3.2.15

Sem Limites - Capítulo 23

Oi xuxus! Desculpem a demora, eu só consegui vir agr. Minhas aulas começaram e eu estou uma loucura, morrendo de sono! Enfim, 8 comentarios para o próximo. Se quando eu acordar as 6 hrs ja tiver 8 comentários eu posto outro. Certo? Portanto, comentem! Beijos, amo vcs ♡
Bruna

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Eu estava sozinha. Protegi os olhos da claridade da manhã e olhei para o quarto à minha volta. Joe não estava ali. Que estranho. Eu me sentei na cama e olhei para o relógio: já passava das dez. Não era de se espantar que ele não estivesse no quarto. Eu havia dormido a manhã quase toda. Nesse dia iríamos conversar. Ele iria me revelar os seus segredos. Na noite passada tivéramos uma transa incrível, mas agora eu precisava de respostas.

Eu me levantei e achei o meu short ao pé da cama. Joe devia ter trazido a roupa ali para cima, porque eu me lembrava de termos deixado tudo jogado na escada na noite anterior. Vesti o short e olhei em volta à procura da blusa. Dobrada debaixo do short havia uma das camisetas de Joe, então eu a vesti e desci. Estava pronta para encontrá-lo.

As portas dos quartos da família do outro lado do corredor estavam abertas. Gelei. O que significava isso? Aquelas portas viviam fechadas. Foi então que ouvi as vozes. Andei até o segundo lance de escada e agucei os ouvidos. A voz conhecida do meu pai subiu da sala de estar. Ele tinha voltado.

Dei o primeiro passo e parei. Será que era capaz de encará-lo? Será que ele iria me mandar embora? Será que saberia que eu tinha transado com Joe? Será que Nan faria a mãe me detestar também? Eu não tinha tempo para refletir sobre tudo isso.

Meu pai pronunciou o meu nome e entendi que precisaria ir lá encarar a situação, fosse ela qual fosse. Eu me forcei a descer cada degrau. Atravessei o hall e, quando consegui ouvi-los com clareza, parei. Precisava saber em que estava me metendo.

– Não acredito, Joe! Onde você estava com a cabeça? Sabe quem ela é? O que ela significa para esta família?

Era a sua mãe quem estava falando. Apesar de nunca a ter encontrado, tive certeza.

– Você não pode pôr a responsabilidade nela. Ela nem tinha nascido. Você não faz ideia do que ela sofreu. Do que ELE a fez sofrer.

Joe estava com raiva.

Comecei a avançar em direção à porta, mas parei. O que eu significava para aquela família? Que papo era aquele?

– Não comece a se comportar como um cavalheiro ofendido. Foi você quem o encontrou para mim. Sendo assim, por mais que ele a tenha feito sofrer, quem começou tudo foi você – cuspiu ela. – E aí você vai e transa com ela? Pelo amor de Deus, Joe! Onde você estava com a cabeça? É igualzinho ao seu pai.

Estendi a mão para me segurar no batente da porta. Não sabia o que iria ouvir em seguida, mas estava ficando sem ar. Pude sentir o pânico invadir o meu peito.

– Mãe, lembre-se de quem é o dono desta casa. – O alerta de Joe foi claro.

Sua mãe deu uma risada alta que pareceu um cacarejo.

– Dá para acreditar? Ele está se virando contra mim por causa de uma menina que acabou de conhecer. Abe, você tem que fazer alguma coisa!

Silêncio. Então o meu pai pigarreou.

– Georgie, esta casa é dele. Não posso forçá-lo a fazer nada. Deveria ter imaginado que isso iria acontecer. Ela é igualzinha à mãe.

– Como assim? – rugiu Georgianna.

Meu pai suspirou.

– Já falamos sobre isso. Eu deixei você porque ela exercia sobre mim uma atração... eu não conseguia me afastar dela.

– EU SEI disso. Não quero ouvir outra vez. Você a desejava tanto que me largou grávida com um monte de convites de casamento para cancelar.

