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No sábado
à noite, Joe voltou
para casa depois das 23h e encontrou a sala deserta e a casa
completamente quieta. Ele ficou mais do que um pouco decepcionado que
Demi não estivesse acordada
para sua chegada, mesmo que houvesse ligado mais cedo e lhe dito para
não esperá-lo
acordada. Provavelmente fosse melhor assim. Ele tinha um importante
telefonema em particular a fazer, e se acontecesse de ela
cumprimentá-lo com um beijo,
falar ao telefone seria a última
coisa na sua mente. Depois de entrar no escritório,
Joe fechou à porta,
preocupado com a chance de Demi aparecer. Ele poderia esperar até
a manhã seguinte, mas, com o
hábito de seu irmão
mais velho de ficar acordado até
depois da meia-noite, mesmo não
estando em seu plantão
médico noturno, as
probabilidades eram de que Kevin ainda estivesse de pé.
Quando o irmão
respondeu com seu costumeiro "Dr. Jonas", Joe não
hesitou em ir direto ao assunto:
— Olá, Kev,
por acaso você tem alguma
novidade do laboratório?
— Não, e eu
não esperava ter nenhuma.
Você deixou a amostra às
14h de sexta-feira, antes do feriado. Terá
muita sorte se tiver os resultados na segunda-feira.
Joe afrouxou a gravata e livrou-se do paletó.
— Há alguma
maneira de você apressar
isso?
— Ligarei para o laboratório
logo cedo na segunda-feira, então
telefonarei para você
se souber de algo.
— Obrigado. Estou um pouco ansioso sobre isso. —
Ansioso e temendo a notícia
ao mesmo tempo. Mas ele precisava lidar com o assunto antes de pôr
todas as cartas sobre a mesa quando finalmente contasse a verdade a
Demi.
— Entendo sua ansiedade —
disse Kevin. — Mas mesmo se
o exame revelar que você
está estéril,
há esperança.
Eles desenvolveram alguns tratamentos para ausência
de espermatozóides pós-quimioterapia
que podem resultar em concepção.
— Mas não há
garantia.
— Claro que não.
Mas temos de ser positivos.
Isso poderia não
ser o suficiente para que Demi considerasse um futuro permanente ao
seu lado. E Joe a queria no seu futuro. Ele chegara a essa conclusão
nas últimas duas noites,
quando não fizera nada além
de pensar nela. Tentando imaginar em como faria as revelações
sobre sua doença e em como
ela reagiria. E dependeria se Demi aceitaria o motivo dele não
lhe ter contado logo após a
doença, e a possibilidade de
que Carly pudesse ser a única
filha biológica que eles
teriam juntos.
Agora, ele precisava dizer boa-noite a ela e ao bebê.
— Obrigado novamente, Kev. Imagino que o verei aqui
amanhã.
— Infelizmente, estou de plantão.
E estou esperando que a sala de emergência
fique lotada de pessoas que costumam comemorar um pouco demais.
Pergunte a Demi sobre isso. Estou certo que ela pode contar-lhe
algumas histórias sobre suas
experiências em
prontos-socorros. E falando em Demi, use um preservativo, apenas para
prevenir.
Ele poderia argumentar que eles não
estavam dormindo juntos, mas não
viu razão alguma para isso.
Não quando estavam tão
perto de dar aquele passo.
— Obrigado pela informação,
e falarei com você na
segunda-feira então. Depois
que Joe desligou, deixou o escritório,
e no caminho para seu quarto parou no quarto da filha primeiro. Abriu
a porta e viu o cômodo
banhado de luz fraca de uma lâmpada
no corredor, revelando mãe e
filha dormindo no sofá-cama,
uma de frente para a outra, suas testas quase se tocando.
Mesmo que uma ducha e um sono chamassem por ele, Joe
parecia não poder afastar-se
da visão. Encostou um ombro
contra a porta, percebendo que momentos como aquele poderiam ser
muito raros. Ou talvez nunca voltassem a acontecer se Demi saísse
de sua vida, levando Carly com ela. Mas enquanto continuava
observando suas duas garotas jurou fazer tudo que estivesse a seu
alcance para evitar que aquilo acontecesse, a menos que o destino
fosse outro.
Demi
tinha
gostado muito da comida, da companhia e do
simples comprometimento de não
fazer nada, exceto tomar banho de sol.
