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Está vendo
aquele cara irresistível, usando calça e camisa pretas, com as
mangas dobradas? Aquele que está arrumando a louça de porcelana na
mesa?
Aquele sou eu, Joe Jonas.
Bem, não realmente. Não o velho eu. Este é o
novo e aprimorado. Versão 2.0. Sabe o que isso significa? Metade das
mulheres nesta cidade daria tudo para me ter deste jeito. Caidinho.
Obcecado.
Apaixonado.
Mas apenas uma mulher conseguiu me deixar assim.
Agora só preciso mostrar a ela que estou aqui para ficar. Faz dois
dias que não a vejo. Dois longos e dolorosos dias. Não foi tão
ruim quanto os sete anteriores, mas chegou perto.
Enfim, dê uma olhada. O que acha? Estou me
esquecendo de algo?
Flores frescas cobrem cada superfície disponível.
Margaridas brancas. Antes, pensava que elas fariam Demi se lembrar de
Warren, mas não estou preocupado com isso agora. São suas
favoritas, então serão as únicas aqui. No rádio está tocando uma
música calma de Bocelli. O ambiente está iluminado por velas.
Centenas – em potes de vidro.
Não tem como dar errado com velas. Elas fazem com
que o mundo todo fique melhor. Elas fazem com que tudo cheire melhor.
Toc-toc.
Deve ser Demi. Bem na hora. Dou mais uma olhada no
ambiente. É isso. Campeonato mundial. Final do torneio. Tudo está
pronto. Eu estou pronto. Como nunca. Dou um suspiro. E abro a porta.
Não consigo me mexer. Não consigo pensar.
Respirar? Também não é a porra de uma opção.
O cabelo preto de Demi está preso bem alto em sua
cabeça. Cachos elegantes tocam de leve seu pescoço, acariciando bem
o lugar que passei horas mordendo, há um tempo não muito distante.
Ela usa um vestido vermelho-escuro – brilhante –, talvez de
cetim, que está preso por tiras delicadas que atravessam seus ombros
e caem em suas costas. O vestido vai até os joelhos, deixando suas
pernas macias expostas.
E seus sapatos… Deus do céu… seus sapatos são
puro salto, amarrados por um laço na parte de trás do tornozelo.
Quando consigo falar alguma coisa, minha voz sai
rouca.
– Será que tem como renegociarmos a cláusula
sobre não poder apertar seu bumbum? Porque, com este vestido? Vai
ser muito difícil.
Se você me entende, não é apenas por essa
razão.
Ela sorri e nega com a cabeça.
– Todas as condições combinadas vão
continuar.
Eu a acompanho ao entrar, ficando atrás dela, ela
me olha pelo canto do olho. Observe seu rosto com atenção. Está
vendo como seus olhos ficam mais escuros? Como ela lambe os lábios
sem perceber? Parece uma leoa que acabou de jogar uma gazela no chão.
Ela gosta do que vê. Quer me elogiar. Ela quer,
mas não irá. Estamos falando de Demi aqui. Demi que fica calada até
a morte. Apesar do meu mais novo progresso, ela ainda continua na
defensiva. Sem confiança. Receosa.
Está tudo bem. Não me sinto ofendido. Seus olhos
dizem tudo o que ela não quer me dizer.
Eu a levo para a sala de estar e ela morde os
lábios ao perguntar:
– Então, para onde vamos?
Ela para de repente ao ver as velas. E as flores.
E a perfeita mesa arrumada para duas pessoas.
Digo a ela delicadamente:
– Já chegamos.
Ela olha ao redor da sala:
– Uau. Está… está lindo, Joe.
Eu encolho os ombros.
– A sala está legal. Você está linda.
Ela fica corada. E é extraordinário.
Quero beijá-la. Muito.
Já ficou com sede? Com muita sede? Como em um dia
de verão de quarenta graus, quando você não tem nem mesmo saliva o
suficiente na sua boca para engolir? Agora imagine que alguém
coloque um copo de água bem gelado na sua frente. Você pode olhá-lo
e pode imaginar como deve estar bom, mas não pode tocá-lo. Além
disso, com certeza, não pode bebê-lo.
Isso é quase o inferno em que estou agora.
Tiro meus olhos do rosto de Demi e lhe dou uma
taça de vinho tinto. Em seguida, bebo um longo gole da minha.
