29.9.14

Losing It - Capitulo 17

 
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NA HORA em que eu preenchi a papelada necessária, e tinha Hamlet alojada dentro de um transportador de gato de papelão barato, quase trinta minutos se passaram desde que Cade saiu em direção ao meu carro. De pé no estacionamento, eu não podia encontrá-lo em nenhum lugar.

 Eu puxei meu celular, nenhuma mensagem.

 Eu olhei nos pára-brisas, nenhum recado.

 Eu liguei para o seu telefone, sem resposta.

 Eu liguei para o seu telefone novamente, direto na caixa postal.

 Ao som do bipe, eu estava chorando.

 — Cade, eu sinto muito. Eu sinto muito. Eu não sei como fazer isso melhorar. Eu só quero que nós sejamos como nós sempre fomos. Deus, isso é estúpido. Eu sei que nós não podemos. Eu sei que as coisas não podem ser como elas eram antes, mas... eu não sei. Deixa pra lá. Só... deixe-me saber que você está bem. Você não está no meu carro, e eu não sei como você foi para casa, se você foi para casa. Apenas me ligue. Por favor. Vamos conversar sobre isso.

 Alguns minutos mais tarde, eu estava sentada ao lado do meu carro no cascalho, meu jeans manchado com poeira, eu recebi uma mensagem.

Eu estou bem.

Eu tentei ligar de volta, direto na caixa postal de novo.

 E por mais forte que eu tentasse me sentir de outra forma, mais forte que eu tentasse ter esperanças que nós superaríamos isso... eu já sentia. Eu sentia se esgotando.

 Talvez fosse a mágoa. Talvez eu finalmente tivesse enlouquecido. Talvez eu só não tivesse mais nenhum lugar para ir. Mas quando eu voltei para meu condomínio, eu não fui para meu apartamento.

 Com Hamlet nas mãos, eu fui para o de Joe.

 Eu não sei como eu me aparentava quando ele abriu a porta. Eu realmente não quero saber. Mas ele abriu a porta amplamente quase que instantaneamente, gesticulando para eu entrar sem fazer perguntas.

 Eu nunca estive no seu apartamento. Eu deveria ter assimilado tudo e pedido para que ele me mostrasse os arredores. Eu deveria ter dito algo, mas a única coisa na ponta da minha língua foi um soluço, e precisou de toda a minha energia, e toda a minha concentração para segurá-lo no lado de dentro.

 Mas até mesmo isso não foi o suficiente quando seus dedos inclinaram meu queixo para cima. Ele falou meu nome, e eu vi o olhar preocupado naqueles olhos. As lágrimas fluíram de mim como uma xícara transbordando, e eu não pude controlar, não pude respirar direito, não pude explicar.

 Ele tirou a caixa de Hamlet das minhas mãos e envolveu um braço no meu ombro. Ele me conduziu descendo um corredor quase idêntico ao meu, para dentro de uma sala de estar que era vastamente diferente. Estava cheia com livros, alguns em prateleiras, alguns em pilhas no chão. A mobília era simples, levemente moderna, mas não tão moderna que eu hesitaria em me afundar no acolchoado sofá preto, apanhando um travesseiro branco para abraçar no meu peito. Depois Joe estava ao meu lado, arrancando o suave travesseiro das minhas mãos, e substituindo o conforto com ele próprio. Ele me puxou para o seu colo, me embalando como uma criança, enxugado minhas lágrimas, colocando meu cabelo para trás, esfregando minhas costas.

 — Ele me odeia —, eu finalmente consegui. Ele não tinha perguntado, mas sua preocupação arrancou isso de mim de qualquer jeito, arrancando as palavras direto da minha boca.

 — Quem, amor?

 Rápidas, curtas respiradas se arremessaram dos meus lábios, pequenos gemidos que eu parecia não poder controlar.

 — C-Cade.

  — Cade nunca odiaria você —, ele disse.

 — Ele odeia. Ele partiu. Ele não vai sequer falar comigo. — Eu me dissolvi em outro ataque de lágrimas, e ele apenas me puxou mais perto, enfiando minha cabeça debaixo do seu queixo, contra seu peito.

 Ele me deixou chorar, murmurando coisas todo o tempo.

Você irá ficar bem, amor. As coisas irão se resolver. Acalme-se. Respire, Demi. Eu estou aqui. Ficará tudo bem. O que quer que seja nós vamos resolver. Está tudo bem, amor.