– Amor, calma. Eu amo você. Estava só explicando que Demi tem o mesmo carisma da mãe. É impossível não ficar atraído por ela. E ela é tão cega em relação a isso quanto a mãe era; não pode fazer nada a respeito.

– Aaahh! Será que essa mulher nunca vai me deixar em paz? Será que vai estragar a minha vida para sempre? Ela morreu, caramba! Eu recuperei o homem que amo e a nossa filha enfim tem um pai. E agora isso. Aí vem você e transa com essa.. com essa menina!

Meu corpo estava anestesiado. Eu não conseguia me mover. Não conseguia respirar fundo. Ainda estava sonhando... só podia ser isso. Ainda não tinha acordado. Apertei bem os olhos para tentar despertar daquele pesadelo doente e pervertido.

– Se disser mais uma palavra contra ela, eu expulso você desta casa. – O tom de Joe foi frio e duro.

– Georgie, meu amor, calma. Por favor. Demi é uma boa menina. O fato de ela estar aqui não é o fim do mundo. Ela precisa de um lugar para ficar, eu já lhe expliquei isso. Sei que você odeia a Rebecca, mas ela era a sua melhor amiga. Vocês eram amigas desde crianças; eram praticamente irmãs até eu aparecer e estragar tudo. Demi é filha dela. Tenha um pouco de compaixão.

Não. NÃO. Não, não, não. Eu não tinha escutado aquelas palavras. Aquilo não era real. Minha mãe jamais teria estragado o casamento de outra pessoa. Nunca teria feito o meu pai abandonar uma mulher grávida de um filho seu. Minha mãe era uma mulher doce, generosa. Nunca, jamais teria deixado isso acontecer. Eu não podia ficar ali parada ouvindo aquelas pessoas falarem sobre ela daquele jeito. Eles não tinham entendido nada. Não conheciam a minha mãe. Meu pai tinha passado tanto tempo afastado que acabara esquecendo o que realmente acontecera.

Soltei o batente que segurava com força e entrei a passos largos na sala em que eles estavam caluniando a minha mãe.

– NÃO! Calem a boca, todos vocês – berrei.

A sala silenciou. Olhei para o meu pai e o encarei com um olhar irado. Ninguém mais importava nesse instante. Nem a mulher que continuava a cuspir mentiras sobre a minha mãe, nem o homem que eu pensava amar. O homem a quem eu tinha entregado o meu corpo. O homem que tinha mentido para mim.

– Demi – a voz de Joe soou distante.

Estendi a mão para detê-lo. Não o queria perto de mim.

– Você – falei, apontando para o meu pai. – Você está deixando que eles mintam sobre a minha mãe – gritei.

Pouco me importava parecer louca. Nesse momento, eu detestava todos eles.

– Demi, me deixe explicar...

– CALE ESSA BOCA! – vociferei. – Minha irmã morreu, minha outra metade. Ela morreu, pai. Em um acidente de carro a caminho do mercado com VOCÊ. Foi como se a minha alma tivesse sido arrancada de dentro de mim e rasgada ao meio. Perder a Valerie foi insuportável. Tive que ver a minha mãe chorar e uivar de dor, depois tive que ver o meu pai ir embora para nunca mais voltar. Enquanto a sua filha e a sua mulher tentavam colar os caquinhos do mundo sem Valerie. Aí a minha mãe ficou doente. Eu liguei, mas você não atendeu. Então arrumei um emprego depois da escola e comecei a pagar as despesas médicas. Não fazia nada a não ser cuidar dela e estudar. Só que no meu último ano ela piorou tanto que eu tive que largar a escola. Fiz a prova de conclusão do ensino médio e parei de estudar, porque a única pessoa no planeta que me amava estava morrendo enquanto eu assistia sem poder fazer nada. Segurei a sua mão quando ela deu o último suspiro, organizei o enterro, vi quando eles baixaram o caixão na cova. Você não ligou nem uma vez sequer! Nenhuma! Aí tive que vender a casa que a vovó nos deixou e todos os objetos de valor que havia lá dentro só para pagar as despesas médicas.

Parei, respirei com vontade e um soluço escapou da minha garganta.

Dois braços me envolveram e dei um grito, debatendo-me e me desvencilhando.

