8.2.15

Tentação Sem Limites - Capítulo 3 MARATONA

Morecos ♥ Tudo bom? Enfim, estava esperando os comentários para começar! Vms de maratona? Pra dar uma esquentada, com 5 comentários posto o próximo capítulo, portanto comentem!! Beijos, amo vcs ♥
Bruna

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JOE

Era aniversário da minha mãe. Nan já ligara duas vezes pedindo que eu conversasse com ela. Não seria possível. Ela estava numa praia nas Bahamas com ele. Isso não a havia afetado em nada. Mais uma vez, ela tinha fugido para aproveitar a vida, deixando os filhos para trás.

– Nan está ligando de novo. Quer que eu atenda e diga para ela deixar você em paz? – Grant entrou na sala com o meu celular na mão.

Aqueles dois brigavam como irmãos de verdade.

– Não, me dê isso aqui – respondi. Ele me jogou o aparelho. – Nan – atendi.

– Você vai telefonar para a mamãe ou não? Ela já me ligou duas vezes perguntando se conversei com você e se você ainda se lembrava de que era o aniversário dela. Ela se importa com você. Pare de deixar que aquela garota estrague tudo, Joe. Ela apontou uma arma para mim, pelo amor de Deus.

Uma arma, Joe. Ela é louca. Ela...

– Pare. Não diga mais nada. Você não a conhece. Você não quer conhecê-la. Então pare. Não vou ligar para a mamãe. Da próxima vez que ela ligar, diga isso a ela. Não quero ouvir a voz dela. Eu estou cagando para a viagem dela e para o que ela ganhou de presente de aniversário.

– Nossa... – murmurou Grant afundando no sofá à minha frente e apoiando os pés no pufe diante dele.

– Não acredito que você falou isso. Não o entendo. Ela não pode ser tão boa assim...

– Não fale nada, Nannette. Esta conversa terminou. Se você precisar, me ligue.

Desliguei o telefone, atirei o aparelho no assento ao meu lado e me recostei na almofada.

– Vamos sair? Beber um pouco, dançar com umas garotas... Esquecer essa merda toda – sugeriu Grant.

Ele havia feito a mesma sugestão várias vezes nas últimas três semanas. Ou pelo menos desde que eu parara de quebrar coisas e ele sentiu que já era seguro falar.

– Não – respondi sem olhar para ele.

Não havia por que agir como se eu estivesse bem. Sem saber como Demi estava, eu não caria bem. Ela podia até não me perdoar. Que merda, ela poderia nunca mais olhar para mim, mas eu precisava saber que ela estava se curando. Eu precisava saber de alguma coisa. Qualquer coisa.

– Eu me saí muito bem não me intrometendo. Deixei você pirar, esbravejar contra tudo o que se mexesse e ficar deprimido. Acho que está na hora de você me dizer alguma coisa. O que aconteceu quando você foi para o Alabama?

Alguma coisa deve ter acontecido. Você voltou diferente.

Eu amava Grant como a um irmão, mas não contaria a ele sobre a noite no hotel com Demi. Ela estava sofrendo, e eu, desesperado.

– Não quero falar sobre isso. Preciso sair. Parar de ficar olhando fixamente para essas paredes e me lembrando dela...

Eu me levantei e Grant saltou de onde estava no sofá. O alívio nos olhos dele era evidente.

– O que você quer? Cervejas, garotas ou as duas coisas?

– Música alta – respondi.

Eu não precisava de cerveja e garotas... eu simplesmente ainda não estava pronto para isso.

– Vamos ter que sair da cidade. Talvez ir até Destin?

Joguei as chaves do carro para ele.

– Claro. Você dirige.

A campainha tocou, fazendo nós dois pararmos. Na última vez que eu recebera uma visita inesperada, a coisa não terminara bem. Podia muito bem ser a polícia vindo me prender por amassar a cara de Cain. Estranhamente, eu não me importava. Estava anestesiado.

– Eu atendo – disse Grant, olhando para mim com a testa franzida de preocupação. Ele estava pensando a mesma coisa.

Eu me recostei no sofá e apoiei os pés na mesa de centro à minha frente. Minha mãe odiava quando eu fazia isso. Ela a havia comprado durante uma das suas viagens para o exterior e mandado entregar em casa. Senti uma repentina pontada de culpa por não ligar para ela, mas a afastei. Durante toda a minha vida, eu tinha feito aquela mulher feliz e cuidara de Nan. Não ia mais fazer isso.

