Demi sentiu um momento de mortificação por seu pai exigir que estivesse em casa ridiculamente tão cedo. 

 - Eu não sei por quanto tempo eles vão me deixar ficar fora. - Seu queixo caiu um pouco. - Espero que você não pense que não vale a pena ter tanto trabalho comigo. 

 Ele estendeu a mão e ergueu o seu queixo. 

 - Já disse que não me importo com o tempo estipulado pelo seu pai, saiba que você vale muito a pena. E lembre-se do que te falei antes, isso tudo é necessário para o estabelecimento de nossa relação... Todos terem consciência de que somos um casal... Acima de qualquer outra coisa. Pode não ser fácil neste momento, mas confie em mim, pois a última coisa de que você precisa se preocupar é se vale a pena ou não. 

 Ele beijou a sua testa com os lábios frios e se afastou. 

 Assim que não era mais possível enxerga-lo, Demi abriu a porta e entrou.

****

 Quando Joe chegou em casa naquela noite, foi imediatamente bater na porta de Miley, quando ela respondeu, ele adentrou o cômodo, ainda não era tarde e acabou encontrando a sua prima sentada no meio de sua cama, com a lição de casa espalhada ao redor dela. 

 Doía muito saber que Miley não ia mais à cidade, a menos que fosse para a escola. Ela não saia mais com as amigas, se recusava a ir a qualquer festa, mas como naquele momento ela estava calma e suave, Joe sentiu um pouco de conforto, o que se intensificou ao se lembrar do corpo quebrado e ensanguentado de Jesse deitado no chão. 

 - Você está sempre fazendo lição de casa. 

 - Você devia experimentar fazer isso de vez em quando - respondeu ela, sem levantar os olhos do livro. 

 Joe soltou uma risada seca. - Não preciso disso, pois presto muita atenção na aula e tenho um QI acima da média. 

 Ele apontou para a cabeça e Miley olhou para cima furiosa. Eles sempre tinham um ponto de discórdia, embora ambos tivessem excelentes notas, Miley sempre tinha que trabalhar pelas delas enquanto Joe não. Ele tinha apenas uma regra, sempre revisar a matéria um pouco antes da prova para relembrar, mas jamais perdia seu tempo em casa com isso. Ele sabia o valor dos testes e tinha que realiza-los durante todo o ano, mas felizmente só tinha que ler o conteúdo uma única vez e o mesmo ficava cimentado em seu cérebro. Pelo menos durante o tempo que levava para fazer o teste. 

 Quando Miley voltou a sua atenção para o seu livro, Joe começou a caminhar inquieto, em seguida puxou uma cadeira para longe da mesa e colocou de frente para cama, ao sentar, abusadamente, colocou seus pés sobre a sua colcha. 

 - Tire as suas botas de cima da minha cama, pois elas estão empoeiradas. 

 Joe revirou os olhos, abaixou os pés, abriu as suas pernas e tentou relaxar, apesar de não querer ter essa conversa com ela, sabia que não poderia evita-la. 

 - Miley, feche esse seu livro para poder falar comigo por um minuto, ok? 

 Ela parou diante do seu tom de voz e procurou a sua expressão. Deixando escapar um suspiro profundo, marcou a página e fechou o livro. 

 - O que há de errado? 

 - A última coisa que pretendo fazer na vida é te chatear, você sabe disso, não é mesmo? 

 Seus olhos ficaram cautelosos. 

 - Tudo bem. 

 - Você precisa ir à polícia. Você tem que apresentar uma queixa sobre Whitaker. 

 - Não - ela recusou, rapidamente. 

 - Querida, sei que você não quer, mas tem que fazer isso o mais rápido possível. 

 - Isso aconteceu há muito tempo. Por que agora? 

 - Ele atacou Mandy Thompson hoje. 

 O rosto de Miley empalideceu e Joe sentiu um grande sofrimento bater nele como se fosse uma marreta. 

 - Será que ele...

 - Não. Vi quando saíram da lanchonete juntos, devido a um mau pressentimento comecei a segui-los, ao mesmo tempo em que chamava o xerife. Nós dois chegamos a tempo, mas ela estava morrendo de medo. Mais um segundo e ele a teria estuprado. 

 - Oh, Deus. 

