18.2.15

Capitulo 3 - Amor Sem Limites

Mais um p vcs <3 Comentem para o próximo! Beijos, amo vcs!
Bruna

~

DEMI

Entrei na cozinha e encontrei Dean Jonas fritando bacon e assoviando a melodia de um

dos maiores sucessos do Slacker Demon. Não consegui deixar de sorrir. Ele virou a cabeça e nossos olhares se encontraram. Tinha no rosto uma expressão que eu jamais imaginara ver em um astro do rock. Ele me lembrou um pai.

– Bom dia, flor do dia. Estou preparando o café da manhã para você e o meu neto. Eu tinha um ajudante, mas acho que acabei contando algo que Joe não sabia e que o deixou um pouco chocado. Ele saiu para fazer uma ligação. Vai voltar em alguns minutos – falou ele, enfiando um garfo numa fatia de bacon que deixou escorrendo em um prato forrado com toalha de papel.

Olhei para a janela atrás dele e vi Joe concentrado num telefonema.

– E o que foi que você contou a ele? – perguntei, pensando se deveria ir atrás dele.

– Que Grant e Nan estavam juntos fazia algum tempo. Nan acabou fazendo uma besteira que foi a gota d’água e eles terminaram. Joe não sabia de nada até agora.

Fiquei de queixo caído enquanto processava a informação. Grant e Nan? Sério?

– Também fiquei chocado. Não achava que o garoto fosse tão burro. Acho que aprendeu do jeito mais difícil que nem tudo que reluz é ouro.

Olhei para Joe lá fora. Ele estava se levantando e guardando o telefone no bolso.

Perguntei-me se havia ligado para Nan ou para Grant.

– Por que não se senta e me deixa fazer seu prato? – ofereceu nosso convidado. – Você gosta de suco de laranja, leite ou os dois? O bebê provavelmente precisa de um pouco dos dois.

Voltei minha atenção de novo para Dean, ali parado de pé segurando um prato com bacon, ovos e um waffle. Ele havia acabado de preparar tudo aquilo para mim?

– Nossa, está com uma cara ótima – comentei.

– E está delicioso. Eu faço um café da manhã incrível. Agora vá se sentar e me deixe servi-la.

Mordi o lábio inferior para não sorrir feito uma idiota e me sentei à mesa. Joe abriu a porta e entrou assim que o pai colocou o prato de comida na minha frente.

– Não se preocupe com a sua noivinha linda. Já cuidei dela.

Joe sorriu para o pai e veio na minha direção. Ele se abaixou e deu um beijo na minha testa.

– Você está linda – sussurrou.

– Você está bem? – perguntei, sem conseguir disfarçar minha preocupação. Precisava ter certeza de que ele não estava chateado por causa de Grant e Nan.

– Estou. Acho que Grant criou juízo e vai ficar tudo bem.

Franzi a testa. Grant criou juízo? O que ele queria dizer?

– Conversamos sobre isso depois. Coma – instigou ele, dando uma piscadela, e foi se servir.

Dean pôs um copo de suco de laranja e outro de leite na minha frente, então sentou à minha esquerda. Estava com uma xícara grande de café na mão, mas só.

– Não vai comer? – perguntei, enquanto ele bebia da xícara fumegante.

Ele balançou a cabeça.

– Não. De manhã eu só bebo café.

Joe pôs o prato dele à minha direita. Ele o havia enchido com tudo o que restara na bancada.

Pelo jeito, estava com fome.

– Desculpe não ter ajudado você a preparar o café da manhã, mas obrigado por cozinhar.

– Foi um prazer. Fazia tempo que eu não preparava um café da manhã para você – respondeu Dean.

Gostei de ver Joe com o pai. Eles pareciam normais. Assim eu conseguia fazer parte da família. Duvidava que algum dia tivesse essa chance com a mãe e a irmã dele, mas o pai parecia me aceitar.

– Agora que sei que você sabe cozinhar, vou convocá-lo para me ajudar a preparar nosso jantar de Ação de Graças – informei ao Dean. Ele sorriu.

