~
— Joe
Jonas.
Ela não
ouviu o telefone tocar, apenas a voz de Joe quando ele o atendeu.
— Belinda
Hamilton está de plantão neste final de semana. Não, eu a vi, ela estava
no hospital mais cedo. — Ela sentiu os lençóis se movendo, Joe
levantando da cama, ouviu o som do chuveiro ligado antes que a conversa
estivesse terminada, e dois minutos depois, Joe, ainda molhado do banho, estava
ao lado dela, vestindo os jeans.
— Eu
preciso ir ao hospital.
— Algum
problema?
— Talvez,
Belinda não está atendendo às chamadas. — Ele a beijou e
aquilo a confortou, mas de forma quase sincronizada, no momento em que ele
saiu, as horas de sono dela terminaram, porque Willow acordou. Demi desceu as
escadas e preparou uma mamadeira para a menina, e então a colocou na cama para
alimentá-la. Foi a mamada noturna mais fácil da vida de Willow, a mamadeira
estava vazia em poucos minutos, e ela adormeceu novamente. Willow merecia um
abraço por ser uma menina tão boa, pensou Demi, e arrumou os travesseiros,
aconchegando-se à filha e determinadamente ignorando a voz de sua
mãe em sua cabeça, que lhe dizia que ela não deveria deitar-se na cama com o
bebê.
E foi aquela
cena que Joe encontrou quando voltou para casa. Depois de lidar com o problema
no trabalho, ele passara no posto de gasolina, comprara suprimentos e estava
pronto para cair na cama de novo. Durante o caminho de volta, tudo havia
parecido lógico, e ele se sentira tão seguro. Ele havia ido até a casa de
Belinda. Certo de que ela estava em casa, ele havia esmurrado a porta, e
sentira uma pontada de medo, o mesmo medo que sentira quando chegara à casa
e encontrara Jen. A casa silenciosa, e uma sensação horrível de que algo estava
errado.
— Belinda! — ele
gritara. — Eu vou chamar a polícia se você não abrir a porta.
— Desculpe! — A
porta se abriu, e ele viu que os olhos dela estavam inchados de tanto chorar. — Eu
não posso ir trabalhar.
— O que
aconteceu? — ele perguntou, espantado.
— Você pode
cobrir por mim hoje?
— Claro.
— Você pode
ligar para a recepção do hospital e pedir a eles que avisem a você, se houver
algum problema?
— Vou
fazer isso agora — Joe disse, impedindo que ela fechasse a porta,
quando ela tentou dispensá-lo. — Belinda, o que está havendo?
— Infecção
intestinal.
— Não
me venha com essa! — ele exclamou.
— Por
favor, Joe.
Não era da
conta dele. Desde que ela estivesse bem, era o que importava, mas o
coração dele ainda estava acelerado quando ele entrou em casa, o gosto metálico
do medo permanecia em sua boca, e ele tomou um copo de água e mais outro
antes de subir as escadas.
E então ele
viu as duas na cama, enrascadas como duas gatinhas, dormindo tão
tranquilamente, tão perfeitas e inocentes. Mas ele havia se reconectado com o
passado naquela noite, havia sentido o gosto do medo novamente ao bater à porta
de Belinda, e talvez aquele, Joe decidiu, tivesse sido o sinal que ele pedira a
Jen. Talvez aquilo tivesse sido um aviso.
Demi se
mexeu, acordou, e viu Joe sentado na beirada da cama.
— Como
estão as coisas?
— Movimentadas.
Eu tive que resolver algumas pendências, já que eles não conseguiram
encontrar Belinda.
— Isso
não é típico dela — Demi comentou, franzindo a testa. — Você acha
que ela está bem?
— Ela
está bem — disse Joe. — Bem, não exatamente. Eu passei
pelo apartamento dela no caminho de volta. Ela disse que está com infecção
intestinal, mas eu acho que... — Ele não terminou. A vida pessoal de
Belinda só dizia respeito a ela, e não devia ser comentada. — Não
importa.
Demi sentiu
que havia acabado de ser relegada a um segundo plano, sabia, embora fosse algo
quase indefinível, que o que ela mais temia, perder o que acabara de encontrar,
já havia acontecido.