Ele deve ter sussurrado milhares de variações. Mas ele nunca parou de tentar, sem importar o quanto eu não o estivesse ouvindo. Quando eu terminei de chorar, eu estava tão cansada para fazer qualquer outra coisa.

Eu fiquei mole contra ele, não fazendo nada além de inspirar e expirar. E ele me segurou firme. Finalmente, um barulho rompeu através da névoa. Um baixo, rosnado irritado.

 Hamlet. Eu tinha deixado Hamlet presa naquela caixa todo esse tempo.

 Cheia de propósito, eu me sentei, de cabeça limpa novamente pelo momento.

 — Desculpe, eu preciso levá-la para casa. — Eu estava me levantando e estendendo a mão para seu caixote, quando Joe me pegou pelos meus cotovelos.

 — Fique, amor. Você está chateada. Eu cuidarei do gato.

 Não. Eu não podia deixar que ele fizesse isso. Porque então ele veria que todas as coisas do gato que eu trouxe na noite anterior ainda estavam novinhas em folha e sem uso.

 — Não, está tudo bem. Eu realmente devo ir. Eu estou bem, agora.

Obrigada.

 — Demi, por favor, converse comigo.

 Meu corpo estava inclinado na direção dele contra a minha vontade, doendo pelo seu conforto novamente, mas eu não tinha tomado uma decisão ainda.

 — Eu não sei...

 — Que tal isso – você vai para casa e cuida do gato, e daqui a pouco, eu irei levar o jantar. Nós podemos conversar ou apenas assistir a um filme ou qualquer coisa que você precise fazer. Eu só... se você partir assim, eu irei enlouquecer de preocupação com você.

 Depois de um momento, eu assenti.

 — Tudo bem.

 — Jura?

 — Sim, apenas me dê uma hora, tá bom?

 Ele sorriu, e eu soube... que eu estava com problemas.

***

Eu tinha certeza que meu novo gato me odiava.

 Não que eu a culpasse, depois que eu a tivesse deixado naquela caixa por tanto tempo.

 Sem importar o que eu fizesse, ela soltava aquele rosnado de boca fechada toda vez que eu desse um passo em qualquer lugar perto dela. Eu preparei comida para ela na cozinha, a qual ela ignorou. Eu fiz uma caixa de areia e coloquei no armário da dispensa. Eu a ergui, e a carreguei para a caixa, colocando-a no interior para que ela soubesse onde estava. Ela sibilou uma vez, e depois correu, chutando areia no seu caminho. Ela desapareceu debaixo do sofá, apenas seus olhos diabólicos brilhando, visíveis na escuridão.

 Por que eu não tinha dito ao Joe que eu tinha um gato chamado Lady Macbeth? Isso teria sido muito mais adequado.

 Pelo resto do tempo, eu fui deixada sozinha com meus pensamentos, os quais eram cerca de tão prazerosos quanto o vírus Ebola. Eu endireitei a sala de estar, depois pensei em fugir. Eu endireitei meu quarto, depois corri para o banheiro, certa de que eu fosse vomitar. Eu não vomitei. Eu quase desejei que eu tivesse. Eu poderia ter dito que eu estava doente.

 Antes que eu realmente tivesse a chance de falar comigo mesma para entrar ou sair disso... houve uma batida na porta.

 Meu coração pareceu como se alguém estivesse usando-o como trampolim. Eu respirei fundo. Eu não tinha prometido nada a ele. Ele tinha dito que nós poderíamos conversar. Ou assistir a um filme. Ou fazer qualquer coisa que eu quisesse. Isso não tinha que ser uma coisa importante.

 Quando eu abri a porta, Joe pareceu tão feliz que foi difícil continuar a temer a sua presença.

 — Eu me esqueci de perguntar o que você queria, então eu trouxe pizza, um hambúrguer e uma salada. — Ele estava equilibrando todos os três em suas mãos, e eu fui de repente dominada pelo quanto eu gostava dele.

Não apenas de uma forma romântica. De um modo geral. Ele era meio que impressionante.

 Eu sorri.

— Pizza está bom.

 Eu recuei, e ele entrou no meu apartamento. Por mais que eu estivesse entrado em pânico antes, parecia natural tê-lo aqui. Não que eu ainda não estivesse nervosa, era apenas... que ele parecia como se ele pertencesse.

