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Bebês
não
deveriam vir apenas com manuais, mas
também com alças.
Joe chegou a essa conclusão
ao perceber que sua filha ensopada, contorcendo-se, teria que sair da
água em algum momento.
Felizmente, a banheira que Demi levara cabia dentro da pia da
cozinha, o que significava que ele não
tinha de agarrá-la de uma
posição ajoelhada. Isso não
tornava a tarefa menos assustadora.
— E se eu derrubá-la?
— Isso vindo de um homem
que jogava na posição
de receptor no time de futebol americano do ensino médio.
Deus, quanta ironia!
Demi abriu uma toalha cor-de-rosa contra o peito.
—Você não
vai derrubá-la. Apenas
segure-a com firmeza, como eu lhe mostrei, depois entregue Carly para
mim. Não é
tão difícil.
Carly sorriu como se estivesse se divertindo à
custa dele. Mas, então, ela
vinha sorrindo para ele desde que tinha chegado. Aquele sorriso era
mais valioso do que qualquer prêmio
de jornalismo.
— Certo, vamos lá,
pequena. Tente não se mexer
demais.
Vagarosamente, ele pegou Carly pela cintura, ergueu-a com
cuidado e entregou-a para Demi antes que um pingo de água
caísse no chão.
—Não foi tão
difícil, foi? —
perguntou Demi.
Difícil, não.
Assustador, sim. Não que ele
admitiria o quanto estivera ansioso.
— Muito fácil.
Demi embrulhou o bebê
na toalha.
— Eu sei que é
enervante, mas você vai
pegar o jeito.
Ora, e ela não
havia lido sua mente?
— Suponho que sim, más
alguém devia inventar algum
tipo de dispositivo para erguer bebês.
— Ou as alças
mencionadas.
— Eu me certificarei de fazer isso no meu tempo livre.
Agora, preciso aprontar Carly para dormir —
disse ela, saindo da cozinha e indo para o corredor.
Joe a seguiu para o quarto do bebê,
e, uma vez lá, Demi pôs
a filha no berço e pegou uma
fralda e talco antes de retornar ao bebê.
— Você terá
de achar um macacão para ela. Estão
numa sacola azul em algum lugar do meu quarto. Eu deveria ter
desfeito as malas, em vez de dormir com sua filha.
Joe tinha insistido para que ela cochilasse no sofá-cama
do quarto de Carly. Em outra época
e lugar, teria lhe pedido que se deitasse com ele, não
exatamente para um cochilo.
— Você
precisava descansar um pouco. Além
disso, não precisa achar
roupas para Carly esta noite.
Demi pareceu assustada.
— Eu não vou
deixá-la dormir só
de fralda.
— Não foi
isso que eu quis dizer. —
Joe atravessou o quarto e abriu a primeira gaveta de uma cômoda,
para mostrar diversos trajes de todas as cores imagináveis.
— Dinah me deu algumas das
roupas das meninas, e me ajudou a comprar outras peças.
Tudo foi lavado.
— Foi muita gentileza de Dinah.
— Ela gostou de fazer isso. —
Ele vasculhou a gaveta, e após
achar um item em particular virou-se e estendeu-o. —
Este fui eu que escolhi.
Demi sorriu ao ler as palavras bordadas na frente de um
macacãozinho cor-de-rosa:
"Menina do Papai." Muito doce.
A parte de vestir não
pareceu tão intimidadora
comparada ao banho. Mas, então,
ele tinha de admitir que todos aqueles botões
de pressão pareciam
confusos.
— Tudo bem, mas não
me culpe se eu abotoar errado.
Quando Demi se moveu para o lado, Joe abriu a toalha que
embrulhava Carly e colocou a fralda com facilidade. Agora vinha
a parte difícil.
— Os pés
primeiro — murmurou Demi
antes que Joe tivesse tempo para descobrir os mecanismos.
Ele conseguiu enfiar as perninhas dentro do macacão,
mas não tinha certeza de
como ia lidar com o resto.
— Eu não vou
machucá-la quando puser os
braços dela aqui dentro,
vou?