 - E você precisa saber que eu bati pra caramba nele... Antes que o xerife chegasse lá e se havia algum ressentimento da sua parte antes, de agora em diante tenho a maldita certeza que não será melhor a partir de hoje. 

 - Então, está tudo bem com a Mandy? 

 - Merda, acho que sim, mas ela esteve muito perto de ficar tão traumatizada como você, tenho um pressentimento que esta não será a sua última vez. Você tem que apresentar uma queixa o mais rápido possível. 

 - Joe... Eu não posso. 

 - Sim, você pode e tem que fazer... Você tem que fazer. - Ele olhou nos olhos dela. - Você tem que cavar fundo dentro de si e encontrar força para fazer o que é certo, Miley... Tem que encontrar a coragem dentro de si... Eu sei que você pode... Eu sei que você não quer que o que aconteceu com você aconteça com outra menina. 

 Seus olhos se encheram de lágrimas e ela desviou o olhar dele.

 Joe estava angustiado por dentro por ter de fazê-la passar isso, mas tinha que insistir para o bem dela. 

 Enquanto a observava, uma lágrima correu pelo seu rosto e ela limpou bruscamente com as costas da mão. 

 Ela assentiu com a cabeça. 

 - Eu vou pensar sobre isso, ok? Eu prometo que vou pensar muito sobre isso. 

 - Eu não vou deixar você esquecer este assunto. 

 Ela soltou uma risada sem alegria. 

 - Eu sei disso. 

**** 

O fim da semana chegou e com ela o fim de todos os planos programados por Demi no final de semana. Sua avó que morava em Shreveport estava mais uma vez hospitalizada e seus pais iriam viajar para ficar com ela na quinta-feira à tarde, Zachary havia concordado em vir para o rancho ficar por alguns dias, para que Demi não tivesse que faltar à escola ou ficar sozinha. Por mútuo consentimento, seus pais haviam decidido não sobrecarregar Zach com a notícia sobre o seu namorado, segundo eles isso só iria perturbá-lo ainda mais diante da sua situação. Agora se ele descobrisse e lhe questionasse, não deveria em hipótese alguma mentir para ele. Mas não era para lhe empurrar essa história voluntariamente, apenas se a necessidade obrigasse a tal. Demi concordou plenamente com aquela decisão. 

 Selena havia lhe dito que a surpresa da garagem era completamente e totalmente incrível. O pai de Selena havia comprado uma mesa de bilhar de segunda mão, uma televisão plana, um frigorífico e um par de poltronas reclináveis, criando para eles o melhor ponto de encontro da região. 

 Selena ficava se desculpando com ela a todo o momento pelo fato de que tudo aquilo havia sido produzido com o material ‘usado’, Demi se sentiu mal pelo fato de que a sua melhor amiga sentia a necessidade de até mesmo de mencionar isso, pois não poderia se importar menos com isso, por que deveria? 

 Na sexta-feira, Demi mandou uma mensagem para Joe e descobriu que ele já tinha conhecimento sobre o novo ponto de encontro. Quando lhe disse que eles foram convidados para sexta-feira à noite e que achava que seria mais fácil simplesmente encontrá-lo lá, ele não gostou nada da ideia, gostou menos ainda quando lhe falou que seus pais estavam fora da cidade e que Zach estaria em casa.

 Por mensagem e irritado acabou perguntando:

E você está tentando evitar dizer a Zach sobre nosso relacionamento?

 Essa sim era uma pergunta difícil de responder por mensagem, então ela acabou pedindo para falar sobre isso mais tarde, pessoalmente. 

 Demi foi à última a chegar à casa dos Gomez naquela noite. Kayla estava novamente com Kevin, de modo que havia seis crianças na garagem. Ela imediatamente avistou Joe encostado a uma parede com os braços cruzados sobre o peito, enquanto observava não só Kevin e Nick jogando sinuca, mas também a porta. Era mais do que óbvio para ela que ele estava esperando por sua chegada. 

 Seus olhares se conectaram, o seu olhar estava cheio de uma intenção convincente. Ele não sorriu. Demi sabia que ele estava com raiva dela naquele momento, então apenas desviou seus olhos para longe dele. 

