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Nunca, nem
por uma vez sequer, ela vacilou, ou duvidou.
Nem mesmo um
pouquinho.
Apesar das
previsões negativas de sua mãe, apesar do que ela lera sobre as "famílias
agregadas" em um livro sobre psicologia infantil, que Demi acabara
atirando na parede, nem por uma vez sequer ela pensou que o bebê deles
iria mudar os sentimentos de Joe por Willow.
Porque sem
Willow, eles não existiriam.
— Não
falta muito agora — Joe apertou os ombros dela, deitada na mesa de
cirurgia, com toda a paixão de um médico por uma paciente, mas era aquilo que
ele fazia, às vezes. Eles haviam, somados, passado por três gestações, e
todas haviam sido bem diferentes.
Aquela havia
sido uma gravidez exemplar (descontando o grande ganho de peso que ela tivera),
e tinha ido excepcionalmente bem até o último momento, mas depois de
oito horas de trabalho de parto, respirando e fazendo força, o bebê ainda
não queria nascer!
Ela
trabalhara meio-expediente até o sétimo mês, porque escolhera assim.
Demi havia
contado a Joe sobre a dor nas costas, e os tornozelos inchados e doloridos, mas
quando tivera uma enxaqueca fortíssima, preferira conversar com o obstetra, e
não com ele.
E Joe havia
massageado seu estômago, e beijado sua barriga, e feito todas as coisas
certas, durante toda a gravidez. Os dois tinham feito tudo certo. Incentivado
um ao outro ao longo do caminho, e assegurado um ao outro que tudo daria certo.
— Eu
estou com medo... — Ela não estava nem sequer sedada, os médicos haviam sido
tão mesquinhos a respeito da anestesia que ela estava pensando em escrever uma
carta de reclamação. Do que adiantava ser a esposa de um médico? Uma epidural
podia anestesiar seu abdômen, mas não anestesiaria o cérebro dela.
— E se
as coisas mudarem agora?
Não importa
quão bem você a arrume e o quão segura você a mantenha, sua bagagem
sempre viaja com você, e de vez em quando, você tem que pagar pelo excesso,
ou observar impotente enquanto o pessoal da alfândega abre o zíper e exige que
você explique o que uma barra de chocolate estava fazendo escondida no seu
sutiã.
Como se você pudesse
explicar como ela fora parar lá.
E como se
você tivesse pensado em contrabandeá-la para o outro lado do mundo.
Só que
você tinha.
— Eu
não quero que nada mude — ela chorou.
— A
mudança pode ser uma coisa boa — ele disse, tentando confortá-la.
Eram só os
três, Joe, ela e Willow. E ela temia por eles, e temia pelo bebê que
estava chegando, temia a mudança. Mas aquilo estava acontecendo, não importava
se ela gostasse ou não.
— Eu
estou com medo, Joe — ela disse novamente.
— Eu
sei.
Ela podia
ver lágrimas nos olhos verdes dele.
— Lembre-se
de Willow... ela era tão pequena e estava tão doente... e olhe para ela agora.
Ela sabia
que os médicos estavam fazendo a incisão, porque o obstetra havia dito a ela,
mas só tinha olhos para Joe. E podia ouvir o barulho, enquanto eles
aspiravam o líquido amniótico, e ficou petrificada de medo.
— Como
poderei amá-lo tanto quanto amo Willow?
— Espere
para ver — ele disse, gentilmente. Era mesmo um menino.
Um menino
gorducho, que os médicos seguraram por sobre os lençóis, com um narizinho
achatado e uma testinha franzida, que gritou e chorou e esperneou até que
eles o colocaram no bercinho.
— Não
admira que eu tenha precisado de uma cesariana. — Demi tinha que
sorrir, tinha que chorar, tinha que olhar para o bebê com admiração. E,
claro, Joe fazia o mesmo.
Ele se
aproximou do filho e olhou para ele, imprimiu a marca dos pezinhos dele em sua
camiseta, e voltou para o lado de Demi.
— Você precisa
ver o tamanho dele! — Joe disse, espantado.
— Você entende
agora porque eu gemia toda vez que ele chutava?
Ela ganhou
um beijo rápido, quando eles trouxeram o bebê, todo embrulhado, mas ela também
estava imobilizada, e não podia abraçá-lo. E havia gente demais em volta, para
que ela chorasse de verdade.
— Vá com
ele... — Demi disse para o marido.
As coisas
ficaram um tanto confusas, dali em diante. Os médicos foram um pouco mais
generosos com analgésicos agora, a incisão foi fechada e ela foi levada para a
sala de recuperação, e depois para o quarto. E Demi se lembrava vagamente de
sua mãe chegando, e da mãe de Joe chegando, e de muito barulho...
E mais
tarde, bem mais tarde, ela acordou.
E lembrou de
tudo.
