~
— Tudo bem,
eu farei isso —
declarou Demi.
O estupor de Joe devido ao sono permitiu a única
resposta lógica para a
declaração abrupta da
mulher.
— Fará o quê?
— Vou me mudar para sua casa.
Quando a nebulosidade mental dissipou-se, Joe
recostou-se contra a cabeceira da cama e passou a mão
no rosto.
— Demi?
— Sim. Quantas mulheres você
convidou para morar na sua casa?
Oh,Deus!
— Nenhuma. Estou apenas surpreso por ouvi-la depois da
meia-noite. Ou, melhor dizendo, por ouvi-la a qualquer hora.
— Você
raramente costumava ir para a cama antes das 2h.
Verdade, mas isso foi antes que ele ficasse doente.
Agora fazia questão de ir
para a cama cerca da meia-noite, conquanto que não
estivesse enfrentando um prazo apertado para fazer algo.
— Foi uma semana de loucura.
— Nem me fale.
Ela parecia exausta e talvez aquilo tivesse a ver com a
decisão que tomara. E
pensar que depois de uma semana sem contato e sem indicação
de que Demi mudara de idéia
ele quase desistira. Uma semana quando decidira perder as
esperanças que ela
aparecesse. Aparentemente, aquilo tinha funcionado.
— Tem certeza de que é
isso mesmo que você quer? —
Droga. Agora parecia que era ele que
não estava seguro.
— Sim, a menos que você
tenha reconsiderado.
— Imagine. De modo algum.
— Certo —
disse ela. — Mas, antes que
prossigamos, precisamos
estabelecer algumas regras.
Joe não achou
aquilo nem um pouco inesperado. Demi sempre fora dada a ordem e
regras, e ele tinha quebrado mais do que poucas no relacionamento
deles, incluindo sua promessa de sempre ser honesto com ela.
— Vá em
frente. Estou ouvindo.
— Não tenho
muito tempo, portanto, somente direi algumas das mais importantes.
Espero que sua filha acorde a qualquer momento agora, algo que ela
vem fazendo a cada duas horas ultimamente.
Não era de
admirar que ela parecesse cansada.
— Imagino que ela herdou sua insônia.
— Não me
considero uma pessoa insone.
— Lembro-me de algumas vezes quando você
não conseguia dormir. Uma
vez em especial, não muito
depois que começamos a
namorar. Você me ligou às
3h e perguntou se poderia vir à
minha casa. — E eles haviam
se entregado um ao outro no minuto que ela atravessara a porta da
casa, não chegando sequer ao
quarto. Ora, não tinham
feito amor nem mesmo no sofá.
Nada como um tapete no chão
numa hora dessas... — Você
ainda tem aquele pijama de seda listrado de zebra? —
O pijama que ela usara na sua casa naquela noite, com um casaco por
cima. Um pijama fenomenal. Blusa com alcinhas finas, calça
baixa nos quadris, o tecido de seda sexy...
— Esta é a
primeira regra, Joe. Nada de viajar pela estrada da memória.
Tarde demais. Ele já
viajara pela estrada da reconciliação.
— Foi apenas curiosidade —
Seu tom de voz inocente não
parecia muito convincente, e ele duvidou que também
Demi estivesse convencida.
— Eu joguei aquele pijama fora um ano atrás.
— disse ela.
Provavelmente, cerca do mesmo tempo que ele jogara fora o
relacionamento deles.
— E quanto às
outras regras?
Demi pigarreou como se estivesse preparando um discurso
sério.
—Sem toques. Sem visitas conjugais tarde da noite
quando o bebê estiver
dormindo.
—Você faz
parecer como se estivesse me condenando à
prisão.
— Não. Estou
apenas fazendo-me perfeitamente clara no que se refere às
minhas expectativas. E vou manter Carly numa creche durante o dia,
até ter certeza de que você
é capaz de lidar com ela.