Todavia, observar Joe e o bebê
deles brincando na piscina tinha iluminado o seu dia. Carly
usava um chapéu cor-de-rosa
que combinava com seu biquíni
novinho em folha, expondo uma barriguinha que crescera nas últimas
semanas. Joe usava sunga azul-marinho que lhe dava uma fabulosa visão
de suas pernas igualmente fabulosas. Aquelas pernas e o peito nu
largo proporcionavam prazer suficiente para durar quase uma vida
toda. Quase.
Ela estava atônita
como Joe tinha sido paciente com Carly hoje, mesmo depois de chegar
tarde de viagem. Tão tarde,
dissera-lhe ele, que não
quisera incomodar, acordando-a. Demi sinceramente desejou que ele a
tivesse acordado.
Enquanto Demi continuava observando, Joe conseguiu
ensinar Carly como bater na água,
para fazê-la espirrar, com
seus frágeis punhos depois
de algumas tentativas. E pelo sorriso orgulhoso no rosto bonito dele,
parecia como se sua filha tivesse realizado algo monumental. Ela
podia somente imaginar como ele reagiria quando Carly desse seus
primeiros passos, quando falasse suas primeiras palavras, quando
dirigisse uma bicicleta sem a ajuda das rodinhas. Pensar que ele
poderia não estar por perto
para testemunhar aqueles momentos memoráveis
lhe causava uma melancolia tão
grande que Demi não podia
ignorar. Num mundo perfeito, eles seriam a família
perfeita. Experiência de
vida a ensinara que perfeição
não era algo alcançável,
o que somente aumentava seu sentimento de tristeza.
— Ele parece tão
natural com Carly. — Ela
deu um leve sorriso para Dinah, sentada numa espreguiçadeira
ao seu lado. Ela está
tornando-se definitivamente a filhinha querida do papai. Ele viajou
por dois dias e ela praticamente gritou quando o viu esta manhã.
Demi quisera dar um pequeno grito também,
mas contivera sua reação, a
fim de não parecer muito
excitada em vê-lo, mesmo que
estivesse.
— Vai ser difícil
para pai e filha quando você
voltar para sua casa — disse
Dinah.
Aquela realidade começara
a incomodar Demi também.
— Ele poderá
vê-la sempre que estiver
disponível.
— Mas não é
a mesma coisa, é?
Não, não
era. No entanto, Demi não
via qualquer outra possibilidade. Não,
a menos que algo mudasse drasticamente o relacionamento deles nas
próximas poucas semanas.
Num esforço
para não estragar a tarde
completamente, ela inspecionou o quintal e fez um rápido
cálculo de cabeça.
As meninas gêmeas
de Carlos e Dinah, Maddie e Denise, tinham ido para dentro da casa
com os avós. Logan e Jenna
não tinham comparecido,
por que Jenna estava para dar à
luz a qualquer momento. A ausência
de Kev devia-se ao fato de ele estar de plantão
o dia todo no ambulatório.
Isso deixava Selena e David, que estavam relaxando em uma toalha
debaixo de uma árvore, com a
filha Emma adormecida ao lado deles.
Ela logo percebeu que um casal estava ausente.
— Para onde foram Nick e Miley?
Dinah tomou um gole de chá
gelado antes de colocar o copo no braço
da espreguiçadeira.
— Quando eles não
podiam mais manter as mãos
longe um do outro, meu querido marido disse-lhes para acharem um
quarto. E uma vez que Stormy vai passar a noite aqui, estou
presumindo que eles tenham ido embora, para fazerem exatamente isso.
Não era má
idéia, pensou Demi antes que
afastasse aqueles pensamentos.
— Eles realmente parecem estar loucos um pelo outro.
— Estão —
disse Dinah. Depois de uma breve hesitação,
perguntou: — Existe alguma
chance de você e Joe se
tornarem mais do que apenas amigos novamente?
Ela estava surpresa que não
ouvira aquela pergunta antes.
— Estamos em caminhos diferentes agora, Dinah. Eu
tenho minha profissão e Joe,
a dele. Ambos seguimos com nossas vidas.
— Não Joe.
Pelo que me consta, ele nunca mais teve ninguém
na sua vida desde que vocês
romperam.
Demi suspeitou que Dinah não
sabia tudo sobre as atividades extracurriculares de Joe. Nem ela
sabia, e, francamente, não
queria saber.
— Acho difícil
acreditar que Joe não voltou
a namorar.
— Tenho quase certeza que é
verdade. De modo geral, ele se tornou um homem caseiro.
Demi avaliou aquilo por um momento antes que Paul Jonas
saísse da casa e ocupasse a
cadeira vazia ao lado de Dinah.