– O que aconteceu com seus dedos? – ela se
refere aos esparadrapos que cobrem quatro dos meus dez dedos.
– Cogumelos. Os danados não gostam de ser
cortados.
Ela parece surpresa.
– Você cozinhou?
Ia levá-la a um restaurante. O melhor da cidade.
Mas ela gosta de qualidade, lembra? Achei que ela valorizaria muito
mais meu esforço do que o de qualquer chef gourmet que eu
conseguisse arranjar.
Eu sorrio.
– Tenho muitos talentos. Você conhece só
alguns.
Isso não deixa de ser verdade. Nunca cozinhei
antes.
A propósito: Martha Stewart? Ela é meu novo
ídolo. Estou falando sério. Costumava achar que o esquema dela era
uma piada. Quem se torna bilionária apenas por mostrar às pessoas
como dobrar as porcarias dos guardanapos na mesa de jantar? Mas isso
foi antes. Antes de eu tentar usar meu forno ou arrumar uma mesa.
Agora a Martha se tornou uma deusa. Como Buda. E
se a receita dela me ajudar a fazer isso dar certo? Vou me ajoelhar
para ela todos os dias pelo resto da minha vida.
Demi e eu nos sentamos no sofá.
– Então, como estão as coisas no escritório?
– pergunto.
Ela dá um gole no vinho e tira sujeiras
imaginárias do vestido.
– Boas. As coisas estão bem. Você sabe…
calmas.
– Em outras palavras, você está morrendo de
tédio.
– Não, está sendo… produtivo. Fiz bastante
coisa.
Sorrio.
– Você sentiu saudades de mim.
Ela bufa.
– Não disse isso.
Nem precisou dizer isso.
– Fala sério, Demi, jurei honestidade aqui. É
justo que você faça o mesmo – eu me inclino. – Olhe nos meus
olhos e me diga que não pensou em mim, nem um pouquinho, nos últimos
dias.
– Eu…
Bip… bip… bip.
O jantar ficou pronto. Demi toma outro gole de
vinho.
– Você devia ver isso, Joe. Acho que não quer
deixar queimar.
Ela foi salva pelo gongo.
Por enquanto.
O frango ao Marsala que fiz parece… único,
agora que está fora do forno e em nossos pratos.
Tudo bem, está assustador pra caralho. Admito
isso.
Demi fica com a sobrancelha enrugada ao tirar as
gorduras marrons como se estivesse dissecando um sapo numa aula de
biologia.
– Você misturou a farinha com a água antes de
colocar nisso?
Água? Martha não mencionou nada sobre água.
Aquela puta.
– Sabe, Joe, alguns dos melhores pratos de
culinária da história pareciam nojentos. A apresentação não vale
muito. O que vale é o gosto.
– Sério?
Ela levanta o garfo e dá um suspiro.
– Não, só estava tentando fazer você se
sentir melhor.
Olho para o meu prato.
– Obrigado por tentar.
Antes de ela dar uma mordida, alcanço o outro
lado da mesa e coloco minha mão sobre a dela.
– Espera. Vou provar antes.
Desse modo, se a comida me fizer desmaiar, pelo
menos um de nós estará consciente para ligar para a emergência.
Além disso, se eu fosse internado, acho que haveria uma grande
chance de Demi ficar com pena de mim e vir me visitar.
Não pense por um minuto que eu não aceitaria
isso. Num piscar de olhos.
Tento não respirar pelo nariz enquanto dou uma
mordida. Demi me observa. Eu mastigo.
Então sorrio devagar:
– Não está ruim.
Ela parece aliviada. Talvez até um pouco
orgulhosa. Ela desliza o garfo por seus lábios. Em seguida, acena:
– Está muito bom. Estou impressionada.
– Sim, todo mundo me diz isso.
Durante toda a refeição, nossa conversa fluiu
com facilidade. Confortavelmente. Falei apenas sobre assuntos
seguros. Conversamos sobre seu novo cliente, sobre o relacionamento
em desenvolvimento de Matthew com Deloris, e os intermináveis
acontecimentos políticos grotescos que estão acontecendo em
Washington.
Para a sobremesa, servi morangos com chantilly.
Demi adora morangos. Sei disso por causa do nosso Final de Semana
Perdido. No começo, ia preparar uma torta de morango. Mas é melhor
você nem saber como ficou a massa. Acho que nem Matthew conseguiria
comer aquilo. Quando Martha mandou mexer sem parar, não estava de
brincadeira.