Ele apertou o receptor do telefone.
— Boa idéia.
Eu posso esquecer que ela está
aqui e jogá-la fora junto
com os recicláveis.
— Como eu já
disse, tenho alguns problemas de confiança
com você, e confiança
é conquistada, Joe.
Ele provavelmente merecia isso, o que somente aumentou
sua determinação de
provar que era bastante competente para cuidar do bebê
deles.
— E se eu apanhá-la
mais cedo na creche, digamos uma hora ou duas antes de você
chegar em casa?
Um breve silêncio
ocorreu antes que Demi respondesse:
— Eu acredito que pode funcionar. Depois
que estivermos lá
por alguns dias e eu observar como você
lida com ela. Bebês não
são fáceis.
Pelo menos ele estava fazendo algum progresso.
— Tudo bem, mas ficarei feliz em assumir os cuidados
com Carly à noite, sob sua
supervisão, é
claro. Dessa forma, poderá
se certificar de que estou fazendo tudo corretamente.
— Talvez eu concorde com isso, contanto que você
ouça o que tenho a dizer.
— Combinado. —
Ele pesaria todas as palavras que ela dissesse, se aquilo
significasse ter sua filha por perto. Ter Demi por perto também
não era desagradável,
mesmo que ela estivesse inclinada a mantê-lo
a distância de um braço.
— Quando você
pretende se mudar? — Ele
parecia tão ansioso quanto
uma criança esperando a
noite de Natal.
— Estarei de folga no próximo
fim de semana, quando farei as malas, se isso está
de acordo com sua agenda.
— Keve funcionar —
disse ele, embora tivesse somente alguns dias para se preparar. Não
importava. Daria um jeito de fazer aquilo acontecer, mesmo se
significasse pedir ajuda.
— Acredito que só
a verei no dia da mudança.
O dia
da mudança
chegou mais depressa do que Demi esperara.
Entre trabalhar e cuidar de Carly, ela de algum modo
conseguira embalar seu pertences em caixas que estavam agora
colocadas perto da porta da frente. E com a ajuda de Macy carregara a
maioria das coisas do bebê no
carro.
No momento estava sentada na beira de uma cadeira,
esperando Joe chegar para retirar o resto de seus pertences. Carly
dormia na cadeirinha de segurança
a seus pés, totalmente
inconsciente que estava prestes a se mudar para uma casa com o pai
que quase não conhecia. Um
mês atrás,
Demi jamais imaginaria tal coisa. Um ano atrás,
aquilo fora seu desejo secreto... morar com Joe... somente que sob
circunstâncias mais
favoráveis. Teria
apenas de aprender a aceitar a versão
temporária modificada
daquele desejo.
De avental cirúrgico,
coberto por um jaleco de laboratório,
Macy saiu do quarto e sentou-se no sofá
em frente a Demi.
— Tudo pronto? —
perguntou enquanto pendurava seu crachá
do hospital em volta do pescoço.
—Acho que sim. —
Demi inclinou-se, retirou um envelope que enfiara na sacola de fralda
e estendeu-o a Macy.
— Aqui está
algum dinheiro para minha parte nas contas do fim do mês.
Avise-me se eu dever mais.
Macy acenou com a mão,
dispensando-a.
— Fique com o dinheiro.
— Insisto. Eu já
a estou deixando em apuros mudando de casa antes que você
encontre outra colega para dividir as despesas.
— Não estou
procurando outra colega para morar aqui, e não
preciso de dinheiro.
Aquilo era novidade para Demi.
— Eu pensei que você
tivesse me convidado para morar aqui porque precisasse de dinheiro.
— Dificilmente. Dinheiro nunca foi problema para mim.
Não quando meu pai possui
metade dos imóveis em New
Hampshire.
Estranhamente, Demi nunca imaginara Macy como sendo uma
garota "rica", a despeito de sua aparência
de socialite, mas então
realmente conhecia muito pouco da história
privada de sua amiga.
