28.8.14

Atraído - Capitulo 23

 
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O jogo mais importante na carreira de um novo jogador não é sua estreia. Mas sim o que vem em seguida. A segunda apresentação. Ele tem que provar que é consistente. Confiável.

Hoje é meu segundo jogo. O dia em que vou mostrar para Demi que ela não vai se livrar de mim e que sou um baita artilheiro. Comecei com algo simples. Elegante. Algo menos chocante que a Three Man Band. Afinal, você nem sempre precisa atacar com armas nucleares para ganhar uma guerra.

A sala de Demi está cheia de balões.

Milhares deles.

Cada um impresso com ME DESCULPE.

Exagerado? Também não acho.

Então pedi que entregassem uma coisinha em sua sala. Da Tiffany. Uma caixinha azul com um recado:

Você já tem o meu.
Joe

Dentro da caixa, em uma corrente de platina, está um perfeito coração de diamante de dois quilates.

Meloso? Claro que sim. Mas as mulheres amam essas coisas melosas. Pelo menos é o que os filmes, que fiquei assistindo até as três horas da manhã, mostram.

Espero que isso faça as pernas de Demi ficarem bambas. E então caia de quatro, e estou certo de que não preciso te dizer o quanto gosto dela nessa posição.

Estou apenas brincando.

Um pouco.

Além do mais, acho que Demi não está acostumada a ganhar presentes, pelo menos não daquele valor. E devia estar. Ela merece ser mimada. Ter coisas boas. Coisas lindas. Coisas que seu ex-namorado de merda não podia pagar e provavelmente nunca nem pensou em lhe dar.

Coisas que posso – e irei – lhe dar.

Queria estar ao seu lado quando ela abrisse. Para ver a expressão em seu rosto. Mas tenho uma reunião.

– Joseph Jonas. Continua tão bonito quanto o diabo. Como está, meu garoto?

Está vendo aquela mulher me abraçando na minha sala? Sim, a dama de olhos azuis e de cabelos ruivos que ainda é sensacional, apesar de já estar na casa dos cinquenta? Ela foi minha professora do sexto ano. Naquela época, sua pele era tão suave e macia quanto seu sotaque irlandês. E tinha um corpo que implorava por pecado. Muitos e muitos pecados.

Ela foi minha primeira paixão. A primeira mulher para a qual me masturbei. Minha primeira fantasia com uma mulher mais velha.

Irmã Mary Beatrice Dugan.

Sim, você entendeu direito: ela é uma freira. Mas não qualquer freira, crianças. A Irmã Beatrice era uma freira muito gostosa.

Naquela época, ela era a freira mais jovem que todos nós já tínhamos visto – diferente das mulheres feias, vestidas de preto e severas, que pareciam velhas o bastante para terem vivido na época de Jesus. O fato de ela ser uma mulher do clero – proibida – e de estar em uma posição acima de nós, meninos católicos perversos, só fazia aquilo tudo ser ainda mais erótico.

Ela podia ter me espancado com uma régua a qualquer momento.

Eu não era o único a pensar assim. Basta perguntar para o Matthew.

Quando tínhamos treze anos, Estelle percebeu que Matthew tremia ao andar. Ela o arrastou se lamentando para o médico, onde logo foi diagnosticado com SPF.

Síndrome do Pênis Friccionado.

O médico disse à Estelle que tal condição foi causada por ele usar shorts de banho molhado por muito tempo. E ela acreditou. Mesmo sendo novembro. O pau de Matthew estava mesmo úmido, mas não era por causa de uma maldita roupa de banho.

E sim por causa da Irmã Beatrice.

– Você está mais linda do que nunca, Irmã B. Já decidiu deixar a Igreja?

Não frequento uma igreja. Não mais. Sou muitas coisas, mas hipócrita não é uma delas. Se você não vai seguir as regras, não deve aparecer para as reuniões em grupo. No entanto, mantive contato com a Irmã Beatrice. Ela é a diretora do St. Mary agora e minha família sempre fez generosas doações.

Ela dá uma batidinha em meu rosto.

– Menino descarado.

Eu pisco.

– Fala sério, Irmã, seja justa. Deus te tem há quanto tempo? Trinta anos? Não acha que está na hora de você nos dar uma chance?

Ela balança a cabeça e dá um sorriso forçado.

– Ah, Joseph, seus charmes tentariam a pureza de um santo.

Eu lhe dou uma xícara de chá e sentamos em meu sofá imaculado.

– Fiquei surpresa com sua ligação. E um pouco curiosa. Em que confusão se meteu, meu garoto?