– NÃO TOQUE EM MIM!

Não queria que Joe me tocasse. Ele tinha mentido para mim. Sabia de tudo aquilo e tinha mentido para mim.

– E agora estou sendo obrigada a ouvir vocês falarem sobre a minha mãe, que era uma santa. Estão me ouvindo? Ela era uma santa! Vocês são todos uns mentirosos. Se tem alguém culpado nessa merda toda que estou ouvindo sair das suas bocas é esse homem aí. – Apontei para o meu pai. Não podia mais chamá-lo assim, não agora. – O mentiroso é ele. Ele não vale o chão que eu piso. Se Nan é filha dele, se você estava grávida...

Eu me virei na direção da mulher para a qual ainda não tinha olhado e as palavras congelaram na minha boca. Eu me lembrava dela. Cambaleei para trás e balancei a cabeça. Não. Aquilo não era o que parecia.

– Quem é você? – perguntei enquanto começava a me lembrar lentamente daquele rosto.

– Cuidado como vai responder – disse Joe atrás de mim com uma voz tensa.

Ele continuava perto de mim.

Georgianna desviou os olhos de mim, olhou para o meu pai, depois tornou a me encarar.

– Você sabe quem eu sou, Demi. Nós já nos encontramos.

– Você foi à minha casa. Você... você fez a minha mãe chorar.

Georgianna revirou os olhos.

– Mãe, último aviso – falou Joe.

– Nan queria conhecer o pai, então levei ela até lá. Assim ela pôde ver a linda familiazinha dele, as duas lindas filhinhas gêmeas e louras que ele amava e a esposa igualmente perfeita. Eu estava cansada de ter que dizer à minha filha que ela não tinha pai, porque ela sabia que tinha. Então mostrei a ela o que o seu pai tinha escolhido no seu lugar. Ela só voltou a perguntar sobre ele anos mais tarde.

A menininha da minha idade que segurava a mão da mãe com força e me observava da porta. Aquela menina era Nan. Senti um nó na garganta. O que o meu pai tinha feito?

– Demi, por favor, olhe para mim.

Ouvi a voz desesperada de Joe atrás de mim, mas não consegui prestar atenção nele. Ele sabia aquilo tudo: esse era o grande segredo de Nan e ele o havia protegido para ela. Será que não entendia que o segredo era meu também? Aquele era o meu pai e eu não sabia de nada. As palavras de Woods ecoaram na minha mente: “Quando chegar a hora de escolher, Joe vai optar por ela.”

Woods já sabia que Joe tinha escolhido Nan. Todo mundo naquela cidade conhecia o segredo, menos eu. Todos sabiam quem eu era, mas eu não.

– Eu estava de casamento marcado com Georgianna, que estava grávida de Nan. Sua mãe foi visitá-la. Ela era diferente de todas as outras mulheres que eu conhecera; sua mãe era viciante. Não consegui ficar longe dela. Georgianna ainda estava a m do Dean e Joe ainda visitava o pai a cada quinze dias. Para mim, no mesmo segundo em que Dean decidisse sossegar o facho, Georgie caria com ele. Eu nem tinha certeza de que Nan era a minha filha. A sua mãe era inocente e divertida. Não gostava de roqueiros e me fazia rir. Quando dei em cima dela, ela me ignorou. Não sei como, mas consegui convencê-la a fugir comigo. A jogar fora aquela amizade de uma vida inteira.

Pressionei as mãos sobre as orelhas para não ouvir o que o meu pai estava dizendo. Não conseguia escutar aquilo. Era tudo mentira. Aquele mundo doente em que eles viviam não era o meu. Eu queria voltar para casa, para o Alabama. Voltar para um lugar que compreendia, onde o dinheiro e os astros do rock não tivessem importância.

– Chega. Não quero ouvir isso. Só quero as minhas coisas, quero ir embora daqui.

Não pude conter o soluço que dei a seguir. O meu mundo como eu o conhecia acabara de explodir em mil pedaços. Eu precisava ir me sentar junto ao túmulo da minha mãe e conversar com ela. Queria voltar para casa.

