A Historia De Joe e Demi - Capitulo 9

~

 

 Demi acordou cedo no dia seguinte, com o estômago agitado devido à grande ansiedade que estava sentindo. Ela já tinha decidido que iria tomar o caminho mais fácil e falar com a sua mãe sobre Joe, convencê-la a falar sobre este assunto com o seu pai para que ela não tivesse que encarar isso. 

 Como de costume Zach estava em Dallas neste momento, fato pelo qual estava imensamente agradecida, já que era algo a menos para se preocupar neste primeiro momento, como nunca mais haviam visto a Cindy, era mais que óbvio que ela estava evitando a todo custo ser vista por eles. 

 Joe queria aparecer mais tarde e leva-la para passear com ele, mas estava com muito medo do seu pai querer tomar satisfação com ele primeiramente, então seus pais precisavam ser avisado com bastante antecedência e digerir aquela informação antes da sua chegada. 

 A casa estava em silêncio quando Demi encontrou sua mãe na cozinha, não havia visto seu pai na biblioteca, então, isso significava que ele provavelmente já estava trabalhando no celeiro. 

 Sua mãe olhou para cima do balcão, onde estava quebrando os ovos. - Você acordou tão cedo. Está tudo bem? 

 - Sim, mas estou com várias coisas em minha mente. 

 Janet Lovato pegou um pano e limpou as mãos antes de se sentar ao lado de Demi.

 - O que foi que aconteceu? Tem alguma coisa errada com você? 

 - Não é comigo.

 Demi não conseguia continuar, então apenas sorriu, mesmo que no momento estivesse ignorando a conversa e as suas consequências, ela absolutamente não conseguia parar de sorrir, pois estava muito feliz. 

 Afinal Joe e ela eram namorados. 

 Quando Demi continuou a sorrir bobamente sua mãe pegou rápido o motivo. 

 - Algo aconteceu entre Joe e você ontem à noite? 

 - Sim. 

 - Bem, então me fale tudo o que aconteceu. 

 - Nós estamos... Juntos. 

 Um leve olhar de pânico atravessou o rosto de sua mãe após aquela declaração. 

 - Juntos. O que você quer dizer com isso? 

 - Mãe. - Demi ficou em silêncio por alguns segundo devido à pergunta de sua mãe. - O que você acha? Ele me pediu para... Ser a sua namorada.

 Sua mãe soltou um suspiro alto que soava cheio de alívio. 

 - Eu não te disse?

 - Sim.

 - Oh, querida. Estou tão feliz por você, realmente muito feliz. - Ela colocou a mão na testa e começou a massageá-la. 

 - Mas seu pai... E Zach. Oh, Senhor.

 - Eu sei, - Demi concordou. – E saiba que culpo a Cindy por isso, a senhora entende, não é? Se ela não fosse uma puta, tudo isso seria realmente excitante para mim, mas em vez disso... Fico esperando que tudo dê errado por causa do que ela anda fazendo e com quem.

 - Eu sei querida. Mas mesmo que tudo isso não estivesse acontecendo, acredito que o seu pai ainda não iria gostar desta novidade, afinal você é a sua menina e isso vai ser um golpe muito duro para ele.

 - Ele tem que perceber que estou crescendo, que tenho dezesseis anos e já estou no ensino médio. Você acha que ele imaginava que eu jamais iria ter um namorado?

 A mãe sorriu. - Ele provavelmente tentou não pensar sobre isso e neste momento encontra-se num estágio profundo de negação.

 - A senhora pode dizer a ele sobre o meu namoro?

 Sua mãe respirou fundo e olhou para ela horrorizada. 

 - Eu?

 - Por favor, ele jamais fica com raiva de você. - Demi parou de falar e lhe lançou um sorriso macio. 

 - Sério mãe, ele tem certeza que a senhora jamais fará algo de errado. Ele te trata como... Eu não sei... Como um cristal delicado e sendo assim tem que lhe cobrir de cuidados ou você pode se quebrar. É quase como se ele fosse duas pessoas diferentes ao mesmo tempo, sabia? Ele é muito rígido e direto com o resto do mundo, mas quando a vê, simplesmente fica diferente. Então, se a senhora conversar com ele tenho certeza que tudo ficará bem.

 - Oh, querida, você sabe que ele a ama muito e sempre é muito gentil com você também.

