Como vcs pediram muito e merecem, resolvi postar mais um hj! Amanhã continuo a maratona, n msm ritmo de hj, hein?! Beijos, amo vcs ♥ Bruna
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DEMI
Na quarta-feira, quando cheguei do trabalho,
encontrei minha mãe aos prantos no sofá. A televisão velha estava
de volta no lugar e a nova tinha sumido. Juliane a confortava. Tão
logo me viu, levantou possessa, o rosto cheio de lágrimas, os olhos
inchados, catarro escorrendo do nariz enquanto soluçava:
- Sua filha ingrata! Olha o que você fez! Por
quê? – Gritou, fora de si, toda descabelada. – POR QUÊ?????
Eu dei um passo par trás, assustada com seu
estado.
- O que é isso, mãe? Que drama é esse?
- DRAMA?! Sua ... Sua bruxa! Você me odeia! O que
fiz, meu Deus, para merecer uma filha assim? Ai, meu coração ....
Ai ... – Tereza levou a mão ao peito, cambaleando, virando os
olhos.
- Calma, mãe! – Juliane a agarrou e sentou no
sofá. Começou a abaná-la com uma almofada.
Eu apenas as olhava, acostumada desde criança com
os dramas e chantagens da minha mãe quando era contrariada. Terminei
de entrar em casa e fechei a porta.
Ela começou a chorar de novo, fora de si.
- Minha televisão ... Quero a minha televisão
...
- Viu só o que você fez? – Juliane me olhou
com raiva. – Precisava isso?
- Precisava, sim. Não compramos, não é nossa.
- Não vou devolver o dinheiro da minha conta.
Quero ver me obrigar!
- Faça seu tratamento. Vou pagar a Joe tudo.
- Você é cheia de frescura! O que disse para
ele? Ligou pra cá, disse que não queria ter criado problemas e que
teria que mandar pegar a tevê de volta. – Estava furiosa. –
Vieram buscar e minha mãe se agarrou com a televisão, foi horrível!
Tive que segurar ela à força pros rapazes levarem.
Eu imaginei a cena e acabei dando uma risada sem
querer. Juliane arregalou os olhos e minha mãe gritou:
- Desnaturada! Desalmada! Isso é pecado! Judiar
da própria mãe! Ah, meu Deus .... Meu Deus ...
Suspirei, cansada. Deixei-as na sala e fui para
meu quarto. Depois de tomar banho, coloquei short, camiseta e chinelo
e fui para a cozinha, colocar a minha comida. Não havia nenhuma
panela sobre o fogão. E a geladeira só tinha suco, chocolate e
gelatina, além de água. Voltei à sala.
- Não tem janta hoje?
Minha mãe já tinha se acalmado mais e estava
sentada no sofá com a cabeça apoiada no ombro de Juliane, ao seu
lado. Na mesma hora levantou a cabeça e me fitou com um olhar
assassino:
- Eu e MINHA FILHA já jantamos.
- E não sobrou nada? – Perguntei, irritada.
- Para você, nada.
- Bom saber! Eu trabalho, ponho comida em casa e
quando chego cansada não tem nem
uma colher de arroz. Vou passar a comer na rua e
vocês que se virem para comprar as coisas!
- Vai, joga na cara! – Reclamou, apontando o
dedo para mim. – Você sabe que sou doente, não posso trabalhar!
- Doente de quê? Não tem nada. Não lava nem uma
louça! Desde que me entendo por gente é isso, deitada nesse sofá,
vendo televisão e empurrando suas filhas para a prostituição! –
Desabafei, fora de mim. Já estava uma pilha de nervos e ela ainda
provocava mais.
- Não me fale em televisão! – Berrou.
- Ai, meu Deus, que inferno! – Juliane me
encarou. – Você está com a macaca hoje!
- Eu? Ah, deixa pra lá! – Voltei para meu
quarto. Peguei uns trocados na carteira, pus no bolso e saí de casa,
sob o olhar de raiva das duas.
Cumprimentei os vizinhos na rua e fui até uma
barraca de cachorro quente na esquina. Encomendei um e, enquanto
esperava, vi Selena chegando do salão em que trabalhava.