— Você não
vai se juntar ao seu namorado e ao bebê
na água, Demi?
Obviamente, o pai de Joe estava fazendo uma suposição
errônea sobre o
relacionamento do filho com ela. Todavia, ela
sentiu que seria rude ser direta.
— Estou apenas apreciando ter um dia longe do
trabalho. Entre o trabalho, a clínica
e o término de minha última
pesquisa, não tive muito
tempo livre desde que me mudei... —
Não seria ela, certamente,
quem contaria aos pais de Joe sobre os arranjos de moradia. —
Suponho que já faz algumas
semanas.
Carlos chegou por trás
de Dinah, inclinou-se e beijou-lhe a face.
— Quer dizer que Joe não
lhe dá um descanso desde que
você se mudou para cá,
Demi?
Dinah beliscou-lhe forte na coxa, fazendo-o piscar e
perguntar:
— O que foi que eu disse?
Paul riu.
— Não se
preocupe, filha, Nick me contou há
pouco que Joe e a moça estão
vivendo juntos. Mesmo se eu não
fosse esperto, estaria pensando a quem pertenciam maquiagem e
xampu feminino no outro
banheiro. E também estou
pensando que esses itens foram colocados lá
para disfarçar. Por acaso
você e meu rapaz estão
tentando me enganar? Ou estariam compartilhando o mesmo colchão?
Dinah disse:
—Já chega,
papai — enquanto Demi se
encolhia internamente. Por Deus, ela deveria ter sido um pouco mais
discreta com seus pertences pessoais.
— Estarei aqui somente até
agosto — acrescentou ela
prontamente para amenizar a atmosfera. —
Eu quis que Joe tivesse a oportunidade de conhecer Carly antes que eu
voltasse para casa. Esta é à
razão pela qual concordei em
me mudar. E respondendo sua pergunta, ele tem seu quarto e eu tenho o
meu.
Denise Jonas apareceu naquele momento, saindo das portas
francesas com uma travessa de torta de amora nas mãos.
Ela colocou a sobremesa na mesa e olhou, primeiro, para Dinah.
— As meninas estão
no quarto dos fundos, tirando uma soneca. —
Então, dirigiu-se a
Demi e perguntou: —Aquela é
a esponja vegetal de Joe no banheiro, querida, ou você
e meu filho estão vivendo
juntos?
Os cosméticos
de Demi tinham servido para cavar um buraco maior do que o Grand
Canyon. Naquele momento, ela desejou que tivesse um buraco para
entrar.
— Não é
o que pensa, sra. Jonas. Somos amigos, nada mais.
— Vocês são
os pais da menina. — Denise
sentou-se em frente ao marido e sacudiu a cabeça.
— Tenho tido maus momentos
imaginando os jovens dos dias atuais. Vocês
parecem tratar coabitação
como um esporte. Primeiro, Kevin e Danielle morando juntos
enquanto estavam na faculdade. Nick e Miley não
estão morando sob o mesmo
teto, mas poderiam estar, e sei que David e Selena começaram
a viver juntos antes do casamento, e assim fizeram Logan e
Jenna, mesmo que fingissem o contrário.
Mas a pior cena...
— Ela atirou um rápido
olhar para Dinah, depois para Carlos. —
Todo esse tempo vocês dois
fingindo serem colegas de quarto, enquanto secretamente fizeram um
bebê.
— Fizemos dois bebês
— acrescentou Carlos com um
sorriso.
Denise suspirou.
— O mundo está
mudando muito depressa para mim.
— Meu amor — começou
Paul —, para o que não
pode ser curado, paciência é
o melhor tratamento.
— E não corte
sua garganta com a língua,
meu velho — retrucou
Denise.
— Você ainda
tem de dormir comigo.
Paul piscou.
— O que é um
grande prazer.
Dinah revirou os olhos.
— Tudo bem, não
entremos no terreno de muita informação.
E deixemos Demi em paz. Como ela
e Joe escolheram viver a vida deles não
é de nossa conta. —
Ela pôs dois dedos na boca e
deu um assobio alto. — Traga
minha sobrinha para mim, Joe.
Carlos colocou as mãos
nos ombros de Dinah e franziu a testa.
— Ela tem febre por bebês,
o que significa que vou ser nada mais do que um garanhão
para Dinah, até que façamos
outro bebê.
Quando Dinah esticou a mão
para beliscá-lo outra vez,
Carlos pegou-lhe o pulso.
— Não desta
vez, madame.