 - Eu sei tudo isso, mas não quero ter essa conversa com ele. Por favor, por mim, sim? Joe quer me pegar mais tarde para sairmos, então quero que o papai já saiba do nosso relacionamento antes disso.

 - Ele vai querer falar com Joe antes de permitir que você deixe essa casa com ele. – Sua mãe lhe avisou.

 - Sim, já esperava por isso.

 - Tudo bem, falarei com ele depois do almoço.

 - Estarei no meu quarto.

 - Se escondendo? - Sua mãe perguntou com um pouco de sarcasmo.

   - Com certeza.

****

 Joe seguiu para o rancho dos Lovato às quatro da tarde, com uma mistura de sentimentos. Por um lado, temia a reação do pai de Demi. Por outro lado, só queria acabar logo com isso para que eles pudessem seguir juntos a vida que tinham pela frente.

 Ele realmente não tinha grandes planos com Demi hoje, pois o único objetivo era ir até lá para pegá-la apenas para assumir perante a família dela o relacionamento deles.

 Ele parou seu caminhão na frente da casa dela e assim que bateu na porta, Demi a abriu tão rápido mostrando a ele que estava ansiosa pela sua chegada. 

 - Olá - ela disse rapidamente.

 - Olá.

 - Ele quer falar com você.

 O rosto de Demi estava pálido e Joe sentiu uma grande onda de inquietação por fazê-la passar por tudo isso. Mas não havia absolutamente nada que ele pudesse fazer a esse respeito, havia refletido várias vezes as suas opções na sua cabeça e só tinha chegado à conclusão que ou corria e pegava rapidamente Demi, ou teria que conviver com o fato de alguém tê-la antes dele.

 E isso não seria jamais uma opção a ser considerada.

 - Não tem problema. - Ele esperava que parecesse confiante ao falar com o seu pai, mas o que na verdade sentia era totalmente o contrário disso.

 Ela abriu a porta larga e quando ele entrou, sua mãe saiu da cozinha com um lindo e verdadeiro sorriso no rosto. 

 - Oi, Joe.

 - Boa tarde Sra. Lovato.

 - Como está a sua tia?

 - Ela está bem, obrigado.

 - Ótimo, poderia dizer a ela que eu mandei um ‘olá’, por favor?

 - Sim, senhora.

 - Você gostaria de algo para beber?

 - Não, obrigado.

 - Vocês crianças têm algo divertido programado para hoje?

 À medida que a sua mãe fazia várias perguntas, ele viu o pai de Demi, através da sua visão periférica, entrar na sala pelo corredor que levava ao seu escritório. Joe tentou manter a sua voz modulada e uniforme enquanto respondia à sua pergunta. 

 - Nós vamos nos encontrar com o Nick e Selena no restaurante e depois vamos todos para a casa dos Gomez passar o tempo.

 A mãe de Demi manteve um sorriso estampado em seu rosto enquanto ficava plenamente consciente de que seu marido estava agora na sala, encarando o Joe. 

 - Isso é bom...

 O pai de Demi interrompeu a esposa bruscamente. 

 - E a que horas você pretende trazer Demi de volta para casa? Pois ela tem escola amanhã.

 - A que horas o senhor gostaria que eu a trouxesse?

 - Oito horas.

 Demi gritou e se virou imediatamente para o pai. 

 - Oito horas?!?

 Joe colocou a mão em seu cotovelo e suavemente acariciou a sua pele com dois dedos enquanto a interrompia.

 - Estaremos aqui exatamente às oito. Preciso chegar em casa cedo também, pois ainda tenho alguns exercícios para terminar.

 Quando ele e Demi se dirigiam para perto da porta, sem que seu pai fizesse objeções, seu coração começou a bater alto, pois desde ontem não esperava sair daquela forma totalmente sem mais confrontos. 

 Será que poderia ser assim tão fácil? Nada de interrogatório? Nenhuma ameaça? Sem ter que ir se sentando em seu escritório, enquanto ele lhe ameaçava a vida por causa da sua ousadia?

 Mesmo assim, Joe tentou manter uma expressão razoável sobre o seu rosto e os olhos fitando o outro homem.

 Jeff Lovato perguntou.  - Os Gomez estarão presentes hoje na casa?

 - Sim, senhor. - Joe segurou o olhar do outro homem e por alguns segundos nenhum deles piscou.

 Finalmente ele se virou para Demi. 

 - Tenha cuidado e use o cinto de segurança.

 - Tudo bem.

 - Você está com o seu celular?

 - Sim.

