21.8.14

Seu Melhor Erro - Capitulo 10

 
~

Desde muito cedo no percurso do relacionamento deles Demi havia aprendido uma coisa importante sobre Joe Jonas: ele sabia o que as mulheres gostavam. Inúmeras vezes ele a levara ao reino do prazer enlouquecedor com sua habilidade como amante. Mas, acima de tudo, ele tinha uma tendência a fazê-la esquecer a razão. Aparentemente, aquilo não ha­via mudado.

Enquanto ela estendia-se sobre a toalha para esperar a especial atenção de Joe, ele ficou de pé à distância, olhando-a com intensidade, até que Demi não mais pudesse suportar o suspense.

Você de repente ficou tímido comigo, Joe, ou quer que eu implore?

Quando eu me juntar a você nessa toalha, não haverá retorno.

Ela somente queria ir em frente sem nenhum pensamento do passado, ou sobre o que poderia ter sido. Pensar nisso seria doloroso demais.

Eu quero estar com você, Joe. Não sei o que mais posso fazer para convencê-lo.

Estou convencido. Ele jogou o preservativo no chão ao lado dela e finalmente deslizou a sunga quadris abaixo, aliviando quaisquer dúvidas de que também a queria. Pelo menos fisicamente.

Quando Joe moveu-se sobre a toalha estendida, a tomou nos braços e segurou-a por um momento. Havia uma ternura surpreendente no beijo dele no começo, mas como fora entre eles antes, a paixão e a química logo prevaleceram.

Os lábios sensuais desceram pelo seu corpo, e Demi pensou brevemente no perigo em permitir tal intimidade. Pensou no quão facilmente poderia entregar-se a ele novamente. Mas logo afastou tal preocupação, fechou os olhos e cedeu às sensações. Uma brisa quente soprou sobre ela, mas não diminuiu o calor. Somente Joe podia aliviar o desejo, e ele fez isso, usando a boca com tanta persuasão que ela agarrou a toalha.

No princípio, ele mostrou certa contenção, levando-a para a beira do orgasmo, antes de erguer a cabeça. Ela sabia exatamente o que ele estava fazendo... retirando-se até que ela não pudesse mais suportar. E quando ela alcançasse aquele ponto, ele a tomaria completamente.

Demi não pôde evitar a elevação involuntária dos quadris, ou a vontade de gritar, ou o clímax que chegou pleno e muito rapidamente. Todavia, aquilo não era suficiente.

Como se sentisse aquilo, Joe sentou-se e rasgou o envelope do preservativo com mãos que pareciam estar tremendo. Demi também estava tremendo. Enquanto deslizava para dentro do centro feminino, ele ofegou longamente e prendeu-lhe o olhar.

Fique imóvel por um minuto disse ele. Eu quero me lembrar disso.

Ela não sabia se Joe pretendera dizer que queria se recordar de todas as vezes antes, ou se já estava se preparando para dizer adeus novamente. Mas não teve tempo para ponderar sobre o assunto quando ele começou a mover-se, vagarosamente no início, até que acelerou o ritmo. Demi foi absorvida pela flexão dos músculos poderosos por baixo de suas mãos, no poder absoluto que ele exercia sobre ela. Joe sempre fora alguma espécie de camaleão durante o ato do amor... algumas vezes, brincalhão, outras, tentadoramente sedutor... todavia, jamais tão intenso como agora. Especialmente os olhos que mantinha fixos nos seus.

Demi sentiu desespero no modo como ele a beijou, na maneira como a abraçou, como se não pudesse chegar perto o suficiente. O modo que lhe falou num sussurro rouco, descrevendo como era a sensação de tê-la cercando-o. Como ela o estava enlouquecendo. Joe moveu os quadris contra ela e tocou-a de um jeito que demonstrava que estava determinado em não encontrar sua própria satisfação até que ela encontrasse a sua novamente.

Ela queria que ele alongasse o tormento prazeroso. Que nunca parasse.

Joe, eu não sei se posso agüentar isso.