— Coloque um braço
de cada vez.
Joe ficou surpreso que não
era tão difícil
quanto parecia. É claro,
Carly era totalmente cooperativa, como se já
tivesse feito aquilo antes.
Provavelmente, porque tinha feito. Depois que ele vestiu
o macacão, iniciou o
processo de fechar os minúsculos
botões de pressão,
que começavam nas
pernas e acabavam no pescoço.
Pulou apenas alguns no começo,
mas logo tinha sua filha vestida.
— Pronto, menina. Você
foi muito bem.
— Você também
— disse Demi, com um
sorriso amplo.
— Obrigado. Espero me tornar mais rápido
com a prática. E agora?
— Você pode
alimentá-la, se quiser.
Joe baixou os olhos para seu peito, então,
ergueu-os novamente.
— Caso você
não tenha notado, eu não
sou exatamente equipado para isso.
Um toque de tristeza cruzou o semblante de Demi.
— Eu parei de amamentar no peito nesta última
semana. Raramente encontrava tempo para bombear enquanto estava no
trabalho, e minha produção
de leite diminuiu até quase
secar. Ela está tomando
fórmula agora, e detesto
isso. — O tom de voz de
Demi indicava o quanto detestava aquilo.
No momento que ela desviou os olhos, Joe perguntou:
— Quando uma nova mãe
chega ao seu consultório na
mesma situação, o que você
lhe responde?
Ela suspirou.
— Digo-lhe que o leite materno é
melhor, mas que fórmula é
uma alternativa saudável
se não é
possível amamentar.
— Você diz a
elas que devem se sentir culpadas?
— É claro que não.
—Então,
precisa praticar o que prega. Você
lhe deu todo aquele colostro importante, e continuou amamentando por
muito mais tempo do que muitas mulheres com seu esquema de trabalho
teriam amamentado, portanto, não
se castigue por isso.
— Como você
sabe sobre colostro?
— Eu li sobre isso, assim como sobre muitos outros
aspectos do crescimento de um bebê.
Finalmente, o sorriso de Demi retornou.
— Já deu
mamadeira para um bebê
antes?
— Não, mas
aprendo rapidamente.
— Eu volto já.
Depois que Demi saiu, Joe pegou Carly nos braços
e sentou-se na cadeira de balanço
do outro lado do quarto. Ela olhou para o rosto dele por um momento,
antes de levantar a mãozinha
fechada e bater duas vezes no queixo dele.
— Certo, eu provavelmente mereço
isso, por diversos motivos, incluindo não
estar presente no dia que você
nasceu.
Carly sorriu como se dissesse: Tudo
bem, papai. Você
está perdoado.
Ele inclinou-se e beijou a pequena testa,
inalando o xampu infantil de lavanda que, segundo Demi, tinha
propriedades tranquilizantes.
Joe via muito pouco de seu pai irlandês
em Carly, e muito de sua mãe
americana, começando pelos
olhos escuros e cabelos. Mas, então,
ele também era muito
parecido com Denise Jonas. E não
podia descontar a herança
porto-riquenha de Demi do lado do bisavô.
Continuou maravilhando-se com as feições
de sua filha, e reconheceu que todos os pais novos provavelmente se
sentiam da mesma maneira que ele... pensando que seu filho era
perfeito. Mas em sua opinião
Carly era o retrato da perfeição.
Rosto perfeito. Mãos
perfeitas. Temperamento doce perfeito.
Sem aviso, Carly fez uma careta, um beicinho, antes de
dar um grito que poderia rivalizar com um alarme de carro.
Sentindo-se impotente, Joe ergueu-a contra seu ombro e balançou
a cadeira rapidamente, batendo de leve nas pequenas costinhas. E
quando isso não funcionou,
ele se levantou e andou pelo quarto.
Felizmente, viu Demi aparecer, mamadeira na mão
e falando:
— Este é o
choro de fome dela.
—Imaginei —
replicou Joe, pegando a mamadeira e sentando-se de volta na cadeira
de balanço.