– Eu adoraria. Há tempos que não tenho um jantar de Ação de Graças também. Estou ansioso para passar o feriado com vocês dois.

Fiquei feliz ao ver o sorriso de satisfação no rosto de Joe.

– Vou ao mercado hoje comprar os ingredientes que faltam.

– Vou com você – emendou Joe.

– Não. Você vai ficar aqui com seu pai. Vocês podiam jogar uma partida de golfe ou algo assim. Posso comprar o que precisamos sozinha. Além disso, acho que Bethy quer ir comigo.

Ela vai fazer a torta de milho e a de abóbora para amanhã.

– Eu me recuso a jogar golfe. Mas botar a conversa em dia parece uma boa. Poderíamos ir a Destin ver o novo filme do James Bond. Ando querendo assistir. Até pago o almoço para você.

Pela expressão no rosto de Joe, percebi que ele não estava com muita vontade de ir, mas eu sabia que era apenas porque detestava ficar longe de mim. Estendi o braço e apertei a mão dele com força.

– Parece divertido. Vão fazer isso e eu passo um tempo com a Bethy.

Joe assentiu, mas notei que ele não queria ceder.

Comi uma garfada dos meus ovos e sorri para Dean.

– Isto aqui está ótimo. Obrigada.

Ele abriu um largo sorriso. Eu estava feliz que ele estivesse aqui. Não passaríamos o dia de Ação de Graças totalmente sem nossos pais.

– Por favor, Demi. Eu imploro, por favor. – Bethy estava na minha frente balançando-se na ponta dos pés, de mãos postas, como se rezasse. A expressão de súplica em seus olhos me deu vontade de rir.

– Você não cresceu aqui? Como foi que nunca viu Dean antes? – perguntei, tirando uma sacola do mercado da parte de trás do Range Rover.

– Eu sou pobre. Você sabe disso! Eu trabalho para os ricos, não socializo com eles. Vamos lá, eu vou vê-lo amanhã, mas quero conhecê-lo agora. Sem Jace por perto para me ver toda derretida.

Fingi ter ânsia de vômito.

– Ele é velho demais para você se derreter. Que nojo!

– Você está brincando, né? A última namorada de Dean Jonas tinha uns 21 anos.

Alguém como ele nunca fica velho demais para a gente ficar derretida.

Eu discordava. Dean tinha quase 50. Tinha que ter. Por que saía com alguém mais jovem do que o próprio filho? Nojento.

– Está planejando deixar Jace e se tornar mais um risquinho na contagem da cabeceira do Dean? – brinquei, seguindo na direção da porta da casa da praia.

– Claro que não. Eu só quero... – Ela parou, pegou uma sacola e começou a subir a escada atrás de mim, toda atrapalhada. – Eu só quero conhecê-lo. Ver aqueles olhos dele e respirar o mesmo ar.

Desta vez eu ri de verdade. Não consegui evitar. Assim ela ia me matar de tanto rir.

– Ele é um cara normal. E também é pai do Joe, então duvido que Joe vá querer que você entre aqui agindo como uma tiete. Controle-se antes do jantar de Ação de Graças. Não vai ser o momento adequado para você ficar se derretendo toda pelo meu futuro sogro.

– Isso é doideira. Você se tocou, né? Doideira total! Ter o sinistro do Dean Jonas como sogro. Mulheres de todo o mundo querem dar para o cara. E você vai ser da família dele.

Estremeci e abri a porta. Às vezes Bethy passava um pouco do ponto. Como naquele momento.

– Vamos guardar as compras e falar sobre o cardápio de amanhã. Então posso contar da minha viagem para Los Angeles com Joe e o pai dele no fim de semana. Nan está dando problema para o Kiro.

Bethy entrou correndo atrás de mim.

– Você vai viajar? Neste fim de semana? Você não pode me deixar sozinha! Nem pelo Dean! Não!

Pelo menos eu a havia feito parar de pensar em pegar o Dean. Larguei a sacola em cima

do balcão e me virei para olhar para ela.

– Joe precisa ir, e eu vou com ele. Além disso, se eu não for, acho que ele não vai. O pai dele pediu ajuda para lidar com Nan.