Ela não
estava com medo dos sentimentos de Joe, nem um pouco. Tudo bem, talvez só um
pouquinho... Mas ele estava de costas para ela e seu filho, e tinha uma agitada
garotinha de um ano presa à sua cintura, e estava mostrando a lua para ela,
e aquilo a deixou em paz, para olhar para seu novo bebê.
Ela estava
com medo dos próprios sentimentos.
Ele era tão
pequeno.
Um bebê grandão,
mas tão novinho, e enrugado, e perfeito, e ela estava com tanto medo de não
fazer as coisas certas. E então ele abriu os olhos... simplesmente olhou
diretamente nos olhos dela, e exigiu que ela o amasse.
Ela o amaria
muito em breve, só que estava realmente cansada.
— Logan...
Ela estava
dolorida demais para segurá-lo no colo, e Joe o fez por ela, equilibrando
Willow, ainda presa à sua cintura, enquanto pegava o filho nos braços e o
entregava a ela.
— Bebê! — Willow
se esqueceu, por um momento, do quanto estava cansada, deliciada com o
irmãozinho, finalmente acordado, e com suas próprias cordas vocais, já que
recentemente começara a cantar.— Bebê, bebê, bebê! — E ela subiu
na cama, e por cima do cateter, chegando perigosamente perto de uma incisão
cesariana, e então sufocou o irmão com beijos e germes, seguidos de mais beijos
babados.
Depois, Logan
ganhou um beijo do papai.
E então,
Demi ganhou um beijo de uma Willow repentinamente carente e chorosa.
Havia amor
quase demais ao redor, Demi pensou, à beira das lágrimas também.
— Eu
vou levá-la para casa — Joe disse a Demi.
Ele havia
percebido as lágrimas nos olhos dela, e compreendeu. Ele sabia quando ela
precisava dele, mesmo quando ela não admitia. E sabia quando ela precisava
ficar sozinha.
As parteiras
entraram na hora em que ele estava beijando Demi, mas estava tudo bem, porque
haveria tempo para muitos beijos mais tarde, ela precisava de mulheres
experientes perto dela, agora.
Aquela noite
era o momento de Demi conhecer Logan.
Joe
compreendia isso.
Aquela noite
era o momento para Demi descobrir que tinha muito a oferecer.
— Aperte
o botão... — Ele entrou no elevador, e guiou a mãozinha de
Willow para o botão "T", mas ela conseguiu errar e eles foram para a
cobertura do prédio!
— Você é tão
imprevisível quanto a sua mãe! — ele bufou.
— Papai! — Ela
havia dito a palavra muitas vezes antes, mas disse de novo, começou a cantar, e
continuou durante todo o caminho até o estacionamento, enquanto ele a
colocava na cadeirinha, e a levava para casa. — Papai, papai, papai!
Ele era
dela, e ela era dele, e que ninguém nunca dissesse nada em contrário.
Ele preparou
o leite para ela, colocou Willow no berço, deu-lhe um beijo de boa-noite e
ligou o móbile.
Depois, ele
telefonou, para tios e tias, primos e primas, amigos e amigas, e apagou o texto
que queria mandar para Demi, para não perturbar o sono dela, ele diria a ela
pessoalmente, pela manhã.
Então, ele
foi checar como estava Willow, mudou de ideia, e mandou o texto para Demi.
Willow
dormindo. Dê um beijo no Logan. Eu amo você.
E no meio de
uma tentativa frustrada de amamentar um bebê zangado e faminto, com seios
doloridos, uma parteira sorriu e estendeu o telefone para Demi. Ela leu o
texto, mas não o respondeu. Ele já sabia que ela o amava, e ela fez o que
Joe havia pedido. Ela se inclinou e encostou os lábios na testinha franzida,
acalmando a irritação do bebê, e sentiu o coração derreter quando Logan
se aconchegou mais a ela, e, depois de uma pequenina pausa, Demi começou a
confiar novamente. Sentiu o peso doce de um novo bebê em seus braços, e
queria aquilo, podia fazer o certo, estava fazendo o certo agora...
Era
realmente bastante simples.
O amor
cresce, se você deixar.
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aqui ta o epílogo e agr oficialmente acabou :c vou sentir sdd e vcs? amei essa história ♥ comentem para a sinopse! Beijos, Bruna.
aqui ta o epílogo e agr oficialmente acabou :c vou sentir sdd e vcs? amei essa história ♥ comentem para a sinopse! Beijos, Bruna.
Ooooonwt que perfeito s2
ResponderExcluirQ fofo, vou sentir saudade.
ResponderExcluirEssa fic foi mto fofa, amo historias com bebê
-Nathalia-
Muito fofo esse final..., com gostinho de quero mais.... Curiosíssima para a próxima história.... postaa....
ResponderExcluirPosta outra fic
ResponderExcluirLindooooooo!!!! Apaixonada por essa fic. Qual vai ser a próxima?
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