28.12.14

Capitulo 15 - MARATONA 9/10


DEMI

Eu estava preocupada. Joe tinha ficado dois dias sem me procurar, depois de termos nos falado e visto praticamente todos os dias. Naquela semana, retomei as aulas na faculdade e voltei à minha sina de só ter tempo no final de semana. Nos falamos apenas por telefone e ele me convidou para sair no sábado.

Fiquei com medo que estivesse se desinteressando de mim. Racionalmente sabia que, se fosse só sexo que procurava, ia se afastar e seria melhor assim. Mas emocionalmente, eu me desesperava, sem conseguir me concentrar mais em nada. Percebi o quanto estava gostando de Joe e o quanto sentia a sua falta. E que passaria um inferno se parasse de me procurar.

Tentei seguir em frente, esperando ansiosamente o fim de semana para poder vê-lo e saber como ficaríamos, se estava frio ou não, qual era a dele. Mas foi uma tortura. Joe tinha tomado para si uma parte minha que eu não sabia mais como recuperar.

Quando me ligou na sexta-feira à noite, eu estava no trem, voltando da faculdade, doida para chegar logo em casa. Sentada em um canto, atendi com o coração disparado, ansiosa. - Oi, Demi.

- Oi.

- Está em casa?

- Não, quase chegando. – Falei baixinho, minha mente preenchida por imagens dele, a saudade quase me corroendo. – Tudo bem com você?

- Não. – Disse rouco.

- Não? – Meu nervosismo aumentou.

- Passei uma semana infernal longe de você.

O alívio me inundou. Mordi os lábios, tentando me acalmar, até poder falar normalmente. - Jura? – Murmurei.

- Juro. Posso te ver amanhã?

- Pode.

- O que quer fazer?

- À noite?

- De preferência o dia todo. – Havia certo riso em sua voz. – Vai me compensar por toda saudade que me fez sentir.

Eu sorri sozinha, como uma boba.

- Não te convido para vir ao meu apartamento nem passar o fim de semana fora, pois sei que não aceitaria. Assim, está em suas mãos. Escolha o que quer fazer.

Eu pensei, mas não soube o que poderia ser. Então Joe falou: - Quer ir para Itaipava comigo?

- Itaipava?

- É, em Petrópolis. Podemos ir cedo, passear, almoçar por lá e voltar à tarde.

- Deve ser ótimo. Não conheço Itaipava.

- Então, estamos combinados. Não esqueça de levar um biquíni. Tem piscinas e quedas d’água para visitar. – Havia um tom jocoso em sua voz. – Vai ser a melhor parte do dia. Ver você de biquíni, Demi.

Fiquei vermelha ao me dar conta daquilo.

- Passo aí bem cedinho para te pegar.

- Certo, então.

- Mas me conte, como foi sua semana?

“Horrível sem você”, pensei, mas não falei. Ficamos um tempão no telefone, em uma conversa leve, divertida, gostosa. Todas as minhas dúvidas foram por água abaixo e me enchi de novo de alegria e esperança.

Na manhã seguinte, fiquei com biquíni embaixo da roupa, que se tratava de uma bermuda branca com uma camiseta estampadinha e sandálias baixas. Saí levando minha bolsa e deixei um recado, avisando que sairia com Joe e passaria o dia fora de casa.

Estava ansiosa, me roendo de vontade de vê-lo e fiquei sentada no murinho da varanda, só esperando-o. Quando vi seu carro parar em frente à minha casa, levantei de um pulo, o coração disparado, meu corpo todo reagindo, ardendo e tremendo ao mesmo tempo.

Praticamente corri para o portão enquanto Joe saía do carro de óculos escuros e foi só eu vê-lo para que uma alegria embriagante se espalhasse dentro de mim. Sentimentos intensos, rodopiantes e nunca antes sentidos me envolveram como um manto e por um momento me dei conta do que eram. Paixão, felicidade, atração, tesão e mais. Amor.