Você pode, querida. Vai agüentar.

E Demi atingiu o clímax novamente, com muito mais intensidade do que jamais pensara ser possível.

Joe então liberou todo, seu controle e com uma investida final gemeu, estremeceu e tombou sobre ela.

O som da respiração de ambos ecoava no silêncio da noite, enquanto Demi imaginava se o compasso de seu coração voltaria ao normal. Também questionou se algum dia seria capaz de encontrar outro homem que pudesse amá-la tão bem quanto Joe. Se sempre compararia qualquer homem com ele. Se algum homem estaria à altura dele.

Depois de um tempo, Joe rolou de costas, levando-a consigo. Por diversos momentos, eles ficaram daquele jeito, os corpos aconchegados, a cabeça dela descansando sobre o peito largo e as pontas dos dedos dele acariciando-lhe as costas.

Quando o sono começou a dominá-la, Demi percebeu que a hora para enfrentar a realidade tinha chegado.

Temos de ir buscar nossa filha.

Joe afastou uma mecha de cabelos da face dela, colocando-a atrás da orelha.

Dinah planeja manter Carly até amanhã cedo, a menos que liguemos e dissermos que estamos a caminho. Não quero dar esse telefonema.

Ela levantou a cabeça para fitá-lo.

Não sei, Joe. Ela...

... ficará bem. Tenho certeza que Carly já está dormindo, e não vejo qualquer necessidade de tirá-la da cama no meio da noite. E eu também não estou pronto para terminar isso. Precisamos compensar o tempo perdido.

Aquilo fazia sentido, pelo menos quanto à parte de não perturbar o bebê. Mas Demi ainda tinha algumas limitações.

Compensar o tempo perdido podia envolver um auto custo.

Ele a beijou novamente. De forma sedutora e prazerosa.

Fique comigo, Demi. Na minha cama, a noite inteira. Você não se arrependerá.

Ela não estava certa disso. Todavia, pássaras próximas horas na cama, fazendo amor novamente, trazendo mais lembranças, sobrepujaria suas preocupações.

Tudo bem, ficarei com você. Pelo menos durante aquela noite.




Quando o celular tocou, não muito depois do raiar da aurora, Joe praguejou baixinho, enquanto Demi moveu-se para o lado oposto da cama a fim de atender. Mesmo que suas forças estivessem drenadas depois da recente e longa ducha que ele e Demi haviam tomado, ele não se importaria de fazer amor mais uma vez antes que ambos tivessem de enfrentar o dia. Aqueles planos podiam ir por água abaixo se ela estivesse sendo convocada para trabalhar, o que Joe desconfiava que fosse o caso.

Oi, mamãe.

Nada de trabalho. Joe olhou para Demi, que puxou o lençol até o pescoço e deu-lhe um olhar desconsolado.

Depois de uma longa pausa, Demi disse:

É verdade, está tudo bem. Carly está ótima. Eu estou ótima.

Joe cobriu os olhos com o braço direito e tentou não ouvir a conversa. Mas não pôde evitar se perguntar exatamente o que a mãe dela dissera quando Demi respondeu com:

Não, eu não fiz nenhuma tolice.

Joe calculou que aquilo provavelmente dizia respeito a ele, e esperou que Demi acreditasse nas suas próprias palavras. Depois que tivesse o dia todo para refletir sobre o que eles tinham feito na noite anterior... e nesta manhã... talvez ela questionasse a própria inteligência.

Poucos minutos depois Demi desligou o telefone e caiu de costas sobre o travesseiro.

Era minha mãe.

Eu já tinha calculado. Joe virou-se de lado para encará-la. Um tanto cedo para ela estar ligando para você.

Sim, mas ela conhece minha agenda. Também queria me avisar que ela e meu pai estão partindo para a Europa esta noite. E o mais importante: soube que um pediatra local está se aposentando dentro de dois meses. Ele está procurando alguém para assumir seu consultório.