 - Então até as oito, e não se atrase nenhum minuto, entendeu?

 Os olhos do homem estavam dirigidos para sua filha, mas foi Joe que respondeu por ela.

 - Estaremos de volta antes das oito, senhor.

 Joe ainda deu um rápido adeus à mãe de Demi, ainda segurando o cotovelo de Demi, rapidamente a acompanhou até o caminhão.

 Ele segurou a porta aberta para ela e quando ela se instalou e colocou o cinto, eles foram embora.

 Assim que estavam sozinhos ela reclamou. - Oito horas, ele está sendo ridículo, eu não consigo acreditar...

 Joe estava tão aliviado por ter sido tão fácil que não conseguiu manter isso fora de sua voz quando falou. 

 - Demi. Eu não me importaria se ele tivesse dito às seis horas. A questão é... Ele deixou você sair de casa comigo e isso é tudo o que me interessa no momento, saiba que atravessamos hoje um grande obstáculo. Se ainda assim quiser discutir com o seu pai sobre o seu toque de recolher ou os parâmetros a ser utilizados, poderá fazer isso na próxima vez, ok?

 Joe soltou um suspiro reprimido quando estendeu a mão e entrelaçou os seus dedos nos dela.

 Quando parou de repente o caminhão antes de entrar na estrada pavimentada, virou-se para Demi e levantou as suas mãos na direção dos seus lábios. Olhando em seus olhos, começou a lhe beijar as costas da mão. 

 - Agora é oficial. Seus pais já sabem sobre nós, ainda estou vivo e com você, então, aqui está o caminho que vamos seguir e só porque não estamos cimentando esta relação com o sexo, isso não significa dizer que não é um relacionamento sério. Estamos juntos e ponto final... Fim da história.

 Mas quando Joe continuou olhando para ela e segurando sua mão ferozmente na sua, os batimentos cardíacos de Demi começaram a bater descontrolados em seu peito. Com a sua atenção totalmente voltada para ela, uma grande onda de excitação fez tremer a sua espinha e os seus mamilos se endurecerem contra o seu sutiã. 

 Ela não conseguia encontrar de forma alguma as suas cordas vocais para concordar com ele e a sua oportunidade de falar foi perdida quando ele continuou.

 - Você quis isso, certo? Agora você tem tudo isso.

 Um tique começou a se destacar em seu rosto, as suas sobrancelhas se abaixaram tanto que acabou formando uma careta em seu lindo rosto quando a cicatriz que cortava através dela caiu sobre a sua pálpebra, dando-lhe um olhar ainda mais ameaçador. 

 Sua voz tornou-se ainda mais grave. 

 - Você pertence a mim agora, entende? Você é minha. Somos exclusivos um do outro e ninguém mais pode tocar em você, preciso te dizer que nem um pouco que seja. 

  A respiração, junto com o coração de Demi, parou antes de assumir uma cadência mais rápida. 

 - Sou seu dono.

 Seus olhos procuraram os dela. 

 - Eu espero que você possa aprender a lidar com isso.

 Quando ele tornou a virar e levar o caminhão para a estrada, Demi fechou os olhos por um instante e deixou escapar um suspiro trêmulo.  

 Que loucura... Merda... Muito intenso. 

 Ela esperava poder lidar com isso também.

****

 Eles dirigiram direto para a cidade e só pararam quando estavam em frente à lanchonete. Demi sentia-se eufórica e com um pouco de medo também. Nick e Selena já estavam esperando por eles e Joe ficou de lado quando chegou à mesa, para deixar Demi se sentar na cabine antes dele. 

 Quando ficou apenas parado após ela se acomodar, Demi percebeu que ele apenas olhava ao redor do restaurante. 

 Será que ele fazia isso para protegê-la de alguma coisa? 

 Mas assim que teve esse pensamento, notou Jesse Whitaker sentado numa mesa no restaurante lotado, estava com várias pessoas, mas a sua atenção estava toda voltada para Mandy Thompson, à filha do xerife.

 Selena imediatamente começou a divagar sobre algo, mas Demi estava muito nervosa para lhe dar muita atenção. 

 Eles pediram bebidas e batatas fritas, enquanto Joe solicitava um grande cheeseburger. Enquanto esperavam pela comida vir, Demi tentava exalar um ar de normalidade, mas não se sentia daquela forma. Era impossível ser normal quando Joe estava sentado ao seu lado, duro como uma tábua, enquanto observava Jesse Whitaker e esperava por algo que Demi não tinha conhecimento.