 Nós fomos para a minha cozinha/sala de estar, e ele colocou a comida na pequena ilha circular que se projetava do balcão da minha cozinha. Eu me ocupei conseguindo para nós dois bebidas e pratos, e quando não havia mais nada com o que eu pudesse me distrair, eu puxei uma das baquetas enfiadas debaixo da ilha balcão e me sentei ao lado dele. Eu arrastei uma fatia de pizza no meu prato, e ele abriu a salada.

 Eu estreitei meus olhos para ele.

 — Você seriamente não vai sentar-se aí e comer salada enquanto eu entupo meu rosto com a bondosa gordura, você vai?

 Ele despejou molho em cima do seu alface e sorriu. — Oh, eu vou comer o hambúrguer, também. E um pouco da pizza, se você deixar alguma coisa para mim.

 Eu rolei meus olhos. Caras eram um saco.

 Nós conversamos. Não realmente sobre alguma coisa importante. Ele hesitou quando eu mergulhei a minha pizza no molho. Quando eu o fiz tentar, ele enrugou o seu rosto como se isso fosse grosseria, mas eu o vi mergulhar um pedaço novamente mais tarde quando eu estava reabastecendo minha bebida. Não foi até que eu estivesse tão cheia que eu me sentia como se eu fosse explodir que ele trouxe a tona o meu colapso anterior.

  — Então, você pode me contar agora o que aconteceu com Cade?

 Eu cutuquei o pepperoni da fatia meio-comida da pizza no meu prato.

 — Nós tivemos uma briga, eu acho. Eu não tenho certeza. Nós nunca de verdade tivemos uma briga antes.

 — Sobre?

 Eu empurrei o ar para fora que eu estava prendendo nos meus pulmões, e decidi por retornar as coisas à geladeira, e colocar nossos pratos na pia.

 — Sobre o beijo.

 Eu podia imaginar a reação de Joe mesmo sem vê-la, então eu decidi continuar e lavar os pratos... à mão... mesmo embora eu tivesse uma máquina de lavar.

 — Ele gosta de mim —, eu continuei. — Ele me disse depois do beijo, e nós estávamos tentando agir como se nada mudou, mas foi horrível, e eu só me cansei de fingir que as coisas estavam normais.

 Ele apareceu ao meu lado, pegando um prato, e secando-o para mim. Ele deve ter percebido por agora que era mais fácil para eu falar, quando nós não estávamos olhando um para o outro porque ele manteve seus olhos focados no prato bem depois que estava seco.

 — Então, o que você fez?

 — Eu disse a ele que eu não achava que isso fosse acontecer.

 — Você não estava nem um pouco interessada? — Joe perguntou.

 Eu não achei que Joe realmente quisesse ouvir isso, mas ele ia ter o que ele estava pedindo. Eu precisava de alguém para desabafar.

 — Eu pensei sobre isso. Cade é doce, e eu gosto de estar com ele, mas ele não me faz sentir algo, de verdade.

 Ele parou de encarar o prato, e se virou na minha direção, inclinando seu quadril contra o balcão ao meu lado.

 — Eu faço você sentir algo?

 Eu olhei acima para ele apenas tempo o bastante para ver se ele estava brincando. Ele não estava. Eu afastei o olhar.

 — Essa é uma pergunta estúpida.

 — É? Você é muito mais difícil de ler do que você pensa que é.

 Eu sequei minhas mãos em uma toalha, e me movi até o sofá, empurrando-me em um canto, e arrastando um travesseiro para o meu colo.

 — Eu estou falando sério —, Joe continuou. — Algumas vezes você reage... como, bem, como eu quero que você reaja. Mas depois outras vezes, como no lado de fora durante as re-chamadas, você me afasta como se você não estivesse afetada por mim da forma com que eu estou por você.

 Eu apertei o travesseiro mais forte ao meu peito.

 — Eu estou afetada, Joe. Eu só estou confusa também... e preocupada. E eu não entendo por que você não está.

 Ele se sentou no lado oposto do sofá, todo o meio acolchoado nos separando.

 — Eu acho que tudo o que eu faço é me preocupar —, ele disse.

 — E ainda assim você acha que isso é prudente?