Joe foi dominado por uma forte sensação de urgência, e medo de que pudesse perdê-la se não agisse rapidamente. Precisando de maior proximidade com Demi, bateu no espaço ao seu lado.

Venha aqui. Você está muito longe.

Ela aproximou-se e se aninhou na dobra do braço dele.

Preciso me aprontar para trabalhar.

Ainda é muito cedo disse Joe. E pegarei Carly na casa de Dinah e a manterei comigo o dia todo, se você concordar.

É o que eu gostaria, Joe. Você provou que pode tomar conta dela, portanto não vejo motivo para que Carly volte para a creche enquanto eu e ela estivermos aqui.

Ele gostou de ter obtido a confiança de Demi no que dizia respeito a Carly, mas não gostou da parte do "enquanto eu e ela estivermos aqui".

A que horas você tem de estar no hospital?

Não antes das 8h30.

Joe olhou para o relógio.

Passa um pouco das 7h,

Ela bateu a ponta do dedo no queixo.

Agora, pergunto-me como podemos passar a próxima hora e pouco. Espere, tive uma idéia.

Demi passou a mão pela barriga dele, mas antes que ela alcançasse seu alvo intencional Joe agarrou-lhe o pulso e deteve-lhe o progresso.

Por mais que aprecie sua idéia, precisamos ter uma conversa antes.

Ela levantou o lençol e sorriu.

Parece que o seu "moleque travesso" gosta mais da minha idéia. Sim, aquele "moleque", definitivamente, tinha vontade própria.

Eu quero conversar sobre a noite passada. Ela afastou-se e fixou ò olhar no teto.

Você não precisa dizer nada, Joe. Sei o que a noite passada significou. Ambos precisávamos de diversão.

Diversão? Aquilo fez com que ele saísse da cama e pegasse uma calça de pijama. Uma vez vestido, sentou-se na beira da cama, ao lado dela.

Foi muitíssimo mais do que isso para mim, Demi.

Ela fechou os olhos e disse:

Não complique o assunto, dizendo o que você acredita que eu quero ouvir, Joe.

Não lhe dizer que eu não quero que você vá embora em absoluto? Ele não tinha o menor direito de pedir aquilo para Demi, mas não foi capaz de impedir que as palavras saíssem de sua boca.

Você não fala sério.

Sim, eu falo. E ele falava, mesmo que o pedido fosse feito no momento errado.

Você só está dizendo isso por causa de Carly.

Ele entendeu por que ela pensava assim.

Admito que não posso suportar o pensamento de você levando-a para longe de mim, mas não quero perdê-la novamente, também.

Demi sentou-se e abraçou os joelhos contra o peito.

Digamos que eu fosse louca o suficiente para considerar levar nosso relacionamento para o próximo nível. Aonde iremos daqui? Você está planejando mudar-se para Atlanta e eu estou voltando para o Mississipi. E mesmo se nós resolvêssemos isso, viveríamos juntos?

Ele queria mais do que aquilo, contudo, não podia oferecer mais naquele momento. Não até que soubesse com certeza o que o futuro lhe reservava.

Eu não tenho todas as respostas ainda, mas viver juntos é um começo. Não quero desistir de nós.

E o que acontece se você se cansar de mim?

Não vou me cansar de você, Demi. Eu... Droga, ele não era bom em revelar suas emoções. Nunca fora. Eu gosto de você.

Eu gosto do meu carro, também, Joe. E se me recordo corretamente, no último verão em Cabo você disse que gostava de mim, e depois rompeu nosso relacionamento, na semana seguinte.

É diferente desta vez.

O que é diferente, Joe, a não ser que temos uma filha juntos.

Ele tinha de lhe contar a verdade, más não podia falar tudo até que obtivesse todas as informações. Informações que estavam nos resultados de laboratório que Joe passara a temer o tempo todo.

Mas podia contar-lhe a única coisa que talvez fizesse diferença, algo que nunca lhe dissera antes. Decidiu reservar aquela declaração para mais tarde, quando esta pudesse ser sua última esperança.

Como já declarei, tive minhas razões para fazer o que fiz no ano passado.