Admitir aquilo, tão de repente, não me assustou. Pois me dei conta que era algo que sempre quis e que vinha agora sem nenhum esforço, extravasando de dentro de mim. Eu o amava. Amava com todas as minhas forças.

Saí para a calçada e me joguei nos braços dele, emocionada, feliz, apaixonada. Joe não esperava, mas me abraçou na hora, apertando-me contra seu corpo, seus lábios em meu cabelo. Fechei os olhos, saboreando seu cheiro, seu corpo musculoso contra o meu, o fato dele existir. E de estar ali comigo.

- Demi ... Isso tudo é saudade? – Murmurou, seus lábios deslizando suavemente em minha têmpora, suas mãos nas minhas costas, acariciando-me.

- Muita. – Admiti. Ergui a cabeça e o fitei, seu rosto tão perto, seus olhos velados pelos óculos escuros, aquela boca carnuda e bem feita me tentando. Não resisti e beijei seus lábios suavemente, mordiscando o inferior, murmurando: - Saudade dos seus beijos ...

E deslizei minha língua em sua boca. Na mesma hora ele me puxou mais para si e retribuiu, sua língua envolvendo a minha, lambendo-a sem pressa. Minhas pernas ficaram bambas, meu corpo estremeceu, meu coração só faltou sair pela boca.

E ali, naquela manhã de sábado, na rua vazia, nós nos beijamos com doçura e paixão, como se fôssemos os únicos habitantes do planeta. Sua mão foi em minha nuca, firme em meu cabelo. Aquele seu jeito dominante de me segurar para aprofundar o beijo me deixava doida, muito excitada, fora de mim. Prazer corria em cada parte de mim, misturado em meu sangue, em minha essência.

Joe deu leve beijinhos e levantou os óculos escuros para o alto da cabeça, seus olhos negros penetrantes, me consumindo, pesados. Disse baixinho:

- Do que mais sentiu saudade, Demi?

- Do seu cheiro ... – E aproximei o nariz do seu pescoço moreno, respirando fundo, me embriagando com o perfume delicioso dele, misturado à essência máscula de sua pele. Mordi ali devagar, sentindo-o enrijecer, seu membro muito duro e grosso contra meu ventre. Minha vagina estava quente, úmida, palpitante. – Do seu gosto ... Do seu toque ...

Joe deslizou a mão em meu cabelo na nuca, virando o rosto e roçando a barba macia e cerrada em minha face, arrepiando-me toda.

- E o que mais?

- Senti saudade de tudo. Mas principalmente de estar em sua presença. – Passei minha mão em seu maxilar anguloso, até enterrar os dedos nos cabelos de um negro brilhante e abundante, meu coração muito acelerado, o amor e a paixão me dobrando. – E você? Sentiu minha falta?

Ergui os olhos até os dele, fitando aqueles lagos tão negros e profundos, tão lindos. Joe ficou um momento quieto, imobilizado, apenas me fitando. Nem piscava. Vi uma emoção passar em seu rosto, algo que o suavizou e por um momento ficou lá, livre para mim. Mas então algo mais duro veio, mais sensual, espalhando um sorriso lento e predador em sua boca.

- Você nem imagina quanto, Demi. Mas acho que vou ficar mais uns dias afastado. A recepção está valendo a pena.

Sorri também. Continuamos ali de pé na calçada, agarrados, apenas nos olhando, seus dedos massageando suavemente a minha nuca. E eu perguntei:

- Por que ficou sem me procurar esses dias?

- Muito trabalho. E também ...

Calou-se. Insisti:

- Também o quê?

- Eu precisava ficar um pouco longe, Demi, para me acalmar. Esses beijos todos e amassos dentro do carro estavam me deixando doido.

- E adiantou?

- Não. – Seu sorriso expunha os dentes brancos, perfeitos. – Foi só abraçar você e voltou tudo.

Sorri também. Seus dedos percorreram minha face em uma leve carícia e beijou suavemente meus lábios.

- Vamos. Quero chegar cedo em Itaipava, para aproveitarmos bastante.

- Tá.