Estava cansado. Cansado de toda a merda dela.

– Jace, tudo bom? Estávamos de saída. Quer ir junto? – perguntou Grant, dando um passo para trás e deixando Jace entrar.

Não me levantei. Queria que ele fosse embora. Ver Jace me lembrava de Bethy, que, por sua vez, me lembrava de Demi. Jace precisava sair dali.

– Não, eu... hum... precisava conversar sobre uma coisa – disse Jace, arrastando os pés e enfiando as mãos nos bolsos. Parecia pronto para sair correndo.

– Está bem.

– Acho que hoje não é o melhor dia para conversar com ele, cara – disse Grant, posicionando-se na frente de Jace e olhando para mim. – Nós vamos sair. Vamos lá. Jace pode abrir o coração outra hora.

Agora eu estava curioso.

– Não estou fora de controle, Grant. Sente-se. Deixe o Jace falar.

Grant suspirou e balançou a cabeça.

– Tudo bem. Se você quer dizer essas merdas para ele agora, diga.

Jace olhou para Grant e de volta para mim. Ele se aproximou e sentou-se na poltrona mais longe de mim. Fiquei olhando enquanto ele ajeitava o cabelo atrás da orelha e me perguntei o que poderia ser tão importante.

– Bethy e eu estamos ficando meio sérios.

Eu já sabia disso. E não me importava. Senti a dor abrindo o meu peito e cerrei os punhos. Precisei me concentrar em levar ar aos pulmões. Bethy era amiga de Demi. Devia saber como Demi estava.

– E, hum... – continuou ele. – Bom, o aluguel da Bethy aumentou e aquele lugar era uma porcaria de qualquer maneira. Eu não me sentia seguro com ela morando lá. Então conversei com o Woods e ele disse que o pai dele tem um apartamento de dois quartos disponível se eu quiser alugar. Eu, hum… eu aluguei o apartamento para ela, paguei o depósito e tudo. Mas quando a levei para ver, ela ficou puta. Muito puta. Não queria que eu pagasse o aluguel dela.

Disse que isso a fazia se sentir vulgar.

Ele suspirou e a expressão pesarosa no seu olhar ainda não estava fazendo sentido. Eu não dava a mínima para a briga dele com Bethy.

– Custa o dobro... ou pelo menos Bethy acha que custa o dobro do apartamento anterior. Na verdade, custa quatro vezes mais. Fiz Woods prometer manter o valor em segredo. Estou pagando a diferença sem que ela saiba. Enfim. Ela, hum... ela... foi para o Alabama hoje. Ela adora o apartamento. Quer passar o tempo todo no clube e na praia. Mas a única pessoa que ela cogita ter morando com ela é... Demi.

Eu me levantei. Não consegui ficar sentado.

– Opa, cara... sente-se. – Grant levantou de um pulo e eu z um gesto para ele se afastar.

– Não estou bravo. Só preciso respirar – falei, olhando pelas portas de vidro para as ondas arrebentando na praia.

Bethy tinha ido buscar Demi. O meu coração estava disparado. Será que ela viria?

– Sei que vocês dois terminaram mal. Pedi para ela não ir, mas ela ficou muito furiosa e eu não gosto de chateá-la. Ela também conversou com o Woods para devolver o emprego a Demi caso consiga trazê-la de volta.

Demi. De volta...

Ela não voltaria. Ela me odiava. Odiava Nan. Odiava a minha mãe. Odiava o pai dela. Ela não voltaria para cá... mas, meu Deus, como eu gostaria que ela voltasse. Eu me virei para Jace.

– Ela não vai voltar – comentei.

Não dava para negar a dor na minha voz. Eu não me dei o trabalho de escondê-la. Não mais.

Jace deu de ombros.

– Talvez tenha tido tempo suficiente para lidar com os problemas dela. E se ela voltar? O que você vai fazer? – Grant me perguntou.

O que eu faria?

Eu imploraria.


DEMI

Bethy parou o carro de Jace no estacionamento do Dairy K. Vi o fusquinha azul de Callie e decidi que era melhor não saltar. Só tinha visto Callie duas vezes desde que voltara e ela parecia querer arrancar os meus olhos. Ela sempre foi a m do Cain, desde a escola. Eu voltei e acabei com qualquer tipo de relacionamento que os dois finalmente haviam começado a ter. Não era a minha intenção. Ela podia ficar com ele.