— Eu
vou colocar Willow de volta no carrinho. — Ela pensou que Joe iria
pegar o bebê no colo, mas ele não o fez, então Demi levantou da cama e foi
para o quarto de hóspedes, onde acomodou a filha no carrinho. Como Willow
acordou e começou a resmungar, ela levou o carrinho de volta para o quarto de
Joe, e encostou-o em um dos cantos enquanto ele se despia e ia para a cama.
Ela levou
alguns minutos para acalmar Willow, e quando ela voltou para a cama, Joe estava
dormindo. Ou fingia dormir.
Ela ficou
olhando para as chaves e para o telefone dele, e para o pequeno embrulho de
papel do posto de gasolina, sabendo o que ele continha e percebendo que eles
não precisariam.
E ficou
pensando no que poderia ter acontecido para mudar tanto as coisas em tão pouco
tempo. Ela disse a si mesma que estava imaginando coisas, que estava
exagerando.
Talvez ele
estivesse mesmo dormindo, e não apenas fingindo. A vista da cama era mágica, e
deveria tê-la acalmado, quando ela se deitou ao lado dele, mas não acalmou.
Eles haviam
concordado em ir devagar, jantares e encontros, e o sexo certamente não havia
sido um problema. Mesmo inexperiente como era, Demi sabia com certeza que o que
havia compartilhado com Joe era muito mais do que ela jamais esperara ou
imaginara. Então, o que estava acontecendo de errado entre eles?
Embora agir
de forma fria e sofisticada não fosse exatamente o seu forte, embora ela
quisesse abraçá-lo, acordá-lo com o beijo que o corpo dela exigia que ela lhe
desse, rolar na cama macia e sentir os braços dele ao redor dela, Demi resistiu à tentação.
Aquilo era
importante demais para julgar mal. Então, ela levantou da cama, com relutância,
e verificou como estava Willow, ainda adormecida, antes de aproveitar o momento
de paz para tomar um banho, porque se permanecesse deitada certamente quebraria àquele
silêncio tenso.
Ele ficou
deitado, imóvel, à beira de tomar uma decisão. Joe sabia que ela
estava acordada, sabia que ela estava esperando por ele, sabia que a noite
passada a havia deixado confusa. Ele estava confuso, também.
Com Willow
no quarto, ele não conseguira pregar o olho. Não eram as pequenas fungadas da
menina que o mantinham acordado, era o silêncio que o atormentava.
Ele
atravessou o quarto, verificou se ela ainda estava respirando, e é claro
que estava. De fato, quando ele olhou para Willow, ela imediatamente abriu os
olhos e sorriu para ele.
Mas Joe
lutou para retribuir o sorriso. Em vez disso, ele tentou voltar para a cama,
mas ela o tinha visto agora, e estava começando a chorar.
Deus, ele
esperava que Demi não demorasse muito no banho. Joe desceu as escadas, fez café para
os dois e preparou a mamadeira de Willow, rangendo os dentes quando o choro
dela ficou mais forte, e imaginando se Demi já teria saído do chuveiro
quando ele voltasse para o quarto.
Esperando
que ela tivesse saído.
Ele voltou
para o quarto, e colocou a mamadeira e as xícaras em uma mesinha, tentando
ouvir por detrás da porta do banheiro, ele percebeu que o chuveiro ainda estava
ligado. Será que ela não estava ouvindo Willow chorar?
Certamente
que estava!
Joe olhou
para o carrinho, pegou a chupeta do bebê e colocou-a em sua boca, mas
Willow cuspiu-a, revoltada, com os olhos fixos nele, as lágrimas escorrendo,
como se estivesse pedindo a ele para pegá-la no colo. E ele tentou, dizendo a
si mesmo para fingir que estava no trabalho, onde ele operava no piloto
automático, mas não estava funcionando.
Ele queria
pegá-la no colo, e até mesmo colocou as mãos no carrinho, pronto para
fazê-lo... mas se afastou, e tentou balançar o carrinho em vez de segurar o
bebê, rezando para Demi sair do chuveiro e vir acalmar a filha.
De que
diabos ele tinha tanto medo?
Irritado consigo
mesmo, Joe andou pelo quarto. Ele iria até lá, pegaria o bebê no
colo, e acabaria logo com aquilo. Foi então que ele ouviu o bip do telefone de
Demi.