— E sua mãe?
—Tem a incumbência
de gastar o dinheiro de papai. Por que você
acha que ela tirou meu nome de uma loja de departamentos famosa como
a Macy's, de Londres?
Demi riu à
socapa antes de fazer sua próxima
pergunta.
— Tudo bem, então,
se não precisa de renda
extra, por que me pediu para dividir a casa com você?
— Porque eu soube que Jan tinha terminado a
residência, o que
significava que você
não teria uma colega de casa
quando voltasse de Houston depois que tivesse o bebê.
Apenas calculei que você
precisava de algum lugar para ir, e eu não
quis ferir seu orgulho deixando-a ficar aqui de graça.
— Macy sorriu. —
Mas, por favor, não espalhe
isso. Não quero meus
colegas médicos
pensando que não passo de um
sargento insensível.
— Minha boca é
selada.
Macy inclinou-se para a frente e encarou Demi com um
olhar sério.
— Desculpe-me sobre a outra noite.
A noite em claro que apressara a decisão
que Demi esperava não viver
para lamentar.
— Não se
preocupe, Macy. Você é
adulta e livre para fazer o que lhe agrada, com quem a satisfaça.
— Não estou
falando do "dr. Delícia".
Estou me referindo a recusar tomar conta de Carly. Para ser honesta
com você, crianças
me assustam.
Ela sempre soubera que faltava a Macy habilidades
maternais, mas crianças a
assustavam?
— Sempre achei que nada a amedrontasse, Macy, muito
menos uma criança tão
pequena.
— Ouça.
Cresci como filha única e
nem sempre fui uma criança
amável. Mesmo meus
colegas imaginários pararam
de aparecer depois de algum tempo.
Demi riu.
— Estou satisfeita que você
tenha decidido se concentrar em cirurgia, não
em pediatria.
—Nem em um milhão
de anos. Sou muito melhor com pessoas quando elas são
completamente crescidas e estão
sedadas.
— Você é
muito dura consigo mesma, Macy. Eu vi um lado seu mais suave. —
Demi testemunhara isso há
poucos minutos.
Macy pareceu mortificada.
— Novamente, não
espalhemos esse boato no hospital. Mas, lembre-se, se seu arranjo não
funcionar, pode sempre voltar. E se Joe sair da linha, avise-me e
trarei meu bisturi e o transformarei em eunuco. Ele nunca saberá
o que o atingiu.
— Isso não
será necessário.
Posso lidar com Joe.
Quando a campainha da porta soou, Demi permaneceu presa
no lugar, incapaz de mover-se: Antes que pudesse pedir a Macy que
deixasse Joe entrar, ela já
caminhara para a porta e olhava pelo olho mágico.
— Oh, não. Há
dois deles. Demi finalmente levantou-se.
— Dois do quê?
Macy deu um rápido
olhar por sobre o ombro.
— Dois Joe. A menos que eu tenha desenvolvido visão
dupla nos últimos cinco
minutos.
Curiosidade fez Demi ir até
a janela para dar uma olhada.
Ela confirmou a observação
de Macy quando viu Joe e seu clone, parados do lado de fora.
Não era de
admirar que sua amiga tivesse pensado estar sofrendo de dupla visão.
— Esse é
Nick, o gêmeo idêntico
de Joe — explicou ela, O
gêmeo que Demi ainda não
conhecia, devido ao mal-estar que existia entre os irmãos.
Obviamente, a hostilidade tinha chegado a um final.
Macy deu outra olhada através
do olho mágico.
— Tudo bem, agora eu os diferencio. O outro tem braços
tão grandes quanto um barril
de petróleo.
— Isso porque ele é
personal trainer e proprietário
de uma academia de ginástica.
Macy sorriu.
— Onde eu assino para me inscrever?
Se alguém não
atendesse logo a porta, Joe podia imaginar que ela mudara de idéia.