Liguei para ela ontem e disse que precisava de ajuda.

– Tenho uma amiga e gostaria que você conversasse com ela.

Seus olhos pestanejam.

– Quem seria essa amiga?

Eu sorrio.

– Demetria Lovato.

– Você sempre foi o menino que beijava as mocinhas e as fazia chorar. E sobre o que você quer que eu converse com a senhorita Demetria? Você a engravidou?

– Não, Deus.

Ela ergue a sobrancelha, severa.

– Perdão.

Ela acena e continuo.

– Queria que você falasse com ela sobre… perdão. Segundas chances. Redenção.

Ela toma um gole de chá e olha, pensativa.

– Errar é humano; perdoar é divino.

Isso mesmo. Pensei em mandar Matthew ou Steven para defender meu caso. Mas não são neutros. Demi nunca acreditaria neles. E, antes que você me pergunte, não, eu nunca mandaria A Vaca. Muito arriscado. Quando se trata de persuasão, minha irmã é como um leão de estimação. Doce e divertida em um minuto, mas se você der o passo errado? Ela te come vivo.

A Irmã Beatrice é uma mulher religiosa. Gentil. Honesta. Se alguém pode convencer Demi de que um homem – eu – seja capaz de mudar, essa pessoa é ela. O fato de ela me adorar quase tanto quanto minha mãe também não faz mal algum.

– E quem a jovem moça está precisando perdoar?

Eu levanto minha mão.

– Esta pessoa seria eu.

– Deu uma de cafajeste, não é?

Confirmo.

– Tenho tentado de tudo pra reparar o que fiz. Menos tatuar o nome dela na minha bunda e correr pelado pelo estádio dos Yankees.

Estava deixando isso para a semana que vem.

– Os homens costumam querer o que não podem mais ter, Joseph. Gosto de pensar que você não é este tipo de homem. Então, se eu conversar com a jovem moça e convencê-la a confiar em você de novo, o que pretende fazer depois?

Olho dentro de seus olhos da cor do céu. E falo, sem sombra de dúvidas:

– Vou apreciar isso. Farei tudo o que for preciso pra fazê-la feliz. Por quanto tempo ela permitir.

Um pequeno sorriso se abre no rosto da Irmã Beatrice.

– E dizem que milagres não acontecem mais.

Ela coloca a xícara de lado e se levanta.

– Parece que tenho um trabalho abençoado pra fazer. Onde você está escondendo esta moça querida? Ela está me esperando?

– Tomei a liberdade de conversar com a secretária de Demi. Ela está esperando por alguém. Só não sabe que é você.

Ela dá um sorriso discreto.

– Não acha que isso vai irritá-la um pouco?

– É provável. Mas ela não vai descontar em você. Ela vai guardar toda a raiva pra mim.

Vamos até a porta.

– Já tentou rezar, Joseph? Orar é um ato poderoso.

– Acho que suas orações são um pouco mais poderosas do que as minhas hoje em dia.

Ela sorri e aperta minha bochecha, do mesmo modo que uma mãe faria.

– Todos somos pecadores, garotinho. Alguns apenas curtem isso mais do que outros.

Eu rio, abrindo a porta.

Depois, o sorriso some de meu rosto quando olho para as costas de Erin. Ela está parada na frente do meu escritório com os braços abertos. Bloqueando a mulher que está à sua frente.

Que, por acaso, é Deloris Warren.

Depois de Erin acompanhar a Irmã B. até a sala de Demi, eu me viro para Deloris. Ela está usando um tomara que caia preto, calça de couro apertada e saltos finos vermelhos. Se é isso que ela veste no trabalho, não consigo nem imaginar o que ela usa no quarto. Deve ser interessante.

Steven chega até nós, seus olhos estão focados nas pessoas que se retiraram pelo corredor.

– Aquela era a Irmã Beatrice?

– Sim.

Ele assente com gosto.

– Legal.

Viu? Freira muito gostosa. Te disse.

Ele sorri de maneira maliciosa para Deloris.

– Oi, Dee, o Matthew já te contou sobre a Irmã B.?

– Mais ou menos. Ele nos apresentou na igreja na semana passada.

Ao contrário de mim, Matthew ainda frequenta a igreja regularmente. Ele gosta de manter todas as cartas na mão, caso precise.

Steven dá um sorriso largo, como uma criança que está quase dedurando o irmão.

– Ele te contou sobre a SPF?

Ela desconfia.

– O que é SPF?

– Pergunte ao Matthew. Ele vai te contar. É um perito nisso – ele me cutuca com o cotovelo. – Alexandra e Mackenzie virão mais tarde. Quer almoçar conosco?