 Depois que todo mundo lhe disse 'oi', deixou que Selena lhe levasse ao redor da sala e lhe mostrasse tudo até que finalizou o tour na frente e ao alcance de Joe. 

 Ele não hesitou em tirar proveito da situação, a sua mão fechou em torno do seu pulso e os nervos de Demi saltaram de forma irregular diante do aperto. Enquanto as outras duas meninas assistiam a Nick e Kevin disputando uma vitória no jogo, Joe se afastou da parede puxando Demi para longe do grupo. Parou apenas quando ficou ao lado do grande freezer, onde seus corpos ficavam mais escondido da visão deles, assim que parou a empurrou contra a parede. 

 Seu corpo prendeu o dela, ele ergueu as mãos sobre a cabeça e as manteve presas com as suas, logo após, lhe empurrou as pernas alguns centímetros de distância e deslizou a parte inferior do seu tronco contra o dela.  Seus olhos tinham o poder de enxergar dentro dela, mas naquele momento seu poder estava tão intensificado que ela ficou totalmente pendurada em suas mãos, se equilibrando num precipício em algum lugar entre a extrema emoção e o pânico. 

 Seus lábios se torceram cinicamente antes dele abaixar a cabeça e fechar a sua boca sobre a dela, o pânico fugiu quando a emoção venceu. Beijou-a como um louco, a sua língua forçando a sua passagem entre seus lábios, sua pélvis pressionando contra ela, em uma exibição de pura posse. 

 Ele ergueu a sua boca apenas tempo suficiente para rosnar: 

- Eu disse que iria buscá-la. 

 - Eu sei - ela arquejou. 

 - Você tem vergonha de mim. Você não quer que o seu irmão saiba sobre nós. 

 - Não é nada disso. 

 - Tenho a maldita certeza de que seja isso. 

 - Não é. 

 - É sim - ele rosnou. 

 - Não! 

 - Não venha com essa merda para cima de mim Demi... 

 - Joe, mas que porcaria! Seu pai está dormindo com a esposa dele! Quer me dar um pouco de tempo para achar a melhor forma de contornar esse fato e lhe falar que estamos juntos, sem magoa-lo ainda mais? 

 Ele a deixou discutir totalmente mudo, enquanto estudava o seu rosto, reparando como as linhas de raiva e frustração vincava a sua boca, então seus olhos caíram mais uma vez sobre seus lábios. 

 Demi tentou respirar e depois todo o seu organismo foi bloqueado quando sua boca caiu sobre a dela novamente. Seu beijo mais uma vez foi poderoso e devastador.

 Demi de repente sentiu um dos seus braços ficar livre e a mão dele cair imediatamente sobre o seu seio, lhe abrangendo completamente dentro da palma de sua mão. 

 Seus dedos fecharam, logo depois seu polegar encontrou seu mamilo num aperto infalível. Um raio afiado de desejo lhe perfurou diante daquele toque, os seus joelhos quase cederam, não conseguindo mais sustentar o peso do seu corpo. 

 Através dos jeans dele e o seu short de algodão, sentiu o momento exato em que ele começou a enrijecer contra ela. Sua barriga tremeu, os seus pulmões diminuíram o ritmo, ameaçando cortar seu suprimento de oxigênio. 

 Na borda da sua consciência, sob todo aquele desejo, percebeu que ele estava tentando provar alguma coisa, se a ela ou a si mesmo não sabia, só sentia que ele estava tentando dominá-la com este jogo de poder. 

 Ela registrou tudo o que ele estava fazendo, mas não se importou nem um pouco, apenas deslizou por baixo da superfície daquele pensamento e o deixou seguir o seu caminho. 

 Ele queria isso... Na verdade, ele precisava, se ela poderia ajudá-lo neste momento então faria sem questionamentos. 

 Ela se entregou para ele e deixou-se afundar na glória que era o seu toque. Tudo dentro de si parecia girar em torno de Joe. Sempre haveria de ser apenas Joe e com toda a certeza sabia que até o dia em morresse, independente se ele seria dela ou não a longo prazo, em algum lugar abaixo da sua superfície, seria sempre tudo sobre e apenas para Joe. 

 Ele deve ter sentido quando ela se entregou para ele, porque após um segundo depois a sua demanda e o seu beijo se suavizaram imperceptivelmente. 