Milagrosamente, no minuto que ele pôs
o bico na boca do bebê ela
ficou silenciosa, a não
ser pelos sons de sucção.
Sim, estava definitivamente com fome.
Demi permaneceu em pé
ali perto, observando cada movimento de Joe.
— Certifique-se de manter a mamadeira inclinada de
modo que ela não sugue muito
ar para o estômago. Um bebê
com gases não é
um bebê feliz.
— Estou fazendo isso certo? —
perguntou ele.
— Sim, está.
— Você
planeja me observar até que
ela termine?
— Pretendo.
Joe meneou a cabeça.
— Prometo que não
vou fazer nenhuma bobagem, então,
enquanto isso, por que você
não põe
aquela banheira de hidromassagem em bom uso?
— Não acho
que seja uma boa ideia.
Frustração o
assolou com força total,
— Ouça, Demi,
eu supervisiono dez repórteres
e tenho mestrado em jornalismo. Até
mesmo reconstruí uma
transmissão e fiz um
gabinete raro para minha mãe
no curso de artes do ensino médio.
Sou capaz de dar uma mamadeira para um bebê
sem...
— Eu quis dizer que não
acho que seja uma boa ideia
tomar um banho de banheira. Talvez eu nunca mais queira sair.
Certo, então
ele tinha tirado conclusões
precipitadas. Mas, considerando a atitude de Demi, a falta de
confiança nele, quem poderia
culpá-la?
— Se você não
sair em trinta minutos, irei chamá-la,
— Isso não
será necessário.
— Demi inclinou-se e beijou
a testa de Carly. —-
Voltarei em vinte minutos. —
Quando olhou para baixo e notou que sua mão
descansava sobre o braço de
Joe, puxou-a num movimento brusco, como se tivesse tocado um
radiador.
Sua reação fez
Joe dizer:
— Isso vai acontecer.
Demi cruzou os braços
sobre o estômago.
— Não sei o
que você quer dizer.
— Nós iremos
nos tocar de vez em quando, mesmo se somente nos momentos que
passarmos o bebê para os
braços do outro. Você
não precisa fazer um drama
disso e agir como se eu tivesse uma doença
contagiosa.
— Não estou
fazendo um drama, e não
farei, contanto que você
entenda que eles serão
os únicos tipos de toques
entre nós.
Joe teve a impressão
que ela estava tentando convencer a si mesma.
— Entendido.
Demi assentiu com um gesto de cabeça.
— Eu vou tomar um banho agora. Mais uma vez, não
vou demorar.
— Fique à
vontade. As toalhas estão no
armário do banheiro, e Dinah
estocou a prateleira com produtos para aromaterapia. Use o que
quiser.
Ela começou a
caminhar para a porta.
— Não se
esqueça de fazer Carly
arrotar depois que ela terminar. Voltarei a tempo de colocá-la
para dormir.
Depois que Demi saiu do quarto, Joe olhou para Carly,
que já sugara quase metade
da mamadeira. Ela parou tempo suficiente para lhe sorrir.
— Qual é a
graça, pequena? Eu lhe dando
uma mamadeira ou sua mãe me
colocando no meu lugar?
Ela levantou o bracinho e dessa vez puxou-lhe o nariz.
Ele pegou a minúscula mão
e beijou-a suavemente,
observando os olhos do bebê
se fecharem brevemente antes de se abrirem de novo.
Diversas vezes ele ouvira seus irmãos
falando sobre as alegrias da paternidade, mas nunca tinha
pensando muito sobre o assunto até
agora. Não teria acreditado
qUe segurar um bebê seria
tão satisfatório.
Que sentiria emoções tão
fortes por uma criança que
conhecera apenas recentemente. Pelo menos agora entendia por que sua
irmã era a queridinha do
papai.
Ele também não
havia se tornado um tolo completo? Mas, tudo bem. Trocaria todo o seu
machismo por aqueles momentos com Carly, e os apreciaria
enquanto ainda tinha chance... antes que a mãe
a levasse embora para sempre.
