Mais um p vcs <3 Comentem para o próximo! Beijos, amo vcs!
Bruna
~
DEMI
Entrei na cozinha e encontrei Dean Jonas fritando
bacon e assoviando a melodia de um
dos maiores sucessos do Slacker Demon. Não
consegui deixar de sorrir. Ele virou a cabeça e nossos olhares se
encontraram. Tinha no rosto uma expressão que eu jamais imaginara
ver em um astro do rock. Ele me lembrou um pai.
– Bom dia, flor do dia. Estou preparando o café
da manhã para você e o meu neto. Eu tinha um ajudante, mas acho que
acabei contando algo que Joe não sabia e que o deixou um pouco
chocado. Ele saiu para fazer uma ligação. Vai voltar em alguns
minutos – falou ele, enfiando um garfo numa fatia de bacon que
deixou escorrendo em um prato forrado com toalha de papel.
Olhei para a janela atrás dele e vi Joe
concentrado num telefonema.
– E o que foi que você contou a ele? –
perguntei, pensando se deveria ir atrás dele.
– Que Grant e Nan estavam juntos fazia algum
tempo. Nan acabou fazendo uma besteira que foi a gota d’água e
eles terminaram. Joe não sabia de nada até agora.
Fiquei de queixo caído enquanto processava a
informação. Grant e Nan? Sério?
– Também fiquei chocado. Não achava que o
garoto fosse tão burro. Acho que aprendeu do jeito mais difícil que
nem tudo que reluz é ouro.
Olhei para Joe lá fora. Ele estava se levantando
e guardando o telefone no bolso.
Perguntei-me se havia ligado para Nan ou para
Grant.
– Por que não se senta e me deixa fazer seu
prato? – ofereceu nosso convidado. – Você gosta de suco de
laranja, leite ou os dois? O bebê provavelmente precisa de um pouco
dos dois.
Voltei minha atenção de novo para Dean, ali
parado de pé segurando um prato com bacon, ovos e um waffle. Ele
havia acabado de preparar tudo aquilo para mim?
– Nossa, está com uma cara ótima – comentei.
– E está delicioso. Eu faço um café da manhã
incrível. Agora vá se sentar e me deixe servi-la.
Mordi o lábio inferior para não sorrir feito uma
idiota e me sentei à mesa. Joe abriu a porta e entrou assim que o
pai colocou o prato de comida na minha frente.
– Não se preocupe com a sua noivinha linda. Já
cuidei dela.
Joe sorriu para o pai e veio na minha direção.
Ele se abaixou e deu um beijo na minha testa.
– Você está linda – sussurrou.
– Você está bem? – perguntei, sem conseguir
disfarçar minha preocupação. Precisava ter certeza de que ele não
estava chateado por causa de Grant e Nan.
– Estou. Acho que Grant criou juízo e vai ficar
tudo bem.
Franzi a testa. Grant criou juízo? O que ele
queria dizer?
– Conversamos sobre isso depois. Coma –
instigou ele, dando uma piscadela, e foi se servir.
Dean pôs um copo de suco de laranja e outro de
leite na minha frente, então sentou à minha esquerda. Estava com
uma xícara grande de café na mão, mas só.
– Não vai comer? – perguntei, enquanto ele
bebia da xícara fumegante.
Ele balançou a cabeça.
– Não. De manhã eu só bebo café.
Joe pôs o prato dele à minha direita. Ele o
havia enchido com tudo o que restara na bancada.
Pelo jeito, estava com fome.
– Desculpe não ter ajudado você a preparar o
café da manhã, mas obrigado por cozinhar.
– Foi um prazer. Fazia tempo que eu não
preparava um café da manhã para você – respondeu Dean.
Gostei de ver Joe com o pai. Eles pareciam
normais. Assim eu conseguia fazer parte da família. Duvidava que
algum dia tivesse essa chance com a mãe e a irmã dele, mas o pai
parecia me aceitar.
– Agora que sei que você sabe cozinhar, vou
convocá-lo para me ajudar a preparar nosso jantar de Ação de
Graças – informei ao Dean. Ele sorriu.
– Eu adoraria. Há tempos que não tenho um
jantar de Ação de Graças também. Estou ansioso para passar o
feriado com vocês dois.
