24.2.15

Capitulo 8 - Amor Sem Limites

Amores, aqui está! Comentem, se tiver 6 comentarios até wu chegar da aula ppato mais um! Boa leitura! Beijos, amo vcs ♥
Bruna

~

DEMI

Nem precisei perguntar para saber o que Joe estava fazendo. Ele ia voltar com algo que

eu pudesse comer. Se não estivesse com tanta fome, tentaria impedi-lo, mas eu realmente queria mais do que pão.

– Você transformou meu irmão no seu cãozinho de estimação. É patético – sibilou Nan do outro lado da mesa.

– Chega de veneno, Nan. Demi está grávida e precisa comer. Joe está cuidando do que é dele – respondeu Dean antes de tirar uma ostra crua da concha e pô-la na boca.

– Nunca ouviu falar de métodos contraceptivos? Ou este sempre foi o seu plano, prendê-lo com um bebê?

Era muito provável que eu tivesse que passar o resto da vida lidando com esse tipo de atitude da Nan. Ficar chateada e me afastar não seria uma opção. Claro, eu não pretendia enfiar uma arma na cara dela de novo, mas não iria deixar que ela falasse assim comigo só porque era irmã de Joe.

– Entendo que você esteja magoada e com raiva, mas eu não z nada para você. Então, por favor, dê um tempo.

Dean riu. Os olhos de Nan brilharam com mais intensidade. Ah, que ótimo. Eu só havia conseguido irritá-la ainda mais.

– Escute aqui, sua vaquinha, não importa o que você pensa que tem, porque você não tem. Eu sou irmã dele. Tenho o mesmo sangue. Ele vai escolher a mim, se chegar a esse ponto. Então, não ouse me ameaçar.

Por mais que eu quisesse voltar para o quarto de Joe e me esconder, sabia que isso só pioraria as coisas. Precisava mostrar que não ia baixar a cabeça.

– Isso não é uma competição. Você é a irmã dele. Eu sou a mãe do lho dele. Ele não precisa amar apenas uma de nós, Nan. É infantil e arriscado pensar assim. Joe está aqui porque ama você e quer ajudá-la. Não dê um tapa no rosto dele me tratando dessa maneira.

Nan abriu a boca, mas a fechou em seguida. Estava com o maxilar tenso, de tanto cerrar os dentes.

– Grande Demi – falou Kiro, e a dor que passou pelo olhar de Nan me fez sentir pena dela. Eu sabia como era ter um pai que não nos quer. Mas também sabia como era ter um pai que nos adora. Ela, não.

– Nem sei por que eu tento. Ninguém aqui me aceita. Joe era tudo o que eu tinha, e agora ele se agarrou a você, que me odeia – gritou ela, levantando-se e atirando o

guardanapo na mesa. – Você pegou Joe. – Ela apontou para mim, e então voltou a atenção para Harlow e continuou: – E você, você tem o amor do meu pai. Eu não tenho nada. – Ela deu meia-volta e saiu correndo da sala.

Joe entrou na hora em que ela se afastava batendo os saltos com força no piso. Ele olhou para Kiro com raiva estampada no rosto.

– O que foi que você fez? Eu só saí por cinco minutos.

Kiro deu de ombros e apontou na minha direção.

– Não olhe para mim. Foi a sua mulher quem a fez sair correndo.

A raiva de Joe se transformou em confusão enquanto ele voltava o olhar para mim. – Demi? O que aconteceu?

Balancei a cabeça.

– Ela estava me acusando, e eu só lhe disse a verdade.

Joe soltou um suspiro e saiu atrás da irmã.

Fiquei ali sentada me perguntando se deveria sair também. Ou se deveria ficar. Meu pão estava esquecido no prato e meu estômago tinha dado um nó.

– Este jantar em família está se transformando num fracasso. Mais alguém quer sair correndo antes da salada? – perguntou Kiro alegremente. Eu não conseguia entender como ele podia fazer piada sobre o que acabara de acontecer.