— Por que você
não o deixa entrar no
apartamento, de modo que possa lhe perguntar?
— Boa idéia.
— Macy abriu a porta, deu
um passo para o lado e apenas disse:
— Entrem.
Ambos os homens entraram na sala de estar, fazendo o
espaço limitado parecer
muito pequeno. A semelhança
nas feições deles era
notável.,, os mesmos cabelos
castanhos e olhos escuros intensos... todavia, Demi podia
distingui-los e não por que
Nick possuía mais massa
muscular. Ela conhecia Joe muito bem, seus maneirismos e seu sorriso,
o qual ele deu-lhe quando seus olhares se cruzaram. Detestava aquela
sensação de excitação
que Joe ainda tinha o poder de despertar nela. Reconheceu a ameaça
naquilo e jurou subjugar aqueles sentimentos. Joe gesticulou em
direção ao irmão.
— Demi, este é
Nick. Nick, Demi.
—É bom conhecê-lo
finalmente, Nick—disse
Demi, oferecendo-lhe a mão
para um cumprimento educado.
— Igualmente —
murmurou ele. — Joe me
falou muito sobre você. Macy
deu um passo à frente e
olhou para Nick com uma expressão
de luxúria incontrolável
que não podia ser
disfarçada.
— Eu sou Macy, cirurgiã extraordinária
e futura ex-colega de casa de Demi.
Nick hesitou por um momento antes de tomar a mão
que Macy ofereceu.
— Prazer em conhecer vocês
duas.
— Precisamos começar
a carregar logo seus pertences —
disse Joe. — Nick precisa
ir escolher um bolo de casamento.
Macy pareceu completamente desanimada pela informação.
— Bolo de casamento?
Nick sorriu com orgulho.
— Sim. Eu vou me casar em agosto.
Sem formalidade, Macy apontou para as caixas.
— Nesse caso, ali estão
as coisas dela. Preciso ir trabalhar agora. —
Ela voltou-se para Demi. —
Eu a verei no hospital. —
Depois apontou para Joe. —
E você seja bom para minha
amiga e para a criança.
Com isso, Macy dirigiu-se para a porta, mas antes de
sair uniu os dedos em formato de tesoura e enviou um sinal para Demi,
movimentando-os como se estivesse cortando alguma coisa, juntamente
com um sorriso malicioso. Felizmente para Demi, Joe e Nick
estavam muito ocupados examinando as caixas que deviam ser
carregadas.
— Isso é
tudo? — perguntou Joe,
voltando-se para Demi.
— Sim, tudo —
disse ela. — A maioria das
coisas no apartamento pertence a Macy.
Quando Carly começou
a inquietar-se, Joe atravessou a sala e agachou-se em frente da
cadeirinha de segurança.
— Olá,
mocinha.
— Ela dormiu durante a maior parte da manhã.
— Kevido ao fato que ela
tivera outra noite sem descanso, para desgosto de Demi.
Nick caminhou ao encontro deles e ficou de pé
acima de Joe.
— Não há
duvida que ela é uma Jonas,
Kev. Ela se parece conosco. Joe olhou para Demi e sorriu novamente.
— Sim. Mas vejo muito da mãe,
nela.
Demi deveria provavelmente agradecer por isso, mas
estava mais interessada em começar
a mudança antes que Carly
iniciasse seus protestos por seu confinamento.
— Meu carro está
cheio de outros pertences, mas posso arranjar lugar para mais algumas
caixas:
Joe endireitou o corpo depois de beijar a face de Carly.
— Tenho bastante lugar no meu SUV para tudo.
Engraçado, por
mais tempo que Demi o conhecesse, ele sempre preferira veículos
menores.
— Desde quando você
dirige um SUV?
— Desde que percebi que carros de dois assentos não
têm lugar para uma
cadeirinha de criança.