Coço atrás da orelha.

– Não posso. Tenho uma reunião… com um cara… sobre um negócio.

Ele é um daqueles caras que escrevem no céu. Ele deve voar sobre o prédio às quatro da tarde. Só preciso decidir o que ele irá escrever. Mas não quero que Deloris saiba. Não posso deixá-la avisar à Demi antes da hora.

Steven acena.

– Tudo bem. Até mais tarde.

Olho nos olhos de Deloris. Lanço para ela um dos meus sorrisos clássicos.

Ela apenas me olha de volta.

Devo estar perdendo a prática.

– Precisamos conversar.

Há apenas alguns motivos pelos quais Deloris Warren gostaria de conversar comigo neste momento da minha vida. Nenhum deles é agradável.

Gesticulo para ela entrar no meu escritório.

– Entre.

Esse deve ser o mesmo sentimento de quando você convida um vampiro para dentro da sua casa. Sento-me atrás da mesa. Ela fica em pé.

Já assistiu o canal Animal Planet? As mulheres são como uma manada de elefantes. Elas se unem para se protegerem. E se uma delas sentir perigo? Todas elas estouram.

Preciso fazer isso direitinho.

– No que posso te ajudar, Deloris?

– Se castrar seria ótimo. Mas topo um salto ornamental de uma ponte. Ouvi falar que a ponte do Brooklyn é ótima nesta época do ano.

Ah, sim. Isso vai ser muito divertido.

– Além disso.

Ela coloca as mãos em cima da minha mesa e se debruça, como uma cobra pronta para atacar.

– Você pode parar de foder com a cabeça da minha melhor amiga.

Sem problemas. A cabeça de Demi não é a parte do corpo que estou querendo foder no momento. Será que eu devia contar para ela? É melhor não.

– Não sei do que você está falando.

– Estou falando sobre a semana passada, quando você a tratou como uma camisinha usada. E agora, de repente, fica oferecendo flores, músicas e recados amorosos.

Ela já ficou sabendo de tudo? Isso é um bom sinal.

– Acho que você ou tem dupla personalidade, causada pela intensa sífilis na sua corrente sanguínea, ou você tem tara por um bom desafio. Em qualquer um dos casos, parta para a próxima, idiota. Demi não está interessada.

Não curto desafios. Quando Demi me deu um fora naquela primeira noite no REM, eu corri atrás dela? Não, fui embora com o que estava garantido. O mais fácil.

Ou, naquela noite em especial, com as gêmeas.

– Não vamos nos enganar. Nós dois sabemos que Demi está superinteressada. Você não estaria querendo tanto me atacar se ela não estivesse. Quanto às suas outras preocupações, não faço joguinhos. E tem uma fila de mulheres ao redor do quarteirão morrendo de vontade de me desafiar. Isso não se trata de conseguir uma transa.

Eu me apoio na mesa. Meu tom é direto e persuasivo, como se ela fosse uma cliente indecisa. Uma que preciso convencer a ficar ao meu lado.

– Admito que o que sinto por Demi me pegou desprevenido e, no começo, lidei mal com as coisas. É por isso que estou fazendo tudo isso: pra mostrar pra Demi que me importo com ela.

– Você se importa com o seu pau.

Não posso negar isso.

Ela se senta na minha frente.

– Demi e eu somos como irmãs. Mais próximas do que isso. Ela não é uma daquelas garotas que transam com qualquer um, ela nunca foi. Ela busca um relacionamento. É muito importante pra mim que ela fique com alguém que cuide dela direito. Um homem.

Concordo plenamente. A maioria dos homens sacrificaria um membro para ver uma relação mulher com mulher. É um tesão. Mas quando se trata de Demi? Não planejo dividir com ninguém. Não importa o sexo.

– Na última vez que chequei, é isso o que sou.

– Não. Você é um cachorro. Ela precisa de um bom homem. Um homem decente.

Bons meninos são entediantes. Você precisa de um pouco de maldade para manter as coisas divertidas. E meninos decentes? Meninos decentes sempre escondem algo.

Os vizinhos de Jeffrey Dahmer achavam-no decente. Até que encontraram aquelas cabeças em seu congelador.

Ela cruza os braços e sua voz se torna triunfante. Com uma satisfação maligna.

– E eu conheço alguém que é perfeito para ela. Ele trabalha no meu laboratório. É esperto. É engraçado. Se chama Bert.

Bert?

Ela está zoando com a minha cara? Qual tipo de sádico coloca o nome de seu filho de Bert hoje em dia? Isso é muito cruel.