Você está certo. Já disse isso, Mas em algum momento terá de compartilhar essas razões comigo.

Eu sei, mas vai levar mais tempo do que temos essa manhã. Quando você chegar em casa esta noite, prometo que lhe contarei. Nesse ínterim, ele pretendia aproveitar a hora que lhes restava e continuar a alimentar sua esperança.

Joe rolou para seu lado, puxou-a de costas para seus braços e beijou-a. Mas antes que pudesse utilizar seus poderes de persuasão o telefone tocou novamente. Desta vez, o telefone dele.

Se Dinah ainda não tivesse a custódia temporária de sua filha, Joe não teria se incomodado em responder. Mas por causa disso pegou o celular e disse irritado:

Sim.

Você vai estar em casa esta tarde?

Ele sentou-se e jogou as pernas para o lado da cama.

É quase de manhã, Kevin. Não estou sequer acordado.

Não era necessariamente o caso. A pergunta de seu irmão o deixara bem acordado.

Pensei em passar aí pelas 15h.

Algum motivo em particular? Joe desconfiou que já soubesse porquê.

Tive de vir ao hospital cedo e fiz o que você me pediu. Pedi urgência nos exames. Mas prefiro não discutir isso pelo telefone.

Joe não queria discutir aquilo em absoluto, particularmente se Kevin sentia que precisava dar a notícia pessoalmente. Aquilo podia significar apenas uma coisa.

Certamente. Até mais tarde então.

Ele desligou o telefone e caiu de costas sobre a cama, sentindo como se seu mundo inteiro estivesse prestes a desmoronar. Demi aninhou-se ao seu lado e beijou-lhe o pescoço.

Está tudo bem?

Nem um pouco.

Sim. Kevin vai estar no bairro, e queria passar por aqui para ver Carly. Somente mais uma mentira para adicionar às muitas que ele vinha contando.

Ela levantou a cabeça e examinou-lhe o rosto detalhadamente.

Tem certeza de que não há nada errado?

Joe não tinha certeza sobre nada, exceto que agora tudo que queria era perder-se em Demi, antes que tivesse que encarar a realidade mais uma vez.

Com isso em mente, envolveu-a nos braços e sussurrou:

Agora vamos voltar à sua idéia, enquanto ainda temos tempo.




O olhar sombrio no rosto de seu irmão quando ele surgiu na varanda serviu para confirmar as suspeitas de Joe... a notícia não ia ser boa.

Por mais que detestasse ouvir a verdade, abriu a porta, deu um passo para o lado e disse:

Entre, Kev.

Eles caminharam pelo hall em silêncio e quando chegaram à sala de estar Kevin enfiou as mãos nos bolsos e olhou em volta.

Demi está aqui?

Não ainda.

O bebê?

Tirando uma soneca. E agora que estabelecemos quem está em casa e quem não está, diga o que você precisa dizer.

Kevin retirou um envelope do bolso interno do paletó e entregou-lhe.

Está tudo aí.

Joe desdobrou o pedaço de papel e leu o texto, o qual fazia pouco sentido para ele.

Você se incomoda de me explicar?

A boa notícia é que você ainda está produzindo esperma. A má notícia e que está produzindo tão pouco que está clinicamente estéril.

Independentemente do quanto tinha se preparado para ouvir aquela palavra, Joe ainda queria socar alguma coisa.

Isso é muito irônico. Alguns anos atrás, ser estéril podia não ter sido tão importante assim. Mas agora que tenho Carly eu sinto que nada na minha vida significou coisa alguma antes dela. Antes de Demi, também. Mas suponho que isso é punição adequada para todos os meus pecados anteriores.

Kevin meneou a cabeça.

Você nunca vai me convencer de que isso é uma punição divina, Joe. Muitas coisas más acontecem para pessoas boas, e isso inclui você. Não pediu para ficar doente, não mais do que qualquer outra pessoa.

Ele nunca ouvira aquilo vindo de seu irmão mais velho. E jamais pensara que ouviria.