Dean estendeu a mão e apertou meu braço.

– Ele vai voltar. Às vezes, Nan só precisa do Joe. Ele sabe disso.

Infelizmente, eu sabia também.

Quando o jantar terminou, Joe ainda não tinha voltado. Kiro já estava agarrando o traseiro da atendente por baixo do vestido dela. Harlow ignorava a cena e terminava seu vinho em silêncio. Dean tinha a atenção voltada para a outra atendente. Eu estava convencida de que as duas estavam no cardápio deles. A que era alvo de Dean não parava de rir e arrumar desculpas para se aproximar dele. Por sorte, ele ainda não atacara nenhuma parte do corpo dela. Eu estava mais do que pronta para me levantar e sair.

– Acho que está na hora de você e Demi irem para a cama – sugeriu Kiro a Harlow, sem olhar para ela. Estava concentrado nos peitos da atendente, ainda com a mão enfiada debaixo da saia dela.

– Concordo plenamente – respondeu Harlow, levantando-se e olhando para mim com um sorriso constranigido.

Eu me levantei e comecei a agradecer a Kiro e Dean pelo jantar, mas então vi a mão de Dean no meio das pernas da outra atendente e decidi me apressar para seguir Harlow.

– Sinto muito que você tenha testemunhado aquilo. Papai está bebendo mais agora que tem a Nan para infernizá-lo. Quando bebe, ele... hã... precisa de muitas mulheres.

Em outras palavras, ele saía pegando geral. Assenti. No entanto, qual era a desculpa de

Dean? Acho que era apenas uma lenda do rock cheia de tesão e acostumada a ter o que queria.

– Imaginei que Joe já estaria de volta a essa altura – respondi, querendo mudar de assunto.

Harlow assentiu.

– É, eu também. Estou descobrindo que Nan pode dar muito trabalho.

Dar trabalho era pouco. Eu estava pensando em algo mais na linha de “ser uma vaca”.

– Ela me odeia. Acho que preciso aceitar e aprender a viver com isso – confessei. – Só não gosto do que isso faz com Joe.

Um grito agudo e um gemido vieram da sala de jantar. Harlow fez um som de náusea.

– Argh, venha. Podemos pegar o elevador em vez da escada. Vai abafar o barulho.

– Eles estão simplesmente... transando na sala de estar? – perguntei, impressionada com a falta de privacidade e o fato de as outras pessoas da equipe do bufê poderem ouvi-los da cozinha.

– Eles transam em qualquer lugar. Acredite em mim. Você não ia querer saber o que eu vi ao longo dos anos. Acho que é o motivo pelo qual ainda sou virgem. Bom, isso e o fato de ser tímida demais.

Era um milagre que Harlow ainda fosse inocente com aquele tipo de comportamento do pai.

– Eu era virgem até conhecer Joe. Às vezes é melhor esperar até o cara certo aparecer.

Harlow sorriu e fez que sim com a cabeça.

– É. Mas também existe a chance de isso nunca acontecer. Não sou muito sociável.

Minha vida aqui é muito isolada. Sempre odiei sexo por causa do que ele fazia com meu pai. Mas nos últimos tempos venho me perguntando se talvez eu não precise apenas encará-lo sob um ponto de vista diferente. Você e Joe parecem felizes juntos.

Fiquei triste por ela. Aparentemente, Harlow havia crescido superprotegida pela avó e depois vira apenas o outro extremo, com Kiro. Ela devia estar muito desorientada em relação a isso.

– Você teve namorados na Carolina do Sul? – perguntei.

Ela deu de ombros.

– Não muitos. Minha avó não gostava que eu tivesse namorados. Ela dizia que isso só levava a sexo e que eu devia esperar até o casamento. Era o que a Bíblia dela mandava. Mas se eu não namorasse, como iria me casar? – Harlow deu uma risadinha. – Mas isso não tinha importância. Eu nunca conseguia saber o que dizer quando um cara por quem eu me sentia atraída estava por perto. Ficava tímida e sem jeito. Muito constrangedor. Acho que estou melhorando com a idade.