Bethy começou a sair do carro e segurei o braço dela.

– Vamos ficar conversando no carro – pedi, fazendo-a parar.

– Mas eu quero sorvete com biscoito recheado – reclamou ela.

– Não posso conversar lá dentro. Conheço muita gente – expliquei.

Bethy suspirou e recostou-se no banco do motorista.

– Tudo bem. Todo esse sorvete ia parar na minha bunda mesmo...

Sorri e relaxei, grata pelas janelas escurecidas. Sabia que não era vista pelas pessoas que se detinham para olhar o carro de Jace. Ninguém na cidade dirigia alguma coisa que chegasse aos pés dele.

– Não vou enrolar, Demi. Estou com saudade de você. Eu nunca tive uma amiga tão próxima. Nunca. E aí você foi embora. Eu odeio que não esteja mais por perto. O trabalho é um saco sem você lá. Não tenho ninguém para quem contar sobre a minha vida sexual com o Jace e como ele está sendo gentil, algo que eu nunca teria se não tivesse escutado você. Eu simplesmente sinto a sua falta.

Meus olhos se encheram de lágrimas. O simples fato de alguém ter saudade de mim dava uma sensação boa. Eu também sentia falta dela. E de muita coisa.

– Eu também sinto a sua falta – respondi, esperando não ficar toda emocionada.

Bethy assentiu e sorriu.

– Está bem, que ótimo. Porque preciso que você volte e vá morar comigo. Jace conseguiu um apartamento no clube, de frente para o mar. Mas eu me recuso a deixá-lo pagar para mim. Então preciso de alguém para dividir o aluguel. Por favor, volte. Preciso de você. E o Woods disse que você pode ter o seu emprego de volta imediatamente.

Voltar para Rosemary? Para onde estavam Joe, Nan... e o meu pai. Eu não poderia voltar. Não poderia vê-los. Todos estariam no clube. Será que meu pai levaria Nan para jogar golfe? Será que eu conseguiria assistir a isso? Não. Eu não conseguiria. Seria demais.

– Eu não posso – falei, com a voz engasgada.

Queria poder. Não sabia para onde eu iria agora que descobrira que estava grávida, mas não podia nem ficar ali nem ir para Rosemary.

– Por favor, Demi. Ele também sente a sua falta. Não sai de casa. O Jace disse que ele está péssimo.

A ferida de raiva no meu peito voltou a arder. Saber que Joe estava sofrendo também foi difícil demais. Eu o imaginava fazendo festas em casa e seguindo em frente. Não queria que ele ainda estivesse triste. Só precisava que nós dois seguíssemos em frente. Mas talvez eu nunca fosse conseguir. Eu sempre teria uma lembrança de Joe.

– Não posso vê-los. Nenhum deles. Seria difícil demais – parei.

Não podia contar a Bethy sobre a minha gravidez. Eu mal tivera tempo para assimilá-la. Não estava pronta para contar a quem quer que fosse. Talvez nunca fosse contar a mais alguém além de Cain. Em breve, eu iria embora para um lugar onde ninguém me conhecesse. Eu recomeçaria.

– O seu... hum... pai e a Georgianna não estão lá. Foram embora. A Nan está, só que mais calma. Acho que está preocupada com Joe. Seria difícil no começo, mas depois que arrancar o curativo, você vai superá-los. Vai superar tudo. Além disso, pela forma como os olhos do Woods se iluminaram quando falei em você voltar, poderia muito bem se distrair com ele. Ele está mais do que interessado.

Eu não queria o Woods. E nada iria me distrair. Bethy não sabia de tudo. Eu também não podia contar a ela. Não hoje.

– Por mais que eu queira... não posso.

Eu realmente sentia muito. Mudar para a casa da Bethy e ter o meu emprego no clube de volta seria quase a resposta perfeita para todos os meus problemas.

Bethy soltou um suspiro frustrado, recostou a cabeça no banco do carro e fechou os olhos.

– Está bem. Eu entendo. Não gosto, mas entendo.

Estendi a mão e apertei a dela com força. Queria que as coisas fossem diferentes. Se Joe fosse apenas um cara qualquer com quem eu tivesse rompido, seria mais fácil. Mas não era. Nunca seria. Ele era mais. Muito mais do que ela poderia compreender.

Bethy apertou a minha mão de volta.