— Oh! — Foi
tudo que Demi pôde pensar em
dizer naquele momento. A realidade do papel de Joe na vida de Carly,
na vida dela, estava começando
a se fazer sentir. Essa realidade se tornaria mais aparente tão
logo ela entrasse na casa dele.
Demi esperara
que a casa dele fosse boa. Mas não
esperou que fosse tão
incrível... desde os
tetos arrojados até as
paredes cinza-amarronzadas e assoalhos de madeira envernizada.
Todavia, nada na grande sala parecia familiar.
Nem o sofá e as
poltronas de couro bege superestofados. Nem as mesas negras moduladas
ou os projetos contemporâneos.
Especialmente, nem as fotos de sua família
sobre o mantel acima da lareira de pedra.
Era como se ele tivesse apagado todas as evidências
de sua vida anterior como um solteiro morando num condomínio
de alto luxo, esparsamente decorado com mobília
de estilos diversos.
Aquele lugar parecia muito mais refinado. Mais bem
equipado para um casal, mas não
necessariamente para uma criança
até seus três
anos. Não importava. Ela
iria embora antes que Carly chegasse àquele
estágio.
— O que você
acha? — perguntou Joe
quando Demi parou no meio da sala, examinando o local.
Ela colocou a sacola de fraldas sobre o sofá,
junto com a cadeirinha de carro contendo sua filha, que dormira
durante a viagem.
— Eu acho maravilhoso. Você
mesmo escolheu a decoração?
— Com a ajuda de meu cunhado. Ele é
arquiteto, portanto, eu lhe disse o que queria, e ele fez os
projetos.
— Você quer
dizer Carlos? — Claramente
ele se esquecera que ela o conhecera.
— Sim, Carlos. —
Joe olhou em volta por um momento, como se incerto do que fazer
em seguida. — Você
quer que eu descarregue as caixas agora ou prefere dar um giro pela
casa?
Curiosidade a dominara desde que ela parará
seu carro no portão da casa.
— Um tour parece bom. —
Ela decidiu, primeiro, soltar Carly do confinamento da cadeirinha e
acomodou-a sobre o ombro, com cuidado para não
acordá-la. —
Vá na
frente.
Eles atravessaram a imensa sala onde Joe parou na
cozinha adjacente.
— O microondas é
muito usado aqui — disse
ele com um sorriso. Que pena, pensou Demi quando observou o imaculado
refrigerador de aço
inoxidável e o granito preto
cobrindo o balcão da
cozinha. E que desperdício
de um forno duplo, não que
ela quisesse ser voluntária
para colocá-lo em bom
uso.
— Aqui é a
lavanderia? — perguntou
quando visualizou uma porta de correr.
— Esta é a
lavanderia principal. Há
outra máquina de lavar e
secadora numa área menor,
perto da segunda suíte
master. Eu lhe mostrarei num minuto.
Quando Joe gesticulou para que ela seguisse em frente,
Demi o acompanhou até
outra área, que refletia
alguma coisa da vida pregressa de Joe.
Uma bizarra sala privativa continha seus inúmeros
prêmios de jornalismo e
uma parafernália de objetos
esportivos... bolas de futebol assinadas e coisas assim. Uma fileira
de poltronas ficava diante de uma enorme tevê de
plasma presa numa parede.
Joe voltou-se para ela e continuou a caminhar de costas.
—Aqui é o
local onde a maior parte das ações
acontece.
Quando Carly começou
a mexer-se, Demi bateu-lhe nas costas.
—Ações?
— Onde assisto a todos os jogos. Também
tenho uma área para
televisão adjacente à
suíte máster.
Ela não ousou
pedir para explorar aquela área.
— Aonde vamos agora?
— Ao seu quarto. —
Joe conduziu-a por um corredor pequeno que terminava num hall
espaçoso que se bifurcava.
Ele parou e abriu o que parecia ser a primeira de uma série
de portas. — Este é
o banheiro de hóspedes.