– Ele vai garantir que Demi tenha bons momentos. Estou planejando juntá-los neste final de semana.

Estou planejando me algemar no tornozelo de Demi e engolir a chave. Vamos ver como Bert vai diverti-la, quando ela estiver me puxando como uma gêmea siamesa.

– Tenho uma ideia melhor. O que acha de sairmos em casais. Você e o Matthew, eu e Demi. Vamos passear. Você terá a oportunidade de ver como eu e Demi fomos feitos um para o outro.

– Ok, agora você está parecendo obsessivo. Você teve sua chance, você ferrou tudo, supere. Escolha outra da sua lista e deixe Demi em paz.

Eu me levanto.

– Ao contrário do que pensa, não sou um conquistador em série. Não seduzo mulheres, porque não preciso. Você quer que eu me desculpe com a Demi? Eu já fiz isso. Você quer uma garantia de que nunca mais vou machucá-la? Eu posso assinar uma, e assinarei com meu sangue se te fizer feliz. Mas não me peça para deixá-la em paz, porque não vou. Não posso.

Ela não se move. Seu rosto está parado e inflexível como uma estátua nervosa. E meu argumento não está convencendo.

– Matthew te contou como eu era? Eu pareço um homem que fica catatônico por uma mulher qualquer? Céus, Deloris, eu respeito Demi pra caramba.

Ela bufa.

– Hoje. Hoje você a respeita. Mas o que pode acontecer se ela ceder? Quando a novidade acabar e o sexo ficar sem graça? E uma nova cadela no cio cruzar seu caminho e querer que você cheire a bunda dela?

O sexo nunca fica sem graça. Não se você estiver fazendo do jeito correto.

– Não quero outra pessoa. E acredito que isso não vá mudar a qualquer momento… nunca.

– Acho que você está cheio de merda na cabeça.

– Lógico que você acha. Se você transasse com Matthew e agisse como eu fiz com Demi, também te rebaixaria. Mas o que você acha não muda o que Demi quer. Lá no fundo, mesmo que ela ainda não assuma, o que ela quer sou eu, querida.

– Você consegue ser mais convencido? Você pode ser rico, mas não pode comprar classe. Ou integridade. Você não está nem perto de ser bom o bastante pra Demi.

– Mas você acha que seu primo está?

– Não, não acho. Billy é um bundão imaturo e aquele relacionamento não estava indo pra lugar algum há um bom tempo. Com os anos, tentei alertá-la. Para que ela visse que o relacionamento deles tinha se tornado mais uma amizade do que um amor verdadeiro. Mas, naquela época, nossas vidas, nossas famílias, estavam tão ligadas que acho que eles estavam com medo de mudar a situação e machucar mais gente. Mas ele a amou – ama. Tenho certeza disso. Só que ele sempre amou mais o violão.

Ela começa a andar em frente à minha mesa. Como um professor em palestra.

– Veja, Joe, há três tipos de homens neste mundo: meninos, caras e homens. Meninos, como o Billy, nunca crescem, nunca se tornam sérios. Eles apenas se importam com si mesmos, com suas músicas, seus carros. Caras, como você, só pensam em quantidade e variedade. Como uma linha de montagem, é apenas uma noite após a outra. Também têm os homens, como Matthew. Eles não são perfeitos, mas valorizam as mulheres não apenas por sua flexibilidade e por sua sucção bucal.

Ela não está errada. Você devia escutá-la.

A única parte que ela não entende é que às vezes um cara pode se tornar um homem, ao encontrar a mulher certa.

– Você não pode decidir isso. Você quase nem me conhece.

– Ah, eu te conheço. Pode acreditar. Fui concebida por um cara, igualzinho a você.

Merda. Problemas com o pai. Essas são as piores.

– Demi e eu cuidamos uma da outra – continua –, sempre fizemos isso. E não vou deixá-la ser mais uma na sua lista de conquistas sexuais cheia de DSTs.

Você alguma vez já bateu sua cabeça na parede?

Não?

Observe atentamente. A sensação é parecida com essa.

– Ela não é. É isso que testou tentando dizer! Em que porra de idioma você gostaria de ouvir isso?

– Sei lá. Você fala algum outro além de idiotês?

Aperto meu nariz. Sinto um aneurisma chegando.

– Beleza, olha, você não acredita em mim? Tudo bem. Converse com o Matthew. Você confia nele, certo? Ele não gostaria que eu ficasse pegando a melhor amiga da namorada se não estivesse querendo algo sério.

Ela balança a mão.

– Isso não prova nada. Vocês sempre se acobertam.

