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Aquela
hora
de espera seria a mais longa da vida de
Joe. E ainda assim, 15 minutos depois do tempo esperado, nenhuma
notícia que a cirurgia
houvesse finalmente terminado. Pelo menos agora ele entendia
plenamente o que sua mãe lhe
dissera... ter um filho significa amar alguém
mais do que a si próprio. Se
pudesse tomar o lugar de Carly, faria isso alegremente.
Qualquer coisa para parar o sofrimento de seu bebê
e de Demi também, embora ela
preferisse sofrer em silêncio.
Desde que eles haviam saído
da sala de espera da ala cirúrgica
para a sala do staff, por insistência
de Demi, eles quase não se
falavam. Ele escolhera o sofá
na esperança que ela se
sentasse ao seu lado. Em vez disso, Demi se sentara numa cadeira
oposta ao sofá, apoiando o
queixo na palma da mão. A
expressão parecia
relativamente calma, e aquilo preocupou Joe mais do que se ela
estivesse chorando de modo incontrolável.
Talvez o choque já tivesse
cedido, ou talvez aquele silêncio
significasse alguma outra coisa.
— Você não
está falando comigo porque
pensa que é culpa minha, de
alguma forma? — perguntou
ele.
— Não é
culpa de ninguém.
Pelo menos ela não
o estava culpando, ou a si mesma.
— Então, por
que não fala comigo?
— Porque não
estou com vontade de conversar. —
Ela deu-lhe um olhar superficial. —
Você realmente não
deveria estar aqui, Joe.
Ela não poderia
estar falando sério.
— Se pensa que vou deixar Carly nessa situação
somente porque você não
me quer aqui...
— Eu quis dizer que você
não deveria estar no
hospital. Submeter-se à quimioterapia
compromete seu sistema imunológico.
— Meu sistema imunológico
está ótimo.
Fui liberado pelo meu médico
e só tenho outra consulta
agendada para daqui a seis meses.
— Isso é
muito bom. — Ela falou de
maneira educada e descomprometida, mas pelo menos parecia preocupada
com seu bem-estar. Joe estava mais preocupado com a saúde
da filha.
Joe checou o relógio
da parede e notou que outros cinco minutos haviam se passado desde a
última vez que olhara.
— Por que será
que está demorando tanto
tempo?
— Cirurgia não
tem um horário exato para
terminar — disse ela
enquanto mantinha o olhar fixo na porta.
Joe abaixou a cabeça
e passou a mão sobre a nuca.
— Eu me diverti pesadamente mais vezes do que posso
contar. Feri pessoas que amei e tive momentos de inutilidade. Por
essas razões, talvez eu
tenha ficado doente. Mas Carly não
fez nada para merecer isso, motivo pelo qual considero a situação
injusta.
— Eu sei, mas, como lhe disse antes, vejo isso todos
os dias, crianças sofrendo
por nenhuma razão aparente,
com horríveis conseqüências.
Aquilo criou uma nova série
de perguntas na mente de Joe. Perguntas que ele temia fazer, embora
precisasse saber as respostas.
— Preciso que me conte todas as possibilidades da
situação, Demi. Qualquer
coisa que possa acontecer, independentemente do quanto seja ruim.
— Você não
quer saber, Joe.
Foi quando ele percebeu a extensão
do fardo que ela suportava pelo peso de seu conhecimento médico.
— Sim, quero saber. Tudo. Eu posso lidar com isso.
Quando ela ficou silenciosa novamente, Joe pensou que
podia ter de forçar o
assunto, até que finalmente
Demi disse:
— Se o procedimento da laparoscopia não
funcionar, ele terão de
abrir-lhe a barriga. Há
também uma possibilidade de
um pedaço do intestino ter
de ser removido, se estiver necrosado. Ela pode ter uma reocorrência
nos próximos dias, embora
isso não seja comum, a menos
que haja outro problema oculto.
— Isso é
provável?
— Não é
usual, mas qualquer coisa é
possível.
Joe sentiu que ela ainda estava escondendo algo.
Joe sentiu que ela ainda estava escondendo algo.
— O que você
não está
me contando, Demi?
— Ela pode morrer.
A declaração
teve o impacto de um golpe nas suas entranhas.
— Isso não
vai acontecer, Demi. Não
pode acontecer.
A porta se abriu seguida pelo comentário:
A porta se abriu seguida pelo comentário:
— Viemos tão
logo recebemos seu recado.
Joe desviou a atenção
de Demi para sua mãe, que
entrou na sala, sentou-se ao seu lado e abraçou-o
fortemente. Seu pai entrou na sala com passo mais despreocupado e
permaneceu de pé, como se
estivesse incerto do que fazer em seguida. Ele olhou para Joe depois
para Demi e perguntou:
— Como está
nossa mocinha?
— Ela estava estável
quando eles a levaram para a cirurgia —
disse Demi, parecendo um
pouco médica.
— Pelo que sabemos, a
operação ainda está
em curso.
Denise colocou a mão
aberta sobre o pescoço.
— Sinto-me horrível
por não ter insistido com
Joe para trazê-la ao
hospital imediatamente quando a vi esta manhã.
Quando Demi nivelou seu olhar ao dele, Joe lamentou não
ter contando a ela sobre a visita da mãe
ou que havia ligado para os pais pouco tempo atrás.
— Pedi a minha mãe
para passar lá em casa
quando comecei a perceber a mudança
no comportamento de Carly —
explicou ele. — Eu queria
me certificar de que não
estava tirando conclusões
precipitadas.
— E pensei que ela estivesse provavelmente com a
dentição despontando, Demi
— acrescentou a mãe
dele. -—
Se eu soubesse o quanto isso era sério...
— Está tudo
bem, Sra. Jonas — disse
Demi, dando-lhe um pequeno sorriso. —
Eu errei o diagnóstico, e
sou médica.
— Essa cirurgia corrigirá
o problema? — perguntou
Paul.
— Assim esperamos. —
Demi levantou-se e pegou uma xícara
de café da garrafa térmica
sobre o balcão. Então
se virou e ofereceu: —
Alguém quer uma xícara?