Dean
Ele não leu
a mensagem, mas sentiu um arrepio, como uma sombra, como um grande pássaro preto
no céu, que pudesse, num voo rasante, tirá-las dele a qualquer momento...
— Willow! — Ainda
molhada, enrolada em uma toalha, Demi correu para o carrinho, pegando a filha
no colo, sentindo seu rostinho quente e vermelho e voltando os olhos acusadores
para ele. — Ela estava soluçando!
— Eu ia
bater à porta e chamar você — ele disse, pateticamente.
— Bater? — Demi
olhou para ele, de boca aberta. — Você nem pensou em pegá-la no
colo?
— Eu
estava fazendo café — Joe disse, na defensiva. — E a
mamadeira dela.
O que
parecia bastante lógico e razoável, percebeu Demi, mas bebês não eram nem
lógicos, nem razoáveis, e Willow precisava de colo.
— Você pode
segurá-la para mim? — A voz de Demi trazia uma ponta de desafio. — Eu
preciso me vestir...
— Eu
preciso tomar banho e me vestir também — Joe mentiu. — O
hospital acabou de ligar, eu preciso ir trabalhar.
— Joe... — Para
alguém normalmente tão emotiva, a voz de Demi estava assustadoramente calma. —Eu
não estou pedindo a você que a alimente nem que a troque, eu estou pedindo
a você para segurar Willow por dois minutos.
— Desculpe. — Ele
sacudiu a cabeça. — Eu tenho que me arrumar.
— Joe? — Ela
não conseguia acreditar, não conseguia acreditar na maneira com que ele estava
agindo.— Eu não estou lhe pedindo que...
— Olhe — Joe
interrompeu — ela não é minha... — Ele não
terminou, sua boca se fechou, antes que aquela manhã se tornasse um
pesadelo, mas Demi terminou por ele.
— Não é sua
o quê? Não é problema seu? — Ele não quisera dizer aquilo,
mas era mais fácil concordar do que explicar. — Deus. — Demi
deu uma risada seca. — Eu realmente sei escolher cretinos, não é?
Joe não
respondeu, e ela continuou:
— O que
exatamente você queria dizer com ir devagar, Joe? Que quando ela fosse
para a faculdade nós poderíamos ir morar juntos? — ela disse,
sarcasticamente.
— O pai
de Willow acabou de mandar uma mensagem...
— Não
ponha a culpa disso nele! — Demi retrucou. — Você está estranho
comigo desde a noite passada. — Quando ele não respondeu, ela
perguntou novamente: — O que você queria dizer com ir devagar,
Joe?
— Eu
não sei.
Ela olhou
para a filha, a pessoa mais importante do mundo para ela, e soube o que precisava
fazer.
— Eu
não vou fazê-la passar por isso. — Willow estava começando a
choramingar. O colo de sua mãe era um lugar bom, mas seria ainda melhor com a
mamadeira. — Eu deveria ter ouvido você desde o começo. Você não
quer filhos, e eu tenho um bebê. — O telefone dela fez outro bip, e
Demi rangeu os dentes. Que diabos Dean poderia querer?
— É
melhor você ver o que o pai dela quer! — Joe já estava
perdendo a paciência. Ela estava certa, Willow merecia coisa melhor do que
ele, e a única forma de aquilo acontecer era terminar tudo, terminar de
verdade. — Afinal, ela é responsabilidade dele.
— Correção! — Demi
cuspiu, odiando-o demais naquele momento para chorar. — Ela é minha
responsabilidade. Ele não respondeu, simplesmente foi para o chuveiro.
— Você pode
até ficar feliz de se livrar de mim e de Willow, Joe — ela
gritou para as costas dele. — Mas não faz ideia do que acabou de
perder. — Ele fechou a porta atrás de si e soube, porque conhecia
Demi, que ela teria partido quando ele saísse do banho, que ela não ficaria
ali para discutir. Ele ligou o chuveiro no máximo e rezou para que ela fosse
embora logo, porque apesar da água abafar o som do choro de Willow, não
abafaria o som do choro dele.
Não era
Willow o problema dele.