Fiquei feliz ao ver o sorriso de satisfação no
rosto de Joe.
– Vou ao mercado hoje comprar os ingredientes
que faltam.
– Vou com você – emendou Joe.
– Não. Você vai ficar aqui com seu pai. Vocês
podiam jogar uma partida de golfe ou algo assim. Posso comprar o que
precisamos sozinha. Além disso, acho que Bethy quer ir comigo.
Ela vai fazer a torta de milho e a de abóbora
para amanhã.
– Eu me recuso a jogar golfe. Mas botar a
conversa em dia parece uma boa. Poderíamos ir a Destin ver o novo
filme do James Bond. Ando querendo assistir. Até pago o almoço para
você.
Pela expressão no rosto de Joe, percebi que ele
não estava com muita vontade de ir, mas eu sabia que era apenas
porque detestava ficar longe de mim. Estendi o braço e apertei a mão
dele com força.
– Parece divertido. Vão fazer isso e eu passo
um tempo com a Bethy.
Joe assentiu, mas notei que ele não queria ceder.
Comi uma garfada dos meus ovos e sorri para Dean.
– Isto aqui está ótimo. Obrigada.
Ele abriu um largo sorriso. Eu estava feliz que
ele estivesse aqui. Não passaríamos o dia de Ação de Graças
totalmente sem nossos pais.
– Por favor, Demi. Eu imploro, por favor. –
Bethy estava na minha frente balançando-se na ponta dos pés, de
mãos postas, como se rezasse. A expressão de súplica em seus olhos
me deu vontade de rir.
– Você não cresceu aqui? Como foi que nunca
viu Dean antes? – perguntei, tirando uma sacola do mercado da parte
de trás do Range Rover.
– Eu sou pobre. Você sabe disso! Eu trabalho
para os ricos, não socializo com eles. Vamos lá, eu vou vê-lo
amanhã, mas quero conhecê-lo agora. Sem Jace por perto para me ver
toda derretida.
Fingi ter ânsia de vômito.
– Ele é velho demais para você se derreter.
Que nojo!
– Você está brincando, né? A última namorada
de Dean Jonas tinha uns 21 anos.
Alguém como ele nunca fica velho demais para a
gente ficar derretida.
Eu discordava. Dean tinha quase 50. Tinha que ter.
Por que saía com alguém mais jovem do que o próprio filho?
Nojento.
– Está planejando deixar Jace e se tornar mais
um risquinho na contagem da cabeceira do Dean? – brinquei, seguindo
na direção da porta da casa da praia.
– Claro que não. Eu só quero... – Ela parou,
pegou uma sacola e começou a subir a escada atrás de mim, toda
atrapalhada. – Eu só quero conhecê-lo. Ver aqueles olhos dele e
respirar o mesmo ar.
Desta vez eu ri de verdade. Não consegui evitar.
Assim ela ia me matar de tanto rir.
– Ele é um cara normal. E também é pai do
Joe, então duvido que Joe vá querer que você entre aqui agindo
como uma tiete. Controle-se antes do jantar de Ação de Graças. Não
vai ser o momento adequado para você ficar se derretendo toda pelo
meu futuro sogro.
– Isso é doideira. Você se tocou, né?
Doideira total! Ter o sinistro do Dean Jonas como sogro. Mulheres de
todo o mundo querem dar para o cara. E você vai ser da família
dele.
Estremeci e abri a porta. Às vezes Bethy passava
um pouco do ponto. Como naquele momento.
– Vamos guardar as compras e falar sobre o
cardápio de amanhã. Então posso contar da minha viagem para Los
Angeles com Joe e o pai dele no fim de semana. Nan está dando
problema para o Kiro.
Bethy entrou correndo atrás de mim.
– Você vai viajar? Neste fim de semana? Você
não pode me deixar sozinha! Nem pelo Dean! Não!
Pelo menos eu a havia feito parar de pensar em
pegar o Dean. Larguei a sacola em cima
do balcão e me virei para olhar para ela.
– Joe precisa ir, e eu vou com ele. Além disso,
se eu não for, acho que ele não vai. O pai dele pediu ajuda para
lidar com Nan.
Bethy fez beicinho e se jogou no banco do bar à
minha frente.