 - Onde está Kevin? - Demi perguntou apenas por falar.

 - Ele está com Kayla. Acho que eles foram de carro até Fort Worth passar o dia. Pelo menos, estavam falando sobre isso esta manhã, quando eu os vi.

 Demi assentiu e ficou calada enquanto a garçonete depositava a comida sobre a mesa.

 Após a garçonete se virar e sair, Joe ficou de pé com um movimento brusco e olhou para Demi. 

 - Fique aqui - ordenou num tom que não admitia nenhum tipo de discussão da sua parte. 

 Ela olhou através da sala e viu Jesse escoltando Mandy e saindo do restaurante. Um dedo gelado se arrastou pela espinha de Demi.

 - Ok - ela concordou suavemente.

 Joe virou para Nick. – Mantenha ela com vocês, ok?

 Os olhos de Nick rastrearam Jesse saindo do restaurante. 

 - Claro, cara. Não se preocupe com as meninas, mas não vá fazer nada de estúpido.

 - Eu não vou. Volto daqui a pouco.

 Quando Joe se virou e saiu do restaurante, Demi sentiu o sangue esvair do seu rosto enquanto olhava para a expressão confusa no rosto de Selena.

****

 Joe mantinha seu caminhão logo atrás de Jesse e Mandy, mas não perto o suficiente para o seu conforto, então não perdeu tempo, ligou para o número de emergências e decidiu que iria preferir tomar várias broncas do xerife se estivesse errado sobre isso.

 Ele esperava com todas as suas forças que estivesse errado.

 - Redwood Falls emergência. Você precisa de bombeiros, ambulância ou da polícia?

 - Polícia. Preciso falar com o xerife.

 - Estou neste momento com Wallace aqui.

 - Eu quero falar diretamente com o Xerife Thompson.

 - Espere que irei ver se consigo acha-lo.

 Poucos segundos depois o xerife estava na linha. 

 - Thompson.

 - Oi, aqui é o Joe Jonas. E espero como o inferno não estar exagerando sobre os fatos.

 - O que aconteceu? – O outro homem gritou de volta com a preocupação já instalada em sua voz.

 - Jesse Whitaker acaba de sair da lanchonete com....Uma menina e estou o seguindo agora.

 - Ela parecia estar sob coação?

 - Na verdade, não senhor.

 - Ok, tudo bem, para onde estão indo?

 - Oeste da cidade, logo depois do cemitério.

 - Você precisa esperar até que eu possa chegar ao local, e Joe, não vá confrontá-lo sobre algo que pode não acontecer, isso pode lhe trazer problemas, e o fato dela não mostrar nenhuma coação...

 Joe se concentrou em manter o veículo na sua linha de visão quando o interrompeu.

 - Mas é a Mandy.

 Houve um silêncio mortal no fim da linha. 

 - Minha Mandy?

 - Sim, senhor.

 - Estou apenas cinco minutos atrás de você, por favor, não os perca de vista. - disse o xerife, com raiva e súplica em seu tom.

 Joe estava tentando se manter atrás o suficiente para que Jesse não notasse o seu caminhão, mas como era novo não sabia ao certo que distancia manter e merda, principalmente não queria perdê-lo. 

 A caminhonete de Jesse estava muito à frente e quando Joe o viu desaparecer lá na frente, onde tinha certeza que não havia nenhum cruzamento, fez uma careta. 

 - Eu não vou perdê-los. Estou bastante certo que agora estão seguindo para o caminho de terra por trás daquela velha casa abandonada ao lado do lugar JC... O senhor sabe onde fica?

 - Sim.

 - É melhor você chegar aqui rápido, porque não estou com vontade de deixar ele livre para fazer as suas besteiras. - Em seguida acrescentou - senhor.

 - Segure-o por cinco minutos, Joe. Não deixe aquele bastardo machucar a minha garota. Estou bem atrás de você.

 Joe terminou a chamada e levou seu caminhão para o caminho esburacado que levava até os fundos da velha casa caindo aos pedaços. 

 Já não existia mais telhado e havia tanta ervam daninhas e tão altas que fizeram reduzir a velocidade. 

 Joe não conseguia mais ver a caminhonete e ficou imediatamente com medo de ter cometido um erro e eles ter seguido por outro caminho.