Entramos no carro e seguimos viagem. Uma música suave começou a tocar e relaxei, tão feliz que parecia estar flutuando em uma bolha. Começamos a conversar sobre a nossa semana, de maneira descontraída. Saber que estava tudo bem entre nós, deixou-me radiante, somente aproveitando cada segundo da sua presença.

Itaipava ficava na Serra e era um distrito de Petrópolis. Tinha uma grande riqueza histórica e natural, cercada por belos morros verdejantes, um clima ameno, sendo refúgio de celebridades e da alta sociedade do Rio de Janeiro, principalmente no inverno.

Subimos vários e vários quilômetros de uma belíssima Serra, a estrada cercada de ambos os lados por frondosas árvores. Era uma paisagem relaxante e espetacular e eu me indaguei o que poderia ser mais perfeito que aquilo, estar ali com Joe, ouvindo a música gostosa, naquele lugar belíssimo.

Passamos perto de centro histórico de Petrópolis, que eu já visitara algumas vezes e, como historiadora, adorava admirar os Palácios, e Joe disse que, se desse tempo, voltaríamos ali. Mas seguiu para Itaipava, onde eu nunca tinha ido, cercada por morros, o bairro agradável e bonito, cheio de vida e acolhedor, com lojas charmosas, tudo bem tratado e limpo. As construções tinham telhados inclinados e era uma graça, a natureza servindo como moldura para tudo.

Ele seguiu até um belo hotel cheio de chalés charmosos e de bom gosto, cercado por morros.

Deixou o carro no estacionamento e comentou:

- Aqui tem um excelente café da manhã. Vamos comer e depois saímos para explorar a região.

- Tá.

Saímos de mãos dadas e entramos no lindo e elegante hotel, onde madeira e telhas de barro davam um diferencial a mais, com verde para todo lado. Ficamos em uma mesa com vista para uma grande piscina de água natural, onde um morro verde servia como pano de fundo.

Realmente o café era excelente e comemos conversando, relaxados, comentando sobre o lugar. Então Joe indagou:

- O que prefere fazer? Um passeio ecológico, um Jeep tour pelas redondezas, um rafting? O hotel oferece várias opções e podemos deixar o carro aqui e escolher uma delas.

- Como é o rafting?

- É uma canoagem no Rio Paraibuna. Pegamos um transporte até ele e descemos algumas das 22 corredeiras. A paisagem é belíssima e muitas são históricas, já que vamos percorrer uma região que foi um grande entreposto comercial no século XIX.

- São sítios arqueológicos do antigo Caminho do Ouro Imperial, entre Rio de Janeiro e Minas Gerais? – Meus olhos brilhavam. Sempre tinha querido conhecer aquele caminho, que só estudara nos livros.

- Exatamente. Esqueci que estava falando com uma futura historiadora. – Joe sorriu. – Por sua expressão, já vi que prefere esse passeio.

- Sem dúvida!

- Não vai ficar com medo das corredeiras?

- Não, nem um pouco.

- Certo. Depois podemos voltar para cá, almoçar, ficar na piscina ou dar uma caminhada nas trilhas. Aqui pode escolher entre comida italiana, normanda, espanhola e portuguesa e os vinhos são excelentes.

- Está ótimo! – Concordei, toda animada.

Nos informamos do passeio e saímos com mais um grupo de mais dúzia de hóspedes do hotel em uma van, que nos levaria até o rio. Conversávamos animados, de mãos dadas o tempo todo, enquanto Joe me explicava várias das belezas naturais, arquitetônicas e gastronômicas da região. Disse que estava pensando em comprar uma casa ali, pois era um local do qual gostava muito.

Embora ele não fosse de ficar enaltecendo seus bens, devia ser bem rico e ter casas em vários outros locais. Pensei que, mesmo eu tendo evitado a minha vida inteira os homens ricos, com raiva das coisas que minha mãe dizia, fui acabar me apaixonando por um deles. Era irônico e eu sabia o quanto isso a alegrava, como sabia também que aquilo não importava. Se Joe fosse um estivador ou um mecânico, eu sentiria o mesmo por ele.