— Eu gostaria de tomar um cafezinho —
disse Denise, levantando-se e juntando-se a Demi.
Paul ocupou o lugar que a mulher dele acabara de vagar.
— A espera é
a pior parte — murmurou
ele. — Lembro-me de quando
Joe nasceu e eles o levaram embora antes que nós
oficialmente tivéssemos lhe dado as boas vindas ao mundo. Minha
esposa não deixou o hospital
até que eles trouxessem esse
rapazinho de volta.
— Eu tive três
rapazinhos com menos de seis anos em casa —
acrescentou Denise. — Por
quase um mês, Paul teve que
tomar conta deles e de um recém-nascido.
Esta era a primeira vez que Joe ouvia aquela parte da
história.
— Você não
foi para casa com Nick?
Denise balançou
a cabeça.
— Eu não
podia deixar você sozinho
naquele lugar.
Joe estava incrédulo.
— Mas Nick não
precisava de você, também?
— Sim, mas você
precisava mais de mim. —
Ela voltou para o sofá e
sentou-se no braço. —
Justamente como Carly precisa de vocês
dois agora, e precisará até
mesmo depois que crescer e tiver sua própria
família. —
Ela deu a Joe um olhar significativo. —
É claro, de certo modo ela
sempre precisará de vocês.
Isso me faz lembrar o provérbio
chinês: "Para entender
o amor de seus pais você
precisa criar seus próprios
filhos."
Quando Demi abruptamente voltou-se em direção
ao balcão, Joe desconfiou
que ela pudesse estar chorando. Seu pai parecia ter notado também,
pois se levantou e disse:
— Meu amor, vamos comprar aquele ursinho que você
esteve olhando quando passamos na loja de presentes.
Denise o olhou como se ele tivesse perdido a razão.
— Eu gostaria de estar aqui quando a cirurgia
terminar, Paul.
Paul moveu a cabeça
em direção a Demi, que
ainda mantinha as costas voltadas para eles.
— Joe nos avisará
pelo celular se não
estivermos de volta quando a cirurgia terminar.
Depois de olhar para Demi, a expressão
de Denise revelou compreensão
e ela levantou-se.
— É uma idéia
formidável, querido.
Joe ficou de pé
e deu ao pai um rápido
abraço, grato pela
observação astuta e pela
oportunidade de estar sozinho com Demi. Para consolá-la,
se ela deixasse.
— Farei, sem duvida uma ligação
tão logo saibamos de alguma
coisa.
No minuto que seus pais saíram,
Joe caminhou para trás de
Demi e descansou a mão sobre
o ombro dela.
— Você está
bem, querida?
Quando Demi se virou para falar, Joe testemunhou o muro
de proteção que ela erguera
começar a se desintegrar
quando algumas lágrimas
deslizaram pelo rosto bonito. Lágrimas
que ela rapidamente secou com os dedos. Quando ele tentou abraçá-la,
Demi esquivou-se e disse:
— Não faça
isso.
Independentemente de quanta dor aquilo lhe causava, ele
se recusou a desistir.
— Você me
disse que não sabia se podia
confiar em mim no momento que uma situação
difícil surgisse —
disse ele. — Estou aqui,
Demi. Para você e para
Carly. Deixe-me ajudá-la a
passar por isso.
Ela dirigiu-se para a janela, novamente dando as costas
para ele.
— Não tenho
condições de precisar de
você.
E novamente Joe se aproximou por trás
e colocou as mãos sobre os
ombros dela.
— Mas você
precisa de mim e eu preciso de você.
Eu a amo, Demi, mais do que você
pode imaginar.
— Não faça
isso comigo, Joe.
Ele girou-a para encará-lo.
— Somente porque você
não quer ouvir isso não
torna os sentimentos menos verdadeiros.
Quando a bravata de Demi foi completamente superada, Joe
puxou-a para seus braços e
ficou grato que, dessa vez, ela não
resistira. Em vez disso, agarrou a frente de sua camisa e pressionou
o rosto contra seu peito largo, o corpo inteiro tremendo pela
angústia. Por longos
momentos ele a abraçou,
dizendo-lhe que tudo ficaria bem, dando-lhe apoio, assim como a si
mesmo.
Quando a porta abriu-se, Joe olhou por sobre o ombro e
viu Macy entrar na sala.
— Desculpe interromper —
começou ela —,
mas estou aqui para fazer um relatório
oficial, se vocês dois já
acabaram de se acariciar.
Demi afastou-se de Joe, parecendo uma adolescente que
acabara de ser pega abraçando
o namorado no assento de trás
de um carro.
— Terminou? —
perguntou ela enquanto pegava um lenço
de papel da caixa em cima do balcão.
Macy soltou a máscara
cirúrgica e jogou-a numa
lata de lixo próxima.
— Sim, e a cirurgia foi um sucesso. Franklin pegou
aquela pequena dobra na barriga de Carly e deslizou-a de volta para o
lugar certo, e fez isso através
de um escopo. Ela está boa
para ir embora, ou estará em
poucos dias.
— Graças a
Deus — murmurou Demi.
— Graças a
Deus — ecoou Joe. —
Quando poderemos vê-la?
— Agora, mas vocês
somente poderão ficar alguns
minutos, e isso porque Demi tem influência.
Caso contrário, eles os
fariam esperar até que a
levassem para a sala de recuperação.
Quando Macy e Demi saíram
lado a lado, Joe as seguiu e ouviu enquanto elas trocaram informações
sobre detalhes técnicos que
não significavam nada para
ele. Uma conversa envolvendo tecido saturado e anestesia, que estava
além de sua compreensão.
Por um lado, sentiu-se um estranho olhando. Por outro, pela primeira
vez, verdadeiramente viu Demi como médica,
um conceito que tinha sido quase abstrato até
agora.
Elas passaram por um conjunto de portas duplas, viraram
um canto e entraram numa área
com uma fila de camas protegidas com cortinas. Lembranças
indesejáveis de sua própria
experiência voltaram à
memória de Joe. Ele odiava
hospitais. Detestava cheiros estéreis,
o zumbido de monitores, o ambiente sóbrio.
Mas aquelas coisas que detestava também
simbolizavam um recurso de sustento à
vida.
Dessa vez, a vida de sua filha, percebeu quando Macy os
conduziu a um cubículo no
canto, onde Carly jazia sobre uma cama coberta com lençol
branco, um mini roupão
amarelo, estampado com ursinhos vermelhos, cobrindo o pequeno torso,
os olhos fechados contra as luzes fluorescentes.
Havia tantos tubos saindo de várias
partes do corpinho de sua filha que Joe não
sabia onde alguns começavam
e outros terminavam. Demi moveu-se para o lado da cama enquanto ele
ficou atrás, quase com medo
de chegar mais perto, como se pudesse quebrá-la
se respirasse forte sobre ela.
Demi pressionou os nós
dos dedos contra o rosto de Carly.
— Sua cor parece boa.
No que dizia respeito a Joe, sua filha parecia
completamente indefesa, e ele sentiu-se indefeso.
— Ela está um
pouco dopada — acrescentou
Macy. — Agora eu tenho uma
vesícula biliar a ser
tratada, portanto, preciso ir. E vocês
também. Ambos poderão
vê-la novamente quando eles
a levarem para a unidade de UTI da pediatria dentro de uma hora:
O estômago de
Joe contraiu-se.
— Porque a UTI?
— É de praxe —
disse Demi. — Se a noite
transcorrer sem problemas, eles a transferem para o quarto pela
manhã.
Macy voltou-se para Joe e apontou para ele.
—Você, tome
conta das duas, a menos que queira se ver comigo depois.
Joe não se
importou particularmente com as ameaças
de Macy, não quando
pretendia cuidar de sua filha e de Demi a qualquer custo. Mas não
tinha certeza o quão bem
poderia fazer isso até que
tivesse algum tempo para se recompor.
Com aquele pensamento, pressionou um beijo na testa de
Carly e afastou-se da cama.
— Verei você
logo, doçura.
Ele saiu do quarto de recuperação
rapidamente, com Demi seguindo-o não
muito atrás. Ele refez o
caminho que eles tinham seguido mais cedo, mas dessa vez Joe optou
por passar pelo saguão,
procurando por alguma forma de refúgio,
onde pudesse pensar.
— Joe, onde você
está indo? —
gritou Demi enquanto ele continuava caminhando ao longo do corredor.
Ele levantou a mão
como resposta, mas não
falou. Naquele momento, não
podia.
Depois de encontrar uma saída,
atravessou as portas de vidro giratórias
e localizou um local ao lado do edifício,
longe da humanidade, onde poderia lidar com seus sentimentos
sozinhos. Inclinou-se para a frente contra o muro de tijolos e
descansou a cabeça sobre o
braço dobrado.
O medo pelo bem-estar de sua filha era tão
agudo que ele achava difícil
respirar.
Homens não
choram.
As palavras ecoavam na sua mente, lembranças
de um tempo quando ele era um garoto de estatura muito baixa para
resolver suas próprias
batalhas sem a assistência
de seu irmão gêmeo.
Mas lutava de qualquer modo. Aprendera a chutar forte e a ferir com
palavras. Aprendera como endurecer e como proteger suas emoções
depois que crescera o suficiente para se virar sozinho. Aqueles
hábitos o tinham seguido
pela vida adulta, influenciando todos os relacionamentos que já
tivera, até que finalmente
descobriu que usar charme como arma funcionava bem. Isso não
passava de um meio de esconder o garoto magrinho que de algumas
maneiras ainda existia. O garoto que preferiria lutar a admitir que
estava sobrepujado.
Ele estava cansado de lutar, mas temia que se finalmente
chorasse, jamais pararia. As lágrimas
caíam apesar de sua
preocupação, silenciosas e
invisíveis. Joe permitiu que
as emoções extravasassem,
liberando anos de sentimentos reprimidos. Um ato final que
significava que sua transformação
era completa. Quase completa, porque ele ainda não
podia imaginar revelar sua dor para ninguém,
nem mesmo para Demi. Especialmente não
para Demi.
E embora se sentisse melhor de algum modo, uma solidão
muito familiar prevaleceu. Talvez aquela fosse a última
fase de sua redenção...
aprender que nada doía mais
do que experimentar sua angústia
sozinho.
***
— Aqui
está
papai, Carly. — Demi girou
o bebê no colo a fim de que
ela pudesse ficar de frente para a porta do quarto do hospital, onde
Joe estava em pé agora. Os
cabelos dele estavam úmidos
do banho, o rosto não
completamente barbeado, camiseta e jeans eram desbotados, mas mesmo
assim a aparência de Joe não
era desagradável. Nada nele
era nem um pouco desagradável,
percebeu Demi quando ele caminhou para a cadeira de balanço
e pegou a filha nos braços
fortes e sólidos.
Depois que Carly agarrou o lábio
inferior dele, Joe afastou-lhe a mãozinha
e beijou-lhe a palma.
— Você e sua
mãe tiveram uma boa tarde?
— Tivemos aproximadamente uma hora juntas sozinhas,
Joe. Pensei que você fosse
ficar em casa e dormir um pouco. —
Pelos últimos cinco dias,
ele mantivera vigília pela
filha quase 24 horas por dia, e o estresse começara
a se evidenciar nos seus olhos.
Quando Joe sentou-se no sofá,
Carly imediatamente descansou a cabeça
no ombro dele e enfiou dois dedos na boca do pai, Demi achou aquilo
notável, uma vez que ela
estivera se contorcendo e fazendo rebuliço
na última meia hora.
Claramente, agora que seu pai voltara, tudo estava certo
com o mundinho de sua filha, e aquilo fez Demi refletir. Se
retornasse para o Mississipi... correção,
quando retornasse...
Carly iria sentir muita falta de Joe. Então,
novamente, ela também.
— Você deve
estar muito atrasado com seu trabalho —
disse ela, afastando da mente todos os pensamentos sobre o mês
de agosto.
Joe assentiu, sentando-se na cama de acompanhante.
— Trabalhei no meu laptop enquanto Carly dormia.
Também convenci uma
funcionária daqui a
conectar-me à internet sem
fio do hospital, mas não
conte a ninguém. Não
quero que ela tenha problemas.
Demi não pôde
evitar de se perguntar o que ele fizera exatamente para convencê-la.
— Você
prometeu a ela uma seção de
cócegas na dispensa?
Ele franziu o cenho.
— Eu pedi por favor.
Ela sentiu-se de alguma forma envergonhada por parecer
uma amante ciumenta. Francamente, estava com
ciúmes. Vira o modo como as
mulheres olhavam para ele, desde as enfermeiras do laboratório
até as senhoras que
entregavam as refeições.
Todas as vezes que notava um daqueles olhares furtivos, quisera
gritar: "Ele é meu, não
se aproxime." Todavia, não
tinha boa razão ou direito
de fazer isso.
Quando Joe esfregou seus olhos com a mão
livre, Demi murmurou:
— Você parece
totalmente esgotado. Ficarei no quarto com Carly esta noite.
— Uma vez que ela vai para casa pela manhã,
ficarei. Posso tolerar esta imitação
de cama mais uma noite. Você
vai para casa e durma.
Homem teimoso e sexy.
— Você
precisa dormir mais do que eu, pois não
me deixou passar nenhuma noite aqui.
— Não, você
ficou na sala de plantão e
veio aqui a cada 15 minutos. Você
é quem precisa de um
descanso, porque não sou eu
que lido com pacientes o dia inteiro —
argumentou Joe.
—Talvez devêssemos
jogar uma moeda e tirar cara e coroa —
sugeriu ela.
— Talvez seja melhor terminarmos a discussão
e ficarmos os dois. Vou pegar uma cadeira.
Demi suspirou.
— Isso é
ridículo. Você
vai para casa dormir numa cama decente e eu ficarei. Ponto final.
Ele sorriu.
— Não se eu
não lhe der o sofá,
e estou já aqui.
Obviamente, ele não iria ceder.
Obviamente, ele não iria ceder.
— Ótimo. Dormirei na cadeira.
— Nenhum de vocês
dormirá na cadeira ou no
sofá —
veio a voz da mãe de Joe,
que entrou com seu marido triunfante.
Paul parou no meio do quarto e os saudou, seu sorriso
quase tão grande quanto sua
barriga.
— Os Jonas estão
a serviço. —
Denise aproximou-se de Joe e estendeu os braços.
— Dê-me essa
preciosidade.
Joe se levantou, entregou-lhe o bebê
e bateu nas costas do pai.
— Eu não
esperava ver vocês dois
novamente hoje.
— Nós não
saímos daqui —
disse Denise. — Jenna está
em trabalho de parto na ala de maternidade.
Paul checou seu relógio.
— Ela deve dar à
luz a outro Jonas dentro de uma hora.
— Então, por
que vocês não
está lá?
— perguntou Joe. Demi
estava se perguntando a mesma coisa.
— Tenho certeza que eles adorariam a presença
de vocês quando o bebê
nascer.
Paul olhou para Demi com uma careta.
— Eu prefiro continuar observando da sala de espera,
moça.
Denise andou pelo quarto quando Carly começou
a se agitar.
— Ele desmaia à
vista de uma simples bolha. Além
do mais, Logan sabe que estamos aqui com você
e nos avisará quando
tivermos nosso novo neto. Nesse ínterim,
Paul e eu decidimos que vocês
dois precisam de um descanso. Esta é
a razão pela qual vamos
assumir o turno da noite e olhar Carly, a fim de que vocês
possam passar a noite em casa.
— O que você
quer dizer com turno? — O
tom de Joe refletia a mesma confusão
que Demi estava sentindo.
Paul pôs os
dois dedos mínimos na boca e
assobiou, ganhando uma carranca de Denise e um lábio
trêmulo de Carly. Em
resposta, os irmãos Jonas
apareceram... Kevin de jaleco do laboratório,
David de terno e gravata, Nick de camiseta e calça
de moletom e, nos fundos, Dinah, usando roupa casual de trabalho.
Eles estavam alinhados contra a parede como se estivessem prontos
para uma inspeção.
— Eu convidei o clã
aqui para ajudar a tomar conta do bebê
esta noite, e cada um deles fará
sua parte. — Paul encarou
os filhos e assumiu o papel de sargento. —
Crianças, sua mãe
e eu ficaremos até as 21h,
uma vez que meus ossos estão
velhos demais para dormir num sofá.
Quem será o próximo?
— Eu serei o próximo
— disse Kevin. —
Farei plantão na emergência,
mas não até
meia-noite. Preciso de alguém
para tomar meu lugar 15 minutos antes disso, uma
vez que tenho de dirigir meu carro para meu hospital.
Dinah levantou a mão.
— Eu voltarei então,
mas prometi a Carlos que não
estaria em casa muito depois das 2h, e ele estará
de pé então.
Nick deu um passo à
frente.
— Estarei aqui às
2h. Ficarei tanto tempo quanto necessário,
uma vez que não estou
dormindo muito esses dias.
— Nervosismo pré-casamento?
— perguntou Joe.
— Miley está
segurando favores sexuais até
o casamento — disse David,
ganhando uma zombaria de Nick e um olhar severo da mãe.
— Se você
pode ficar até as 6h, Nick,
ficarei até as 9h. Selena já
deve ter acabado de vomitar a essas altura.
Dinah inclinou-se para a frente e olhou para David.
— Grávida
novamente?
— Sim.
Uma rodada de parabéns
se seguiu e Demi achou notável
que a família tratasse
gravidez como uma ocorrência
de todos os dias.
— Então
acredito que estamos combinados —
disse Denise. — Voltaremos
de manhã, a fim de que vocês
dois possam dormir até um
pouco mais tarde.
— Podemos dar algum palpite no assunto? —
perguntou Joe. Depois que todos responderam com
"Não" em uníssono
perfeito, ele deu a Demi um olhar apologético.
—Você
concorda com isso?
Como ela poderia protestar contra aquela demonstração
de apoio? Não podia, mesmo
se isso significasse ficar sozinha com Joe pela primeira vez em uma
semana. Tal possibilidade deixou-a tanto tolamente excitada quanto
cautelosa.
— Está bem,
desde que não daremos muito
trabalho para todos.
Paul enfiou as mãos nos bolsos.
Paul enfiou as mãos nos bolsos.
— Trabalho nenhum. Mas primeiro tenho uma história
a lhe contar, Demi. —
Quando todos os cinco gemeram simultaneamente, ele levantou a mão
e silenciou-os. — A mãe
de Joe aterrissou no meu condado na Irlanda muitos anos atrás,
e quando eu a avistei soube que jamais poderia ficar sem ela. Esta é
a razão pela qual viajei
através do oceano para este
grande país, deixando meus
pais para trás, para
torná-la minha noiva. Posso
imaginar como minha vida teria sido triste sem ela.
— Há um
sentido para essa conversa, papai? —
perguntou Joe, sua voz com um traço
de impaciência.
— Sim, filho. O sentido é:
lute pelo que quer e não
deixe esta moça ir embora. —
Aquilo motivou alguns sorrisos dos presentes, antes que ele
continuasse: — Leve-a para
casa, fale com ela, e depois que fizer isso, não
perca tempo. Se não
conseguir convencê-la a ser
sua noiva com conversa, então
termine o assunto na cama.
Denise o olhou com o semblante repreensivo.
— Você
poderia passar o dia todo sem dizer isso, meu velho.
David riu.
—- Parece que você
vai dormir no sofá de
qualquer maneira, papai.
Paul passou os braços
em volta dos ombros de Denise.
— Meu amor, quando tivemos nossas brigas no passado, a
reconciliação entre os
lençóis era a melhor parte,
mesmo que cada vez fizéssemos
um desses rufiões.
Ela deu-lhe um sorriso afetuoso.
— Se isso fosse verdade, Paul, então
nós teríamos
pelo menos 600 filhos, não
seis.
— Informação
demais, mamãe —
murmurou Dinah. — Podem nos
dispensar agora, antes de sermos sujeitos a mais comentários
perturbadores sobre sua vida amorosa com papai?
— Não tão
rápido. —
Logan entrou no quarto, com câmera
na mão e um olhar orgulhoso
no rosto. — Eu quero que
vocês todos vejam Patrick
Avery Jonas. Quatro quilos e o garoto mais bonito do universo.
Todos se juntaram para ver o mais novo Jonas na tela
digital, exceto Demi e Joe. Ela ainda estava se refazendo do choque
das histórias e da oferta, e
a expressão triste nos olhos
de Joe indicava o que o estava fazendo se conter. Quando ele pegou o
bebê dos braços
de sua mãe e segurou Carly
junto ao peito, confirmou a conjectura de Demi: Joe precisava ter a
própria filha nos braços
para lembrá-lo do que ele já
tinha, não o que talvez
nunca tivesse. Ela sentiu que ele estava sofrendo mais do que jamais
se permitiria, e aquilo era ainda um problema. Se ao menos ele lhe
oferecesse abertura naquele sofrimento, então
talvez houvesse uma chance para eles. Mas, após
a cirurgia de Carly, Joe estabelecera sua determinação
de lidar sozinho com seus sentimentos, quando deixara o hospital sem
nenhuma explicação.
Percebendo que esquecera suas maneiras, Demi atravessou
o quarto e estendeu a mão
para o cunhado.
— Posso dar uma olhada?
Logan sorriu e entregou-lhe a câmera.
— Com prazer.
Demi examinou a imagem digital do doce bebê
de cabelos escuros e rosto redondo, que não
parecia muito feliz em ter sido arrancado da segurança
do útero da mãe
para um mundo brilhantemente iluminado e estranho.
—Ele é lindo,
Logan — disse ela quando
lhe devolveu a câmera. —
Dê meus parabéns
a Jenna.
— Ele se parece um pouco com nosso ex-carteiro, o sr.
Finklestein — disse Nick.
Logan deu ao irmão
um olhar que podia secar um pé
de pimenteira.
— Espere até
ter seu primeiro filho, Nick. Se ele herdar seu ego, a cabeça
dele será duas vezes maior
que o corpo.
Denise bateu palmas e empurrou todos em direção
à porta.
— Vão embora
e deixe-nos em paz, mas voltem a tempo, conforme combinado. Logan,
desceremos até o berçário
para ver o bebê antes de ir
embora.
Seguindo o adeus de todos, os filhos rapidamente saíram,
trocando farpas e gracejos pelo caminho.
Denise se aproximou de Joe e estendeu os braços.
— Agora é
hora de vocês dois irem, a
fim de que eu possa dar a mamadeira à
nossa neta e colocá-la na
cama.
Mas antes que ela pudesse recuperar Carly, Paul pegou o
bebê nos seus braços
musculosos e girou com ela.
— Você dois
devem lembrar que esta pequenina é
uma dádiva. Ela os uniu duas
vezes agora: primeiro, com seu nascimento, depois, através
de uma doença avassaladora
que deveria ensiná-los como
a vida pode rapidamente mudar diante de nossos olhos. Ela sofrerá
mais se vocês não
a honrarem com o amor que sentem um pelo outro.
Denise passou seu braço
pela cintura de Paul.
— Seu pai está
certo, Joe. Ela merece tudo isso.
Paul entregou Carly de volta a Denise, sua expressão
ainda sóbria.
— Demi, embora tenha sido um pouco travesso quando era
menino, Joe cresceu e tornou-se um bom homem. E embora seja um
iniciante vagaroso, ele a ama, moça.
Se você tem algum sentimento
por ele, então seria meu
maior desejo que lhe dissesse isso, a fim de que Joe pare de uivar
como um lobo ferido. — Paul
então apontou para Joe. —
Você precisa engolir seu
orgulho como se fosse o dia de Todos os Santos, rapaz. E não
volte aqui amanhã cedo
dizendo que não resolveu
nada.
Quando
chegaram
em casa, Joe não
sabia bem por onde começar,
mas um pedido de desculpas pela coerção
familiar parecia um bom lugar para iniciar.
— Desculpe pela emboscada da minha família.
Demi tirou os sapatos e deixou-se cair no sofá
da sala, cruzando as pernas sobre as almofadas.
— Está tudo
bem, Achei a história de
seus pais interessante. Não
me recordo de você ter me
contado como eles se conheceram.
Joe aproveitou a chance e optou por sentar-se ao lado
dela, deixando um espaço
entre eles.
— Nunca pensei muito a respeito disso. —
Até aquela noite, quando a
mensagem tocou fundo seu coração.
— Mas posso me identificar
com o que meu pai estava dizendo.
Ela agarrou uma almofada e abraçou-a
contra o peito.
— Como assim?
— Eu me senti da mesma maneira ao seu respeito na
primeira vez que a vi. Apenas não
percebi isso até
recentemente. E esta é a
razão pela qual eu estaria
disposto a esquecer Atlanta e me mudar para o Mississipi se você
disser a palavra.
A expressão de
Demi mostrou surpresa.
— E quanto à
sua família, Joe.
— Você e
Carly são minha família,
Demi. E amo ambas, mais do que qualquer emprego possa oferecer.
— Eu o amo também,
mas imagino se isso é o
suficiente. Nós ainda temos
outros assuntos para lidar.
— É um começo.
— Hora de abordar aqueles
outros assuntos. — No outro
dia, depois que vi Carly em recuperação,
eu não pude sair do hospital
tão rapidamente. Por isso
saí e chorei, feito um bebê.
Não me lembro da última
vez que fiz isso.
Ela descansou a mão
no braço que ele estendera
sobre o encosto do sofá.
— Oh, Joe, é
a isso que estou me referindo. Você
deveria ter me deixado apoiá-lo
naquele momento, como me apoiou durante toda essa provação.
— Eu sei, Demi. Nunca me senti tão
sozinho como me senti naqueles momentos. Nunca soube o quanto
precisava de você até
então.
Demi voltou os olhos para a almofada e começou
a torcer as pontas.
— Macy mencionou alguma coisa para mim dias atrás,
e percebi que ela está
certa. Eu estava com tanto medo de perdê-lo
novamente que estabeleci uma profecia. Se eu continuasse a acreditar
que você iria me deixar mais
cedo ou mais tarde, então eu
nunca teria de encarar essa perda. Portanto, não
estou exatamente isenta de culpa nessa situação,
também.
Ele tomou-lhe a mão
e quando ela não a retirou
do seu aperto Joe considerou aquilo uma pequena vitória.
— Eu lhe prometo o seguinte: vou gastar todas as horas
de todos os dias provando a você
que falei sério sobre não
desistir de nós. E se isso
não convencê-la,
estarei no Mississipi todos os fins de semana, talvez mesmo durante a
semana, até você
ter certeza que estou nisso por longo período
de tempo.
Quando ela ficou silenciosa, Joe prendeu a respiração
até que Demi encontrasse seu
olhar.
— Ainda estou com medo.
— Honestamente, eu também,
Demi. Mas não com medo
suficiente para não lutar
por você.
Ele testemunhou o momento que a resistência
dela esmoreceu quando Demi sorriu.
— Isso é tudo
que eu precisava ouvir.
Ela moveu-se para o colo dele, pegou-lhe o rosto com as
mãos e beijou-o. Joe não
podia lembrar-se de se sentir tão
satisfeito, tão pronto para
enfrentar o mundo.
Depois que eles se separaram, ela disse:
—Você vai
amar o Mississipi.
A alegria de Joe foi evidenciada num sorriso.
— Você está
cansada?
— Nem um pouco.
— Está com
fome?
— Não por
comida.
— Então eu
sugiro que aceitemos o conselho do meu pai e tenhamos o resto de
nossa conversa na cama.
Demi pressionou uma série
de beijos ao longo do queixo dele.
— Concordo. Não
importa o que deu errado com nosso relacionamento antes, e que
problemas poderemos encontrar no futuro, sempre fizemos amor em
perfeita sintonia, e provavelmente sempre faremos. Sinto que nosso
ato de amor é alguma coisa
certa.
Joe não podia
argumentar contra aquilo.
— Fizemos outra coisa certa também.
Juntos eles sorriram e ao mesmo tempo disseram:
— Carly.
Demi
pegou
Joe pela mão
e conduziu-o ao quarto com a cama onde eles tinham feito amor pela
primeira vez.
Um lugar adequado para recomeçar,
decidiu ela. Uma fusão dos
melhores momentos do passado deles e a promessa de mais no futuro.
Joe não se
incomodou em apagar as luzes antes de começar
a despi-la, e ela, honestamente, não
se importou.
Ela queria ver o rosto dele, ver cada centímetro
do corpo bonito quando lhe devolvesse o favor. Mas em vez de se
livrarem de suas roupas eles permaneceram no centro do quarto por um
longo tempo, simplesmente se abraçando,
até que Joe soltou-a,
sentou-se na ponta da cama e abaixou a cabeça.
Demi moveu-se ao lado dele e inclinou a cabeça
contra o ombro largo.
— Joe, qual é
o problema?
— Eu estava prestes a pegar um preservativo quando
percebi que nós não
precisamos de um, e isso está
me consumindo por dentro. Ver a foto do filho de Logan esta noite
somente reforçou o quanto me
sinto inadequado.
Ela lhe deu um beijo no rosto.
— Joe, ser biologicamente capaz de gerar filhos faz de
você um doador de esperma,
não necessariamente um homem
bom. Ser um pai incrível
faz, e você é
um pai excepcional. Além do
mais, eu vi os resultados do laboratório.
Ainda há esperança.
Afinal de contas, nunca pensei que estaríamos
juntos novamente, e olhe o que aconteceu.
— Mas eu quero lhe dar tudo, minha querida. E por isso
esta situação é
tão
difícil.
Nunca na sua mais remota imaginação
Demi acreditara que veria esse lado dele. Ou que poderia amá-lo
ainda mais. Todavia, naquele momento, ela amava.