 Ele negou com sua cabeça, rindo. — Oh, definitivamente não é prudente. Eu sei disso. Mas honestamente, Demi? Eu estou extremamente infeliz aqui. É ótimo ter um emprego estável, e eu estou adorando ensinar, mas eu não tenho quaisquer amigos permanecentes por aqui. Eu vou ao trabalho, e depois eu volto para o meu apartamento. E eu penso em você porque eu não posso evitar, e não há nada mais para me distrair. Especialmente quando eu sei que você só está a um prédio de distância. Na noite em que nós nos conhecemos... Demi, eu normalmente não faço coisas daquele tipo. Mas eu estava considerando tudo sobre vir para cá, e você era tudo o que eu precisava. Eu não sei quantas vezes eu me impedi de vir até aqui e bater na sua porta. E sim, ver você com Cade foi definitivamente uma motivação, mas mais do que isso... eu apenas gosto de você, Demi. Como um professor. Como uma pessoa. Como um cara.

 Era difícil manter minha respiração firme, difícil impedir a cobiça de aparecer no meu rosto, difícil de me impedir de me esticar para ele.

 — Então, e agora? — eu perguntei a ele.  — Eu não tenho absolutamente nenhuma ideia   Eu tinha tantas ideias. Esse era o problema.

 — Se nós fizermos isso... — eu comecei e depois parei. Toda a sua postura mudou, e eu a senti ecoar na minha própria. Nós estávamos prestes a cruzar a linha, e nós dois sabíamos disso.     — Se nós fizermos isso, nós temos que ser cuidadosos. — Ele assentiu, seus olhos fixos em mim. — E eu acho que nós devemos ir com calma. Se nós entrarmos nisso muito rápido, nós ficaremos descuidados. — E eu precisava de mais tempo para pensar sobre isso, sobre sexo com ele, e se isso era algo que eu queria fazer. 

 Eu não estava certa se lento era algo que nós poderíamos fazer, mas era a única maneira que eu podia fazer isso sem entrar em pânico. Quem eu estava enganando? Eu ia entrar em pânico independentemente. A diferença era se isso fosse como um sinto-me-como-se-eu-vou-adoecer-de-pânico ou um tranque-me-no-meu-apartamento-por-uma-semana-de-pânico. 

 — Tudo bem —, Joe escorregou para perto de mim no sofá, na metade do caminho do meio do sofá. — Eu posso ser cuidadoso... e lento.

 Minha pele foi invadida com arrepios quando ele estendeu uma mão para mim. Eu me deixei ter medo por um segundo, mas depois a necessidade de tocá-lo dominou até mesmo meu medo. Eu empurrei o travesseiro para fora do meu colo, e deslizei na sua direção. Eu coloquei minha mão na dele, e ele a ergueu para sua boca, segurando-a ali contra seus lábios. Ele fechou seus olhos, e o simples toque encharcou o meu corpo, suavizando minha ansiedade.

 Como uma chave em uma tranca, meu corpo caiu no dele, encaixando-se perfeitamente. Com minha cabeça no seu peito, e seu braço ao redor do meu ombro, eu respirei fundo e soube que não havia volta.
 
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Oiii!! eu não postei antes pq eu pensei que a Bru havia postado, mas não fiquem chateados com ela, ela faz o máximo para conseguir postar, ok?? Bom eu não tenho muito o que falar pq eu ainda estou em choque e tentando me recuperar de Jemi ontem dahsdgjhsj Beijoooos <3

Comentem!!!

5 comentários:

  1. OMG... finalmente agr eles estão juntos? .... O GATO KKKKKKKKK eu ri com a Demi e essa gata >.<
    Mari... sobre as fic.. eu não sabia que vc tinha pretensão de postar elas.. vou ver o que vou fazer e dependendo do que as pessoas escolherem depois eu excluo elas da lista para postar, okay.

    Tem twitter, face ? algo para eu falar com vc depois? já que vc não ta usando o whats né

    bjss

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  2. Ameeeeeeeeeeeei
    Posta logo pfvr
    Estou apaixonada por essa história
    Xoxo

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  3. Ameeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiii...momento Jemi *---* perfeitoooooo;
    Posta logoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo pleaseeeee

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  4. Finalmente!!!!!
    Essa me lembra um pouco a Meredith, a gata da Taylor kkkkk

    -Nathalia-

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  5. mais por favor, estou adorando, finalmente eles estão juntos.....
    Nes

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