Era uma mulata alta e chamativa, com cinturinha
fina e quadris largos, sempre com o cabelo escovado e bem vestida.
Sorriu ao me ver e veio falar comigo. - Oi, Dem.
- Oi, Selena.
- Lanchando dia de semana? Deu vontade?
- Pois é.
Ela viu que alguma coisa não estava bem.
- O que houve?
- Minha mãe está com raiva de mim. – Contei
resumidamente o que tinha acontecido.
Selena ficou revoltada.
- Deus me livre ter uma mãe dessa! Mas ... Ela
ficou agarrada mesmo na televisão?
- Juliane disse que sim. – Olhamos uma para
outra e acabamos caindo na gargalhada. – Vê se pode uma coisa
dessas!
- Que loucura! Ah, Dem ... Mas me conta, você foi
lá na casa do Joe Adam mesmo? – Indagou, curiosa.
- Fui. – Tentei não ficar vermelha, mas meu
rosto ardia. Tinha passado o dia todo pensando nele, naquele beijo.
- Menina, soube que ele veio aqui no domingo. A
vizinhança só falava do Porsche no dia seguinte. E a Cássia aqui
ao lado disse que ele é lindo de morrer, parecia um artista de
cinema. Sua irmã está podendo mesmo, hein?
- Eles não tem mais nada. Pelo menos foi o que
disseram. – Falei logo.
- Mas como ele é? Deve ser legal, para ter se
incomodado em aparecer.
- Sim, parece legal. Foi muito educado. Mas minha
mãe ficou lá, chorando miséria. No dia seguinte Joe mandou a
televisão.
- Mas, Dem, se ele quis dar ...
- Não é assim, Selena. Nós mal o conhecemos!
Como vamos aceitar um televisão cara daquelas assim?
- É verdade. – Sorriu, animada. – Me fala
mais dele. É um gato mesmo? Gostoso?
Fiquei mais vermelha ainda e ela riu, me
cutucando.
- Ah! Tem alguém aqui que andou reparando.
- Pare de besteira. – Resmunguei.
- Vamos, desembucha!
- Ele é bonito.
- Bonito? Que mais?
- Simpático.
- E?
- E nada.
- Nada? É sem sal?
Desviei o olhar, perturbada. Se ela soubesse! Sem
sal nunca se aplicaria a Joe. Era lindo, sensual, charmoso, cheiroso
... Eu não consegui esquecer o jeito como tinha me pegado firme, o
seu beijo delicioso que me deixou de pernas bambas, aquele corpo
musculoso contra o meu ... o sexo duro e assustadoramente volumoso
... Ah, tive vontade de me abanar!
- Dem, está escondendo o jogo? – Seu olhar era
bem atento e mal respirei, tentando me manter bem natural.
- Escondendo o jogo de quê, Selena? Eu hein! Joe
é lindo, já falei! - Mas é gostoso?
- Como vou saber?
- Aposto que é! Está toda vermelha! – Riu
ainda mais.
- É que está me deixando sem graça.
- Sua boba! Amiga, queria tanto que você
encontrasse um cara legal! Só vive para trabalhar e estudar. Pena
que não deu certo com meu irmão.
- Pois é, seríamos cunhadas. E como ele está?
- Bem. Continua em Recife. Falei que a esposa dele
está grávida de novo?
- Falou.
Enquanto Selena falava do irmão, lembrei dele.
Era quatro anos mais velho que a gente e foi minha primeira paixão.
Muito bom e simpático, era lindo aos meus olhos de 14 anos, em sua
farda da Marinha. Renato tinha então 18 anos, mas só foi me pedir
para namorar dois anos depois. E eu aceitei.
No começo foi tudo legal. A gente se dava bem, eu
era a melhor amiga da sua irmã, a mãe dele me adorava, morávamos
na mesma rua. No entanto, minha mãe ficou inconformada. Renato era
pobre e negro. Ela vivia me infernizando.
- “E aquele negrinho, já foi embora? Onde está
com a cabeça, Demi? Olhe para você e olhe para ele? Se casar com
ele, vai ter um monte de filho sarará!”, eram as palavras que ela
usava, entre outras.