– Vou deixar as coisas assim por hoje. Mas não vou procurar outra pessoa para dividir o apartamento imediatamente. Você tem uma semana para pensar nisso. Depois preciso encontrar alguém que me ajude a pagar as contas. Vai pensar com carinho na minha proposta?

Respondi que sim, porque sabia que era o que ela precisava, mesmo sabendo que a espera dela seria inútil.

– Que bom. Eu vou para casa rezar. Se é que Deus ainda se lembra de quem eu sou. – Ela piscou para mim e se aproximou para me abraçar.

– Coma um pouco por mim, está bem? Está ficando magrinha demais.

– Está bem – respondi, imaginando se isso seria possível.

Bethy se recostou no assento.

– Bom, se você não vai arrumar as malas e voltar comigo para Rosemary, pelo menos vamos sair. Eu preciso passar a noite antes de fazer o caminho de volta.

Podemos nos divertir em algum lugar e depois dormir em um hotel.

– Isso. Parece uma boa. Mas nada de bar country.

Eu não conseguiria entrar em outro daqueles. Pelo menos não tão cedo.

Bethy franziu a testa.

– Está bem... mas existe alguma outra coisa neste estado?

Ela tinha razão.

– É... podemos ir a Birmingham. É a cidade grande mais próxima. – Perfeito. Vamos nos divertir.

Quando paramos na entrada de carros da Vovó Q, ela estava sentada na varanda, descascando ervilhas. Eu não queria encará-la, mas ela me dera um teto nas últimas três semanas sem fazer cobranças. Merecia uma explicação, se quisesse. Eu não sabia se Cain tinha dito alguma coisa. A caminhonete dele não estava ali e eu fiquei imensamente grata por isso.

– Quer que eu fique no carro? – perguntou Bethy.

Seria mais fácil se ela casse, mas a Vovó Q a veria e me repreenderia por ser rude e não convidar minha amiga a entrar.

– Pode vir comigo – respondi, abrindo a porta do carro.

Bethy deu a volta pela frente do veículo e se postou ao meu lado. A Vovó Q ainda não tinha erguido os olhos das ervilhas, mas eu sabia que ela nos escutara.

Estava pensando no que iria dizer. Cain devia ter contado a ela. Droga.

Olhei para ela, que continuava descascando ervilhas em silêncio. Tudo o que eu via eram seus cabelos brancos curtos. Nenhum contato visual. Seria muito mais fácil simplesmente entrar e tirar vantagem do fato de ela não falar comigo, mas aquela era a casa dela. Se ela não me queria ali, eu precisava arrumar minhas coisas e ir embora.

– Oi, Vovó Q – falei e parei, esperando que ela levantasse a cabeça para olhar para mim.

Silêncio. Eu a estava perturbando. Não sabia se era decepção ou irritação. Naquele momento, odiei Cain por contar a ela. Ele não podia ter ficado de bico fechado?

– Esta é minha amiga Bethy. Ela veio me visitar – continuei.

Vovó Q finalmente levantou a cabeça, sorriu para Bethy e então voltou o olhar para mim.

– Leve-a lá para dentro e lhe dê um grande copo de chá gelado e uma daquelas tortinhas que estão esfriando em cima da mesa. Depois venha até aqui para conversar comigo um instante, sim? – Não era um pedido. Era uma ordem sutil. Assenti, e levei Bethy para dentro.

– Você fez alguma coisa para deixar a velhinha brava? – sussurrou Bethy quando já estávamos no interior da casa.

Dei de ombros. Eu não tinha certeza.

– Ainda não sei – respondi.

Fui até o armário, peguei um copo alto e servi um chá gelado para Bethy. Nem perguntei se ela queria. Só estava tentando fazer o que a Vovó Q tinha mandado.

– Aqui. Beba isto e coma uma tortinha. Volto em alguns minutos – falei, saindo apressada. Precisava acabar logo com aquilo.

6 comentários:

  1. Pq parou....... quero saber o que a vovó Q. vai falar...,,. Será que ela vai expulsar ela de casa? Continua......

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  2. Amei, posta logo!
    Mari, você poderia me add no outro blog? lelejerryjonas@gmail.com
    Obg

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  3. Ela vai manda-la embora com certeza, posta mais!

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  4. Quero o reencontro logo. Qual vai ser a reação dele quando souber da gravidez? Posta.
    Nanda

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