Ela
passara
muito tempo na banheira. Vestida no roupão
surrado cor-de-rosa que possuía desde seu primeiro ano de faculdade,
Demi enrolou uma toalha ao redor dos cabelos e entrou no quarto.
Colocou uma mala sobre a cama e vasculhou-a, procurando alguma coisa
confortável para usar,
apenas para deparar com o pijama de listras de zebra sobre o
qual Joe perguntara durante a conversa deles ao telefone na
semana anterior. E, como uma boa mentirosa, ela o enganara mais uma
vez. Apesar de ter pretendido jogá-lo
fora quando arrumasse as malas, não
tinha conseguido fazer isso. Tolice, uma vez que não
usara mais o pijama desde que ela e Joe tinham terminado. Correção.
Desde que Joe terminara com ela. Mas, então,
ela vinha fazendo muitas tolices ultimamente.
Lembrava-se de várias
noites memoráveis quando Joe
a levara além dos limites do
ato de amor, usando as mãos,
a boca e o próprio corpo.
Demi tremeu só de pensar
sobre o jeito como ele lhe falara naquela voz baixa e incrivelmente
sexy. Com que facilidade ele podia extrair-lhe cada gota de prazer,
até que ela achasse que não
lhe restava nada, apenas para que Joe a conduzisse de volta para um
reino sexual que ela nunca soubera existir...
— Você se
divertiu?
Ao som da voz dele, Demi girou em direção
à porta, agarrando a
lingerie presumivelmente descartada atrás
das costas. Joe estava parado no espaço
aberto, um braço sobre a
moldura da porta, o outro pendurado na lateral do corpo. Ele parecia
tão imponente, tão
maravilhoso que ela quis fechar os olhos antes que fizesse ou
dissesse alguma tolice.
— Talvez você
devesse tentar bater da próxima
vez.
— Isso é
difícil quando a porta está
aberta.
Demi não
gostava particularmente da justificativa dele, ou da falta da mesma.
— Eu estava tentando ouvir o bebê.
A propósito, onde ela está?
Joe passou a mão sobre a
barba rala do maxilar.
— Ela achou minhas chaves e foi dar uma volta de
carro. Tentei detê-la, mas
ela é mais rápida
do que parece.
Demi também não
gostou da tentativa de humor.
— Você pode
falar sério apenas por um
momento?
Ele enfiou as mãos
dentro dos bolsos do jeans e tentou parecer arrependido.
— Ela dormiu, então
eu a coloquei na cama.
— Simplesmente assim?
— Simplesmente assim. Incrível.
— Você a
colocou deitada de costas?
— Sim. Como já
disse, eu li os livros.
Ele estava tentando arduamente impressioná-la,
e estava fazendo um trabalho bastante confiável.
— Apenas lembre-se de que ela raramente fica quietinha
na primeira vez que você a
põe na cama. —
Do contrário, Demi poderia
ficar chateada por não ter a
oportunidade de dar boa-noite para a filha. —
Eu vou checar.
— Eu teria ouvido se ela ainda não
estivesse dormindo, assim como você.
— Ele apontou em direção
a um criado-mudo, e a um objeto prateado que lembrava um controle
remoto ao lado do despertador. — Aquele
é um monitor sem fio.
Tenho um no meu quarto também.
O receptor está no quarto do
bebê. É
portátil, de modo que você
possa carregá-lo para
qualquer lugar.
Evidentemente, ele tinha pensado em tudo.
— Ótimo. Isso será
útil. Agora, você
não se importa de sair, para
que eu possa me vestir?
— Claro, assim que você
me contar o que está
escondendo atrás das costas.
— Não é
da sua conta. — Que homem
irritantemente intrometido. Joe deu um passo na sua direção.
— Você me
comprou um presente?
Ela deu um passo atrás.
— Não, eu não
comprei.
— Se é uma de
suas calcinhas, eu já as vi
antes. Muitas vezes. — Ele
inclinou-se para a frente. —
Mas não é
isso que você está
escondendo de mim, é?