Bethy fez beicinho e se jogou no banco do bar à minha frente.

– Que droga. Não quero que você viaje.

Quanto mais eu pensava, menos vontade tinha de viajar. Mas eu não podia deixar Joe ir para Los Angeles sem mim. Ficaria com muita saudade dele. Além disso, seria uma oportunidade para eu conhecer melhor o pai dele. Estávamos prestes a formar uma família e eu queria que Dean fizesse parte dela. Eu só tivera notícias do meu pai uma vez desde que ele aparecera para me contar que não era o pai de Nan. Ele tinha me ligado uma semana depois de ir embora, para dizer que estava indo para o arquipélago de Florida Keys, atrás de um barco onde morar. Queria ficar sozinho. Também tinha dito que me amava.

Tentava não pensar muito no meu pai. Pensar nele só me deixava triste. Devia ter dito que o queria na minha vida, mas não disse. Eu o deixei partir. Pensar nas festas de fim de ano sem ele me entristecia. Eu havia encontrado o meu lar, mas ele tinha perdido o dele.

– Você escutou alguma coisa do que eu acabei de dizer? – questionou Bethy, interrompendo meus pensamentos.

Olhei para ela.

– Desculpe. Estava pensando no meu pai – admiti. Então peguei a lata de ervilhas e comecei a guardá-la.

– Ah. Está pensando em convidá-lo?

Agora era tarde demais. Eu não tinha certeza se Joe caria incomodado ou não se eu o convidasse. Não havíamos falado muito sobre meu pai. Balancei a cabeça e me virei para pegar o açúcar.

– Não. Só estava pensando nele de um modo geral. Imaginando o que anda fazendo – respondi.

JOE

Meu pai estava cantando na cozinha enquanto preparava o peru. Fiquei parado vendo

Demi misturar alguma coisa em uma tigela, sorrindo feliz. Meu pai tentava fazê-la cantar com ele, mas ela apenas ria e balançava a cabeça negativamente. Ia ser uma noite difícil para ela, e era bom vê-la sorrindo.

Durante toda a semana eu me perguntara se devia contar a ela que havia convidado Abe. Ele chegaria dentro de uma hora. Eu havia recebido uma mensagem de texto dele quando o avião aterrissou. Não conseguia decidir se essa surpresa era uma boa ideia. Queria que fosse uma noite especial para ela. Era o nosso primeiro dia de Ação de Graças juntos. Eu sabia que o fato de também ser o primeiro que ela passaria sem a mãe poderia ofuscar a noite e compreendia isso. Mas, se pudesse transformar nosso feriado em uma lembrança boa, em algo que ela fosse recordar com carinho, moveria céus e terras para que isso acontecesse.

– Está se escondendo aí atrás por medo de sujar as mãos, garoto? – perguntou meu pai, olhando por cima do ombro e me dando uma piscadela.

Demi se virou com uma colher numa das mãos e um sorriso no rosto. Seu avental tinha umas franjinhas em volta e estampa de bolinhas cor-de-rosa. Ela estava encantadora.

Fui até ela e a puxei para perto de mim para poder beijar aqueles lábios lindos.

– Estamos cozinhando aqui. Não há tempo para esse tipo de coisa – brincou Dean, dando risada.

Demi interrompeu o beijo e conteve um sorriso. O brilho em seus olhos demonstrou que ela estava tentando não rir. Adorava vê-la assim, ainda mais num dia como aquele. Mais uma vez, ela estava sendo mais forte do que muitos homens que eu conhecia. Continuava a me impressionar com sua força, cada vez mais.

– Posso ajudar? – perguntei, abaixando-me para dar mais um beijo no canto de sua boca.

– É claro. Pode me ajudar a botar este peru enorme no forno sem deixar cair nem queimar minha mão – respondeu Dean.

Demi se afastou de mim.

– Ajude seu pai – falou ela, ainda se divertindo. Ótimo. Se Dean a alegrava, então ele servia para alguma coisa.

Alguém bateu de leve à porta, depois a voz de Bethy encheu a casa.

– Cheguei!