 E então de repente viu a caminhonete de Jesse, parcialmente escondida atrás do antigo celeiro. Alívio surgiu através dele. Seu primeiro pensamento foi parar logo atrás do caminhão de Jesse e ficar na sua cola até o xerife aparecer, mas sabia que o barulho faria Jesse parar o que estava fazendo e não seria possível o xerife tomar qualquer ação quando chegasse lá, apenas não seria capaz de sair porque Joe havia lhe bloqueado a saída.

 Mas Joe também sabia que jamais teria uma chance como está novamente. Ele queria bater muito forte em Jesse. Ele queria tanto que chegava até sentir o gosto. 

 Ele queria fazer isso desde a noite em que Jesse havia estuprado Miley e mudado a sua vida para sempre. 

 Ela era uma garota extrovertida, feliz e Jesse a tinha mudado para uma menina que tinha medo até da sua própria sombra. Ele a transformou em uma garota que não namorava mais, lhe condenou a uma pessoa infeliz e introvertida.

 E Joe finalmente tinha nas mãos uma razão onde poderia dar porrada em Jesse, sem qualquer repercussão. Jesse havia sido tão estúpido ao sair com a filha do xerife. Tinha certeza que o Xerife Thompson não diria nada sobre Joe gerar muito sangue em defesa de sua própria filha. Joe estava tão certo deste fato quanto estava certo do seu próprio nome.

 Era uma oportunidade boa demais para deixar passar. 

 Raiva e antecipação corriam pela corrente sanguínea de Joe.

 Sem mais nenhum pensamento na cabeça, ele saiu do seu caminhão e em poucos segundos estava ao lado da porta do caminhão de Jesse e a abrindo com violência. 

 Joe ainda conseguiu registrar um olhar de choque no rosto de Jesse e a expressão de alívio nos olhos de Mandy quando o viu. 

 Ela estava com várias lágrimas escorrendo pelo seu rosto e se Joe estava chateado antes, isso só se intensificou quando ele viu o medo no rosto de Mandy.

 Ele pegou Jesse pelo colarinho e o puxou para fora do carro, o jogando no chão. Depois deu um soco em seu rosto e uma grande satisfação lhe atravessou forte e rápido quando sentiu que havia quebrado algo através do raspar em seus dedos e em seguida, o jorro de sangue de Jesse em sua pele.

 A cabeça de Jesse caiu para trás e Joe puxou de volta para cima, dando vários murros em seu estômago através de rápidas sucessões. Só parou quando ouviu o outro rapaz gemer e então se virar para o lado e começar a vomitar violentamente no mato, ao lado dele. 

 Joe ouviu de longe o carro da patrulha se aproximar e rosnou baixo para Jesse.

 - Você tem sorte do xerife ter chegado até aqui, seu filho da puta. Mais três minutos comigo e você estaria comendo sua comida por via intravenosa. Mas vou ter outra chance, lhe prometo isso. Você ainda se lembra do que eu te disse antes... Estou sempre observando você.

 Joe lançou mais um golpe em Jesse e ficou de pé sacudindo as mãos. Quando o xerife chegava até o local lutando e empurrando as ervas daninhas e espinheiros, Joe se afastou de Jesse e olhou para Mandy. 

 - Você está bem?

 A menina estava chorando abertamente agora. 

 - Sim, acho que sim.

 Joe estudou a menina e percebeu, felizmente, que ela estava com mais medo do que dor. 

 - Ninguém disse que ele é um maldito vagabundo estuprador?

 - Eu não quis acreditar nos rumores. E ele sempre me parecia tão bom, como o conheço há tanto tempo.

 Quando seu pai se aproximou e abriu a porta do passageiro para verificar a sua filha, ela começou a chorar de verdade.

 Joe olhou para o xerife. 

 - Você assume daqui?

 - Sim.

 - Tudo bem. Tenho que voltar para a cidade, pois deixei algo muito importante na lanchonete. – E se virou para ir embora.

 Quando o xerife abraçou forte a sua filha, seu olhar capturou e manteve por alguns minutos o de Joe. 

 - Te devo uma, garoto.

 Joe assentiu e respondeu.

 - Sem problemas.

****

 Joe conseguiu voltar para a lanchonete em poucos minutos, assim que se sentou começou a inalar o aroma da sua comida, enquanto era bombardeado com um milhão de perguntas. 

 As perguntas vinham apenas de Nick e Selena, enquanto Demi se mantinha ao seu lado em completo silêncio, mas com uma expressão preocupada no rosto. 

