Amoressss, como vao? Eu vou bem! Me desculpem por n ter postado ainda, dps q cheguei da aula sexta, eu sai e vcs tem visto o jornal? Enchentes no ABC Paulista? Ent, eu moro no B do ABC jajdidkd ta chovendo mt aqui e eu n sofro cm as enchentes diretamente pq moro numa parte alta, mas qd saio, sofro p chegar em casa! Por isso q demorei... sem contar a falta de energia q eh frequente................ enfim, comentem! Amanha vejo se faço uma maratona, ok? Beijos, amo vcs!
Bruna
~
DEMI
–Tem, mas eu não sei que horas meu pai volta.
Não podemos simplesmente entrar lá – respondi, sem conseguir
deixar de rir.
– Minha doce Demi, se eu não entrar em você
logo, muito mais gente além do seu pai vai ficar sabendo que estamos
transando. Aquela mesinha da cozinha está me parecendo bem boa no
momento.
Estremeci de expectativa quando ele me puxou para
o quarto.
– Só uma cama – disse ele ao olhar para o
quartinho. – É isso aí.
Subi engatinhando na cama desfeita e ele me
seguiu, mas primeiro se virou para trancar a porta de correr. As
sacanagens que ele dissera e o meu estado de tesão constante me
deixaram tão excitada que não ia ser preciso muito tempo para me
fazer gozar. Eu estava tremendo de tanto que queria ser tocada por
ele.
– Tire – disse ele, olhando para meu vestido.
Puxei o vestido por cima da cabeça e o joguei no
colchão. Não havia colocado sutiã, mas estava de calcinha. Seus
olhos se acenderam de tesão quando ele olhou para meus seios.
Adorava saber que a gravidez não diminuía o desejo dele por mim. Na
verdade, ele parecia ainda mais atraído.
Joe tirou a camisa e ficou de joelhos na minha
frente. Segurou meus seios em suas mãos grandes e provocou meus
mamilos, fazendo-me gemer e me esfregar ainda mais nele.
Desceu as mãos até a barriga, acariciando-a
gentilmente.
– Minha – disse apenas, com admiração e
reverência na voz.
Então, deslizou uma das mãos para o meio das
minhas pernas e para dentro da calcinha. Descobriu exatamente quanto
eu estava excitada.
– Humm, minha doce Demi me quer aí. Gosto
disso. Gosto disso pra caralho – gemeu ele, deitando-me de costas
no colchão antes de arrancar minha calcinha. Passou o polegar pela
sola dos meus pés, então agarrou meus tornozelos e os puxou acima
dos ombros dele.
– Joe. – Tentei impedir que começasse a me
lamber só porque queria outra parte dele dentro de mim. Mas sua
língua estremeceu em meio às minhas dobras e lambeu até meu
clitóris, fazendo qualquer pensamento racional desaparecer. Agarrei
os lençóis e, me contorcendo de prazer, gritei o nome dele. Já não
importava quem fosse me ouvir. O piercing em sua língua provocava
meu clitóris incansavelmente enquanto ele ia e vinha pelo meu sexo
inchado.
– Tão doce – murmurou ele sem me soltar, e eu
desmoronei. Meu corpo estremeceu, e
eu tive certeza de ter gritado seu nome alto o
bastante para os vizinhos escutarem. Quando consegui abrir os olhos
de novo, ele estava nu e se erguendo entre minhas pernas.
Ergui o quadril ao encontro do pau dele e adorei
ver a expressão de prazer em seu rosto quando foi a vez dele de
sussurrar meu nome.
Joe segurou minha cintura e me puxou de encontro a
suas investidas. Ele entrava e saía de mim num ritmo constante.
Senti o prazer aumentando e fiquei louca para explodir de novo.
Comecei a levantar o quadril mais alto enquanto agarrava seus braços
para me içar mais rápido.
Joe parou e me fez recostar na cama,
movimentando-se mais devagar sobre mim. Sua boca cobriu a minha, e
ele começou a me beijar como se tivesse todo o tempo do mundo,
quando, na realidade, eu estava a poucas estocadas de mais um
orgasmo. Ele percorreu minha língua com a dele, brincando com ela e
depois lambendo meus lábios antes de me dar beijos castos nos cantos
da boca e sugar meu lábio superior.
– Não me deixe de novo – pediu. – Não
posso perder você.
Ele moveu o quadril e mergulhou fundo em mim mais
uma vez enquanto gemia. Eu enlouqueci, me agarrei a ele e prometi
qualquer coisa que ele quisesse. O grito que ele deu ao gozar me fez
ter outro orgasmo.