Demi gostou da brincadeira bem humorada entre os membros
da família, mas também
experimentou um pouco de saudades de casa. Com seus pais aposentados
e viajando no verão, ela
raramente falava com eles nos últimos
tempos.
Todavia, quando Joe saiu da piscina carregando Carly,
Demi não se sentiu tão
solitária. Naquele momento,
ele servia como uma parte de sua família
imediata, mesmo que temporariamente.
Depois de envolver o bebê
numa toalha, Joe entregou-a a Dinah.
— Ela vai ser uma nadadora olímpica
se tenho algo a dizer sobre isso.
— Pensei que você
quisesse uma jogadora de softball —
disse Demi.
— Não há
razão para que ela não
possa ser as duas coisas.
Demi se sentiu praticamente derretendo por dentro pelo
sorriso que Joe lhe deu, e uma vez que não
podia deixar de manter os olhos no torso nu espetacular, achou que
era melhor fazer uma fuga rápida,
ou arriscaria entregar-se.
Depois de beijar a face de Carly, ela se levantou da
espreguiçadeira.
— Vou pegar algo para beber.
— Eu também
estou com sede — disse Joe
— Entrarei logo.
Sem mesmo perguntar se alguém
mais queria algo, Demi apressou-se a entrar na casa, grata pelo ar
frio refrescando seu corpo um tanto quente. Tentou convencer-se que
sua temperatura elevada era devido ao sol de julho, mesmo que aquele
sol estivesse começando a se
pôr.
Gostasse ou não,
Joe fora culpado pela maior parte de sua condição
física, de algum modo,
superaquecida, o que a incomodava há
dias.
Não muito
depois que ela enchera seu copo com gelo, notou pela sombra sobre o
balcão que Joe entrara na
cozinha.
— Quando você
vai tirar esse disfarce sobre seu corpo, Demi?
Ela olhou para a camiseta tamanho gigante que batia no
meio de suas coxas.
— Quando eu estiver certa de que todos foram embora.
— Por quê?
Posso dar um atestado de que seu corpo é
magnífico.
— Você não
me viu nua, Joe.
— Com que rapidez você
esquece.
— Recentemente.
— Eu cheguei muito perto disso algumas vezes. —
Ele parou atrás dela e
beijou-lhe o pescoço. —
Você
está cheirando a loção
bronzeadora.
Ela despejou chá
no seu copo, felizmente sem derramar.
— E você
cheira a cloro. Passou tanto tempo na água
que estou surpresa que não
tenha se transformado numa ameixa murcha.
Ele agarrou-lhe a cintura e a fez girar para encará-lo.
— Asseguro-lhe que nada no meu corpo está
murcho.
Demi deu um passo para o lado, afastando-se dele, e
moveu-se para o outro lado da cozinha.
— Precisamos ter cuidado. Sua mãe
e seu pai descobriram que estou morando aqui. Eu não
ficaria surpresa se estiverem desenvolvendo algumas teorias a mais
sobre nosso relacionamento. Mais precisamente, sobre nossos arranjos
noturnos.
Ele deu de ombros.
— Deixe-os especular. O que fazemos na intimidade de
nosso lar é problema nosso.
Falando nisso... — Ele
pegou uma Coca-Cola do refrigerador e abriu-a. —
Dinah quer levar Carly para passar a noite. Eu disse que perguntaria
a você, mas acho que não
seria um problema. Ela acha que deveríamos
ir jantar ou ao cinema. Algo que nos faça
sair de casa. Pessoalmente, posso pensar numa porção
de coisas boas para fazer sem sair de casa.
Demi também.
Todavia.....
— Não sei,
Joe. Uma noite inteira sem ela? Isso seria a primeira vez que
aconteceria desde que eu a trouxe do hospital para casa.
Joe moveu-se tão
rapidamente que Demi não
sabia o que a tinha atingido até
que sentiu um beijo suave nos lábios.
Uma vez separados, ele disse:
— Carly sobreviverá
a uma noite sem nós, e você
também. Além
do mais, eu a manterei ocupada.
O pensamento de ficar completamente sozinha com Joe
arrepiou-lhe a pele dos braços,
camuflando o calor que começara
a se alojar em outras partes não
visíveis de seu corpo.
— Nós
poderíamos ir apanhá-la
às 22h —
disse ela.
— Meia-noite.
— Onze. Joe passou ambas as mãos
pelos cabelos úmidos e olhou
para o teto
por um momento.