Tratava-o mal, a ponto dela e a mãe dele baterem
boca na rua e pararem de se falar. Nós namoramos pouco mais de um
ano, quando ele teve que viajar pela Marinha e se mudar para
Fortaleza. Ainda tentamos continuar, mas a distância foi nos
afastando e acabamos nos separando de vez.
Não cheguei a amá-lo de verdade, como esperava
amar um dia. Mas gostei muito de Renato. Terminamos numa boa e ele
acabou sendo transferido para Recife, onde conheceu uma moça e se
casou. Tinha um filhinho e teria outro em breve.
- Bom que ele está feliz. E você e o Rodrigo,
casam mesmo em Abril? – Perguntei.
- Se Deus quiser!
Ficamos lá conversando e, depois que peguei o
cachorro quente e uma latinha de refrigerante, caminhamos juntas até
em casa. Nos despedimos, combinando de ir a uma pizzaria na sexta e
entrei. Sentei no degrau da varanda, sem ânimo para enfrentar as
duas lá dentro. E ali comi meu lanche em paz.
Estava quase terminando quando a porta abriu e
Juliane saiu. Encostou-se no murinho da varanda, olhando para mim. Eu
a fitei, desconfiada.
- Desculpe, Demi.
Não esperava por aquela. Pus o lixo em um
saquinho e me levantei.
- Por quê?
- Por tudo. Pagou meus remédios, comprou sorvete
e coisas pra mamãe fazer sopa e suco pra mim, e eu nem agradeci. E
ainda não falei pra mamãe deixar comida para você.
Eu amansei, observando-a. Há muito tempo ela não
falava assim comigo, sem brigar.
- Tudo bem, Ju.
- Mas é sério. E sobre o lance dos dentes, não
precisa pagar o Joe. Conversei com ele e prometi que, assim que eu
melhorar, vou começar a trabalhar e pago a ele aos poucos. Não
acreditei. Fiquei olhando-a, desconfiada. Ela insistiu:
- É sério! Pergunte a ele!
- Vai pagar como?
- Não é o que está pensando.
- É uma mudança muito rápida para acreditar.
- Então espere para ver. Me dê um tempo e te
provo que falo a verdade. Já me entendi com o Joe.
- Juliane ...
- Se eu não pagar, você acerta com ele. Só me
dá um tempo.
Era difícil crer naquilo. Pensei nas armações
que poderia estar fazendo, mas não tive como chegar a nenhuma
conclusão. Por fim, apenas fiquei calada, pensativa. Até que
Juliane continuou:
- Ele me falou outra coisa.
- O quê?
- Disse que convidou você para jantar.
Senti o rosto esquentar violentamente. Desviei o
olhar, mas Juliane disse logo: - Tudo bem. Fiquei sabendo que
recusou.
- Quando Joe disse isso?
- Hoje, quando falamos ao telefone.
- E por quê?
- Ah, Demi, ele é um homem muito sincero. Acho
que falou para que eu soubesse que não tem mais nada entre a gente
mesmo. Mas eu já sabia.
Continuei calada, me sentindo culpada por causa do
beijo.
- Não estou chateada com você, Demi. Ne com ele.
Só queria dizer ... – Deu de ombros.
– Deixa pra lá.
- Diga.
- É que não estou no caminho de vocês. Se
estiver interessada nele ...
- Eu não estou. – Garanti rapidamente, sem
graça com aquela conversa.
- Tudo bem. Mas se estiver ou se ficar no futuro,
não me importo. Somos só amigos. – Sorriu e se desencostou do
muro.
Depois que entrou em casa, fiquei lá fora, sem
entender direito aquela conversa. Juliane tinha conversado comigo sem
agressividade, toda compreensiva. Até bem pouco tempo atrás, vivia
atrás de Joe. E agora aceitava que ele desse em cima de mim numa
boa? Era muito estranho.