Chegamos no início do passeio em Levy Gasparian, onde se iniciaria a descida. Os guias turísticos e especialistas em rafting e canoagem nos deram algumas dicas de segurança, de como remar, explicando que passaríamos em partes do rio alternando remansos e corredeiras.

Colocamos coletes salva-vidas, capacetes e fomos para os botes, que comportavam seis pessoas. Dois instrutores foram no nosso grupo, contando comigo, Joe e mais um casal por volta dos quarenta anos, que logo puxou assunto com a gente e disse que estava ali comemorando quinze anos de casamento. Pareciam felizes, o tempo todo de mãos dadas, chamando-se de “querido” e “querida”. Eu os admirei em silêncio e lancei um olhar a Joe, pensando o quanto seria bom ter um casamento assim.

O passeio foi uma delícia. Fiquei ao lado dele o tempo todo, que murmurou em meu ouvido que me protegeria e me fez sorrir. Começou tranquilo, deslizando pelas águas do rio,

descendo. Mas logo nós nos sacudíamos e pulávamos ao passar em pequenas quedas e algumas corredeiras. Os instrutores avisavam quando se aproximava um ponto mais perigoso e davam dicas.

Foi delicioso. Rimos e ficamos encharcados, cercados por uma vista magnífica, todo o tempo eu e Joe trocando sorrisos e brincadeiras. Quando o passeio terminou, pulamos do bote animados, falando sobre o percurso. Minha roupa estava molhada e a dele também. Nos deram toalhas, bebemos água e voltamos para a van, que nos esperava. Isso já passava das duas da tarde e Joe comentou, enquanto voltávamos ao hotel: - Estou faminto!

- E eu!

Chegando lá, ainda um pouco úmidos, escolhemos uma deliciosa comida portuguesa com bacalhau e muito azeite, tomando um vinho do Porto maravilhoso, no terraço, com vista para os morros. Brinquei com ele:

- Oh, vida boa!

- Melhor impossível. – Concordou, ainda mais lindo do que eu podia imaginar. Estava tão feliz que sorria para ele como uma boba, não querendo que aquele dia acabasse.

Demos uma volta em torno do hotel, em trilhas próximas, sentamos em banquinhos, conversamos e aproveitamos a paisagem e o clima delicioso. Depois voltamos e entendi que Joe tinha pago nossas diárias para aproveitar os confortos dali. Em nenhum momento falou em passarmos a noite, mas sabia que uma diária incluía isso.

Fomos para a piscina com vista linda, vazia àquela hora. E enquanto o olhava, imaginei como seria passar a noite com ele. Deixar qualquer dúvida que houvesse de lado e me entregar. Por que agora, que sabia o quanto o amava, parte do meu medo tinha ido embora, substituído pelo desejo voraz, presente em um simples toque.

Quando Joe tirou a blusa pela cabeça, eu prendi a respiração diante da beleza estonteante dele. Ombros largos, peito liso e musculoso, barriga dura, ondulada de músculos, assim como seus bíceps. Havia uma tatuagem de coroa no braço esquerdo dele e, quando tirou a bermuda, ficando apenas de sunga, vi a ponta de outra tatuagem em seu quadril, descendo pelo V bem modelado da sua barriga. Não deu para saber o que era. Ainda mais quando me distraí com o volume grande do seu sexo.

Estava sem ar, nervosa, quase arquejando. Lambi os lábios, admirando-o cheia de lascívia, que mal podia controlar. Passei os olhos em suas pernas longas e musculosas, as coxas duras, os pelos escuros cobrindo-as. Virou-se para deixar a roupa sobre uma espreguiçadeira e tinha as costas largas, a pele morena e uma bunda linda, dura e bem feita. Era completamente másculo, viril, lindo, perfeito. Fiquei completamente abalada.

Sorriu para mim e ergueu uma das sobrancelhas negras, brincando:

- O que houve? Vergonha de ficar de biquíni?