 Beijou-a por mais longos minutos, com a mão ainda presa ao redor de seu peito mostrando uma posse absoluta, mas o mundo ao seu redor lentamente voltou ao normal e Demi começou a ouvir o riso dos seus amigos e o som estridente de bolas de bilhar. 

 Joe deve ter ouvido isso também, porque levantou a cabeça rapidamente, depois de algumas respirações profundas separou o seu corpo do dela, de todos os lugares, manteve apenas a mão que ainda agarrava ao seu pulso. 

 Ele retirou os dedos do seu pulso quando fechou a palma da mão dela com a sua, ao mesmo tempo em que seus olhos escureceram. 

 - Você está bem? 

 - Sim. 

 - Eu sinto muito. 

 - Sobre o quê? 

 - Entendo agora o porquê de você não querer dizer nada para o seu irmão no momento, sinto muito por ter me comportado como um idiota. 

 Demi sorriu suavemente para ele, afinal não havia nada para perdoar. - Você não é um idiota. 

 - Não? 

 - Não. 

 - Tudo bem. Vamos esquecer isso por agora.

 Seus olhos se tornaram ainda mais intenso. 

 - Mas um dia o seu irmão terá que descobrir sobre nós, não é mesmo? 

 - Sim, eu sei. 

****

 Quando o xerife ligou para seu celular alguns dias depois e pediu para vê-lo, não foi nenhuma surpresa para Joe. Pela primeira vez não estava preocupado com o que o outro homem queria, pois sabia de alguma forma, que era algo relacionado com Jesse Whitaker. 

Joe sentou-se no escritório do xerife e sem mais preâmbulos perguntou: - Mandy está bem? 

 - Sim, graças a você. 

 - Eu não fiz nada. 

 - Você fez filho e nós dois sabemos disso. Estou grato, mas agora quero discutir algumas coisas com você. 

 - Como o quê? 

 - Primeiro preciso que você saiba que seria um grande oficial. Redwood Falls precisa de mais alguns homens e você seria um excelente complemento para nós. Alguma vez já pensou sobre trabalhar para a polícia? 

 Joe não conseguiu se controlar e começou a rir. 

 - Não, senhor. Não posso dizer que já tenha pensado sobre isso. 

 - Eu não estou brincando com você, filho. Não sei o que você tem planejado para o seu futuro, mas você tem o temperamento necessário para esse tipo de trabalho. 

 Joe pensou sobre a sugestão do homem a sério por um momento. Não havia dúvida de que ele não iria odiar esse tipo de vida, aquela ideia até mesmo tinha um apelo, pois gostaria muito do respeito que a insígnia lhe daria e já há muito tempo, estava cansado e doente por dentro de ter que viver sob a sombra de seu pai. 

 - Eu não tenho grandes planos, apenas ir embora daqui ou qualquer coisa parecida. Sei que tenho que ajudar o meu tio com o rancho, mas também preciso de um salário e neste momento já sei como consegui-lo. O que exatamente ganho com o cargo? Quais são os requisitos? 

 - Você precisa ter vinte e um anos e 60 horas de crédito na faculdade. É basicamente isso. Bem, nada de antecedentes criminais. 

 - Você de todas as pessoas sabe que não tenho nenhum registro criminal. 

 - Eu sei disso, meu filho. 

 - Terei 27 horas de credito no momento em que me formar em junho. 

 - Vinte e sete? Isso realmente é impressionante. Mandy tem apenas nove horas, eu acho. Como você conseguiu isso? 

 Joe deu uma risada sem alegria. 

 - Coragem e determinação. Uma combinação de colocações avançadas e de créditos acumulados. E muita sorte. 

 - Eu não acho que se trata de sorte e sim de uma grande determinação. 

 - Eu poderia conseguir o resto através de aulas on-line? 

 - Eu não vejo por que não. 

 - Certo. - Joe acenou com a cabeça. 

 Era definitivamente acessível, pois poderia assistir às aulas, enquanto trabalhava em tempo integral na loja de rações até que completasse vinte e um anos. Sua tia, provavelmente iria se preocupar, mas com exceção de Jesse-Estuprador-Whitaker, não era como se Redwood Falls tivesse um alto índice de crimes para se preocupar. 

 - Deixe-me pensar sobre isso. 