Harlow tinha uma beleza clássica. Era elegante e perfeita. Era difícil acreditar que não tivesse saído com um monte de caras.

– Vou para o meu quarto. Tenho um livro para terminar. Descobri autores indies no meu Kindle e estou meio viciada.

– Indies? – perguntei.

Harlow fez que sim com a cabeça.

– E-books publicados pelos próprios autores. Encontrei alguns diamantes brutos.

Talvez eu devesse comprar um Kindle.

– Boa leitura! – desejei-lhe e segui para o quarto de Joe.

JOE

Nan estava um caos e em lágrimas. Por mais que fosse egoísta, fiquei arrasado por ela.

Ainda era minha irmãzinha e fora maltratada. Pelo pai e pela mãe. Durante toda a minha vida, eu tentara ser a pessoa com quem ela pudesse contar, mas não tinha sido o suficiente.

Ela precisava se sentir amada e aceita por pelo menos um dos pais terríveis que tinha.

– Ela me odeia. – Nan fungava e soluçava. – Ela me fez de boba bem ali, na frente do Kiro. Nem se importou com o fato de eu estar tentando encontrar uma forma de fazer com que ele me aceite.

Eu tinha certeza de que Nan levara Demi a dizer as coisas que tinha dito, mas não z essa observação. Só agora, depois de uma hora, eu estava conseguindo fazer Nan se acalmar o bastante para conversar comigo. Ela precisava de alguém naquele momento, e eu tinha certeza de que era a única pessoa no planeta que se importava com seus problemas.

– Eu sei que você a ama, mas ela é má. Ela é fria e má. Você se lembra de quando ela apontou aquela arma para mim. – Nan fungou e limpou o rosto encharcado de lágrimas.

– Aquilo foi um pouco diferente. Mamãe e Abe haviam acabado de tirar o chão de debaixo dos pés dela. Ela estava perturbada e você a provocou.

Nan soltou uma risada irônica.

– Você sempre vai ficar do lado dela. Mesmo que ela tire sarro de mim e da minha necessidade de ter um pai que me queira bem ali, na frente de todo mundo. Na frente da Harlow. Do Dean. Do Kiro. Ela não se importa com os meus sentimentos.

Demi estava grávida e com mais dificuldade de controlar suas emoções. No entanto, eu precisava pedir que ela casse calada perto de Nan. Quanto antes eu conseguisse fazer minha irmã e Kiro se entenderem, antes poderíamos ir embora. Eu não gostava de ter que ficar fazendo malabarismos para agradar as duas. Era demais.

– Ela não deveria ter dito o que disse. Embora você também não devesse ter dito nada para ela.

– Eu só estava lembrando a ela que você também me ama. Ela olhava para mim com tanto ódio.

Demi tinha muitos motivos para odiar Nan. Eu sabia disso. Só desejava que ela conseguisse deixar tudo para trás. Quando ela insistiu em que viéssemos a Los Angeles, eu pensei que fosse sua forma de perdoar Nan. Parecia que eu estava enganado.

– Vou resolver as coisas com Demi. Isso não vai voltar a acontecer. Mas você precisa encontrar maneiras de pôr essa amargura de lado, Nan. Não vou conseguir ajudá-la se você

continuar a agir dessa forma na frente de Kiro. Ele está acostumado a lidar com Harlow. Com você, não. Harlow é quieta e fica na dela. É só para isso que Kiro está preparado, e tenho certeza de que ela descobriu isso rápido, ainda criança. Você precisa perceber que Kiro não vai aceitá-la do jeito que você é. Ele é uma lenda do rock, é mimado e egoísta. As pessoas o idolatram e ele adora isso.

– Eu odeio a minha vida. Eu... eu acho que às vezes seria mais fácil para todo mundo se eu simplesmente desse um fim a ela.

Senti uma dor no peito e a abracei.