- N ... Não. – Murmurei, conseguindo desviar os olhos, tentando controlar meu coração enlouquecido.

Joe sentou-se em uma espreguiçadeira e se estendeu sobre ela, moreno, grande, musculoso, sedutor. Seus cabelos negros despenteados, os olhos atentos em mim, um sorriso levemente cínico nos lábios. Sabia como tinha mexido comigo.

Um pouco sem graça, tirei a camiseta sobre a cabeça e as sandálias. Ele me olhava, de maneira penetrante. Minha pele ficou mais quente, o sangue correndo mais rápido, de repente me dando conta que me desejava do mesmo jeito que eu a ele. Senti seu olhar quente descendo por meus seios cobertos apenas pelo biquíni cortininha preto. E então me senti admirada, desejada, parte de minha timidez se desfazendo.

Sorri, gostando de ter aquele poder sobre um homem com Joe, um prazer gostoso se espalhando por meu corpo. Abri a bermuda devagar e a desci pelas pernas, até ficar apenas de biquíni pequeno. Imaginei se estava gostando do que via tanto quanto gostei de vê-lo só de sunga. E , para provoca-lo mais, fiz como tinha feito. Virei para pôr minha roupa na espreguiçadeira ao meu lado, dando-lhe uma visão de minhas costas e bunda.

Não era metida nem usava minha beleza para abrir portas, mas depois de anos ouvindo sobre o quanto era bonita, também tinha minha vaidade. Ser admirada pelo homem que eu amava e desejava mais do que tudo foi como um afrodisíaco poderoso, que me fez bem. Quando me voltei para ele, no entanto, dei com seu olhar tão intenso e cheio de luxúria, que por um momento perdi o ar.

- Vem aqui, Demi. – Sua voz era rouca, engrossada pelo desejo que ele não tentava disfarçar.

E eu fui. Caminhei até a espreguiçadeira ao lado da que ele estava, mas Joe não me deixou sentar. Puxou-me para a dele, chegando para o lado, de forma que sentei perto de seu quadril. Na mesma hora sua mão foi em meu cabelo, enterrando-se nele, trazendo meu rosto até parar a centímetros do seu rosto, enquanto fitava meus olhos e dizia bem baixo:

- Você está brincando com fogo.

- Estou? – Sussurrei de volta, muito excitada.

- Quer comprovar?

- Como? – Consegui sorrir, apesar do desejo quente que se revolvia dentro de mim. Passei meu olhar do dele, com cenho franzido e carregado, para seus lábios carnudos, o queixo firme naquela barba escura, o pescoço moreno e o peito nu.

- Desça mais os olhos e vai ver. – Desafiou-me, tenso pelo tesão.

Estremeci. Quase recuei. Mas algo mais forte, mais potente, me fez descer os olhos, passando pela barriga musculosa até a sunga preta que o cobria. Prendi o ar, abalada ao me deparar com o contorno bem marcado do seu membro, que subia em uma coluna grossa e longa, estufando e muito o tecido.

Por um momento, fiquei sem ar e sem ação. Então o sangue bombeou violentamente, meu coração bateu contra as costelas e arrepios percorreram minha coluna, de desejo puro mesclado a tudo mais que me fazia sentir. Ergui os olhos rapidamente até encontrar aqueles poços negros. Joe sorriu bem devagar.

- É isso que você quer, Demi?

Eu não sabia. Estava perturbada demais para conseguir pensar com clareza. Minha vontade era a de me jogar nos braços dele, beijá-lo e abaixar aquela sunga, conferir se ele era tão lindo quanto parecia, implorar para que fizesse tudo que queria comigo. E que me deixasse fazer tudo o que tinha vontade com ele.

Tive ânsia de ser dele, de descobrir como me sentiria sendo sua mulher, tendo-o dentro de mim. Minha barriga convulsionou de tanto desejo, mas havia tanta coisa envolvida, tantos sentimentos e um certo medo de não ser correspondida. Já tinha certeza que o amava. Mas o que sentia de fato por mim? E se fosse só algo físico, que poderia acabar a qualquer momento?