Quando finalmente consegui respirar, Joe estava me
acomodando em seus braços e aninhando a cabeça no meu pescoço. Seu
hálito quente me provocava e me tranquilizava ao mesmo tempo.
– Eu amo você. Amo pra caralho – disse ele
com a voz rouca.
– Também amo você. Amo pra caralho –
respondi, com um sorriso feliz.
Ele riu, mas não olhou para mim. Manteve o rosto
enterrado no meu pescoço.
– Quero você de novo. Desculpe – disse ele.
Confusa, franzi a testa e me afastei um pouco para
ver o rosto dele.
– Está se desculpando por quê?
– Porque talvez eu esteja insaciável esta
noite. Foram 24 horas muito longas.
– Quer dizer que você quer mais agora? –
perguntei.
Joe deslizou as mãos para o meio das minhas
pernas.
– É, gata, eu quero.
Joe estava dormindo quando ouvi meu pai entrar no
barco. Fiquei grata por ele não ter testemunhado o que acontecera.
Joe caíra no sono de cansaço. Mas antes me deixara completamente
satisfeita. Lutei contra o sono porque queria esperar meu pai. Peguei
minha roupa, me desvencilhei dos braços de Joe e me vesti. Precisava
dizer a meu pai que Joe estava ali. Como não havia lhe contado muita
coisa, ele precisava de uma explicação.
Destranquei a porta e olhei para Joe, que ainda
dormia tranquilamente. Saí do quarto e subi a escada na ponta dos
pés. Meu pai estava sentado à mesa da cozinha, servindo-se de um
copo de leite. Olhou para mim e sorriu.
– Não queria acordá-la – disse ele.
– Tudo bem. Eu já estava acordada – respondi.
Acenei com a cabeça para a frente do barco, do lado de fora, onde
nossas vozes não seriam tão facilmente ouvidas no andar de baixo. –
Podemos conversar?
Papai olhou na direção da escada, franziu a
testa e então fez que sim com a cabeça e se levantou para voltar
para o lado de fora da cabine.
Fechei a porta para abafar nossa conversa e então
me virei para meu pai.
– Joe chegou – expliquei. – Ele está
dormindo.
Pela expressão no rosto dele, vi que havia
compreendido. Ele assentiu.
– Ótimo. Que bom que o garoto foi esperto o
bastante para vir buscá-la.
Papai gostava de Joe. Tinha sido por causa dele
que nos conhecemos, para início de conversa. Ter a aprovação dele
me deixava feliz. Isso tornava as coisas muito mais fáceis. Eu
queria manter um relacionamento com meu pai e, por muito tempo, Joe
não tinha sido fã dele.
– Foi por causa da família dele que eu vim
embora. De Nan, principalmente. Ela é... demais, às vezes.
– Ela é um pesadelo. Ela não é minha lha,
pode ser direta ao falar dela. Passei tempo suficiente com ela para
saber que precisa de muita atenção de um pai.
Concordei com a cabeça e me sentei no banco
localizado na lateral do barco, enfiando as pernas embaixo do corpo.
– Não quero odiá-la, porque Joe a ama. Mas é
difícil. Ela está decidida a tirá-lo de mim. Às vezes acho que
ela pode conseguir.
Meu pai sentou numa cadeira dobrável desbotada
que um dia tivera as cores do arco-íris.
– O garoto ama você mais. Sempre vai amar.
Qualquer um vê isso, ursinha. Você só precisa aprender a não
deixar Nan intimidá-la.
– Estou tentando. Mas aí, quando ela precisa,
ele está lá. Muitas vezes quando eu preciso dele também. Ela
sempre ganha. Eu sei que parece bobeira e que estou sendo egoísta,
mas preciso que ele me escolha. Preciso que ele escolha a mim e ao
nosso lho em vez de todo o resto. Eu não... não sei se ele algum
dia vai fazer isso. – Dizer isso em voz alta me deixou com um nó
na garganta. É difícil admitir nosso pior medo. Mas eu precisava
que alguém me escutasse.
– Você merece ser a número um. Você passou
por muita coisa, por culpa minha. Está na hora de um homem fazê-la
se sentir a pessoa mais importante do mundo dele. Não é egoísmo. É
normal. Aquela irmã mimada dele usa o fato de não ter tido pai como
desculpa para ser uma vaca e infernizar todo mundo. Você teve mais
problemas do que ela, perdeu a irmã, o pai e a mãe. Sofreu mais do
que aquela garota jamais poderia sequer imaginar, mas, ainda assim,
você sabe amar. Você sabe perdoar e é forte. Você será uma mãe
maravilhosa e uma esposa incrível.