Antes que Demi pudesse reagir, ele estava em cima dela,
agarrando seu pijama. Ela conseguiu se desvencilhar e fugir, mas Joe
não desistiu, alcançando-a
novamente e jogando-a de costas na cama. A mesma cama onde eles
tinham feito amor ardente mais vezes do que ela podia contar. Um
território muito, muito
perigoso. Tudo pareceu parar, exceto as batidas rápidas
do coração de Demi. Ele
estava tão perto que ela
poderia traçar a linha dos
lábios sensuais. Melhor
ainda, poderia beijá-lo.
Poderia experimentar mais uma vez a maestria dos beijos de Joe.
Quando o olhar dele se fixou em seus lábios,
a sabedoria venceu, levando Demi a concluir que se ela não
cedesse e lhe deixasse ver o pijama, poderia estar cedendo para
alguma coisa muito mais insensata.
Ela levantou a peça
de seda para a inspeção
dele.
— Está feliz
agora?
Joe teve a ousadia de sorrir.
— Pensei que você
o tivesse jogado fora.
Ela enrolou o pijama numa bola, jogou-o sobre a cama,
então, afastou-se dele e do
magnetismo impressionante de Joe.
— Pensei que eu tivesse me livrado desse pijama, mas
descobri que estava enganada quando comecei a arrumar a mala.
Ele deu um sorriso totalmente cínico.
— Não achei
que você o jogaria fora.
Sempre foi seu pijama favorito.
Demi apertou mais a faixa do roupão.
— Era o seu favorito,
não o meu.
— Não vou
discordar, mas eu gostava de retirá-lo,
também.
E a declaração
a fez tremer inteira.
— Eu avisei você
sobre esse tipo de conversa, Joe.
— Desculpe. Estou apenas sendo honesto.
Demi apontou para a porta.
— Por favor, saia antes que eu... —
O poder do olhar dele roubou o que restava de coerência
no cérebro dela.
— Antes que você,
o quê? —
perguntou ele. Antes que ela fizesse alguma grande tolice.
— Por favor, vá
embora de modo que eu possa me vestir, e então
ir ver minha filha. Feche a porta depois que sair.
Joe deu de ombros,
—Tudo bem. Eu a encontrarei no hall, e iremos juntos
ver nossa filha.
Depois que ele saiu, Demi sentou-se sobre a cama e
suspirou longamente. Se não
controlasse sua cabeça e
seus hormônios, se
encontraria na mesma situação
complicada com um homem ao qual frequentemente
achara difícil resistir.
Dessa vez resistiria, mesmo
se isso significasse evitá-lo
sempre que possível.
Infelizmente, Joe não era
uma pessoa fácil de ignorar.
Se
ele não
mantivesse a boca fechada e as mãos
para si mesmo, Joe corria o risco de mandar Demi embora antes que ela
tivesse a chance de se instalar. Teria de se lembrar com frequência
que Demi havia concordado com o arranjo por causa da conveniência,
e que tinha um namorado. Ele não
gostava desse fato, mas não
podia fazer nada a respeito. Ou não
faria. Noutra época, talvez
tivesse tentado, mas não
agora. Não se quisesse
provar a Demi que ainda lhe restava um pouco de honra.
Todavia, suas boas intenções
começaram a desaparecer
quando Demi saiu do quarto
usando uma camiseta branca e uma calça
jeans desbotada com um rasgo estratégico
na coxa.
Uma série de
avisos disparou em sua mente. Ele precisava ser forte. Precisava
ignorar a vontade de correr os dedos ao longo daquele rasgo.
Precisava esquecer a ideia
de encostá-la contra a
parede e...
—- Ela ainda está
dormindo?— perguntou Demi
assim que se aproximou.
— Eu não
ouvi um único som vindo de
Carly, mas podemos confirmar isso juntos.
Joe empurrou a porta entreaberta, permitindo que um
facho de luz do hall entrasse no quarto, iluminando o berço.
Com Demi ao seu lado, eles andaram silenciosamente até
o berço, para encontrar
Carly deitada imóvel, os
olhinhos fechados.
Demi posicionou dois dedos contra os próprios
lábios, então
os pressionou no rosto do bebê.