Enquanto saboreamos nosso último prato, falo
sobre o iminente presente de Natal que Mackenzie pediu.
Demi ri. Sem acreditar.
– Você não vai mesmo comprar um pônei pra
ela, vai?
– Claro que vou. Ela é uma menininha. Toda
menina deveria ter um pônei.
Ela bebe um pouco de seu vinho. Estamos quase
acabando nossa segunda garrafa.
– Também vou comprar uma daquelas carroças,
como aquelas dos cavalos do Central Park. Assim, poderão treiná-lo
para levá-la à escola.
– Joe, estamos na cidade de Nova York. Onde eles
vão guardar isso?
– Eles têm um apartamento com cinco quartos.
Dois deles estão cheios de coisas inúteis da Alexandra. Acho que
podem liberar um e fazer com que seja o quarto do pônei.
Ela me olha séria.
– O quarto do pônei?
– Sim, por que não?
– Como eles vão levá-lo até o andar deles?
– Elevador de carga. Todos os prédios mais
antigos têm um.
Ela se encosta na cadeira.
– Bem, você pensou em tudo, certo?
Bebo um pouco.
– Sempre penso.
– Já pensou em qual método sua irmã irá usar
pra te matar?
– Tenho certeza de que ela me surpreenderá.
Você vai me defender quando ela tentar?
Ela toca sua taça de vinho e me dá uma olhada
rápida, através daqueles enormes cílios.
– De jeito nenhum, garoto do pônei. Ela é
maior do que eu. Você está sozinho nessa.
Coloco minha mão sobre meu coração.
– Estou arrasado.
Ela não está caindo nisso.
– Você vai superar.
Nossa risada desaparece e se torna um sorriso
calmo. Fico feliz em poder apenas olhar para ela por um momento. Ela
também está me observando.
Logo, limpa a garganta e desvia o olhar.
– Esta é uma boa playlist.
Ela está falando das músicas que estão tocando
durante as últimas horas.
– Não posso levar todo o crédito por isso. Os
meninos me ajudaram a gravar.
Na sequência, “I touch myself”, do Divinyls,
começa a sair pelas caixas de som.
– Jack escolheu esta.
Demi ri, eu me levanto e aperto o botão do
aparelho para mudar de música.
– Aproveitando que tenho poucas semanas de vida
– ofereço minha mão à Demi –, pode me conceder esta dança?
Uma nova música ocupa a sala. “Then”, do Brad
Paisley. Não curto muito música country, mas as do Brad são muito
boas. Ele fala de homem para homem, mesmo sendo um cantor.
Ela pega minha mão e se levanta. Seus braços
ficam em volta do meu pescoço. E minhas mãos se apoiam em sua
cintura – tentando não apertá-la. Gentilmente, nós começamos.
Eu dou uma engolida seca, quando seus olhos
redondos e escuros me olham sem frustração, raiva ou sofrimento.
Eles estão mornos como chocolate líquido. Meus malditos joelhos se
enfraquecem. Arrasto minha mão desde sua coluna até sua nuca. Ela
vira o rosto e encosta a cabeça em meu peito. Eu a puxo para perto
de mim – apertando-a mais.
Gostaria de poder lhes dizer como me sinto. Como é
poder abraçá-la de novo. Como é ter meus braços ao seu redor,
finalmente, e seu corpo junto ao meu.
Gostaria, mas não posso.
Pois não há palavras – em nenhum idioma –
que poderiam chegar próximas de descrever isso.
Inalo o doce aroma de flores de seu cabelo. Se o
veneno em uma câmara de gás tivesse o mesmo cheiro de Demi? Todo
condenado no corredor da morte morreria com um sorriso no rosto.
Ela não levanta a cabeça ao sussurrar:
– Joe?
– Sim?
– Quero que saiba que… eu te perdoo… pelo
que disse naquele dia no seu escritório. Eu acredito em você, sei
que não quis dizer aquilo.
– Obrigado.
– Quando pensei melhor, percebi também que não
ajudei muito. Eu podia ter dito algo, ter te dado… te tranquilizado
sobre como me sentia… antes de ir falar com Billy. Me desculpe por
não ter feito isso.
– Agradeço isso.
Sua voz muda – começa a ficar mais baixa.
Pesarosa.
– Mas isso não muda nada.
Passo meu polegar por todos os cantos da pele
macia de seu pescoço.