– Você não pode fazer isso porque eu amo você. Eu quero você por perto. Você precisa de uma chance para encontrar a felicidade, Nan. Não faça isso. E nunca mais, NUNCA mesmo, diga uma coisa dessas.

Ela assentiu encostada em meu peito e começou a chorar baixinho. Imaginei se a mágoa de minha irmã algum dia teria cura.

Só voltei para a casa horas depois. Nan ficou no hotel. Ela se recusava a ficar ali com Kiro e Harlow. Mandei duas mensagens de texto para Demi e não recebi resposta. Fiquei preocupado, mas repetia a mim mesmo que ela estava apenas dormindo.

Subi correndo para nosso quarto e, ao abrir a porta, encontrei-a dormindo enroscada em cima da cama. Ainda estava de vestido e parecia sentir frio. Fui até ela e comecei a tirar sua roupa com todo o cuidado. Não queria acordá-la, mas também não a queria dormindo de forma desconfortável.

Depois de despi-la, pus as cobertas por cima dela. Não conseguia acreditar que ela tivesse dito algo para magoar Nan. Mas minha irmã havia sido enfática ao armar que Demi a atacara. Deviam ser os hormônios da gravidez. Dei um beijo na testa dela, me levantei e fui tomar uma ducha. Não fazia nem um dia que tínhamos chegado, e eu já estava estressado e pronto para ir embora.

Bateram à porta assim que minha cabeça encostou no travesseiro. Ou pelo menos foi a impressão que tive. Demi se revirou em meus braços, e eu notei o sol entrando pelas janelas.

Talvez eu tivesse dormido um pouco.

– Quem é? – perguntou-me Demi com a voz rouca de sono.

Eu não tinha a resposta, mas não a queria sendo despertada daquele jeito. Sabia que havia ficado acordada até tarde esperando por mim.

– Não sei. Fique aqui – respondi, beijando-lhe a testa antes de sair da cama e vestir uma calça jeans.

Abri a porta do quarto e encontrei meu pai com cara de ressaca e furioso.

– Precisa desarmar uma bomba. O que quer que tenha dito a Nan na noite passada não ajudou. Ela está a caminho – rosnou Dean.

Era um passo na direção certa. Ela precisava de uma oportunidade para se acostumar

com Kiro. Seria bom para os dois.

– Então minha conversa ajudou. Está na hora de Kiro aceitá-la e recuperar o tempo perdido.
Dean soltou uma risada sem humor.

– Isso não vai acontecer, Joe. Se foi isso que disse a ela, só falou o que ela queria ouvir.

O Kiro é o Kiro. Porra, ele não é nenhuma figura paterna, e é isso que ela quer.

Talvez. Mas eu precisava pelo menos ajudá-la a tentar.

– Só desça para ajudar antes que tudo vire um inferno – pediu Dean, então se virou e saiu.

Fechei a porta e me virei para Demi. Ela estava sentada na cama com os cabelos desalinhados e o lençol puxado até o peito. O que eu queria mesmo era entrar na cama de novo com ela e me esquecer de toda aquela confusão de Nan.

– Desculpe – disse a ela, voltando para a cama.

Ela franziu a testa.

– A que horas você chegou ontem à noite?

– Tarde. Nan deu trabalho.

Demi assentiu rigidamente, então baixou o olhar. Sentei ao seu lado, pus um dedo sob seu queixo e levantei sua cabeça para que olhasse para mim.

– Ei, o que houve?

Ela soltou um suspiro cansado.

– Você podia ter me ligado. Fiquei esperando. Adormeci preocupada com você.

– Eu liguei – garanti a ela. – Você não atendeu.

Demi pegou o telefone e olhou para a tela.

– Você me ligou depois das onze. Eu já havia caído no sono. Você poderia ter me ligado antes.

Demi tinha razão. Eu deveria ter ligado. Malditos Nan e Kiro. Nunca mais a deixaria em segundo plano. Eu havia jurado que ela viria sempre primeiro – e fora sincero. Ainda assim, na noite passada eu a decepcionara.

6 comentários: