21.8.14

Seu Melhor Erro - Capitulo 7

 
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Ele podia lidar com um simples beijo. Um beijo casto de boca fechada, um beijo de amigos. Mas um beijo de boca aberta, um beijo profundo e íntimo era mais do que Joe podia suportar.

Se não acabasse com aquilo imediatamente, corria o risco de levar Demi direto para seu quarto, sem pensar duas vezes. Se não controlasse suas mãos, as quais, de algum modo, tinham viajado para o traseiro dela, poderia conseguir chegar apenas na saleta de televisão. E se Demi não pa­rasse de pressionar o corpinho doce contra o seu, talvez eles tivessem de se reencontrar na ilha da cozinha.

Mas ele não ia levá-la a nenhum lugar, e não porque não queria. Se fi­zesse um movimento errado, comprometeria suas boas intenções, assim como sua honra recém-encontrada. E, sim, isso era horrível.

Com a pouca resistência que lhe restava, Joe rompeu o contato, dan­do um passo muito necessário para trás. E enquanto Demi permanecia atô­nita e silenciosa, ele rodeou a ilha, colocando uma massa sólida de granito e madeira entre os dois, e ocultando o efeito incendiário que o beijo tivera sobre seu corpo.

Ele mal conseguia respirar, mas pelo menos tinha mantido o zíper fe­chado. Seu pai ficaria orgulhoso.

Demi apoiou os cotovelos sobre a ilha e cobriu o rosto momentanea­mente, antes de olhá-lo.

Eu não acredito no que acabou de acontecer.

Joe ergueu ambas as mãos com palmas viradas para a frente.

Eu não fiz isso. Ele parecia uma criança que tinha sido pega co­lando na prova.

Você devia ter dito alguma coisa para me deter.

Difícil falar quando tenho sua língua dentro da minha boca. E real­mente é difícil pensar quando você tem suas mãos sobre mim.

Eu sei, eu sei. Ela bateu as palmas das mãos no balcão e endirei­tou o corpo. Fiz isso duas vezes agora.

Duas vezes? Ele havia perdido alguma coisa?

A menos que tenham feito isso quando eu estava em coma, só acon­teceu uma vez.

Eu quis dizer que quebrei as regras duas vezes. O beijo e a conversa sobre o passado, a qual levou ao beijo. Se você não tivesse começado com a história "senti saudade sua, querida", então isso não teria acontecido.

Oh, então agora a culpa é minha.

É culpa de nós dois, e isso não vai se repetir.

Se Joe pudesse opinar, aquilo iria se repetir. Diversas vezes. Um dia. Uma noite.

Lembre-se, fui eu quem me afastei antes que as coisas fossem longe demais. E ambos sabemos aonde teríamos chegado se eu não tivesse parado.

Ela franziu o cenho.

O Joe Jonas que eu conheci antes não teria interrompido o beijo. Então, por que você fez isso?

Em primeiro lugar, eu não sou o mesmo homem que você conheceu um ano atrás. Segundo, você não tinha um namorado na época. E aquilo levou a uma pergunta que ele vinha querendo fazer a algum tempo. A propósito, por que ele não lhe telefonou?

Demi não o olhou quando respondeu:

Ele tem somente o número do meu celular, e nós dois andamos ocupados.

Hora de um pequeno interrogatório necessário.

O que ele faz para viver exatamente?

Ela o fitou.

Por que a pergunta?

Porque quero saber um pouco sobre o homem que talvez crie minha no futuro.

Ele é mecânico.

Aquilo era totalmente inesperado.

Oh, sério?

Algum problema com isso, Joe?

Joe tinha um único problema com o sujeito... o envolvimento dele com Demi.

Não tenho nada contra mecânicos. Eu já os usei antes. Mas você não falou que ele possuía um negócio próprio?

Ela suspirou.

Sim. Quer saber mais alguma coisa? Talvez o partido político que ele apóia, ou o número do sapato que usa?

Joe estivera esperando o momento certo para fazer a pergunta mais importante, e aquele momento chegara.

- Ele sabe que você está morando aqui?

Uma expressão de culpa cruzou o semblante de Demi.

Não, mas pretendo contar em breve. Apenas não tive chance.

Como se ele acreditasse naquilo...

Ele não vai gostar disso, vai?