Eu tenho feito algumas coisas ruins, Kev.

O quê? Você partiu alguns corações, e tinha uma tendência a ser egocêntrico? Isso não o torna um homem extremamente mau.

As mulheres que possuíam os corações partidos por ele provavelmente discutiriam essa asserção.

Você se esqueceu do que eu fiz a Selena.

E David agradece a você todos os dias por ter saído da vida dela para que ele pudesse entrar. Talvez o seu método para terminar o relacionamento tenha sido suspeito, mas os dois o perdoaram por isso.

Quase o mesmo método que ele usara para romper com Demi, somente que evoluíra de um bilhete para um rápido telefonema.

Quando eu contar toda a verdade a Demi, ela não vai me perdoar.

Kevin pareceu incrédulo.

Quer dizer que ela ainda não sabe que você esteve doente?

Não, e ainda não estou certo se devo contar. Ele ergueu o laudo do laboratório que estivera apertando na mão fechada. - Não depois de ver isso.

Como eu lhe disse, Joe, isso não é o fim do mundo ou de sua paternidade futura. Você ainda pode ter filhos biológicos se submeter-se a um dos tratamentos atuais. A gravidez teria que ser assistida, significando inseminação ou em vitro, mas ter outro bebê não é impossível.

A verdade era que ele não queria mais bebês, a menos que pudesse tê-los com Demi.

Isso não importa. Mesmo que Demi não aceite que não podemos mais ter filhos, quando souber que eu menti sobre tudo, jamais irá querer chegar perto de mim novamente.

Kevin observou-o por alguns momentos antes de perguntar:

Você a ama, Joe? .

Sim, amo. Ele pôs o papel sobre a mesa de café e olhou para seu irmão diretamente. Mas ainda vou perdê-la, Kev.

Talvez, mas jamais saberá ao certo a não ser que lhe conte tudo. E se não fizer isso, então, definitivamente, a perderá, porque ela vai partir se você nem mesmo tentar convencê-la a ficar.

Joe sentia o adeus inevitável de Demi de forma tão certa quanto sentia a alegria de sua filha ao sorrir e seu desgosto ao chorar. Também sentia a formação da impenetrável armadura emocional que usara como autoproteção na maior parte da vida.

Demi tinha sido a única alma viva capaz de penetrar aquela armadura, e Joe percebeu que ela provavelmente tentaria novamente. Nas próximas horas, teria que decidir se permitiria.




No momento que chegou em casa, Demi sentiu como se os eventos daquela manhã nunca tivessem acontecido. Depois de toda a conversa dele sobre um futuro juntos, Joe não tinha parecido nem um pouco satisfeito devê-la.

Na verdade, quase não falara com ela.

Tinha estado totalmente calado durante o jantar, respondendo as perguntas sobre seu dia com o bebê através de palavras sucintas.

Então murmurara algo sobre trabalho na sua coluna literária antes de retirar-se para o escritório.

Ela não o vira desde então.

Talvez Joe tivesse tido muito tempo para pensar sobre a proposta que fizera, lembrando-se subitamente que não queria compromisso fixo. Independentemente das razões dele, ela pretendia quebrar o silêncio e descobrir o que estava acontecendo.

Tão logo colocou a filha na cama, Demi foi direto ao espaço particular de Joe, disposta a um confronto. Esperava encontrá-lo sentado atrás da mesa, digitando num teclado, não estendido no pequeno sofá de couro preto, olhando para o espaço.

Ela atravessou a sala e aproximou-se.

Bloqueio de escritor?

Quando Joe virou a cabeça na sua direção, Demi ficou surpresa pela tristeza profunda nos olhos dele.

Eu não estava escrevendo. Estava pensando.

Sobre o quê?

Nós. Ele sentou-se e se recostou nas almofadas. Precisamos conversar.

Isso foi o que você disse esta manhã.

Depois desta conversa, você provavelmente vai querer desconsiderar tudo mais que eu falei esta manhã.