Ele queria dizer: Olhe o que nós
fizemos, Demi, mas permaneceu calado até
que eles saíram do quarto e
voltaram para o hall.
Joe não estava
pronto para lhe dar boa-noite, e isso o fez perguntar
espontaneamente:
— Você quer
um vinho? — Embora tivesse
quase certeza de que ela recusaria.
— Parece uma boa ideia
— respondeu Demi,
surpreendendo-o. —
Contanto que seja um único
copo. Preciso trabalhar pela manhã.
Silenciosamente, eles foram para a cozinha, onde Joe
pegou uma garrafa de chardonnay, o favorito de Demi, da geladeira.
Sacou a rolha, serviu dois copos e entregou-lhe um.
— Vamos tomar no terraço.
Ela franziu o cenho.
— E se Carly acordar?
Ele puxou o monitor do bolso traseiro.
— Isto tem alcance suficiente para ser carregado até
lá fora. Seremos capazes de
ouvi-la.
— Tudo bem, acho. Contanto que eu possa chegar
rapidamente se ela precisar de mim.
Joe já podia
dizer que Demi ia cometer o erro de ser super protetora, como sua
própria mãe.
No entanto, uma vez que Carly era a primeira filha de Demi, ele
podia entender aquela atitude até
certo ponto, e optou por não
criticá-la. Tinha de admitir
que não era inocente no que
dizia respeito a se preocupar com sua filha. Mas também
não pretendia sufocá-la.
No terraço, Joe
puxou uma cadeira para Demi e sentou-se do lado oposto. A noite
estava clara e relativamente tranqüila,
com a exceção de um coro de
gafanhotos e a passagem ocasional de um carro ou outro.
Ambos permaneceram em silêncio
por algum tempo, antes que Demi dissesse:
— Eu adoro o cheiro de grama recentemente cortada.
Adoro o verão, ponto final.
— Eu lembro. —
E era verdade. Muitas vezes ela mencionara preferir calor ao frio. —
Costumávamos falar muito
sobre seus gostos caminhando na praia. Conversávamos
sobre muitas coisas.
Ela liberou uma risada sem humor.
— Oh, claro. Além
do clima, parte de nossa conversa versava sobre os astros do esporte
que você entrevistava, e eu
reclamava um pouco sobre minha agenda cheia de trabalho, então
íamos para a cama.
Uma tentativa direta de despersonalizar o relacionamento
anterior deles, percebeu Joe.
— Isso não é
verdade. Nos costumávamos
ter longas conversas durante o jantar.
— Depois, íamos
para seu apartamento e para a cama. Na verdade, durante os oito meses
que namoramos não me lembro
de uma única vez que
estivemos juntos e não
fizemos amor.
Sim, e que rotina boa tinha sido.
— E o que você
quer provar com isso?
— Estou apenas dizendo que nós
nunca desenvolvemos uma amizade sólida.
— Você está
errada, Demi. Eu valorizava sua amizade quase tanto quanto a
apreciava como amante.
Ela afastou o copo, e deslizou mão
pelos cabelos úmidos.
— Sou obrigada a discordar. Eu ainda não
sei tudo a seu respeito, Joe, e o que sei tive praticamente de
arrancar de você.
Especialmente seus problemas com Nick.
Aquilo era verdade, mas então
ele não quisera que Demi
soubesse de todos os aspectos questionáveis
de seu passado.
— Eu finalmente lhe contei os detalhes do por que o
relacionamento fora destruído.
— Eu sei. Nick não
gostava do jeito como você
conduzia sua vida, e você
não apreciava a tendência
dele de julgá-lo. Mas você
não me contou como e por que
vocês resolveram suas
diferenças.
Agora seria um bom momento para revelar a verdade, mas
Joe não conseguiu se forçar
a fazer isso. Não queria
encarar a reação dela por
sua desonestidade enquanto eles estavam reconstruindo um
relacionamento. Um relacionamento de amizade.