Ele não vai se importar. Confia... As palavras falharam enquanto ela desviava o olhar.

Joe teve uma idéia que poderia ajudar. Ajudá-lo a descobrir se pode­ria gostar do cretino.

Se você quiser que eu fale com ele...

Não! A exclamação veemente ecoou no cômodo.

Tudo bem. Se ele ligar, finjo que sou o jardineiro.

Demi suspirou.

Vou tomar um banho agora.

E quanto ao seu jantar?

Eu não estou com fome.

Todos os sinais indicam o contrário. Ou talvez eu deva dizer que todas as bocas apontam o contrário.

Ela deu um sorriso forçado.

Cale-se, Joe.

Certo, mas antes eu tenho um pedido.

Demi lhe deu um olhar desconfiado.

Se você vai me pedir para...

É sobre Carly. Quero começar a apanhá-la na creche ao meio-dia, começando de amanhã.

Você pode pegá-la às 16h.

Não bom o bastante, na opinião de Joe.

Àsl3h.

Àsl5h.

Combinado.

Joe ficou surpreso por ela não ter continuado a discussão. Ou estava muito cansada para argumentar, ou decidira compensá-lo pelo beijo.

Quando um chorinho soou do monitor sobre a bancada perto do fogão, Demi disse:

Eu não a vi o dia inteiro, então cuidarei de Carly. A menos que você insista em fazer isso.

Normalmente, ele insistiria. Mas se saísse de trás da ilha, revelaria o estado exato de sua excitação.

Vá em frente. Eu pego o próximo turno. No momento, vou ficar aqui mais alguns minutos e me acalmar.

Finalmente ela sorriu.

Oh, aquilo.

Sim, aquilo.

E "aquilo" poderia mantê-lo acordado pela maior parte da noite.




Homens bonitos e seus brinquedos deveriam ser algo proibido, pensou Demi ao entrar no galpão no meio da manhã e encontrar Joe levantando pesos. Uma vez que o banco estava virado horizontalmente para ela, ele não viu quando ela entrou. E isso deu a Demi alguns momentos para fazer numa pequena inspeção secreta.

Ela havia passado seu treinamento médico estudando anatomia, não somente das crianças, mas também de homens e mulheres de todos os formatos e tamanhos. A essa altura, não deveria se sentir afetada pelo corpo humano. Pelo corpo humano de Joe. Um corpo incrivelmente huma­no e másculo.

Todavia, cada músculo forte dos braços e das pernas expostos pelo short curto e justo que ele usava, cada veia proeminente que aparecia quando ele levantava os pesos, cada plano e ângulo da anatomia de Joe capturava sua atenção. Mesmo quando ele estava suando e ofegando com o esforço.

Ela precisava dizer o que pretendia antes que se encontrasse num la­mentável estado de excitação. Já caíra naquela armadilha na noite anterior. E mesmo nesta manhã, quando ela lhe entregara o bebê para que pudesse tomar banho, havia precisado de toda a sua força de vontade para não ex­plorar a boca de Joe novamente.

No exato momento que Demi ia pigarrear para lhe chamar a atenção, Joe derrubou o peso sobre a barra, desceu o banco, sentou-se e balançou as pernas sobre a lateral. Quando ela moveu-se para o campo de visão dele, Joe pareceu muito surpreso.

O que você está fazendo aqui? perguntou ele se levantando e passando um braço sobre a testa suada. Esqueceu alguma coisa?

Ela esquecera de si mesma na noite anterior. Poderia ter um lapso de memória neste momento se não parasse de olhar para aquelas coxas bem torneadas, e uma área não muito distante, acima das coxas.

Na verdade, eu deixei Carly na creche e subitamente me lembrei que a fórmula estava acabando. Depois que acabei de atender os pacientes no hospital, passei no mercado e comprei mais. Somente uma desculpa para retornar, e não muito boa.

Claramente, ele percebia que era uma desculpa.

Você poderia ter me ligado, em vez de dirigir todo o caminho de volta até aqui.

Certo, este não foi o único motivo pelo qual eu voltei. Quero con­versar sobre o que aconteceu na cozinha.

O café não estava tão ruim esta manhã. Talvez um pouco forte, mas já tomei piores. O sorriso de Joe era provocativo, assim como o tom de voz.