— Se isso é
necessário para que você
nos dê algum tempo sozinhos,
então está
combinado. Mas não vamos
pegá-la nem um minuto mais
cedo.
Demi pôs uma
boa quantidade de açúcar no
chá, e ao mexer derramou um
pouco do líquido sobre o
balcão. Então
pegou um pano e limpou-o com movimentos nervosos.
— Quando todo mundo vai embora?
— Em breve, espero.
Por mais que Demi amasse seu bebê,
sentiu o mesmo.
Quanto antes todos partissem, mais cedo ela poderia
relaxar e não precisar ter
cuidado com todas as palavras que dissesse sobre a família
dele. E quanto mais cedo ficasse sozinha com Joe, melhor seria.
Aquele momento com ponto sem retorno estava quase a
consumindo. O momento que daria o proverbial mergulho e finalmente
teria o que vinha fantasiando por dias.
Tão
logo o último
membro da família partiu,
Joe voltou-se da porta para ver que Demi tinha desaparecido. Temeu
que ela estivesse arrependida de mandar Carly com os tios. Temeu
ainda mais, que ela tivesse se arrependido de ficar sozinha com
ele...
Depois de uma procura pela casa, ele voltou para o deck
para encontrar Demi dando braçadas
na piscina.
Joe sentou-se numa cadeira e a observou por vários
minutos, até que finalmente
ela subiu à procura de ar e
começou a nadar na direção
dele.
A luz automática
da piscina se acendera, banhando-a na água
azul, fazendo seus olhos cor de avelã
parecerem quase translúcidos.
Ela moveu-se através da água
como uma deusa do mar e parou nos degraus, parecendo como a fantasia
favorita dele. Embora não
saísse completamente da
piscina, Demi finalmente lhe deu uma grande visão
de seu corpo num biquíni
preto: Um biquíni que não
seria considerado audacioso em nenhuma circunstância.
A parte inferior ficava abaixo do umbigo e não
era muito cavado nas pernas, o top tinha tiras finas e era suficiente
decorado para revelar o vale entre os seios. Apesar de discreto, o
biquíni tinha o impacto de
um lança-foguete, e ele,
definitivamente, decolara.
Ela descansou a mão
na grade da escadinha da piscina e enfiou a outra na água.
— Você não
vai se juntar a mim?
Joe mudou de posição
na cadeira e esfregou a palma da mão
na barriga, chamando a atenção
dela.
— Não sei.
Estive nadando a maior parte do dia. Talvez devêssemos
conversar sobre isso primeiro.
Sem aviso prévio,
ele se colocou por trás de
Demi, livrou-a do sutiã do
biquíni e atirou-o sobre o
deck.
— Você ainda
quer conversar?
Oh! Deus, não!
— Esta é sua
versão de acenar a bandeira
branca da rendição?
— Ela é preta
e eu me rendi no minuto que você
veio para a piscina. Joe não
podia exatamente explicar sua hesitação,
além do fato de que queria
ter certeza que ela sabia no que estava se envolvendo.
— Se eu entrar aí
com você, não
vou querer parar em apenas uma nadada.
— Eu não vou
parar você, também.
Pondo de lado todas as suas reservas, Joe teve a
presença de espírito
de tirar suas sandálias de
dedo, mas nem mesmo se importou em tirar sua camiseta e sunga... por
enquanto. Quando endireitou o corpo e começou
a entrar na piscina, Demi nadou para longe, antes que ele desse o
primeiro passo dentro da água.
Sem problemas. Ele trabalhara verões
no colégio como salva-vidas.
Mesmo se não fosse o caso,
possuía bastante energia
sexual no momento para atirar-se na água
como uma hélice humana.
Depois de somente algumas braçadas,
tinha Demi nos braços, e
cobria-lhe a boca num beijo que provavelmente seria
considerado ousado em qualquer circunstância.
Eles se movimentaram na água
por algum tempo até que Joe
moveu-se para o lado raso da
piscina, permitindo que seus pés
tocassem o fundo. Demi interrompeu o beijo primeiro e cerrou o cenho.
— Estou me sentindo um pouco autoconsciente, uma vez
que estou quase nua e você
inteiramente vestido,
Quando ela agarrou a bainha da camiseta dele, Joe ergueu
os braços e deixou-a tirá-la
pela cabeça.
— Satisfeita? —
perguntou ele enquanto a observava arremessar a peça
para o deck.
— Sim, mas o que eu sinto por baixo de seu braço?
Droga! A cicatriz do tubo que eles tinham usado para
administrar a quimioterapia.