 Ele estendeu a mão entre eles, apertou gentilmente a sua para em seguida continuar comendo.

 Ele não ia começar a depreciar Jesse na frente de todos, porque não queria trazer o nome de Miley e jamais faria isso sem o seu consentimento. A única coisa que havia dito para Nick e Kevin havia sido que Miley tinha tanto medo do Jesse agora que nunca mais queria falar com ele de novo. Nick e Kevin tomaram as dores por ela e ambos perderam o respeito por Jesse naquele dia.

 Joe tinha ideia do rumo que a conversa havia seguido enquanto esteve fora, mas assim que chegou fez questão de desviar daquele assunto rapidamente e com a ajuda de Demi e Nick acabou levando a conversa para longe da sua saída tão abrupta.

 Assim que engoliu o último pedaço falou: 

- O que vocês querem fazer agora?

 O rosto de Selena se iluminou. 

 - Meu pai está mantendo algum segredo na garagem. Ele não deixa de forma alguma irmos até lá, mas acho que é algo que ele mesmo está trabalhando, porém, sinto que está quase terminado. Desta forma, poderíamos nos esgueirar por trás da casa e dar uma olhada.

 Nick franziu a testa. 

 - O que será que ele está fazendo?

 - Eu acho que é algo para nós... Principalmente para mim e o Kevin.

 Nick estreitou os olhos para Selena. 

 - E você quer estragar a surpresa? - A pergunta foi feita friamente e cheia de desaprovação.

 Selena bufou alto. 

 - Foi apenas uma ideia. Você não tem que se preocupar em colocar a sua linda calcinha em perigo.

 Assim que as palavras saíram de sua boca, a boca de Nick se torceu numa linha desagradável e sua carranca se aprofundou ainda mais e quando levantou uma sobrancelha para Selena, seus lábios se apertaram e seus traços suavizaram, não demonstrando o seu total aborrecimento por ele.

 Joe assistia o outro casal, como se estivesse presenciando um acidente de trem prestes a acontecer, pois toda aquela raiva reprimida de ambos os lados poderia explodir na cara deles a qualquer momento. 

 Por muito tempo havia sido apenas os três: Joe, Kevin e Nick, quanto mais tempo Nick e Selena ficavam juntos, mas ele só esperava o pior acontecer a qualquer momento. Kevin com certeza ficaria do lado de sua irmã e Joe teria que ficar no meio, até mesmo entre Kevin e Nick. E sinceramente, Joe não via o namoro de Nick e Selena duradouro ou um relacionamento a longo prazo, ao contrário, tinha uma maldita certeza que não havia um casamento em seu futuro, nem nada como os dois brincando de casinha e tendo vários filhos, mas como já esteve errado antes, tudo podia acontecer.

 Com a rapidez de um raio, passou pela sua cabeça uma visão de Demi se movendo graciosamente em torno de uma cozinha. Ele não formou deliberadamente aquela imagem na sua cabeça, ela veio a ele quase como um déjàvu. Viu Demi com uma camisola branca e macia, a imagem tornou-se vívida quando ela derramou o leite no copo de uma criança e colocou uma tampa na parte superior. Joe via isso como se estivesse flutuando sobre a cena, mas com uma familiaridade tão grande que ficou assombrando de repente, pois não só estava se imaginando em algum lugar de uma casa desconhecida, mas ele sabia, sem sombra de dúvida, de que estava lá naquele momento. 

 Quando aquela cena foi firmemente estabelecida em sua mente, automaticamente sentiu irradiar uma grande tranquilidade dentro de si, não só em seus pensamentos, mas também ao redor do corpo, aquela cena parecia tão real que ele sentia até uma alma própria vindo dela.

 Engolindo profundamente todos os seus sentimentos, Joe trouxe seu cérebro de volta para a realidade, precisou antes dar a si mesmo uma sacudida metafórica, sabendo que o que havia acabado de imaginar era muito, provavelmente, além da lógica e da razão. 

 Mas havia sido tão real, não apenas uma memória inexplicável, nada de um vislumbre do futuro, mas o que quer que fosse, mesmo sem ter consciência, naquele momento se tornou real, solidificando no coração de Joe. 

 Ele queria o que tinha visto. Ele queria Demi como a imagem em sua cabeça e a partir deste momento, iria segurá-la firme ao seu lado e ter certeza de que nada poderia separá-lo daquele seu propósito.