Eu não me referia ao café, e você sabe disso. Ele apontou para uma prateleira à esquerda de Demi.

Pode me passar uma toalha?

Em vez de arriscar muita aproximação, Demi pegou a toalha branca e jogou para ele. Após cair no chão, Joe pegou do piso de cerâmica mar­rom e esfregou-a lentamente no pescoço e no peito. Como ela desejou ser aquela toalha...

Como eu estava dizendo continuou ela , preciso explicar mi­nhas ações da noite anterior.

Ele jogou a toalha sobre a barra lateral da esteira. Não precisa explicar nada, Demi. Eu sei o que está acontecendo com você.

Ela devia ser muito transparente.

Oh, sabe mesmo?

Sim. Seu namorado está a quilômetros de distância e seus hormô­nios estão sobrecarregados. Isso acontece.

Ele estava tão longe da verdade que aquilo nem mesmo era engraçado. Exceto talvez pela teoria dos hormônios.

Você não tem idéia do que está falando.

Eu sei exatamente do que estou falando. Quando nós estávamos juntos, por aproximadamente três ou quatro dias do mês, eu não podia me aproximar que você me agarrava. Não importava onde estávamos. Em res­taurantes, você punha a mão sobre minha coxa debaixo da mesa e me provocava. Lembro-me de uma vez no cinema quando tivemos de sair no meio do filme porque você ficou completamente excitada com uma cena de amor. Não conseguimos chegar nem ao estacionamento. Não que eu esteja reclamando. Espero ansiosamente por dias como aqueles.

Isso é ridículo. Mas verdade. Quando ela ovulava, seus hormô­nios a deixavam num enlouquecedor estado de excitação. Na realidade, com Joe, costumava se sentir assim quase todos os dias do mês.

Diga-me uma coisa, Demi murmurou ele com aquela voz sexy e desafiadora. Seu namorado tem vigor suficiente para lidar com você nos dias que sua excitação leva horas para ser aplacada? Ele sabe precisa­mente onde tocá-la e o que falar para levá-la à extremidade do prazer, como eu sei?

Uma série de imagens do passado surgiu na mente de Demi, envolven­do seu corpo inteiro em calor.

Isso não é da sua conta.

Ele teve a audácia de tentar um olhar inocente.

Eu só estava curioso.

Bem, pode parar com sua curiosidade. Preciso voltar ao trabalho. Antes que ela se encontrasse em outra situação complicada. Não se esqueça de apanhar Carly esta tarde.

Não se esqueça de pôr a fórmula ao lado das três latas que eu com­prei dois dias atrás.

Ela virou-se e caminhou para a porta, o som da risada de Joe seguindo-a para dentro da casa, onde Demi tomou a decisão de impedir-se de re­tomar o que tivera com Joe um dia... uma vida sexual plena e ardente.

Talvez dar o telefonema não fosse uma idéia tão agradável, mas Demi sentia que não tinha outra opção. Seguiu o corredor, entrou em seu quarto, pegou o celular do bolso da calça e acessou o número na memória. O tele­fone tocou cinco vezes, e no momento que ela estava prestes a desligar, uma voz irritada atendeu:

Camp's Automotive.

Ei,J.W.,é Demi.

Uma longa pausa se seguiu antes que ele dissesse:

É bom ter notícias suas, doce de coco, mas estou mais ocupado do que um asno durante a estação de mosquitos. Posso lhe telefonar mais tarde?

Ela detestava o apelido que ele lhe dera anos atrás, mas não ia corrigi-lo agora.

Na verdade, eu quero que você me ligue de volta, mas preciso lhe dar meu novo endereço e número de telefone.

Eu não sabia que você havia-se mudado.

No último fim de semana. É uma longa história. E aquilo era tudo que ele precisava saber no momento. Eu não entrarei em detalhes agora, mas ligue para mim esta noite, no telefone de casa. Eu explicarei então.

Eu ligarei. Há algumas coisas que preciso lhe contar também.

Você tem papel e caneta?

Pode falar.

Demi ditou as informações, depois disse:

Lembre-se, ligue no número de casa. É importante.

Entendi. Como vai doce de coco júnior? E ela não fez quatro meses ontem?

Deus, Demi não se lembrara do aniversário da própria filha. Que bela mãe estava se saindo.