– Já não era sem tempo – respondeu Demi.

Bethy entrou na cozinha seguida por Jace. Ele vinha carregado de sacolas de compras. Eu

não sabia como poderíamos precisar de mais comida.

– Onde ponho essas coisas? – perguntou ele, sem fôlego.

– Bem aqui no balcão. – Demi apontou para o único espaço disponível na cozinha.

Jace largou as sacolas, soltou um suspiro de alívio e então olhou para mim.

– Preciso de uma cerveja e de ver um pouco de futebol.

Abri a geladeira, peguei duas cervejas e dei uma a ele.

– Venha. Vamos liberar espaço aqui.

Jace olhou para Bethy, que estava imóvel encarando meu pai. Ele balançou a cabeça e se virou para mim.

– É, vamos sair daqui antes que a Bethy comece a tietar o seu pai.

– Bom ver você de novo, Jace – falou Dean enquanto saíamos da cozinha.

– Você também, Dean. Por favor, não ligue para minha namorada. Ela é meio tiete – pediu ele.

Passamos pela sala de estar e pela tela plana de 103 polegadas que Jace olhou, desejoso.

Sabia que ele queria ver um jogo, mas eu precisava conversar com alguém sobre Grant.

Saímos para a varanda e eu me sentei em uma das espreguiçadeiras.

– Sente. Vamos ver um jogo, mas antes eu queria perguntar uma coisa. Jace sentou ao meu lado e tomou um gole da cerveja.

– Você está sério.

– Você sabia do Grant e da Nan? – perguntei, observando-o com toda a atenção. Jace não sabia mentir. Seus olhos arregalados o denunciaram. Eu nem esperei pela confirmação. – Você não achou que era importante me contar isso? – continuei.

Jace largou a cerveja e soltou um suspiro de frustração.

– Merda. Eu sabia que você ia ficar puto quando descobrisse. Não quis ser eu a contar a você. Além disso, você estava naquela de ter perdido a Demi e estar tentando reconquistá-la. Daí veio a gravidez dela. Grant nem sabia que eu sabia. Ele achava que estava mantendo segredo de todo mundo. Nós só fomos mais observadores do que você na época. Você só tinha olhos para Demi. O restante de nós percebeu as coisas...

Ele tinha razão. Eu estava lutando pelo meu futuro. Estava focado em reconquistar Demi e então protegê-la e ao nosso lho. Não me sobrara tempo para dar atenção a mais nada nem ninguém. Talvez tenha sido melhor eu não saber. Eu não precisava de distrações.

– Você tem razão. Foi melhor eu não saber. Precisava me concentrar na Demi. Em mais nada.

Jace balançou a cabeça.

– Mas a coisa não terminou bem. Nan só deixa destruição por onde passa. Grant ficou arrasado de verdade, mas está se recuperando agora. Acho que vai se mudar de vez para Rosemary por um tempo. Quer manter distância dela.

Minha irmãzinha com certeza sabia causar problemas. Eu estava me cansando de sempre ter que livrar a cara dela. Mas não conseguiria ajudar Grant. Ele deveria saber que não podia se envolver num relacionamento com ela. Ela não era do tipo que se comprometia.

O telefone vibrou no meu bolso. Era uma mensagem do Abe. Ele havia chegado. Rezei que tê-lo trazido fosse a coisa certa a fazer. Queria que a noite fosse especial para Demi. Ela já havia sofrido muito.

8 comentários:

  1. Abe e a nova família, quero ver isso ! posta mais

    ResponderExcluir
  2. Quero ver o que acontece...
    Posta mais!!!

    ResponderExcluir
  3. Eu imagino que a Demi vai gostar de ver o pai. E vai gostar da atitude do Joe de tentar agrada-la...... meu medo é a Nan aparecer sem avisar...... e estragar tudo...... estou adorando a interação entre Demi e Dean.... continua....

    ResponderExcluir
  4. Espero que a Demi reaja bem ao ver o pai, afinal ela estava a pensar (acho que foi no episódio anterior) em como estaria o pai, por isso acho que Joe fez uma boa acção em convidá-lo :)

    ResponderExcluir