Eu não entendo. Oh, mas ela temia que entendesse. Bem demais. Ele moveu-se para a beira do sofá, passou os braços sobre os joelhos e baixou a cabeça.

Você deve manter seus planos de voltar para sua cidade natal no próximo mês.

Ela liberou uma risada melancólica, embora quisesse chorar.

Uau, Joe. E dizem que as mulheres são volúveis. Esta manhã você queria que nós morássemos juntos por tempo indefinido e agora quer que eu vá embora. Mas não estou surpreendida, razão pela qual eu não tinha muitas esperanças. Não era verdade. Ela começara a ter esperança. A imaginar uma vida que o incluía.

Ele ainda se recusava a olhá-la.

Eu mudei de idéia porque não posso lhe dar o que você precisa.

A história estava se repetindo.

Eu sei, Joe. Você não pode se comprometer com uma pessoa. Não pode amar somente uma mulher, se é que até mesmo tem capacidade de amar alguém.

Finalmente, ele levantou os olhos para ela.

Você está errada, Demi. Eu a amo. Estava apaixonado por você quando â dispensei no verão passado. Nunca me senti dessa maneira em relação a alguém antes de você, ou desde você.

Quando o choque diminuiu, Demi lutou para encontrar sua voz.

Se isso for verdade, então o que acha que preciso que você não pode me dar?

Isso não importa.

A raiva, tristeza e frustração de Demi fundiram-se, criando uma perfeita tempestade emocional.

Importa para mim, droga! Você me deve uma explicação, Joe, e não vou embora até que me dê uma.

Ele esfregou ambas as mãos sobre o rosto antes de voltar a encará-la.

Você está certa. Mas vai precisar se sentar.

Demi deixou-se cair numa cadeira de frente para ele.

Tudo bem. Estou pronta. Mas estaria de verdade?

Antes de eu partir para Atlanta, fiz um exame de laboratório começou Joe. Descobri o resultado somente hoje. Aquilo podia ser pior do que Demi tinha imaginado.

Oh, meu Deus, Joe, você está doente?

Eu sou estéril.

O pronunciamento levou um instante para penetrar na mente de Demi. Quando finalmente se acomodou, ela disse:

Evidência do contrário está dormindo no quarto. Sua filha. Certamente, ele não estava sugerindo... Se você está insinuando que ela não é sua filha...

Sei que ela é minha, Demi. Isso resultou de algo que ocorreu antes de rompermos. . Ele fez uma pausa antes de acrescentar; Na verdade, esta é a razão pela qual eu rompi com você.

Nada do que você diz faz sentido, Joe. E ela precisava que aquilo fizesse sentido.

Joe uniu as mãos e as apertou com força.

Antes de irmos à viagem para Cabo, eu fui a um médico. Talvez você se recorde que eu estava com muito menos energia do que usualmente.

Você achava que era por causa das muitas viagens que, vinha fazendo na ocasião.

Não era. Contraí anemia aplástica idiopática. Passei seis meses fazendo transfusões de sangue, e quando isso não funcionou, Nick concordou em me doar sua medula óssea. Ele salvou minha vida.

Aquilo explicava o relacionamento renovado entre os irmãos.

E ele era o par genético perfeito, porque é seu gêmeo.

Ele passou a mão pelos cabelos.

Sorte minha. Mas a quimioterapia causou...

A esterilidade. Pelo menos agora algumas coisas estavam se encaixando para Demi. A cicatriz debaixo de seu braço se deve ao cateter central inserido perifericamente, que eles usaram para administrar a quimioterapia.

Sim.

Milhares de perguntas passaram pela mente de Demi, mas a mais importante teve precedência:

Por que você não me contou quando foi diagnosticado?

Ele baixou os olhos novamente.

Porque você tinha preocupações suficientes com seu trabalho.

Não é uma razão boa o bastante.

Eu pensei que poderia morrer e não quis envolvê-la nisso.

Agora eles estavam indo a algum lugar.