– Que droga. Não quero que você viaje.
Quanto mais eu pensava, menos vontade tinha de
viajar. Mas eu não podia deixar Joe ir para Los Angeles sem mim.
Ficaria com muita saudade dele. Além disso, seria uma oportunidade
para eu conhecer melhor o pai dele. Estávamos prestes a formar uma
família e eu queria que Dean fizesse parte dela. Eu só tivera
notícias do meu pai uma vez desde que ele aparecera para me contar
que não era o pai de Nan. Ele tinha me ligado uma semana depois de
ir embora, para dizer que estava indo para o arquipélago de Florida
Keys, atrás de um barco onde morar. Queria ficar sozinho. Também
tinha dito que me amava.
Tentava não pensar muito no meu pai. Pensar nele
só me deixava triste. Devia ter dito que o queria na minha vida, mas
não disse. Eu o deixei partir. Pensar nas festas de fim de ano sem
ele me entristecia. Eu havia encontrado o meu lar, mas ele tinha
perdido o dele.
– Você escutou alguma coisa do que eu acabei de
dizer? – questionou Bethy, interrompendo meus pensamentos.
Olhei para ela.
– Desculpe. Estava pensando no meu pai –
admiti. Então peguei a lata de ervilhas e comecei a guardá-la.
– Ah. Está pensando em convidá-lo?
Agora era tarde demais. Eu não tinha certeza se
Joe caria incomodado ou não se eu o convidasse. Não havíamos
falado muito sobre meu pai. Balancei a cabeça e me virei para pegar
o açúcar.
– Não. Só estava pensando nele de um modo
geral. Imaginando o que anda fazendo – respondi.
JOE
Meu pai estava cantando na cozinha enquanto
preparava o peru. Fiquei parado vendo
Demi misturar alguma coisa em uma tigela, sorrindo
feliz. Meu pai tentava fazê-la cantar com ele, mas ela apenas ria e
balançava a cabeça negativamente. Ia ser uma noite difícil para
ela, e era bom vê-la sorrindo.
Durante toda a semana eu me perguntara se devia
contar a ela que havia convidado Abe. Ele chegaria dentro de uma
hora. Eu havia recebido uma mensagem de texto dele quando o avião
aterrissou. Não conseguia decidir se essa surpresa era uma boa
ideia. Queria que fosse uma noite especial para ela. Era o nosso
primeiro dia de Ação de Graças juntos. Eu sabia que o fato de
também ser o primeiro que ela passaria sem a mãe poderia ofuscar a
noite e compreendia isso. Mas, se pudesse transformar nosso feriado
em uma lembrança boa, em algo que ela fosse recordar com carinho,
moveria céus e terras para que isso acontecesse.
– Está se escondendo aí atrás por medo de
sujar as mãos, garoto? – perguntou meu pai, olhando por cima do
ombro e me dando uma piscadela.
Demi se virou com uma colher numa das mãos e um
sorriso no rosto. Seu avental tinha umas franjinhas em volta e
estampa de bolinhas cor-de-rosa. Ela estava encantadora.
Fui até ela e a puxei para perto de mim para
poder beijar aqueles lábios lindos.
– Estamos cozinhando aqui. Não há tempo para
esse tipo de coisa – brincou Dean, dando risada.
Demi interrompeu o beijo e conteve um sorriso. O
brilho em seus olhos demonstrou que ela estava tentando não rir.
Adorava vê-la assim, ainda mais num dia como aquele. Mais uma vez,
ela estava sendo mais forte do que muitos homens que eu conhecia.
Continuava a me impressionar com sua força, cada vez mais.
– Posso ajudar? – perguntei, abaixando-me para
dar mais um beijo no canto de sua boca.
– É claro. Pode me ajudar a botar este peru
enorme no forno sem deixar cair nem queimar minha mão – respondeu
Dean.
Demi se afastou de mim.
– Ajude seu pai – falou ela, ainda se
divertindo. Ótimo. Se Dean a alegrava, então ele servia para alguma
coisa.
Alguém bateu de leve à porta, depois a voz de
Bethy encheu a casa.
– Cheguei!
– Já não era sem tempo – respondeu Demi.