Sim, ela tem oficialmente quatro meses de idade. E está crescendo muito depressa. Você não irá reconhecê-la quando nós nos mudarmos para aí em agosto.

Provavelmente não. Dê um beijinho nela de J. W., certo?

Farei isso. Agora volte ao trabalho, e conversaremos logo.

Após desligar, Demi guardou o telefone no bolso e instantaneamente se sentiu envergonhada. A situação estava fugindo do controle, mas ela não sentia que podia fazer algumas revelações para Joe. Especialmente agora. Não depois do beijo perturbador da noite anterior. Não depois que ele tinha admitido que o fator namorado o ajudara a manter o controle. Ótimo que ele tivesse se controlado, porque Demi parecia estar perdendo tal capacidade.

Manter a farsa até sua partida poderia se revelar uma tarefa árdua. Ela temia que pudesse escorregar em algum momento. Talvez devesse fechar a boca com esparadrapo toda vez que estivesse perto de Joe. Talvez isso fosse benéfico em dois níveis: não cometeria lapsos verbais nem iria dar mais beijos nele.

O beijo ardente tinha sido a maldição de sua existência, tanto na noite anterior quanto durante toda a manhã. Mas o dever a chamava, e talvez este dever a ajudasse a tirar Joe e o beijo da cabeça.

Depois que chegou à clínica, Demi aproximou-se da mesa de recepção para dar uma olhada nos seus compromissos mais urgentes, mas no meio do caminho Kathy, uma das enfermeiras, interrompeu seu progresso.

Dra. Lovato pensei que quisesse ver isto.

Do jeito que seu dia tinha começado, Demi não se surpreendia que hou­vesse alguma coisa errada.

O que houve, Kathy?

São os resultados de laboratório do menino Myesky.

Brandon Myesky... um garotinho agitado de quatro anos que podia en­cantar a equipe médica inteira com apenas um sorriso que revelava uma covinha. Somente que, nos últimos tempos, o menininho não sorria mais, e Demi temia que seus piores medos se concretizassem.

A notícia é muito ruim?

Diagnóstico de leucemia...

Embora já esperasse por isso, ela levou um momento para registrar a confirmação.

Tem certeza?

A mulher abriu um gráfico, virou-o e apontou para o resultado do laboratório.

Está bem aqui.

Após ler os resultados, uma onda de náusea embrulhou o estômago de Demi.

Os Myesky têm alguma hora marcada em breve?

Eu liguei para eles uma hora atrás. Estarão aqui em aproximada­mente duas horas. Pedi que não trouxessem Brandon, de modo que você possa ter a total atenção deles.

Um véu de lágrimas nublou a visão de Demi antes que ela fechasse os olhos por um momento e as reprimisse.

Quando eles chegarem, leve-os à sala de conferências e certifique-se de que eu tenha tempo suficiente para responder as perguntas deles.

Kathy pôs a mão sobre o braço de Demi.

Ninguém pensaria menos de você se eu pedisse que outro dos atendentes lhes desse a notícia.

Ela endireitou os ombros e assumiu uma atitude que não sentia nem remotamente.

Isso é parte do trabalho, Kathy. A parte que ela mais detestava. Tive de lidar com esse tipo de situação em diversas ocasiões. Posso li­dar com isso.

Tem certeza? Porque é bastante óbvio que você está prestes a des­moronar. Criar um bebê e cuidar de crianças doentes irá esgotá-la. Eu sei disso porque criei três filhos depois de meu divórcio e trabalhava em tur­nos de 12 horas. Você precisa dormir mais.

Ela também precisava de menos distração.

Você está certa. Eu passarei a descansar mais. Como se isso fosse acontecer com tantos problemas em sua mente, e com o fardo adicional de dizer àqueles pais que eles estavam prestes a enfrentar uma jornada médi­ca sofrida com o único filho que tinham.

A enfermeira lhe deu um tapinha nas costas.

No que diz respeito a Brandon, você identificou os sintomas bem cedo. Se isso for tudo, e aposto que é, com o tratamento ele tem boas chan­ces de cura permanente. Mas, na realidade, não preciso lhe dizer isso.

Demi sinceramente apreciava as tentativas da enfermeira de fazê-la fo­car no positivo, apesar da notícia negativa.