– Gata, fale comigo, por favor. Por favor.

Joe tinha se posicionado novamente atrás de mim e eu estava cansada demais para empurrá-lo para longe. Em vez disso, me afastei. Não consegui encará-lo.

– Não consigo olhar para você. Não quero falar com você. Eu só quero as minhas coisas. Quero voltar para casa.

– Demi, querida, você não tem casa.

A voz do meu pai me irritou. Ergui os olhos e o encarei com fúria. Toda a dor e a amargura que conseguira reprimir quando ele havia nos abandonado me consumiam agora.

– Minha casa são os túmulos da minha mãe e da minha irmã. Quero ficar perto delas. Fiquei aqui parada ouvindo vocês dizerem que a minha mãe era alguém que eu sei que não era. Ela jamais teria feito isso de que a estão acusando. Pode ficar aqui com a sua família, Abe. Tenho certeza de que ela vai amá-lo tanto quanto a sua antiga o amava. Só tente não matar ninguém desta vez – cuspi.

O arquejo audível de Georgianna foi a última coisa que escutei antes de sair da sala. Queria ir embora, mas tinha que pegar a minha bolsa e a chave do carro. Subi correndo a escada, joguei tudo o que consegui de volta na mala e a fechei com violência. Pendurei no ombro a alça da bolsa e, quando me virei para a porta, vi Joe ali parado, olhando para mim.

Ele estava pálido, com os olhos fundos. Fechei os meus. Pouco me importava que ele estivesse chateado. Deveria estar mesmo. Tinha mentido para mim.

Havia me traído.

– Você não pode me abandonar – disse ele com um sussurro rouco.

– Não só posso como vou – retruquei, fria e sem emoção.

– Demi, você não me deixou explicar. Eu ia lhe contar tudo hoje. Aí eles chegaram ontem à noite e eu entrei em pânico. Tinha que lhe contar primeiro.

– Ele deu um soco no batente da porta. – Não era para você descobrir assim.

Não assim. Meu Deus, não assim. – Ele parecia mesmo abalado.

Eu não podia me deixar afetar pela moleza que aquela expressão do seu rosto provocava no meu coração. Seria uma idiota se deixasse isso acontecer. Além do mais, a sua irmã... Nan era sua irmã. Não era de se espantar que ele a tivesse protegido desde a infância. Ela era a menina sem pai. Engoli a bile que me subia pela garganta. Meu pai era um homem horrível.

– Não posso ficar aqui. Não posso ver você. Você representa dor e traição não só em relação a mim, mas a minha mãe também. – Balancei a cabeça. – O que nós tivemos acabou. Morreu no mesmo instante em que eu desci a escada e entendi que o mundo que conheci a vida inteira era uma mentira.

Joe tirou as mãos do batente, encolheu os ombros e baixou a cabeça. Não disse nada, apenas recuou para eu poder sair. O pouco de coração que me restava intacto se estilhaçou diante daquela expressão derrotada. Mas não havia outro jeito. O que existia entre nós estava contaminado.

11 comentários:

  1. Ai que ódio desse povo entrometido ..... tinham que estragar tudo né..... agora entendo o desespero dele quando ela chegou do baile.... tadinhos.... estou com dó dos dois..... continua por favor......

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  2. Aaaaah tadinha da minha demi e do Joe tbm!!posta mais...

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  3. O bicho pegou pra valer, o Joe podia expulsar todo mundo e convencer a Demi a ficar. Vai ter segunda temporada?

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  4. Aaaaaii posta mais perfeito!

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  5. Posta mais um hoje por favor!!!!!!!!

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  6. Estou completamente viciada nesta fic! Nossa é um baita de um segredo, mas poxa o Joe não pode ser culpado! Porra Abe só fez besteira nesta vida! Coitada da Demi, será que ela vai ter um caso com Woods? Ou vai pedir abrigo pro Grant? Ou para Bethy? Eu e minhas suposições
    Posta logo, ansiosissima
    -A

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  7. Posta mais.. só isso que eu tenho a dizer.. meu psicológico ficou abalado.
    xoxo

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