 - Ok, não tem pressa. É o seu futuro e como te disse, nós gostaríamos muito de tê-lo conosco. 

 - Tudo bem. 

 - Bem, agora vamos para o outro assunto - o xerife hesitou. 

 Joe sentiu um mau pressentimento correr pela sua espinha e se preparou para o que estava prestes a ouvir. 

 - Isso é sobre o meu pai? 

 - Não. 

 Joe soltou um suspiro alto. - Então é sobre o quê? 

 - Eu acho que é hora de você ter uma conversa séria com a sua prima, pois com o seu testemunho, poderíamos colocar aquele rato bastardo afastado das ruas por um longo tempo. A queixa de Mandy não vai sustenta-lo por muito tempo, uma vez que não consegui provas das suas verdadeiras intenções, graças a Deus, mas temos que fazer alguma coisa antes que o desgraçado possa ferir outra garota. 

 Joe respirou fundo, abaixou a cabeça olhando fixamente para as suas botas. Ele sabia que o xerife falava a verdade, também sabia que precisava falar com ela novamente, mas como diabos ele iria conseguir convencer a Miley de fazer aquilo? E como poderia cobrar algo deste tipo? Sua reação não foi nada positiva quando ele falou com ela da última vez. 

 Ele levantou a cabeça. 

 - Sim, está bem. Vou ver o que posso fazer e depois te falo.

 Joe se levantou e assim fez o xerife. Eles apertaram as mãos. 

 - Eu estou contando com você, Joe. 

****

 As próximas semanas se passaram como um borrão, assistia a jogos de futebol, fazia sua lição de casa, saia muito com Joe e todos os outros para curtir a garagem de Selena. 

 No sábado, Demi estava estudando para uma prova de história com pressa para acabar logo com aquilo, pois Joe havia combinado de pega-la as oito e devido a sua mente estar totalmente concentrada com a conquista da Normandia, não ouviu quando a sua mãe bateu em sua porta e espiou dentro. 

 - Ah, então é aqui que você está? Eu não a vi praticamente o dia todo. 

 - Estou bem, apenas tenho um teste na segunda-feira muito difícil. 

 Janet Lovato assentiu com a cabeça e em seguida ficou apenas olhando para a sua filha. 

 - Alguma coisa errada, mãe? - Demi perguntou quando ela sentiu uma espetada em seus nervos enquanto observava sua mãe esperando por uma resposta. 

 Sua mãe hesitou e então respirou fundo. 

 - Cindy saiu da cidade há dois dias com o Chris Jonas e eles ainda não voltaram. 

 O choque bateu forte em seu organismo. 

 - Como assim não voltaram? 

 - Você não deve contar a ninguém sobre isso, Demi, mas gostaríamos que soubesse o que está acontecendo. Eu sei que você e Joe, até mesmo a Miley, estão muito próximos ultimamente, mas devo acrescentar que essa ainda é uma situação muito difícil para todos os envolvidos. 

 Demi estava com dificuldades de acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Chris Jonas não tinha nada a ver com a Cindy e não conseguia acreditar que ela realmente estava com ele por amor. Ela meio que achava que Cindy estava apenas tentando chamar a atenção de Zach, apesar dele sempre aparentar ser uma pessoa totalmente fria, isso era apenas uma fachada, algo que ele apenas demonstrava para o mundo, devido ao fato de ser um excelente homem de negócios, mas talvez Cindy não apreciasse muito esse fato. 

 O caso é que tudo entre eles andava de mal a pior.

 Demi lembrou-se de outra conversa quando sua mãe lhe falou que Zach nunca mais perdoaria Cindy. Mas agora, percebia que durante todo o tempo, em algum lugar no subconsciente, ela esperava que tudo isso iria passar em breve, com Cindy terminando o seu caso e depois de um tempo, Zach a perdoando devido à existência do bebê. 

 Mas como poderia fazer isso agora, ao saber que ela havia deixado a cidade com Chris Jonas? Mas que diabos... Quanto mais estúpida aquela mulher poderia ser? 

 Assim que aquele pensamento passou pela sua cabeça, sentiu uma pontada de remorso, porque o homem em questão era o pai de Joe. Mas com a mesma rapidez, percebeu que Joe não era como seu pai, ele não era nada parecido com ele e não tinha nada para sentir remorsos sobre aquela situação, pelo menos, não nesse aspecto. 