Jesus, Maria, José.

Eu esfrego minha mão no rosto. Depois respiro fundo para me acalmar. Hora de dizer a verdade. Jogar minhas cartas na mesa. Fazer o gol.

Vou até a janela, reunindo meus pensamentos ao mesmo tempo em que observo o trânsito lá embaixo. Ainda estou olhando para lá, quando digo para ela:

– Sabe o que vi ontem quando vinha para o escritório? Eu vi uma grávida, pegando um táxi.

Eu achava que uma mulher grávida era algum tipo de coisa bizarra. Deformada. Você tinha que ver a Alexandra. Quando ela ficou grávida da Mackenzie, parecia que tinha engolido uma melancia no café da manhã. E do jeito como ela comia naquela época, com certeza ela seria capaz.

– Tudo o que consegui pensar foi como Demi ficaria linda grávida. E como eu queria poder fazer coisas pra ela. Como… se ela ficar doente, quero ser o cara que fará seu chá e lhe trará lenços. Quero saber como ela conseguiu aquela cicatriz no queixo e se ela tem medo de aranhas… e o que ela sonha à noite. Tudo. É insano, não pense que não sei disso. Isso nunca aconteceu comigo antes. E não quero que aconteça outra vez, com outra pessoa. Apenas com Demi.

Eu me viro e a observo diretamente nos olhos.

Se um dia você estiver numa floresta e ficar cara a cara com uma mamãe ursa raivosa, é melhor sempre olhar nos olhos. Fugir? Ela vai te comer. Um braço de cada vez. Mas, caso você resista ao ataque, tem boas chances de sobreviver.

– Você quer ouvir que a Demi me dominou? Pois ela me dominou. Estou de joelhos e a seus pés, e não quero nunca mais sair.

Ficamos quietos depois disso. Deloris apenas me encara. Por um momento. Procurando no meu rosto por… algo. Não sei bem o que é, mas sei o momento em que ela encontra. Porque algo muda em seus olhos. Eles se tornam mais suaves. Só um pouco. E seus ombros relaxam. E então ela acena.

– Tudo bem.

Algumas batalhas não têm um vencedor. Às vezes, a melhor coisa que um general pode fazer é o cessar-fogo.

– Demi faz suas próprias escolhas – ela diz. – E se tais escolhas se tornarem ruins, aí eu ajudo a limpar a bagunça. É pra isso que servem as amigas, pra ajudar a enterrar o corpo.

Ela se levanta. Anda alguns passos até a porta. Depois para e se vira, apontando o dedo em minha direção.

– Lembre-se apenas de uma coisa, amiguinho. Não me importa se forem apenas dez dias ou se forem dez anos, estou de olho em você. Se eu descobrir que você a traiu? Vou fazer você se arrepender disso. Eu trabalho em um laboratório, Joe. Com substâncias químicas. Substâncias químicas que não têm cheiro e não têm gosto, e que podem encolher permanentemente suas bolas, e aí você terá que ser chamado de Andreia. Entendeu?

Matthew só pode estar louco. Deloris Warren é assustadora. Ela, com certeza, tem potencial para ser uma vaca psicopata. Ela e Alexandra poderiam se tornar amigas.

Acho que ela passou tempo demais planejando como me torturar.

Eu engulo seco.

– Com certeza.

Ela acena de novo.

– Legal que conseguimos nos entender.

Com isso, ela sai voando da minha sala. Eu me jogo na cadeira e fico olhando para o teto.

Céus.

Esse lance de relacionamento é exaustivo. Parece que acabei de correr uma maratona. Com obstáculos.

Mas sabe de uma coisa? Tenho quase certeza de que estou próximo da linha de chegada.


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Oiii!! eu sei que vocês estão querendo uma maratona, mas é que essa temporada já esta no final... falta 5 capítulos, posso fazer uma maratona se for uma bem pequena, ok?? Beijoos <3

4 comentários:

  1. Posta+, eu aceito a marotona com os 5 caps msm (Ou vc podia inclui os bonus na maratona), eu so quero a vc acabe com mha ansiedade!

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  2. #medo kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Dee-Dee é de dar medo cara
    Joeeeeeeeeeeeeee, isso LUTE POR ELA !!!

    possta logooo

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  3. Acho que a maioria das mulheres já teriam baixado a guarda depois de tudo que o Joe já fez e falou...... essa demi é o máximo kkkkkkkk mas já chega né tadinho, ele já merece absolvição........ matatona please!!!!

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  4. Você pegou meu livro favorito, atraído da série tangled de Emma Chase e transformou em uma fic de Jonas brothers? --'

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