- Eu quero mergulhar na piscina. – Desconversei, recuando, precisando de um pouco mais de tempo. Então me levantei e Joe me soltou. Na mesma hora dei um mergulho na água fria, buscando respostas que talvez não pudesse encontrar tão cedo.

Nadei de uma ponta a outra, até cansar. E quando Joe mergulhou, covardemente subi as escadinhas e me sentei na beira, apenas minhas pernas dentro da água. Observei como cortava a água em braçadas perfeitas, virando-se de cabeça para baixo ao chegar na ponta e

voltando. Admirei-o, perturbada, excitada além do normal.

Finalmente parou perto de onde eu estava, sacudindo o cabelo molhado, fitando-me. E então, com o rosto ainda sério, um pouco conturbado, impulsionando o corpo para fora da piscina apoiando-se nos braços musculosos. Olhei-o, devorando cada linha masculina do seu corpo, com água na boca.

Joe ficou de pé e veio até mim. Pensei que se sentaria ao meu lado, mas me surpreendi quando me forçou para trás, inclinando seu tronco em cima do meu. Deitei sobre o azulejo e acabei rindo, sem esperar, enquanto ele abria a boca sobre meu queixo e o mordia devagarinho.

A risada virou um leve gemido e o fitei, abalada, seus lábios subindo, seus olhos duros nos meus. Quando beijou minha boca, eu me entreguei, totalmente dominada, minhas mãos que tinham ficado largadas ao meu lado subindo para se enterrar em seus cabelos, beijando-o com a mesma fome estarrecedora.

Estávamos cheios de luxúria, queimando um pelo outro. Somente seu peito pesava sobre meus seios, a parte inferior longe do meu. Caso contrário acho que perderíamos o controle ali mesmo. Como se temesse isso, Joe interrompeu o beijo e suspirou, deitando-se no chão ao meu lado e fechando os olhos.

- Acho que não foi uma boa ideia ficarmos aqui só com roupa de banho. – Disse, um tanto seco.

Na mesma hora levantou e deu outro mergulho.

Eu me sentei, tremendo. O desejo era avassalador, voraz, enlouquecedor. E não consegui pensar em nenhum motivo para sofrer tanto, quando o queria tão desesperadamente. Eu me sentia viva, pulsante, feminina. Eu ardia e latejava. Eu o amava. Então, por que lutar contra? Por que me privar de algo que ambos queríamos tanto?

Observei Joe ir até os degraus dentro da piscina, feitos de azulejos e se deitar ao longo de um deles, apoiando os cotovelos nos de cima, suas pernas e quadril dentro da água. Ergueu o rosto para o sol e ficou lá, de olhos fechados, como se precisasse de um tempo para se acalmar.

Um estranha calma me envolveu quando enfim entendi o que eu queria. Não importava mais nada. Estava louca por ele, de amor e de desejo. E pela primeira vez na vida disposta a arriscar tudo, a confiar em alguém e me entregar. Não só meu corpo e meu desejo, mas também o meu amor.

Ergui-me, dei a volta na piscina, desci os degraus até ficar com água na cintura. Joe abriu os olhos e me fitou, compenetrado. Eu voltei pelos degraus, ajoelhando-me no último e subindo de gatinhas entre as pernas dele. Percebi que não esperava isso e ficou bem quieto, apenas seus olhos alertas, brilhando como ônix. Parei, minhas mãos apoiadas sobre o degrau ao lado de seu corpo, meu rosto próximo do dele.

- Sabe o que me dei conta, Joe? – Murmurei, rouca.

- Não.

- Que nunca me queimo. Nunca brinco com fogo. – Ergui as mãos e apoiei em seu peito, passando-as sobre os músculos duros, sentindo-me uma mulher de verdade, cheia de lascívia e vontade de ser feminina, agradada.

- E isso é ruim? – Sua voz saiu rascante.

- Às vezes é muito monótono ser tão precavida. Hoje ... senti vontade de me arriscar.