Meu pai soltou um longo suspiro.
– Joe viu Nan como lha dele a vida toda. Ele a
criou. Ela é adulta agora, e está na hora de ele deixá-la se
virar. Ele está tentando descobrir como fazer isso, e acho que vai
conseguir. Joe ama você. Eu sei que ama. Qualquer um pode ver isso
no rosto dele.
Eu torcia para que ele tivesse razão.
– Eu o amo tanto que tenho medo de que continue
a perdoá-lo, mesmo que ele sempre a escolha.
Papai concordou com a cabeça e se inclinou para a
frente para apoiar os cotovelos nos joelhos.
– Se isso acontecer, acho que vou ter que ir a
Rosemary dar uma surra no garoto. É só me ligar. Vou estar sempre
do seu lado.
Sorri diante da expressão sincera no rosto dele
ao ameaçar bater em Joe por mim. Era esse o homem que eu crescera
amando. O homem que ameaçara Cain com seu rie de caça em nosso
primeiro encontro. Fui até ele e passei os braços ao redor do seu
pescoço.
– Eu amo você – sussurrei.
– Amo você também, minha ursinha Demi.
Uma tosse alta me assustou, e eu olhei para trás
e vi o cara de mais cedo, outra vez parado no convés de seu barco,
nos observando. Ele estava começando a me assustar. Pelo menos desta
vez estava usando uma camisa, ainda que desabotoada.
– Boa noite, Capitão – falou meu pai, e o
cara levantou a cerveja para cumprimentá-lo.
– Boa noite – respondeu ele. Mas não saiu. Só
ficou ali parado.
– Esta é Demi, minha filha.
– Nós nos conhecemos mais cedo – disse ele e
piscou para mim de novo. Meu desconforto foi imediato. Joe não ia
gostar que ele fizesse isso. Talvez não fosse boa ideia eu passar
alguns dias ali. Eu estava grávida. Será que ele não via? Por que
flertaria com uma grávida?
– Ah, bem, que bom. Que bom que vocês se
conheceram. – Meu pai pareceu nervoso. Alguma coisa estava errada.
Será que o cara era perigoso?
A porta da cabine se abriu e um Joe sonolento e
amarfanhado surgiu no convés. Desta vez, estava sem camisa e com a
calça jeans desabotoada. Duvidava que sequer tivesse vestido uma
cueca. Parecia ter acabado de acordar e perceber que eu não estava,
então vestira a calça correndo e saíra atrás de mim. Olhou para
mim, para o Capitão e para mim de novo. A expressão furiosa no
rosto dele me surpreendeu. Ele não tinha visto o sujeito piscar para
mim, tinha?
– Oi, Abe – disse ele com a voz arrastada,
vindo até mim e puxando-me na sua direção. Sim, definitivamente
ele estava reclamando sua propriedade. Por que ele se sentia
ameaçado? Não sabia que eu era louca por ele?
– Oi, Joe. Fiquei muito feliz por reencontrar a
Demi, mas gostei de ver que você foi inteligente o bastante para vir
buscá-la – respondeu Abe. O tom de advertência em sua voz foi
muito claro. Ele estava informando a Joe que não gostava que eu me
sentisse em
segundo plano.
Joe concordou com a cabeça e deu um beijo na
minha testa.
– Não vai acontecer de novo – garantiu ele ao
meu pai.
Meu pai fez que sim com a cabeça.
– Que bom. Da próxima vez, não vou ser tão
compreensivo – alertou ele.
– Recém-casados? – perguntou Capitão, ainda
parado nos observando.
Os músculos de Joe ficaram tensos, e me aproximei
para acalmá-lo. Ele queria estar casado. Ficou incomodado por outro
cara questionar nosso relacionamento.
– Eles estão noivos – explicou meu pai.
Capitão apontou a cerveja na minha direção,
como se estivesse indicando minha barriga.
– Você inverteu um pouco a ordem das coisas,
não? – O tom de acusação na voz dele fez Joe se mover antes que
eu conseguisse impedi-lo. De repente ele estava atravessando o barco.
Estendi a mão e agarrei seu braço no instante em que ele pôs o pé
no degrau de fora.