Hóspedes de
muita sorte, pensou Demi quando visualizou os balcões
de mármore cor de chocolate
e acessórios de latão.
— Muito bonito.
Joe fechou a porta e continuou através
do hall para a direita deles. Quando chegou ao final, abriu outra
porta.
— Este é o
seu quarto.
Demi entrou na frente de Joe, boquiaberta. O lugar era
decorado em vários tons de
azul, incluindo uma cama tamanho gigante. Uma cama que parecia muito
familiar.
— Esses móveis
são do seu quarto antigo do
condomínio que morava?
Ele esfregou a mão
na nuca.
— Sim, Eu comprei móveis
novos para meu quarto, então
decidi colocar esses aqui, pois tinham menos de um ano de uso.
— Sei quando você
os comprou — disse ela, uma
ênfase óbvia
no tom de voz. — Eu ajudei
a escolher.
— Sim, você
ajudou.
Ótimo. Agora ela tinha de se
recolher e acordar numa cama que ela e Joe haviam feito bom uso
muitas, muitas vezes.
Demi lembrou-se de alguns daqueles momentos com grandes
detalhes... a habilidade de Joe, o calor de sua boca, seu toque de
pluma, o peso do corpo másculo.
Suprimiu a vontade de sacudir a cabeça
num esforço de desfazer as
imagens.
Joe pigarreou, trazendo Demi de volta ao presente, um
lugar que ela nunca deveria deixar novamente. Ele roçou
em seu corpo ao passar e abriu outra porta.
— Como eu lhe prometi, sua banheira de hidromassagem.
Tão logo Demi
pisou no assoalho de lajotas brancas do imenso banheiro, Carly
levantou a cabeça e
choramingou, como se ela também
não pudesse acreditar
na boa sorte delas.
— Eu não
saberia o que fazer com este espaço
todo.
Joe deu-lhe um meio-sorriso.
— Você vai
descobrir. Agora vamos ver o meu quarto favorito.
De modo algum. Não
depois de suas lembranças
anteriores.
— Joe, não
vejo necessidade de ver o seu quarto.
— Eu quis dizer o quarto de Carly, Demi. —
Ela corou violentamente devido sua suposição
errônea. —
Venha por aqui.
Novamente Demi seguiu Joe, enquanto Carly começava
a se contorcer incansavelmente contra ela. Talvez o bebê
estivesse excitado pela perspectiva de novos aposentos para dormir,
uma suposição ridícula,
uma vez que um bebê de três
meses parecia ansioso por uma única
coisa... comer.
Dizer que o quarto de bebê
era sensacional seria uma declaração
muito simples. O quarto tinha sido meticulosamente decorado em tons
de púrpura claro, incluindo
um edredom com desenhos de borboleta cobrindo um berço
branco redondo com um dossel combinando.
Todos os imagináveis
bichos de pelúcia
alinhavam-se em volta de um pequeno sofá-cama
colocado debaixo de uma janela em arco com cortinas de babados
lilases.
Demi voltou-se para Joe e sorriu.
— É inacreditável.
Como você conseguiu tudo
isso em uma semana?
— Tive alguma ajuda.
Sem dúvida, de
alguma mulher, considerando o toque feminino reconhecível.
— Sua atual namorada?
Agora, por que cargas d'água
ela perguntara aquilo? Na verdade, não
queria saber.
— Não tenho
namorada — disse ele. —
E mesmo que tivesse, não
confiaria a decoração a
ninguém, portanto pedi a
Dinah. Ela aceitou e assumiu, embora eu tenha dado a palavra final
sobre as decisões de minha
irmã.
Demi foi pega por um misto de alívio
por ele não estar
comprometido, e uma preocupação
sobre como a irmã de Joe
havia aceitado a notícia
sobre o arranjo. No breve tempo que se relacionara com Dinah, Demi
passara á respeitá-la
muito.