Você tem razão, Kathy. Ele tem uma chance sólida de sobrevivência. E era exatamente isso que ela diria aos Myesky, embora o diagnóstico ainda fosse arrasador.

De qualquer forma, Demi precisava espantar a melancolia que podia embotar seu julgamento. Pelo menos mais uns 12 pacientes necessitavam de sua atenção total na clínica, e tinha visitas a fazer no hospital antes que pudesse pensar em encerrar seu expediente. Pelo andamento das coisas, teria sorte de chegar em casa antes da meia-noite. Felizmente, Carly estava em boas mãos.




Assim que pôs Carly para dormir e retomou à sala, Joe deparou com um coro de risadas, graças ao bando de seus irmãos felizes e um cunhado. Uma hora atrás,David, Logan, Nick, Kevin e Carlos haviam aparecido numa limusine... cortesia da companhia de transporte de elite de Logan... prontos para comemorarem, ou lamentarem, o fim do estado civil de sol­teiro de Nick. Uma vez que Joe não pudera comparecer a festa, eles tinham levado a festa até ele. Mas Joe não estava exatamente no humor de comemorar.

Ele sentou-se no sofá e apoiou os calcanhares sobre a mesinha de centro.

Podem me dizer o que é tão engraçado?

Você disse Logan. Este paninho cor-de-rosa está na última moda.

Joe tirou a pequena toalha do ombro e jogou-a sobre a mesa, produ­zindo outra rodada de gargalhadas.

Você todos estão se divertindo, não estão?

Estamos apenas surpresos ao ver quão bem você se encaixa no papel de pai acrescentou David.

Nick teve a audácia de rir novamente.

Uma pena que ele não tenha acesso direto à mãe.

Joe não queria explicar aquilo, mas se não explicasse nunca se livra­ria da situação atual.

Nós concordamos em ser amigos, pelo bem de Carly.

Logan pareceu perplexo.

Quer dizer que vocês dois estão vivendo nesta casa e não...

Não, não estamos, portanto, pare com isso. Joe não se incomo­dou em esconder sua irritação.

Carlos meneou a cabeça

Ele deve estar louco. Vocês a viram? Ela é uma das mulheres mais bonitas com quem ele já saiu.

Ela também tem um namorado adicionou Joe.

Considerando o telefonema que Joe recebera poucas horas antes, aque­le namorado não era mais um problema. Infelizmente, ele agora estava encar­regado de dar o recado a Demi. Como e quando faria isso, ainda não sabia.

Sabem, eu sou o único que ainda não a conheceu disse Dévin.

Uma pena que não trabalhemos no mesmo hospital. Eu poderia ter en­contrado um jeito de vê-la, apenas para confirmar se ela é tão ardente como todos dizem.

Ela é, acredite murmurou Joe. Mais quente do que o incên­dio florestal do Texas.

Quando a porta da frente se abriu, Carlos declarou:

Parece que você terá a chance de conhecê-la, Kev.

Joe baixou os pés para o chão e praticamente saltou do sofá, pare­cendo um pouco ansioso demais para alguém que não estava interessado em ter "acesso direto" a Demi. Os outros homens também se levantaram e ficaram silenciosamente atentos.

Joe, por que tem uma limusine parada aqui na frente? pergun­tou Demi, entrando na sala e parando de repente. Ela então olhou para cada um dos homens antes de voltar sua atenção para a garrafa de cerveja na ponta da mesa. Foi quando Joe percebeu que estava encrencado.

Oi disse ele. Nós estávamos assistindo o jogo de beisebol. Parece que vai ter prorrogação.

Desde quando assistir a um jogo de beisebol requer uma limusine? Ela conseguiu um sorriso, mas o tom de voz não soava nada amigável.

Nós estávamos no centro da cidade explicou David. Porque tínhamos tomado alguns drinques, Logan nos emprestou uma de suas limusines.

Quando Demi olhou para Joe, ele ergueu as mãos em defesa.

Eu fiquei aqui a noite inteira.

Entendo disse ela, embora parecendo não gostar de ver aquele bando de Jonas invadindo seu domínio. Onde está o bebê?

Joe notou que a postura corporal dela estava muito tensa.

Dei um banho em Carly e a coloquei para dormir alguns minutos atrás.

O irmão mais velho de Joe se apresentou.