– Muito bem, pode parar – disse meu pai num
tom autoritário que eu não estava acostumada a vê-lo usar. – Eu
ia esperar e explicar a Demi sem a merda de uma plateia, mas parece
que preciso fazer isso agora, já que você irritou Joe. – Ele
olhava irritado para Capitão.
Do que meu pai estava falando? Que tipo de
explicação?
Joe parou de se mexer e olhou furioso para o meu
pai.
– Ninguém fala com a Demi assim. Estou me
lixando para quem ele seja.
– Eu não estava falando com a Demi. Estava
falando com você – disse Capitão, de um jeito arrastado e
entediado, e tomou mais um gole da cerveja.
Peguei o braço de Joe com as duas mãos e o
segurei com força.
– Já chega, garoto – disparou meu pai para
Capitão. Pensei em argumentar que ele não era um garoto, mas um
homem capaz de machucar meu pai sem esforço. Preferia que ele
mantivesse uma relação amistosa com os vizinhos.
Capitão levantou as duas mãos e deu de ombros.
– Tudo bem – respondeu ele. Fiquei chocada ao
vê-lo recuar tão facilmente.
Papai suspirou e olhou de novo para mim.
– Talvez você queira voltar a se sentar –
disse ele.
Eu não tinha certeza se queria ouvir o que ele
tinha para me dizer. Por que eu precisava me sentar? Joe se sentou,
me puxou para seu colo e passou os braços ao redor da minha cintura.
Meu pai olhou para Capitão e franziu a testa.
Qualquer que fosse o assunto a seguir, ele não queria me contar.
Isso me deixou nervosa.
– Quando eu tinha 16 anos, engravidei minha
namorada de escola – começou ele, e agarrei com força os braços
de Joe. – Becca Lynn não estava pronta para ser mãe, e eu com
certeza não estava pronto para ser pai. Nós concordamos em dar o
bebê para adoção. Os pais de Becca Lynn trataram de encontrar pais
adequados para a criança, e assim foi. Não ficamos
juntos. Terminamos por conta do impacto da
gravidez e do que havia acontecido. Depois da formatura, ela foi para
a faculdade na costa oeste e eu fui para a Georgia. Nunca mais a vi –
disse meu pai.
Ele deu um suspiro e me analisou por um instante
antes de prosseguir. Os braços de Joe haviam me apertado um pouco
mais, e eu estava me segurando nele. Ainda não tinha certeza de como
a história terminava, mas fazia ideia.
– Depois que você e Valerie nasceram, eu
percebi quanto eram preciosas. Eu amava tanto vocês duas que desabei
uma noite e contei à sua mãe sobre o bebê que tivera com Becca
Lynn e fora dado para adoção oito anos antes. Pela primeira vez,
fiquei triste com a perda daquele lho, que eu achava que não
quisesse. Sua mãe tomou para si a tarefa de encontrá-lo. Ela
procurou durante anos. Todas as pistas sempre levavam a nada. Eu
acabei desistindo. Ela nunca desistiu. – Papai deu uma risada
triste. – Então, no ano passado, o investigador que a sua mãe
havia contratado entrou em contato comigo, porque tinha descoberto
uma pista. Eu não esperava por isso. Não sabia o que fazer com
aquela informação. O garoto já era adulto. Eu tinha certeza de que
não fazia mais sentido. Então recebi outra ligação. Meu filho
queria me conhecer.
Girei o tronco para olhar Capitão. Ele estava
encostado em seu barco olhando para a água, mas ouvindo. Estava com
o corpo tenso, esperando. Ele era... Eu tinha um irmão?
– Então tudo aquilo aconteceu, e eu admiti meus
erros. Precisava recomeçar. Tentar agir direito no que me restava de
vida, porque tudo o que eu havia feito até então era ferrar com
tudo. As únicas coisas boas na minha vida tinham sido amar sua mãe
e ter sido abençoado com você e Valerie. Então, liguei para meu
lho e vim conhecê-lo. – Ele fez uma pausa e acenou com a cabeça
na direção de Capitão. – River Joshua Kipling, também conhecido
como Capitão, é seu irmão.
– Caralho – sussurrou Joe, e fiquei com
vontade de dizer a mesma coisa. Será que os segredos do meu pai
nunca acabavam?
– Capitão foi o último presente de sua mãe
para mim. Se ela não tivesse sido tão determinada em encontrá-lo,
eu nunca o teria conhecido.
Meu pai não estava tão sozinho quanto eu
imaginava. Mas essa história não me deixava chateada nem magoada.