Ao mesmo tempo, não pude deixar de ficar abalada
com aquela conversa. Se fosse honesta comigo mesma, admitiria que
estava muito atraída por ele. Mas era melhor me manter longe. Além
de ter sido amante da minha irmã, eu não sabia mais nada sobre ele.
E era de um mundo muito diferente do meu.
Quis dizer a mim mesma que era um assunto
encerrado.
No entanto, fiquei balançada. E me perguntei se o
veria novamente.
A semana até que transcorreu sem incidentes.
Minha mãe não falava mais comigo e me olhava com ódio sempre que
tinha oportunidade. Juliane estava, surpreendentemente, mãos calma e
simpática. Cuidou-se, começou o tratamento, retirou os dentes
quebrados e preparou tudo para a cirurgia de implante na semana
seguinte.
Na sexta-feira cheguei do trabalho e fui me
cuidar, animada, pois sairia com meus amigos para espairecer um pouco
e conversar. Tomei banho, coloquei um vestidinho estampado de
alcinhas, uma sandalinha trançada e passei um batom. Minha mãe mal
me olhou e avisei à Juliane que ia à pizzaria. Foi naquele momento
que a campainha tocou.
Estranhei a Selena, que ia comigo, não entrar
logo. Mas me despedi e saí rapidamente. Já chegava quase ao portão
quando parei abruptamente ao ver quem estava na calçada, parado, me
olhando fixamente como se fosse me engolir inteirinha. Joe.
Foi um baque tão grande que fiquei estatelada,
meu coração batendo alucinado, todo meu corpo reagindo a sua beleza
e masculinidade, a seus olhos negros tão penetrantes. Não o
esperava e vê-lo assim, de repente, quando passava quase que o tempo
todo lutando para esquecê-lo, foi um choque.
Mas reagi. Respirei, tentei me focar em minha
realidade e continuei a andar até o portão, estampando no rosto a
expressão mais natural possível. Abri o pequeno portão enferrujado
e parei a alguns passos dele, todos os meus terminais nervosos em
alerta e eu atenta a eles, para controlá-los. Embora fosse bem
difícil estando perto dele.
- Joe ... Que surpresa.
- Oi, Demi. Vim buscar você para jantar comigo. –
Disse naquele tom baixo. Sua voz combinava com sua beleza
agressivamente máscula, grossa, num timbre bem viril.
Não passou despercebido a mim seu tom de posse e
de certa maneira arrogante, como se não admitisse recusas. Não me
chamou para sair. Veio me buscar.
Senti coisas diferentes. Uma certa irritação por
tentar impor algo e um frenesi por dentro, como se fosse dele, seu
domínio, sua mulher. E isso foi o que me perturbou mais, saber que
havia em mim aquela tendência à submissão quando estava perto de
Joe. Em geral eu era decidida e forte. Era estranho sentir-me daquela
maneira com ele.
- Infelizmente, já estou saindo. – Sorri para
amenizar, mas deixei o tom firme.
Seus olhos negros, sombreados pelos fartos cílios
que em nada amenizavam seu olhar penetrante, até mesmo duro, não se
desviavam um segundo sequer dos meus, como se nem piscasse. Por
dentro, estava agitada, lembrando vividamente a cena do beijo que
tinha me dado, seu gosto, seu cheiro, seu corpo. Perturbada.
- Está saindo? – Repetiu.
- Estou.
- Não pode cancelar e sair comigo?
- Não. Tem pessoas me esperando.
- Pessoas? – Indagou devagar, uma sobrancelha
sendo erguida lentamente.
- Sim, pessoas. Amigos.
- Vai continuar fazendo jogo duro comigo, Demi?
- Não é jogo duro. Eu realmente já tinha
marcado com eles.
- Entendo. Vou junto, então.
Fiquei surpresa. E percebi que seu jeito meio
arrogante não era muito de perguntar e aceitar recusas. Resolvi ser
o mais clara possível:
- Escute bem, Joe. Somos muito diferentes. Não
sei se acha que estou recusando seus convites para chamar a sua
atenção. Não é isso. Eu realmente acredito que é melhor assim. -
Por que saí com Juliane?