Saber até que ponto posso me queimar. O que me sugere?

Escorreguei as mãos para baixo, por sua barriga dura, meus olhos se deliciando em seu corpo. Tive vontade de acariciar suas coxas grossas, seus testículos cheios, seu membro

robusto. Saber o que era sentir um homem e não qualquer um. Joe.

Fitei seus olhos negros e perturbadores. Nunca o tinha visto tão sério, tão carregado de testosterona e poder masculino, que só serviu para me arrebatar mais.

- Tenho apenas uma sugestão, Demi. Que venha comigo para um dos chalés. E me deixe mostrar o quanto as coisas podem esquentar.

- Ainda mais?

- Muito mais.

Estava gostando daquele jogo de sedução, daquela sensação prazerosa de desejar e ser desejada com tanta intensidade.

- E o que faria comigo no chalé? – Nem acreditava que estava tão desavergonhada.

- Por que não entra e vê com seus próprios olhos? – A voz dele era rascante. Subiu uma das mãos pelo meu braço, em uma carícia que só me fez arder ainda mais.

- Mas ... E se eu não gostar?

- Garanto que vai gostar. E querer repetir, muitas vezes.

- Me dê uma dica. Vai me beijar?

- Cada pedacinho seu. – Espalmou os dedos em minha nuca e me trouxe mais perto, dizendo baixo, perto da minha boca: - E depois que eu beijar e chupar você, vou querer que faça o mesmo comigo.

- Hum ... Parece bom ...

- Nem imagina. – Mordeu de leve meu lábio inferior. – Mas vou querer mais, Demi, muito mais.

- Como o quê?

- Vou querer você fazendo tudo o que eu mandar. – Deslizou a boca até minha orelha e mordiscou o lóbulo, sua mão escorregando em minhas costas nuas, fazendo-me estremecer. Murmurou Baixinho em meu ouvido: - Ficando toda abertinha enquanto enfio meu pau em sua bocetinha, depois de tê-la chupado até doer e metido meu dedo. Vai gozar. E quando acabar, vou te virar de bruços e bater na sua bunda.

Eu tremia violentamente. Quando comecei com toda aquela provocação, não imaginei que poderia ficar ainda mais excitada. Mas agora estava fora de mim, quase desabando em cima dele, meu coração alucinado, minha respiração entrecortada. A vagina palpitava, quente e cremosa, todo meu corpo parecia prestes a incendiar, de tanto que ardia. Suas palavras mexeram com tudo dentro de mim. Consegui murmurar:

- Me bater?

- Sim. Por me fazer esperar esse tempo todo. Pelas vezes que quase me fez gozar nas calças. Por me provocar agora. Não se preocupe, vai gostar de sentir minha mão. Por que depois vou abrir sua bunda e lamber seu cuzinho. E se ainda me aguentar, vou meter meu pau nele também.

- Não ... – Arquejei, com medo e um tesão aterrador.

- Sim. Vai gostar tanto que vai querer mais. O tempo todo.

Estava quase gozando só com as palavras dele. Mesmo sendo virgem, não tendo feito com meus poucos namorados mais do que tirar uns sarros e carícias mais ousadas, eu me masturbava em minha cama quando sentia falta de carinho, quando meus hormônios se tornavam mais exigentes. E sabia quais eram os sintomas. Estava no ponto e tudo que Joe precisou fazer foi me falar aquelas depravações ao pé do ouvido e acariciar minhas costas.

Ele faria aquilo mesmo? Eu deixaria que batesse em mim? Que fizesse sexo anal? Mas era tudo tão novo, tão assustador para uma pessoa inexperiente como eu. E ao mesmo tempo, tão sedutor! Ansiei por tudo, por coisas que nem imaginava, por uma nova realidade em minha

vida.

- Chega de conversa. – Disse decidido.

Não opus resistência quando me fez levantar e se ergueu, levando-me pela mão. A decisão tinha sido mais do que tomada. E eu não voltaria atrás por nada do mundo.

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