Eu estava... feliz. Estava aliviada. Ele tinha muito o que consertar
na vida. Eu sabia que, ao tentar criar laços com o lho, ele estava
tentando reparar o erro de não tê-lo assumido. Meu bebê chutou
contra as mãos do pai. Não conseguiria me imaginar dando-o para
adoção. Nunca chegando a conhecê-lo ou abraçá-lo. Devia ser como
perder parte de si mesmo. Meu pai não tinha sido um homem completo
desde os 16 anos. Desde que abrira mão de parte de si. Meu coração
se partiu de pena dele. Afastei-me dos braços de Joe e fui até meu
pai.
Passei os dois braços pelo tronco dele e o
abracei. Ainda não sabia como traduzir em palavras quanto estava
feliz por ele. E “feliz” talvez nem fosse o termo certo. Eu
estava mais do que feliz. Eu estava grata. Estava na hora de ele se
curar. Isso fazia parte do processo.
– Isso incomoda você, ursinha Demi? –
perguntou ele, prendendo-me num abraço.
– Estou feliz que você o tenha encontrado –
respondi sinceramente. Por ora, era tudo o que conseguia dizer.
– Obrigado. – Sua voz estava tomada de emoção.
– E eu estou muito feliz por não precisar dar
uma surra em você por ficar olhando para a minha mulher – ouvi Joe
dizer e sorri encostada no peito do meu pai.
JOE
Ficamos por mais cinco dias para que Demi pudesse
conhecer um pouco o irmão. Foi muito mais fácil tolerar Capitão
depois que eu soube que ele não estava olhando para Demi com
intenções sexuais. Ele só estava curioso em relação à irmã.
Compreendi isso. Mas também fiquei feliz ao fazer as malas e voltar
para casa. Faltavam apenas três semanas para o Natal, e eu queria
passá-lo em Rosemary com Demi. Na nossa casa. E também queria dar
meu sobrenome a ela e bater no peito de orgulho feito um maluco.
Demi fora direto para a cama quando chegamos a
Rosemary. Sorriu alegremente quando entramos em casa e então olhou
para mim e disse que, a menos que eu quisesse ficar só abraçadinho,
era para deixá-la sozinha no quarto para tirar uma soneca. Como eu
tinha quase certeza de que não conseguiria ficar apenas abraçado,
permaneci no andar de baixo aproveitando o fato de estar em casa.
Peguei um refrigerante na geladeira e fui sentar
no deque e inspirar o ar do golfo. Sentira falta dali. Ainda não
estava devidamente instalado quando ouvi a porta atrás de mim se
abrir.
Grant surgiu fazendo um aceno de cabeça e sentou
ao meu lado. Não conversávamos desde antes do jantar de Ação de
Graças, quando eu ligara para falar com ele sobre Nan. Eu havia
andado ocupado desde então, e tinha certeza de que ele estava me
evitando. Pelo visto, a rede de notícias de Rosemary estava
funcionando, porque fazia menos de trinta minutos que havíamos
chegado, e ele já estava ali. Eu sequer imaginava que Grant
estivesse na cidade. Normalmente, ele passava os invernos esquiando.
Pelo que eu sabia, ele iria para Vail.
– Como ela está? – Foram as primeiras
palavras que ele disse.
Ele não estava perguntando de Demi. Percebi pelo
tom triste que era de Nan que ele estava falando.
– Muito ferrada. Você sabe disso.
Grant soltou um suspiro e cruzou os tornozelos.
– É, eu sei. Mas liguei para ela ontem à noite
porque estava bêbado, fraco e numa crise de burrice. Sua mãe
atendeu. Disse que Nan está em tratamento.
– Ela tentou se matar com remédios. Eu a
encontrei e a levei para o hospital a tempo. Ela ficou bem na parte
física, mas não na emocional. Kiro é um merda de pai. Harlow sabe
disso, mas Nan nunca vai aceitar a situação como Harlow aceitou.
– Quem é Harlow? – perguntou Grant, e me dei
conta de que havia partes da minha
história de que nem ele conhecia. Eu havia
mantido minha vida em Rosemary separada da minha vida com meu pai.
– A outra lha de Kiro. Dela ele cuidou. Bom, ou
pelo menos deixou com a avó que a amava, longe daquele mundo dele.
Harlow era o brinquedinho bonito que ele pegava de vez em quando e
depois devolvia para a avó quando cansava de ser pai. Funcionou
porque Harlow é tranquila, educada e fica na dela, fora do caminho.
Nan não é nada disso. Então, ela não serve.
Grant soltou um suspiro.
– Caramba.
“Caramba” era pouco.