Bethy entrou na cozinha seguida por Jace. Ele
vinha carregado de sacolas de compras. Eu
não sabia como poderíamos precisar de mais
comida.
– Onde ponho essas coisas? – perguntou ele,
sem fôlego.
– Bem aqui no balcão. – Demi apontou para o
único espaço disponível na cozinha.
Jace largou as sacolas, soltou um suspiro de
alívio e então olhou para mim.
– Preciso de uma cerveja e de ver um pouco de
futebol.
Abri a geladeira, peguei duas cervejas e dei uma a
ele.
– Venha. Vamos liberar espaço aqui.
Jace olhou para Bethy, que estava imóvel
encarando meu pai. Ele balançou a cabeça e se virou para mim.
– É, vamos sair daqui antes que a Bethy comece
a tietar o seu pai.
– Bom ver você de novo, Jace – falou Dean
enquanto saíamos da cozinha.
– Você também, Dean. Por favor, não ligue
para minha namorada. Ela é meio tiete – pediu ele.
Passamos pela sala de estar e pela tela plana de
103 polegadas que Jace olhou, desejoso.
Sabia que ele queria ver um jogo, mas eu precisava
conversar com alguém sobre Grant.
Saímos para a varanda e eu me sentei em uma das
espreguiçadeiras.
– Sente. Vamos ver um jogo, mas antes eu queria
perguntar uma coisa. Jace sentou ao meu lado e tomou um gole da
cerveja.
– Você está sério.
– Você sabia do Grant e da Nan? – perguntei,
observando-o com toda a atenção. Jace não sabia mentir. Seus olhos
arregalados o denunciaram. Eu nem esperei pela confirmação. –
Você não achou que era importante me contar isso? – continuei.
Jace largou a cerveja e soltou um suspiro de
frustração.
– Merda. Eu sabia que você ia ficar puto quando
descobrisse. Não quis ser eu a contar a você. Além disso, você
estava naquela de ter perdido a Demi e estar tentando reconquistá-la.
Daí veio a gravidez dela. Grant nem sabia que eu sabia. Ele achava
que estava mantendo segredo de todo mundo. Nós só fomos mais
observadores do que você na época. Você só tinha olhos para Demi.
O restante de nós percebeu as coisas...
Ele tinha razão. Eu estava lutando pelo meu
futuro. Estava focado em reconquistar Demi e então protegê-la e ao
nosso lho. Não me sobrara tempo para dar atenção a mais nada nem
ninguém. Talvez tenha sido melhor eu não saber. Eu não precisava
de distrações.
– Você tem razão. Foi melhor eu não saber.
Precisava me concentrar na Demi. Em mais nada.
Jace balançou a cabeça.
– Mas a coisa não terminou bem. Nan só deixa
destruição por onde passa. Grant ficou arrasado de verdade, mas
está se recuperando agora. Acho que vai se mudar de vez para
Rosemary por um tempo. Quer manter distância dela.
Minha irmãzinha com certeza sabia causar
problemas. Eu estava me cansando de sempre ter que livrar a cara
dela. Mas não conseguiria ajudar Grant. Ele deveria saber que não
podia se envolver num relacionamento com ela. Ela não era do tipo
que se comprometia.
O telefone vibrou no meu bolso. Era uma mensagem
do Abe. Ele havia chegado. Rezei que tê-lo trazido fosse a coisa
certa a fazer. Queria que a noite fosse especial para Demi. Ela já
havia sofrido muito.
Abe e a nova família, quero ver isso ! posta mais
ResponderExcluirPosta mais!
ResponderExcluirQuero ver o que acontece...
ResponderExcluirPosta mais!!!
Eu imagino que a Demi vai gostar de ver o pai. E vai gostar da atitude do Joe de tentar agrada-la...... meu medo é a Nan aparecer sem avisar...... e estragar tudo...... estou adorando a interação entre Demi e Dean.... continua....
ResponderExcluirPosta logoo
ResponderExcluirPosta mais
ResponderExcluirContinua...ta perfeito
ResponderExcluirEspero que a Demi reaja bem ao ver o pai, afinal ela estava a pensar (acho que foi no episódio anterior) em como estaria o pai, por isso acho que Joe fez uma boa acção em convidá-lo :)
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