Eu sou médica, Joe. Poderia tê-lo ajudado através do processo, respondido todas as suas perguntas. Poderia ter estado ao seu lado.

O olhar que ele lhe deu era tão cheio de tristeza e remorso que bloqueou a respiração de Demi.

Eu não queria que você me visse daquele jeito.

Ela quis chorar por ele e por tudo que Joe sofrerá. Queria agredi-lo verbalmente por ter deixado o orgulho interferir entre os dois, mesmo que entendesse aquilo em algum nível. Queria voltar no tempo e começar de novo. Mas isso era impossível.

Joe descansou seu braço nas costas do sofá e voltou seu perfil para ela.

Você tem todo o direito de ficar furiosa comigo.

Quando penso em todas as oportunidades que você teve para me contar, sim, isso me deixa extremamente zangada disse ela. Mas quando penso sobre como poderíamos ter estado juntos, nos apoiando durante sua doença e minha gravidez, isso me deixa triste por termos perdido tanto tempo.

O silêncio se estendeu antes que Demi fizesse outra pergunta importante, que poderia determinar se ele tinha... ou não tinha... mudado, dependendo da resposta.

Se você pudesse fazer tudo de novo, teria me contado?

Honestamente, não sei, Demi. Talvez, se eu soubesse sobre o bebê, mas, então, talvez não. O fardo era meu para suportar, não seu.

Não era a resposta que ela estava esperando, mas pelo menos agora sabia o que tinha de ser feito, mesmo que a decisão a deixasse de coração partido.

Você está certo, Joe disse Demi, ficando de pé. Você não pode me dar o que preciso, e isso não tem nada a ver com futuros filhos. Meus pais adotaram quase 100 crianças durante um espaço de 30 anos, e há muitas mais lá fora que precisam de lares e famílias.

Joe prendeu-lhe o olhar.

Se eu soubesse com certeza que você se sentiria dessa maneira, teria lhe pedido em casamento esta manhã.

Naquela manhã ela poderia ter dito sim.

Foi melhor assim, Joe. Você não me perguntou como eu me sentiria sobre nada. Não me deu qualquer escolha. Está tão acostumado a dispensar pessoas que não sabe nada mais. Compromisso significa ficar ao lado do outro nos bons e nos maus momentos... na saúde e na doença. Eu não tenho como saber se você vai embora ou se vai se fechar para mim quando deparar com uma situação difícil. Essa habilidade de compartilhar tem sustentado meus pais e seus pais através de seus casamentos. Eu não me contento com menos.

Não sei o que você quer que eu faça, Demi. A voz dele era calma e desprovida de emoção.

Demi queria que ele parecesse menos resignado. Queria que ele discutisse seu caso, baixando a guarda. Que lutasse.

Se eu tivesse de lhe contar isso, Joe, então não haveria qualquer esperança para nós.

Talvez ela o estivesse julgando muito duramente, fechando sua mente para as possibilidades, mas não queria arriscar ser ferida por Joe novamente. Melhor terminar aquilo antes que acontecesse, a despeito da dor que estava sentindo no momento. Por ele e por ela.

O que faremos agora, Demi?

Eu não sei, Joe. - E ela não sabia. Sei que não estou segura se posso viver aqui com você.

Apenas não faça nada precipitadamente pediu ele. Preciso ter Carly na minha vida até que você vá embora mês que vem. Não quero pressioná-la por nada mais. Nem mesmo irei tocá-la. Posso não gostar disso, mas farei o que tenho de fazer, contanto que você fique aqui.

Preciso pensar sobre isso.

E isso é o que Demi faria, provavelmente pelo resto da noite. Isto e chorar com vontade.


~
 
Capitulo programado!! beijoos e comentem <3

4 comentários:

  1. Tadinhos..... Se amam tanto e estão sofrendo....... da vontade de chorar junto..... posta mais please!!!!

    ResponderExcluir
  2. Aí cara tipo nem sei o que dizer! Esse capítulo acabou comigo tipo de verdade!
    Continua por favor...
    Fabiola Barboza :*

    ResponderExcluir