Ficamos sentados em silêncio por um tempo,
olhando para o mar. Eu não sabia quanto ele havia se envolvido com
Nan, mas esperava que conseguisse se afastar. Ela não era estável.
Jamais seria. Não faria Grant feliz.
– Vocês vão se casar logo? – perguntou
Grant, afinal.
Sorrindo, pensei em Demi no quarto, enroscada na
minha cama... na nossa cama.
– Vamos. Quando ela acordar, vou dizer que ela
tem uma semana para planejar o casamento. Não posso esperar mais. Já
esperei demais.
Grant deu uma risada.
– Eu sou o padrinho, certo?
– É claro. Infelizmente, acho que você vai
acabar entrando com a Bethy, então prepare-se para Jace ficar na sua
cola. Não tenho dúvida de que Demi vá escolher Bethy. A
alternativa seria Jimmy, mas duvido que você o queira apertando sua
bunda.
– Eu me viro com Bethy e Jace – respondeu
Grant, num tom divertido. – Mas Jimmy vai mesmo entrar junto com as
amigas da noiva?
Sorri e assenti com a cabeça.
– Vai. Ela o convidou quando começamos a
planejar o casamento.
Eu havia deixado passagens de avião com Abe e
Capitão antes de partir. Demi queria o pai aqui e, depois de vê-la
aproximando-se de Capitão, percebi que iria querer o irmão também.
Os dois concordaram em vir em uma semana. Mas Demi ainda não sabia
disso. Eu não estava com ânimo de discutir, caso ela tivesse um
motivo para adiar a cerimônia.
– Nan vem ao casamento? – perguntou Grant.
Eu nunca havia imaginado que iria me casar sem a
presença de minha mãe e minha irmã. No entanto, não queria que
nada estragasse as lembranças do nosso casamento para Demi, e sabia
que elas dariam um jeito de fazer justamente isso. Eu não poderia
permitir.
– Não. Ela não pode vir. Ainda odeia Demi –
respondi.
Grant fez que sim com a cabeça e seus ombros
relaxaram. Ele não queria vê-la. Isso era óbvio. Eu não podia
culpá-lo.
– Sabia que o idiota do Woods vai se casar com
aquela garota de Nova York porque os pais querem? Ele ainda não está
noivo, mas vai ficar em breve. Ele admitiu para mim outro
dia, tomando tequila, que precisava se casar com
ela se quisesse ficar com o clube. O pai está pegando pesado. Woods
vai ser muito infeliz com aquela mulher toda rígida.
Fiquei chateado pelo Woods. Sabia como era estar
ansioso para se casar e passar o resto da vida com a mulher amada.
Todo mundo deveria experimentar essa sensação. Não era certo
começar um casamento com arrependimento e amargura.
– É escolha dele, eu imagino. Ele poderia dizer
não.
– E fugir, como Tripp? Não é um plano muito
bom também – respondeu Grant.
Tripp era alguns anos mais velho do que nosso
grupo. Era primo de Jace, e todos nós gostávamos dele. Os pais o
pressionaram para que organizasse a própria vida de acordo com os
planos deles, e ele se mandou. Deixou milhões de dólares para trás
e fugiu. Foi imortalizado por nosso olhar de adolescentes porque teve
coragem de tocar o foda-se e ir embora. Agora que estávamos mais
velhos, compreendíamos melhor o sacrifício que ele havia feito. Eu
só esperava que ele fosse feliz.
– É melhor do que se casar com uma vaca mimada
– falei.
– É verdade. – Grant fez uma pausa e tomou um
gole do meu refrigerante. O cretino sabia que eu não ia mais beber
depois disso. – Como está o seu pai?
– Do mesmo jeito. Bebendo e fumando demais.
Transando com mulheres da minha idade que ele nem conhece. Você sabe
como é.
Grant sorriu.
– Sei. Mas que vidão, hein!
Aquilo não era vida, mas, como sabia que Grant
não iria concordar comigo, fiquei quieto.
Ele nunca tivera alguém como Demi, então não
fazia ideia de quanto a vida do meu pai era vazia. Ele devia ser
muito solitário.
– Todo mundo sabe que vocês estão de volta à
cidade. Estão a fim de companhia esta noite?
Não. Eu queria Demi só para mim. Passamos cinco
dias dividindo um barco com o pai dela. Tempo de mais.
– Hoje, não. Demi precisa descansar.
– Ou você quer ficar só com ela? Seja sincero,
cara.
– É, eu quero ficar só com ela – respondi
com um sorriso.