 Cindy estava cada vez mais provando ser a estúpida do século. 

 - Essa situação está piorando a cada dia. Zach ontem ficou totalmente bêbado dentro da biblioteca, enquanto descarregava tudo com seu pai. Ele está extremamente irritado e Jeff acha que está mais bravo do que com dor e ainda tem o agravante de que Zach quer o bebê e que vai lutar com unhas e dentes pela sua custódia, após o seu nascimento. 

 - Ele já está dando entrada no divórcio? 

 - Ainda não, pois aqui no Texas não é possível conceder um divórcio quando há uma gravidez envolvida. O bebê tem que nascer primeiro. 

 - Oh meu Deus, eu não posso acreditar que isso esteja acontecendo... Saber que ela continua traindo ele desta forma... Mas que porcaria mãe, eu não sei o que dizer para Zach... O que devo fazer... Ou como devo agir. 

 - Você não precisa dizer nada, até mesmo porque ele jamais discutiria esse assunto com você, sabe bem como ele é, não é mesmo? Jeff lhe disse ontem à noite sobre a possibilidade de que a Cindy tivesse ido embora. Então, agora ele sabe que sabemos sobre o caso da sua esposa e isso para nós já é o suficiente. 

 - Tudo bem. 

 Sua mãe se aproximou, passou a mão sobre a sua cabeça lhe acariciando suavemente o cabelo. 

 - Sinto muito por você estar tendo que passar por isso. Sei que você deve estar se sentindo dividida e totalmente sem ação no meio de tudo isso. 

 - Sim. 

 - Apenas tente se lembrar de que Joe não tem nada a ver com isso e se possível também tente lembrar que existe um bebê em toda essa história e quero que saiba que nós gostamos muito de Joe e que iremos agir da forma que te orientei. 

 Demi sorriu tremulamente para sua mãe. 

 Graças a Deus por isso. 

 Os pensamentos de Demi migraram do seu irmão para o Joe, causando imediatamente um grande mal-estar que acabou se espalhando por todo o seu corpo, pois a história longa e triste de Joe com seu pai tornava tudo totalmente imprevisível e ainda tinha que se preocupar com a forma que reagiria à notícia de que o seu próprio pai havia saído da cidade. 

 Será que Joe agora finalmente seria feliz? Ou será que ele iria se sentir abandonado? 

 Demi estava convencida de que tudo o que ele sentia agora seria ampliado ainda mais após esse acontecimento e que isso se tornaria algo a mais que teria lutar.

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Comentem, bbs! Beijos, amo vcs sz
Bruna


5 comentários:

  1. Ansiosa pra saber a reação do Joe quando souber sobre os fugitivos, e como vai ser a reação do Zack quando descobrir sobre o namoro? E a Miley vai fazer a.denuncia? O Joe vai aceitar trabalhar com o xerife? Vixi é tanta coisa que já estou ficando doida, não sei o que pensar kkkkkk continua ..... posta mais por favor, e de preferência hj!!!!!

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  2. Nossa, cada capítulo me deixa pior essa fic. Amando. Só quero ver a reação do Zack. Mega feliz por eles estarem juntos.
    Beeijos :)

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  3. Vai ser difícil o Joe conseguir esperar ela fazer 17 anos, ele está perdendo o controle. Adorei o xerife chamando o joe pra trabalhar com ele , realmente ele vai ser mais respeitado quando isso acontecer. O zack vai ter que aceitar o namoro dos dois, acho que ele podia ficar com a miley, depois que ela fizer a denuncia. Posta mais.

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  4. Amei o xerife tera chamado o Joe pra trabalhar com ele. Joe não vai esperar até os 17anos e tão possessivo e dominador q ele é, ADORO kkkkk
    Q vadia essa Cindy
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    -Nathalia-

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  5. Qual será a reação de Zach ao descobri do namoro da irmã com o filho do homem que é amante se sua mulher? Qual será a reação de Joe quando descobri que seu pai saiu da cidade com a cunhada de sua namorada? A criança que Cindy carrega em seu ventre é mesmo filha de Zach? Descubra tudo isso Amanhã no globo repórter :v

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