Eu sou Kevin, Demi.

Ela pegou a mão que ele ofereceu para um breve aperto.

É bom finalmente conhecê-lo, dr. Jonas. Imagino que não esteja de plantão esta noite.

Não, mas nós já estamos de saída. Ele gesticulou para os outros irmãos apenas com um olhar. Até mais, Kev. E foi um prazer conhecê-la, Demi. A propósito, você faz um grande trabalho na pediatria.

Ela forçou outro sorriso.

Obrigada.

Os garotos Jonas e Carlos se despediram e foram embora, deixando Joe sozinho para enfrentar a fúria de Demi. Assim que todos saí­ram, Joe voltou-se para Demi e tentou uma expressão pesarosa.

Eu sei que isso não parece bom, mas antes que você se irrite com­pletamente...

Eu deveria ficar feliz ao ver você no meio de uma festa quando está responsável por nossa filha? Ela jogou as chaves sobre uma mesa late­ral e o jaleco sobre o braço do sofá. E pensei que você tivesse superado esse comportamento.

A determinação de Joe de permanecer composto começou a diminuir. Eu estava cuidando dela, Demi. E você vê uma festa aqui?

Ela andou até a ponta da mesa e pegou uma garrafa de cerveja.

Quantas dessas você bebeu?

Nenhuma. Eu lhe disse que não bebo mais. Todavia, mesmo se eu tivesse decidido participar esta noite, teria tomado apenas uma. Não o bas­tante para me impedir de cuidar do bebê.

Demi pôs a garrafa novamente sobre a mesa e o encarou, as mãos fecha­das nas laterais do corpo.

É assim que vai ser, Joe? Quando eu lhe telefono e aviso que vou chegar tarde, você reúne os rapazes aqui?

Ele se ressentiu da acusação.

Eles quiseram vir conhecer a sobrinha, e eu queria que ela conheces­se os tios. Não há nada de errado com isso.

Exceto que você não pode entreter um bando de homens, assistir a um jogo de beisebol e fazer um trabalho adequado de pai.

Joe experimentou a primeira onda de raiva verdadeira.

Em primeiro lugar, eles ficaram aqui por menos de uma hora. Segundo, pessoas têm vidas, Demi. Visitam amigos e família e ainda cuidam de seus filhos, sem incidentes.

Não se eles estiverem bebendo.

Eu lhe disse que não bebi. Na verdade, Logan era o único com uma cerveja. Ele a trouxe consigo.

Ela parecia tanto cética quanto irada.

Sim, foi isso que você falou. Mas então já falou coisas antes que não eram verdade, certo?

A raiva o dominou.

Talvez eu mereça isso, pelo que fiz com você. Joe pausou apenas o bastante para respirar fundo. Mas, certamente, fico ressentido com a insinuação de que eu faria alguma coisa para machucar Carly. Eu preferia morrer antes disso.

Ele virou-se e foi em direção à porta dos fundos antes que dissesse algo de que se arrependeria... novamente.

Quando ela falou "Eu não terminei ainda", Joe ignorou o comentário e saiu para o terraço, batendo as portas francesas e fazendo os vidros tre­merem com a força de sua frustração. Ele sentou-se num banco de balanço, inclinou o corpo para a frente e levou ambas as mãos ao rosto.

Soubera o tempo todo que Demi tinha uma opinião negativa a seu res­peito, e com razão. Mas não percebera o quanto ela o detestava. O quão pouco confiava nele. Depois do telefonema do namorado dela naquela noi­te, ele se enganara ao pensar que ainda podia haver uma chance de recupe­rar o que eles tinham tido um dia, somente que melhor. No mínimo, Joe teria uma chance de finalmente ganhar o respeito de Demi. Porém, alguns minutos atrás, ela destruíra qualquer esperança que ele pudesse ter. E isso o devastava, mais do que ela jamais saberia.


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Capitulo Programado ;) Beijoos e comentem!!! <3

4 comentários:

  1. Demi esta sendo muito má com o Joe!! Certo ele merece e tudo mais, mas acho que ela deveria pegar mais leve! Amei posta mais...
    Fabiola Barboza :*

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  2. Lindi e triste ao mesmo tempo, demi esta sendo má para o joe...e ela tem que descobrir logo porque ele acabou com ela..beijos posta mais

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