– Claro que muda. Isso muda tudo.
Ela levanta a cabeça.
– Não posso fazer isso com você, Joe.
– Sim, você pode.
Ela olha para o meu peito, tentando se explicar.
– Tenho objetivos. Aspirações. Que trabalhei
muito pra conseguir, me sacrifiquei.
– Quero ver você alcançar essas metas, Demi.
Quero te ajudar a realizar seus sonhos. Cada um deles.
Ela olha para cima e seus olhos estão implorando
agora, por compreensão. Por compaixão.
– Quando Billy terminou comigo, eu estava
triste. Doeu. Mas consegui seguir em frente. Não perdi nada. Esta
coisa com você… é diferente. É… mais. E não estou muito
orgulhosa em admitir que, se não der certo, não vou conseguir me
reerguer e seguir em frente. Você pode… você poderia acabar
comigo, Joe.
– Mas não vou.
Levo minha mão até sua bochecha e ela se encosta
nela.
– Sei bem como é o sentimento de pensar que te
perdi, Demi. Nunca mais quero me sentir daquele jeito. Sou um homem
que sabe o que quer, lembra? E eu quero você.
Ela balança a cabeça devagar.
– Você me quer hoje à noite. Mas e…
– Te quero esta noite e vou te querer amanhã e
no dia seguinte. Depois de dez mil dias vou continuar te querendo.
Você não entendeu a mensagem no céu?
– Você pode mudar de ideia.
– Posso ser atingido por um raio ou posso ser
mordido por um tubarão. A probabilidade de essas coisas acontecerem
é muito maior do que a de algum dia não te querer mais. Confie em
mim.
Será que é este o problema?
Ela me olha por alguns momentos, depois fita o
chão. A música termina. Ela começa a desencostar de mim.
– Sinto muito, Joe. Eu apenas… não posso.
Tento insistir. Como um homem se afogando,
agarrando-se em algo para se salvar.
– Demi…
– Tenho que ir.
Nãonãonãonãonão. Estou perdendo.
– Não faça isso.
Seus olhos endurecem como lava derretida quando
esfria e se torna uma pedra escura.
– Seu tempo está acabando. Isso foi adorável.
Mas…
Essa porra não pode estar acontecendo. É como
assistir o atacante deixar a bola escapar de sua mão, quando está
perdendo de três, com vinte segundos restando no relógio. Ela se
vira para a porta. Mas eu agarro seu braço e a faço olhar para mim.
Minha voz soa desesperada. Pois estou.
– Espera um pouco. Você ainda não pode ir
embora. Tem mais uma coisa que preciso te mostrar. Só mais dez
minutos. Por favor, Demi.
Olhe para seu rosto. Neste momento.
Ela quer ficar. Correção: ela quer que eu a
convença a ficar. Quer que eu lhe dê uma razão para acreditar em
mim outra vez. E se isso não bastar, nada no mundo irá.
– Ok, Joe. Mais dez minutos.
Minha respiração fica acelerada.
– Muito obrigado.
Solto seu braço, pego um lenço preto da cadeira
e o ergo:
– Você não pode tirá-lo até que eu te diga,
ok?
Ela expressa desconfiança em seu rosto.
– Isso é algum tipo de coisa relacionada a
sexo?
Eu rio.
– Não. Mas gosto do jeito que você pensa.
Ela vira os olhos para o teto antes de cobri-los
com o lenço, e o mundo como ela conhece se torna preto.
~
Tadinho do Joe :'( ele se ta esforçando tanto mas a Demi ta sendo muito dura com ele :/
já esta acabando a temporada, mas lembrem que ainda tem alguns bônus :)
Tadinho do Joe :'( ele se ta esforçando tanto mas a Demi ta sendo muito dura com ele :/
já esta acabando a temporada, mas lembrem que ainda tem alguns bônus :)
POSSSSSTA!!! ACABEI DE "ACHAR" ESSA FANFIC E MEU LI TUDO JÁ E CARA PERFEITO DEMAIS *------* MÓ DÓ DO JOE GENTE, ESTOU SUPER CURIOSA COM O RESTO -Y
ResponderExcluirQual é o nome ?
ExcluirPOSTAAAA *-*
ResponderExcluirMagnifico. Qq é a surpresa. Mega amciosa posta plz
ResponderExcluirPosta+, quantas temporadas vao ser msm 2 ou 3?
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