— Nós nos
reconectamos aproximadamente seis meses atrás,
não muito depois que
ele conheceu Miley, sua noiva. —
Uma boa sequência para uma
mudança de assunto. —
A propósito, Nick vai ser
pai, também. Miley tem uma
filha de 11 anos, chamada Stormy. De acordo com Nick, o nome combina
com a personalidade tempestuosa da criança.
Demi sorriu.
— Nada como entrar na paternidade com uma
pré-adolescente.
— Uma pré-adolescente
que nasceu com um problema no coração
— adicionou Joe. —
Mas Stormy está bem agora.
Na verdade, ela é uma
excelente jogadora de softball. E isso me lembra de uma coisa. Eu
volto já.
Joe se levantou, caminhou para as portas duplas, e
entrou na saleta que guardava seus troféus.
Abriu um gabinete, retirou o presente para sua filha e retornou para
Demi.
Reassumindo seu lugar, colocou a luva sobre a mesa.
— Eu quero que Carly tenha isto. Está
assinada por um membro do time de softball U.S. Olympic.
Demi pegou a luva e inspecionou-a.
— Você não
acha que é um pouco cedo
para estar planejando a carreira de Carly em softball? Ela ainda está
a cinco anos de distância de
T-ball.
Joe meneou a cabeça.
— Ela será
muito boa para jogar T-ball. Eu a terei preparado para o time
feminino de softball quando ela tiver quatro anos. Estou pensando na
primeira base.
Outro silêncio
se passou antes que ela suspirasse.
— O que foi? —
perguntou Joe curioso sobre o humor de Demi, e preocupado que ela
pudesse se fechar completamente para ele.
— Eu estava pensando quanta sorte temos por Carly ser
saudável.
Ele desejou que não
tivesse lhe contado a condição
de sua futura sobrinha.
— Como eu falei, Stormy está
ótima.
— Fico feliz que ela esteja, mas estou me referindo a
todas as crianças que trato
e que não estão
bem.
Joe nunca a vira tão
pensativa sobre seu trabalho. Talvez o fato de ter se tornado mãe
tivesse algo a ver com isso.
— Pelo menos você
é capaz de ajudar essas
crianças.
—Nem todas, Joe. Você
ficaria surpreso ao saber quantas crianças
têm problemas sérios,
e muitas vezes diagnósticos
que ameaçam suas vidas.
Algumas delas são tão
pequeninas quanto Carly. Isso não
é justo.
Agora ele desejou que tivesse escolhido uísque
em vez de vinho. Não gostava
nem um pouco da conversa sobre doenças,
mas se sentia compelido a ouvi-la, uma vez que Demi precisava
falar. Precisava de um amigo.
— Não, isso
não é
nada justo, mas a vida é
assim. Pode ser realmente imprevisível,
gostemos disso ou não.
— Mas eu realmente detesto... —
Ela parou de falar e desviou o olhar.
— Detesta o quê,
Demi?
Ela inclinou-se para a frente e contornou a borda do
copo com aponta de um dedo.
— Você nem
pode imaginar o momento após
descobrir que uma criança
pode não sobreviver a uma
doença que foi
diagnosticada.
Joe não
precisava imaginar aquilo; tinha vivenciado tal momento como paciente
ao receber a má notícia.
— Detesto o fato de você
ter de passar por isso, querida. —
Ela o olhou com o uso do termo carinhoso, mas ele a ignorou e
continuou: — Entendo que
não é
fácil para você.
E toda vez que tiver de enfrentar esses momentos enquanto
estiver aqui, converse comigo sobre isso.
O sorriso dela foi fraco, mas era um sorriso.
— Você
realmente fala sério sobre
sermos amigos?
— Sim.
— Suponho que o tempo dirá
o quão bem você
lida com isso.
Ele planejava lidar muito bem com a amizade dos dois,
independentemente do que fosse necessário
para isso.
— Gostaria de mais um pouco de vinho?
Demi pegou seu copo e se levantou.
— Amigos não
deixam amigos beberem demais quando eles precisam trabalhar no dia
seguinte.
Joe afastou a cadeira da mesa e se levantou.
—Você tem
razão, e eu cuidarei de
Carly quando ela acordar novamente.