— Você já
me deu um lindo bebê, Joe. E
se de algum modo eu fiz você
duvidar de si mesmo, então
sinto muito.
Ela deitou-se de costas na cama e estendeu os braços
para ele.
— Venha cá e
esqueça o preservativo. Não
quero nada entre nós.
Joe juntou-se a ela na cama e rapidamente eles despiram
um ao outro. Como sempre, ele usou mãos
e boca com incrível
sensualidade, com toda a segurança
de um homem que conhecia tudo sobre o corpo dela.
Mas no momento que Demi estava prestes a lhe implorar
pressa, ele moveu-se sobre ela, abraçou-a
e observou-lhe os olhos.
— Case-se comigo, Demi.
Ele a tinha exatamente onde a queria, e sabia disso.
— Você é
cruel, Joe, nem sempre joga limpo.
— Mas dessa vez estou jogando para sempre. Prometo-lhe
que sempre a amarei, querida.
Demi sentiu que não
havia falsidade naquela promessa. Ele crescera no caráter,
mas ela vira vislumbres disso desde o momento que eles haviam se
conhecido, razão pela qual
se apaixonara tão facilmente
por Joe. Razão de amá-lo
tanto agora. Razão de dar
aquele salto final de fé.
— Sim, eu me casarei com você,
mas somente se terminar de fazer amor comigo neste minuto.
— Sou definitivamente seu homem —
disse ele quando a penetrou. Sim, ele era seu homem. Todo seu. E a
conhecia melhor do que qualquer homem. Podia lhe fazer coisas que
nenhum homem já fizera.
O ato de amor deles foi tão
apaixonado como sempre, mas Demi notou sutis diferenças.
Joe segurou-se um pouco mais, abraçou-a
um pouco mais apertado, tanto antes como depois de estarem totalmente
saciados e lutando por ar. Eles permaneceram entrelaçados
por longo tempo até que
finalmente ele rolou de costas e aninhou-a contra seu peito. Nas
horas seguintes, cochilaram e acordaram diversas vezes, mas cada vez
que Demi inadvertidamente se afastava, ele a puxava de volta.
Todavia, ela não se sentiu
sufocada ou tensa de forma alguma. Sentiu-se amada.
Logo depois do raiar da aurora, Demi abriu os olhos e
viu Joe observando-a.
— Pensei que você
nunca mais acordaria —
disse ele.
Ela espreguiçou-se
e passou os braços em volta
do pescoço dele.
— Por quê?
Você tinha algo em mente?
— Decidi que quero fazer isso antes que deixemos
Houston — disse ele
abruptamente.
Demi sorriu.
— Diferente da noiva de seu irmão,
não planejo não
proporcionar favores sexuais em nenhum momento.
Joe franziu o cenho.
— Eu quis dizer que quero me casar
antes de deixarmos a cidade. Gostaria de ter
a família inteira no
casamento.
Demi podia pensar em várias
razões pela quais aquilo
poderia ser um problema.
— Faltam apenas três
semanas, Joe. Como podemos planejar um casamento quando estou
terminando meu estágio em
pós-graduação
e você está
trabalhando também, tomando
conta de nossa filha?
— Confie em mim. Já
tenho tudo calculado.
***
— Obrigado
por nos deixar compartilhar seu grande
dia, irmão. Nick apertou a
mão que Joe ofereceu-lhe e
sorriu.
— Sem problemas. Meu casamento é
seu casamento.
O casamento em questão
tinha acontecido na propriedade de Avery Fordyce, o sogro
extremamente rico de Logan. Joe nunca vira jardins
tão
extensos, sem mencionar a mansão.
Excetuando uma rara manhã
chuvosa de agosto, tudo correra como fora planejado com a cerimônia
ao pôr do sol. O pai dos
gêmeos servira como padrinho
oficial, e os irmãos,
juntamente com Carlos, os demais padrinhos. As madrinhas da noiva
foram Dinah, as cunhadas e a filha de Miley, Stormy. Assumindo o
papel de pajens, as gêmeas
de Dinah tinham se divertido a valer, lançando
pétalas de rosas em seus
primos que estavam sentados na platéia.
E aquela platéia tinha sido
constituída de parentes e
amigos e velhos colegas de faculdade, e até
mesmo algumas velhas namoradas, que eram ainda amigas da família.
Nada extraordinário
ou incomum nisso. Desde, Joe podia recordar, a
casa deles sempre tinha sido um porto seguro
para crianças. Uma vez que
você era pego na teia da
família Jonas, era difícil,
senão impossível,
desligar-se, mesmo que ele tivesse tentado, felizmente sem sucesso.
Joe estava surpreso que, a despeito do curto tempo de
planejamento, pelo menos para Demi, a cerimônia
acontecera sem problemas, a não
ser por um pastor desnorteado.
— Eu quase enlouqueci quando o reverendo Aldine
continuou nos confundindo.
— Eu sei —
disse Nick. — Ele chegou
perto de nos casar com as mulheres erradas.
Joe riu.
— Sim, e pensei que o fato de eu usar um smoking e
você terno e gravata
remediaria isso.
— Eu lhe disse para cortar os cabelos, Joe.
Ele tinha de admitir que eles eram agora a definição
de irmãos gêmeos
idênticos. Certa época,
Joe teria preferido roer unhas a ter alguém
o confundindo com seu irmão.
Agora, sentia-se honrado. Apenas uma mudança
a mais na sua vida para se unir a todas as outras.
— Vou cortar os cabelos antes de nos mudarmos. Achei
que seria divertido ver quem nós
poderíamos confundir, como
nos velhos tempos.
Nick afrouxou a gravata e desabotoou o paletó.
— Estou pronto para uma espécie
diferente de diversão e não
vai acontecer até que eu
tire Miley daqui.
Joe lembrou-se da regra de "sem sexo até
a cerimônia" de Miley.
Devia ter sido duro para seu irmão.
— Estou surpreso que você
esteja andando ereto, uma vez que jejuou por semanas.
Nick deu um sorriso malicioso.
— Na verdade, isso somente durou cerca de quatro dias.
De modo algum, um choque para Joe.
De modo algum, um choque para Joe.