- Ela é minha irmã. E mesmo você e ela dizendo
que isso não tem nada a ver, me incomoda. Além do mais, somos de
mundos completamente diferentes. Isso não daria certo e
...
- Tantas desculpas. – Joe me interrompeu, um
tanto seco. – Todas vazias. O que importa é que gosto de você,
queria conhecê-la melhor. E sei que também se sente atraída por
mim. O resto não importa.
Não tive tempo de retrucar. Naquele momento
Selena e Rodrigo se aproximaram de mãos dadas, olhando-nos curiosos.
Ela arregalou os olhos para mim, para Joe, para o carro dele em
frente a minha casa. Parecia impressionada. Seu noivo estava mais
ligado no carro e, quando pararam na calçada ao nosso lado, foi logo
dizendo para Joe:
- Que possante, cara? Porsche Cayman?
- Exato. – Ele concordou em um aceno de cabeça.
O rapaz moreno, de cabelos curtinhos tipo militar,
sorriu e balançou a cabeça, impressionado.
- Uma máquina! Faz quantos quilômetros por hora?
200? - 277.
- Que isso!
- Deixa de ser mal educado, Rodrigo. – Selena
sorriu para Joe, seus olhos brilhando em evidente admiração. –
Boa noite.
- Boa noite. – Ele sorriu de leve.
- Meus amigos Selena e Rodrigo, Joe. –
Apresentei-os.
Joe apertou a mão de ambos e Rodrigo explicou:
- Cara, desculpe, mas é que essa máquina me
distraiu. Demais! Tenho uma máquina também ... – Sorriu, jocoso,
no que a noiva completou:
- Sim, uma máquina tipo daquelas ... lambe-lambe.
Rodrigo achou graça. O sorriso de Joe se ampliou.
O rapaz apontou para o Gol branco do outro lado da rua:
- É caidinho, mas é meu. Está pago!
- Bem, viemos te buscar, Dem, mas vejo que está
ocupada. – Selena sorriu para Joe. – Vai à pizzaria com a gente?
Ele voltou os olhos para mim. Disse devagar:
- Não fui convidado. Estava aqui, tentando fazer
Demi sair comigo, mas soube que já tem compromisso.
- Mas é bem-vindo a vir conosco! Não é, Demi?
Olhei para Selena e ela sorria inocentemente.
- É claro, Joe. Mas devo avisar que a pizzaria é
bem simples e ...
- Não me incomodo.
- Tudo bem. – Fiquei sem muita opção. Mas o
pior foi constatar que fiquei feliz por ele ser insistente e ir
conosco. No fundo, eu queria muito conhecê-lo melhor, ficar mais
tempo perto dele.
- Que legal! E como fazemos? Vai com Joe, Demi?
Olhei-o, na dúvida.
- Sim, vai comigo. – Novamente aquele ar mandão,
que eu não gostava e ao mesmo tempo mexia comigo.
- Nos encontramos lá! – Selena acenou e se
afastou com o noivo.
Joe sorriu, como um lobo satisfeito após engolir
a sua caça. Ou que estivesse prestes a fazê-lo. Indicou-me o carro
preto, de apenas dois lugares. E abriu a porta para mim. Em
silêncio, entrei no automóvel luxuoso e sentei
no banco de couro, sem querer um pouco inibida pelo ambiente tão
gritantemente rico.
Ele sentou ao meu lado e bateu a porta. Estar em
sua presença naquele carro, só nós dois, mexeu com meus nervos.
Ainda mais quando me lançou um olhar penetrante, a cabeça meio
inclinada.
- Ponha o cinto, Demi.
- Tá.
O motor rugiu e senti minha ansiedade aumentar.
Suavemente o pôs em movimento e era diferente de outros carros que
andei. Mais macio, uma sensação de que o mundo ficava lá fora e
ali éramos só nós. Não havia banco traseiro.
- Para onde devo virar? – Indagou ao chegar à
esquina.
- Direita.
Quando pegou a rua principal, tentei e consegui me
acalmar mais. Uma música suave começou a tocar, mas eu não tinha
visto Joe mexer em nada. Também não perguntei. Como para quebrar o
clima meio tenso, ele puxou assunto:
- Como está a sua mãe? Ficou muito chateada com
o lance da televisão?