— Veremos quem chega lá
primeiro.
Então Demi fez
algo que Joe nem de longe esperava. Aproximou-se, rodeou-lhe a
cintura com os braços,
beijou seu rosto e disse:
— Obrigada por ouvir, e obrigada por tudo.
Joe não pôde
evitar pensar que Demi estava inclinada a testá-lo.
E se ela permanecesse tão
perto por mais algum tempo, ele provavelmente fracassaria.
Felizmente, ela deu um passo atrás,
parecendo um pouco embaraçada,
e talvez até surpresa por
ele não ter tomado nenhuma
iniciativa física. A verdade
era que Joe queria mais do que apenas um abraço
amigável. Mais do que um
agradecimento educado. Ele a queria. Muito.
Quando teve presença
de espírito suficiente para
falar, Joe respondeu:
— De nada. Fico feliz que você
tenha decidido se mudar para cá.
— Sabe de uma coisa? Eu também
estou feliz. Vejo você pela
manhã.
Sim, ela o veria, e ele iria para a cama sozinho,
imaginando o que teria acontecido se tivesse arriscado e a tivesse
beijado. Demi provavelmente o esbofetearia primeiro, e depois faria
perguntas.
Joe cumprimentou a si mesmo mentalmente por ter se
controlado e respondido ao desafio... dessa vez.
~
E aí? estão gostando mesmo da fic?? eu disse que ela era muito fofa *---* bom, continuem comentando, queria fazer uma maratona, mas eu queria saber se vcs irão comentar, queria postar, tipo, um capitulo a cada 2 horas em 1 dia, mais ou menos uns 6, 8 capítulos, e aí? topam??
Beijooos, só irei postar agora quando voltar da faculdade...
Meninas, que leem o meu outro blog, -A Sexóloga, eu infelizmente estou me estressando comigo mesma, eu estou com problemas para escrever, sempre eu começo a escrever, acho que ficou bom e quando releio, está horrível, apago tudo e tento escrever de novo, é muito ruim, eu não estou conseguindo achar nada do que eu escrevo bom... me desculpem, eu vou continuar tentando, só tenham paciência :'(
HAPPY BIRTHDAY DEMI!!!
Hoje, é um dia especial para todos os Lovatics, é o dia que a nossa bebê faz 22 anos, eu nem sei como explicar o quanto ela mudou a minha vida, não existe palavras que descrevam o quanto ela é especial para todos nós, ela a minha inspiração, me ajudou em problemas que muitas vezes me vi sem saída, muitos problemas em que muitas vezes pensei que eram impossiveis de me livrar, ela me ajudou de todas as formas que eu queria ser ajudada, me inspira cada dia mais. desejo todo o amor do mundo, toda a paz, toda a felicidade, desejo todo o mundo para essa pessoa que significa muito pra mim... Feliz aniversário minha princesa, te amo muito muito muito <3
Amei pode postar sim bastante !
ResponderExcluirMARATOOONAAA.. É PRA GLORIFICAR DE PÉ... adoro maratonas.. *-* huumm.. quer dizer, que a dona Demetria tá feliz por estar na casa do Joe.. tá né..
ResponderExcluirKisses, Mari!
Eu topo....pode começar já a MARATONA...YES...esta fic é realmente muito fofo, e estou ansiosa para saber como a Demi vai reagir quando souber o real motivo porque o Joe terminou o namoro.....adoro todas as fics, mas adoro mais quando são assim fofas e românticas e tenham bebes pelo meio...também gosto bastante de hots...
ResponderExcluirMaratona Maratona.....posta logo please prometo comentar
Kisses, Mari
Posta + ta perfeita sz
ResponderExcluirAcabei de me atualizar... estou adorando ....parabéns pela pela escolha da fic..... ansiosa pela maratona....
ResponderExcluircadê a maratona, estou atualizando de meia em meia hora e não há novo capitulo :-( please posta logo o capitulo 6,7,8,9,10 e por ai fora.......
ResponderExcluirQro maratona, ta prft, posta + plz
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