—-Você não
conseguiu se segurar, certo?
— Miley não
conseguiu. Ela veio até
minha casa uma noite e eu a fiz implorar por isso.
Sim, certo... .
— Pelo quê?
Cerca de dois minutos?
— Digamos trinta segundos.
Eles compartilharam outra risada antes que Nick olhasse
em volta e dissesse:
— Isso é um
jardim da infância ou o quê?
Joe teve de concordar com aquilo. A sua direita, o filho
mais velho de Kevin, Sean, junto com o enteado de Logan, J. D.,
estavam sobre mãos e
joelhos, brincando de esconde-esconde por baixo das mesas redondas
colocadas para a recepção,
enquanto Denise e Maddie entravam e saíam
dos arbustos próximos, suas
saias levantadas até os
joelhos. Então vinha a seção
de bebês. Com Patrick nos
braços, Jenna estava sentada
próxima a Selena, que
brincava com sua filhinha, Emma. Stormy equilibrava Carly no seu
quadril, enquanto Miley e Demi olhavam.
Demi...
Joe nunca se esqueceria de vê-la
caminhar pela nave usando o vestido de noiva branco sem alças
que contrastava com sua pele dourada. Sempre se recordaria do modo
como ela o olhara, como se ele importasse mais do que tudo no mundo.
Ele nunca a vira mais bonita, exceto nas manhãs
quando ela o acordava com um beijo. E também
à noite, quando segurava a
filha nos braços. Joe não
sabia o que fizera para merecê-la,
mas se recusou a questionar isso por mais tempo. Aceitou que tinha
sido abençoado e que o tempo
deles havia finalmente chegado.
Paul estava de pé
e bateu com uma colher em sua taça
de champanhe, sinalizando que o momento chegara para o tradicional
brinde de casamento, que o fez ganhar um olhar cauteloso de Denise.
Joe e Nick se reuniram novamente às
suas esposas e todos ficaram juntos, braços
em volta das cinturas para esperar as palavras sábias
do patriarca dos Jonas.
Demi inclinou-se em direção
a Joe e sussurrou:
— Ouvi dizer que eu deveria me preparar para qualquer
coisa.
— Você está
certa — disse Joe. —
Com papai, qualquer coisa que vier à
sua mente sai de sua boca.
Depois de pigarrear e ganhar a atenção
de todos, Paul começou:
— Primeiro, quero honrar meus filhos caçulas,
uma vez conhecidos como os últimos
Jonas solteiros convictos, antes que caíssem
na armadilha hoje. Para Nick, que seu amor por sua noiva possa ser
tão grande quanto seus
bíceps detestáveis.
E Miley, que você sempre
seja o sol matinal dele. E que vocês
dois me dêem outro neto
dentro de um ano.
Paul esperou até
que as risadas cessassem, antes de erguer seu cálice
na direção de Joe e Demi,
sua expressão muito mais
sóbria do que antes.
— E para meu filho Joe. Nunca pensei que viveria tempo
suficiente para ver você se
casar. Um curto ano atrás,
estou certo de que você não
acreditava que viveria para ver isso, também.
Mas aqui está você,
com sua bela noiva e sua filhinha, tendo sobrevivido às
tempestades. Embora a distância
possa nos separar a partir de hoje, sabemos que você
precisa ir para onde seu coração
o leva, e seu coração agora
pertence a Demi. Nick, Miley, Joe e Demi, desejo vida longa para
vocês todos.
Quando a multidão
aplaudiu, Joe sorriu para Demi e ela devolveu-lhe o sorriso. Então,
ele a beijou, e mais aplausos soaram. Quando eles se afastaram, Joe
notou que Nick estava ainda trocando um beijo intenso com Miley.
— Pare com isso —
disse ele. — Aí
vem mamãe.
Nick instantaneamente quebrou o contato com sua esposa e
olhou em volta, vendo Denise ainda sentada à
mesa com o pai deles.
— Muito engraçado,
Joe.
Joe não pôde
deixar de rir, mesmo quando Demi o cutucou e disse:
— Seja gentil com seu irmão.
Lembre-se, foi ele quem nos salvou de irmos ao tribunal.
Miley abafou sua própria
risada por trás da mão
antes de acrescentar:
— Demi contou-me que você
já vendeu sua casa, Joe.
— Sim, e é
uma coisa boa, uma vez que fizemos uma oferta numa casa de fazenda
restaurada quando visitamos os pais de Demi no fim de semana passado.
Nick meneou a cabeça.
— Estou tentando imaginar você
morando numa casa de fazenda numa cidade rural.
— Noble Oak fica somente a 15 minutos de Jackson, e é
uma casa de fazenda imensa —
disse Demi. — Três
andares, com cinco quartos.
Quartos que Joe esperava encher com filhos um dia, ou
biológicos ou adotados.
Qualquer coisa para fazer Demi feliz.
— Um ano atrás,
eu não podia imaginar isso
também, Nick.
Mas, como seu pai, ele desejava ir a qualquer lugar que
a vida com Demi e Carly o levasse. E estava ansioso por isso.
~
Infelizmente, é o ultimo capitulo dessa mini-fic, ainda tem o epilogo, vou postar ainda hoje, ok?? portanto que vcs comentem!!! beijoos e a próxima fic é aquela que eu já havia postado a sinopse... o que vcs acharam dessa fic?? bem fofa, né? *---*
Infelizmente, é o ultimo capitulo dessa mini-fic, ainda tem o epilogo, vou postar ainda hoje, ok?? portanto que vcs comentem!!! beijoos e a próxima fic é aquela que eu já havia postado a sinopse... o que vcs acharam dessa fic?? bem fofa, né? *---*
Posta, amei a fic inteira
ResponderExcluirGente foi tão fofa essa fanfic! Eu simplesmente amei e amei ainda mais o final! Achei engraçado o pastor confundindo eles! djrhtdigs
ResponderExcluirEstou mega ansiosa pelo epílogo :)
Posta mais ...
Beijos :*
Já pode postar o epílogo, eu deixo!.. :D
ResponderExcluirnão podia ter final melhor *-*
kisses!