— Não sei o
que você quer dizer.
— Levante o braço
e eu lhe mostrarei sobre o que estou falando. Ele podia satisfazê-la
ou ignorá-la.
— É provavelmente apenas o
remanescente de algum ferimento de futebol.
— Eu conheço
bem cada centímetro de seu
corpo, Joe, e não me lembro
de qualquer cicatriz debaixo de seu braço.
— Pare de bancar a doutora, Demi. Não
é nada. Eu afirmo. —
Ele beijou-a novamente. — Agora,
onde estávamos?
—Acredito que estávamos
despindo você.
Quando ela agarrou o elástico
de sua sunga, Joe trouxe-lhe as mãos
até seu peito.
—Não apresse
as coisas — disse ele. —
Estou tão excitado no
momento que isso vai terminar antes que comece, se não
tivermos cuidado.
Ela sorriu.
— Agora você
sabe como eu me senti no deck naquela noite.
— Eu gostaria de saber como você
se sente agora. — Ele
pressionou as palmas da mão
contra o traseiro dela, curvou a cabeça
e com a ponta da língua
seguiu o caminho de gotas de água
deslizando do pescoço
elegante para o peito de Demi.
Quando ele fechou a boca sobre um dos seios, ela arqueou
as costas e enterrou as unhas nos ombros largos. Joe a vira daquele
jeito antes, tremendo, ávida,
perdendo a última partícula
de controle. E sabia precisamente como lidar com aquela situação.
Joe enganchou as pernas de Demi em volta de sua cintura,
depois a carregou pelos degraus para a toalha que David havia
estendido no chão sob o
carvalho, mais cedo naquele dia. Ele a colocou de pé
e, sem dizer uma palavra, deslizou a parte de baixo do biquíni
pelos quadris femininos. Quando o pano minúsculo
caiu no cão, ela livrou os
pés e chutou-o
para o lado.
Ele deu um passo para trás
e visualmente viajou pelo corpo dela, absorvendo a visão
do território familiar que
já explorara antes. Mas
aquilo não tornava a
perspectiva de repetir a experiência
menos excitante.
— Você é
tão bonita quanto eu me
lembro.
Ela baixou os olhos.
— Estou alguns quilos mais pesada e tenho
algumas estrias e...
Ele parou a auto depreciação
não característica
de Demi com um leve beijo.
— Eu disse que você
é bonita. Fim da discussão.
Além do mais, não
está a fim de conversar,
lembra-se?
Ela ofegou.
— Você está
certo.
— E por acaso sei exatamente do que você
está a fim.
Antes que Joe pudesse deitá-la
na toalha para demonstrar o quão
bem a conhecia, ela disse:
— Não podemos
fazer isso, Joe. Que momento para ela reconsiderar.
— Como você
quiser, Demi. Não vou forçar
nada.
— Eu quis dizer que não
podemos fazer isso aqui, a menos que você tenha
um preservativo.
Demi havia inadvertidamente suprido a perfeita abertura.
Ele podia dizer-lhe que talvez eles não
precisassem de um preservativo, e explicar por quê.
Ou podia apenas deixar as coisas daquele jeito por enquanto, e isso
era o que planejava fazer. Talvez escolhesse não
contar a verdade, porque o resultado do exame ainda não
era conhecido. Talvez aquela fosse a ação
de um homem muito egoísta.
Talvez ele apenas não
pudesse confessar, não
quando tinha a chance de lhe mostrar o quanto ainda gostava dela da
melhor maneira que sabia fazer.
Além do mais,
Joe era, e sempre fora, muito melhor com ações
do que com palavras, pelo menos no que dizia respeito a
relacionamentos pessoais. Estranho, considerando que ganhava dinheiro
com palavras. Mas aquelas vinham facilmente. Outras, não.
— Joe? —
perguntou ela quando ele não
respondeu. — Você
está bem?
Ele ficaria, tão
logo fizesse amor com ela.
— Sim. Eu volto num instante.
~
mais tarde tem mais, a mini-fic já esta acabando, ela é bem pequena :( !! Beijoos e comentem <3
ameeeeeeeeeeeeeei! pode postar estou esperando atualizando o blog a cada 2 horas
ResponderExcluirGente é cada capítulo um melhor do que o outro! Bom eu estou ansiosa pra ver a reação da Demi quando souber a verdade!
ResponderExcluirContinua...
Fabiola Barboza :*
Posta+
ResponderExcluirNão há palavras....perfeito, maravilhoso..:-)
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