****

 Eles acabaram indo para os Gomez passar a próxima meia hora, mas ficaram longe da garagem e o assunto anterior não foi mais abordado novamente. A Sra. Gomez caiu sobre eles, para deleite de Joe, ela fez biscoitos de chocolate com leite, como se todos eles ainda tivessem seis anos de idade.

 Eram sete e meia quando Joe parou na frente da casa de Demi. Ele viu o movimento de uma cortina na sala da frente e sabia que eles estavam sendo cuidadosamente vigilantes com eles. 

 Ele desligou o motor e olhou para os seus dedos finos entrelaçados com os dele. 

 - Alguém está nos observando daquela janela ali.

 - Sim, eu sei e sinto muito por isso.

 - Não é nenhum problema. Obviamente, isso tudo é muito novo para eles.

 - Sim.

 - Eu tenho que trabalhar depois da escola todos os dias desta semana. - Enquanto falava, ele brincava com a mão de Demi, com uma súbita visão de um anel de ouro em seu dedo. - Além disso, tenho várias matérias para estudar e ainda por cima arrumar algum tempo para que, junto com o meu tio, possamos movimentar o rebanho para o pasto norte.

 - Eu sei, está tudo bem. Tenho que estudar várias matérias, também.

 - Eu não quero que você pense que estou de deixando de lado ou qualquer coisa parecida, porque isso nunca irá acontecer. Termino o meu turno às oito na sexta-feira à noite, você acha que o seu pai pode autorizar você a ficar fora após este horário, uma vez que vai ser véspera de fim de semana?

 - Será melhor ele autorizar.

 Joe não conseguiu impedir e riu da ferocidade em seu tom. 

 - Ou o quê? Você vai fugir de casa?

 - Só se eu puder fugir para a sua casa - ela brincou.

 Sua voz era tão grave, tão cheia de honestidade que a tentação deslizou por sua espinha e se uniu na sua virilha. Havia novamente aquela imagem de Demi vivendo e pertencendo a ele. 

 Ele endureceu todo o seu corpo para não beijá-la naquele momento, pressentindo que tinha a possibilidade de ainda ter uma audiência. Mas ele não podia impedir que o seu dedo tocasse o seu lábio inferior, logo após se arrastar sobre ele, sentindo a maciez e a umidade do interior dos seus lábios. Precisando registra aquele momento em sua mente, ele a observou atentamente, com as pálpebras pesadas tentando permanecer aberta enquanto ela conseguiu manter o seu olhar dentro do dele com bastante dificuldade.

 Uma emoção passava entre eles, tentou manter a sua voz suave enquanto falava, mas estava com medo de que não conseguisse essa façanha. 

 - Algum dia, Demi.

 Ele não queria dizer aquelas palavras como uma ameaça, mas pela forma como saiu e o olhar selvagem que eclipsou a expressão dela, sabia que foi exatamente o impacto daquela declaração sobre ela. 

 Bem, talvez não fosse uma ameaça, talvez o seu olhar significasse que ela havia tomado as suas palavras como uma promessa.

 Suas narinas se dilataram quando ela fechou seus lábios trêmulos sobre o seu dedo, beijando-o tão suavemente e inocentemente, mas com um olhar de profunda confiança naqueles belos olhos, que ele quase teve um infarto.

 Limpando a garganta, fez as suas cordas vocais trabalhar com esforço quando continuou.

 - Algum dia... Você será apenas minha... Você irá me pertence e não mais a seus pais, e deste dia em diante não terei mais que sentir este nó no estômago por causa da nossa separação. Você nunca vai ter que voltar para a casa dos seus pais, porque a sua casa vai ser comigo. E também não terei mais que ter cuidado por ter alguém nos observando... Serei capaz de tocá-la quando e como eu quiser. Ninguém será capaz de me dizer o que pode e o que não posso fazer para você, não haverá entre nós nem lei... E nem o seu pai. - Joe parou apenas tempo suficiente para deixar as suas palavras serem absorvida por ela e ter certeza de que ela entendia o seu ponto de vista e o porquê de estar dirigindo sozinho para sua casa. 

 - Você vai me pertencer... Coração... Corpo... Alma... Irei te tocar quando e quanto eu quiser e você vai me deixar, não vai?

~

Mais um p vcs! Td bem? Estão gostando? essa história é tão shgfadshdsadsa ♥♥♥ comentem para o próximo, ok? Beijos, amo vcs!

Bruna

A Sobrinha