- Muito. Nem fala comigo.
- Se quiser, posso trazê-la de volta.
- Nem pensar! E quanto ao dinheiro do implante de
Juliane ...
- Já combinei tudo com ela.
- É, ela me contou. Mas gostaria de pedir que, se
não te pagar, que fale comigo. Joe não respondeu, os cantos dos
seus lábios erguendo-se de leve. - O que foi?
- O que foi o quê?
- Por que está rindo?
- Não estou rindo. – E seu sorriso se ampliou,
destacando os dentes brancos no rosto de barba cerrada.
- Ah, não? – Acabei sorrindo também. –
Espero que não seja de mim.
- Não, é para você.
Havia algo extremamente charmoso e sensual em Joe.
Que ia além de sua beleza gritantemente masculina e morena, com
aqueles abundantes cabelos negros. Era seu modo de olhar, falar, se
mover. A essência dele.
- Não fica longe. – Expliquei como chegar à
pizzaria, que ficava em uma rua chamada Rua da Lama. Era calçada e
possuía um monte de bares e restaurantes, mas nem sempre tinha sido
assim.
Indiquei-lhe um estacionamento perto e, tão logo
parou o carro, avisou-me:
- Espere aí. – Então saiu e deu a volta,
abrindo a porta para mim. Não estava acostumada com tanto
cavalheirismo e saí, um tanto agradada. Sorri para ele. E fiquei bem
nervosa quando caminhamos lado a lado até a pizzaria.
Percebi que as pessoas que passavam nos olhavam.
Tinha me acostumado com o fato de chamar a atenção. Aonde eu ia,
todo mundo dava um jeito de comentar minha beleza, embora eu não
soubesse por que aquilo parecia tão importante. Ser admirada sem
precisar fazer nada, como se fosse um manequim de loja. Que
importância tinha isso?
Joe era extremamente bonito, másculo, com
aparência que gritava poder e dinheiro. Com certeza atraía muitos
olhares. E assim foi, até chegarmos à pizzaria.
Era uma casa simples, barulhenta, animada.
Gostávamos de lá pois podíamos colocar música no jukebox, a
comida era boa e a cerveja geladinha. Fomo direto à mesa onde já se
encontravam duas amigas e um amigo meu, além de
Selena e Rodrigo.
Todos nos cumprimentaram e apresentei Joe, que foi
educado com todos. As meninas ficaram coradas, olhos arregalados para
ele. Suspirei. Ia ser uma noite e tanto.
Ahh que cap perfeito! Estou tão curiosa
ResponderExcluirPosta logo
Beijos e eu amo você
Perfeitoooo.... Joe mandão adorooooo..... continua.....
ResponderExcluirPosta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta
ResponderExcluirEu quero mais .. :'(
ResponderExcluirPosta mais..
*---*
xoxo
Afinal de contas quem vai domar quem nessa história? Kkkkkk continua com a maratona pfvrr
ResponderExcluirCARA O JOE E A DEMI TEM QUE FICAR JUNTOS LOGO, O QUE EU ACHO QUE VAI DEMORAR UM POUCO PARA ACONTECER AINDA, MAS ELES TEM QUE FICAR JUNTOS.
ResponderExcluirTO ACHANDO QUE NO FINAL DESSE ENCONTRO VAI ROLAR BEIJO ENTRE OS DOIS!! VAI ROLAR PEGAÇAO E VAI ROLAR O JOE FICANDO DOIDINHO MAIS UMA VEZ PELA DEMI!!!
ISSO TEM QUE ACONTECER!!
E COMEÇA LOGO A MARATONA SE NÃO EU FICO MAIS LOUCA DO QUE JÁ ESTOU!!!!!
POSTAAAAAAAAAAA!!!!!!
posta hoje a maratona,estou adorandoooooooo
ResponderExcluirposta logooooo
Cadê a maratona ?
ResponderExcluirCOMEÇA A MARATONA
ResponderExcluir-Nathalia-
Bru, cadê a maratona? Por favor continue!!
ResponderExcluir