— Ela fez um trabalho maravilhoso, Joe. O que ela
disse quando você contou
sobre Carly?
— Ficou surpresa, mas está
morrendo de vontade de conhecê-la.
Prometi que nos encontraríamos
uma noite num futuro próximo
para jantar com ela e Carlos, se você
estiver de acordo.
— É claro. —
Ela podia lidar com pessoas que considerara amigos antes do
rompimento com Joe. — E
quanto aos seus pais? Como eles estão
aceitando a novidade sobre um bebê
e a mudança?
O olhar de Joe vacilou.
— Ainda não
encontrei tempo para contar a eles.
Muito provavelmente ele não
tinha encontrado a coragem para lhes contar. Embora Demi não
tivesse conhecido os pais de Joe, sabia que eram tradicionalistas e
poderiam não aceitar muito
pacificamente o fato e ela e Joe estar morando juntos. É
claro, eles não estavam
vivendo juntos daquela maneira,
nem viveriam. Não se ela
mantivesse sua sanidade mental.
Quando Carly começou
a se contorcer mais, Demi disse:
— Eu acho que alguém
precisa trocar a fralda. Você
se importa de pegar a sacola dela para mim?
— Não é
necessário. —
Joe caminhou até um closet e
abriu portas para prateleiras estocadas com tudo que um bebê
poderia precisar.
Ele puxou uma fralda do alto da pilha, uma caixa de
plástico com lenços
umedecidos e um trocador cor-de-rosa para mudança
de fralda que colocou sobre o sofá-cama.
— Dê-me Carly
que eu farei isso.
Demi não foi
capaz de mover-se por um momento, surpresa.
— Tem certeza?
Ele bateu no sofá-cama
e sorriu.
— Sim. Estive praticando.
— Uma de suas sobrinhas ou sobrinhos?
Ele pareceu de repente sem graça.
— Na verdade, com Sally Sweetness, uma das bonecas de
minha sobrinha.
Ela, necessariamente, não
qualificaria aquilo como uma sólida
experiência, a menos
que a boneca se contorcesse. Mas Joe parecia tão
determinado que Demi não
teve coragem de recusar.
Ela deitou Carly no trocador. O bebê
olhou para ela antes de voltar sua completa atenção
para Joe, que se sentou na beira do colchão.
— Posso não
ser tão rápido
como sua mãe, menininha —
começou ele enquanto
retirava a fralda molhada. —
Portanto, você tem de ser
paciente com seu velho pai.
Demi manteve uma distância
razoável, permitindo que Joe
procedesse no seu próprio
ritmo. Afinal de contas, mudança
de fralda não era uma
cirurgia de risco. Como um profissional, Joe deixou o bebê
limpo e com fralda trocada em poucos momentos, e o tempo todo Carly
simplesmente olhou para ele, sorrindo.
Demi não pôde
abster-se do próprio
sorriso, ou da vontade de aplaudir.
— Bom trabalho. E agora que passou nesse teste, o
grande vem um pouco mais tarde.
— Você vai me
graduar na preparação de
mamadeira?
— Não. Você
vai dar um banho na sua filha.
Joe olhou de volta para ela e franziu o cenho.
— O quanto isso pode ser difícil?
~
Oii, eu não postei antes pq eu tive que ir pra faculdade e voltei nestante :/ enfim, eu irei postar bem rapidinho, claro, se eu estiver em casa :) Muito obrigada mais uma vez pelos comentários, Beijoos <3
Posta logo!
ResponderExcluirAmeeeeeei ! Posta mais plz
ResponderExcluirPosta
ResponderExcluirque cap mais gracinha, cuti cuti, fofolete.. *---*
ResponderExcluirPerfeito..
Kisses!
Divino esse capítulo! Meu Deus que perfeito! Estou apaixonada pela Carly!! Gente que Joe é esse imagina se existem dois? Manda um pra mim por favor!
ResponderExcluirContinua ...
Fabiola Barboza :*