Ele se
sentou no chão do chuveiro e segurou a cabeça entre as mãos.
O problema
era a sua própria filha.
***
Era uma dor
como Demi jamais havia experimentado.
À rejeição
não era somente a ela, ela podia lidar com isso, já havia lidado com isso
no passado, e poderia lidar novamente agora. Era a rejeição a Willow que a
machucava, uma dor tão aguda quanto a de uma ferroada, mas que não desaparecia.
Seria aquele
o preço da maternidade? Que o homem de seus sonhos pudesse sé afastar dela
tão facilmente? Bem, que fosse assim, então.
***
— Quanto
tempo você vai demorar? — Sua mãe estava parada à porta, segurando Willow no
colo.
— Eu
não sei — Demi estourou. Depois de semanas insistindo para que Demi
falasse com o pai de Willow, agora que o momento chegara, sua mãe estava
exigindo prazos! Será que ela não percebia o quanto aquilo era difícil? — Tem
mamadeiras prontas na geladeira.
— Você vai
voltar para buscar Willow, não vai? — Aquilo nem sequer merecia
resposta, e Demi rangeu os dentes. — Talvez você devesse levá-la...
— Mãe! — Não
era um estouro desta vez, mas um pedido para que ela parasse de se preocupar,
de interferir... e então, Demi entendeu, teve a resposta da pergunta com que
lutava havia semanas, não, meses, agora. Sete semanas como mãe, e Demi estava
começando a compreender como as coisas funcionavam, aquela preocupação
interminável, dolorida, duraria mais do que a gravidez, mais do que os
primeiros dias ou meses. Ela estava condenada, para a vida inteira, a sentir
aquele temor pela filha, da mesma forma que ocorria com sua própria mãe. E
quando sua voz voltou, estava mais gentil, mais razoável, mais amistosa, até. — Eu
não vou desfilar com Willow na frente dele, ele nem sequer pediu para vê-la.
Eu só vou ver o que ele quer.
— O que
você quer?
— Eu
não sei — Demi admitiu. — Algum tipo de pai para Willow, eu
suponho...
— E se
ele a quiser de volta? — Era a primeira conversa real que elas tinham
em anos, e Demi estava finalmente pronta para responder honestamente.
— Ele
me perdeu há muito tempo, mãe. Eu só vou me encontrar com ele pelo
bem de Willow.
— Tenha
cuidado — Rita disse, e Demi assentiu.
— Não
se preo... — As palavras morreram em seus lábios, e Demi sorriu. — Tudo
bem, preocupe-se à vontade, mas você realmente não precisa. O que quer
que ele tenha a dizer, Willow e eu vamos ficar bem.
***
Olhando para
ele novamente, Demi se sentiu mais velha, e talvez, possivelmente, um pouco
mais sábia.
Não havia
mais nada daquele pico de adrenalina que ela sentira, como aluna, a cada vez
que ele entrava na sala de aula, ela não enrubesceu quando ele falou, nem
esperou ansiosa por cada palavra dele, Querendo ou não, ela havia verdadeiramente
amadurecido, e podia ver Dean exatamente como ele era agora: uma triste
caricatura de homem, que havia abusado da ingenuidade dela, que havia tirado
vantagem da paixão perfeitamente normal que ela sentira, quando era ele quem
deveria ter pensado melhor.
As regras
existiam por um motivo.
Foi um
encontro muito rápido, e nem um pouco agradável. Ele queria certificar-se de
que sua vida perfeita não estava para acabar, e de que Demi não iria, de
repente, mudar de ideia e bater na porta dele, uma certeza que ela ficou bem
feliz de dar a ele!
— O que
você vai dizer a Willow? — ele perguntou, desconfiado.
— A
verdade — Demi olhou para ele, friamente. — Provavelmente,
uma versão mais positiva. Eu vou omitir a parte em que você se ofereceu
para pagar por um aborto, mas ela vai crescer sabendo a verdade. E quando ela
tiver idade suficiente, o que ela vai fazer com essa verdade será decisão
dela, Dean.
E então, não
havia mais nada a dizer, absolutamente nada, è ela não se importava
mais.
Demi se
levantou e saiu da cafeteria, respirou fundo, e respirou fundo de novo. Até que
finalmente ela se acalmou, e conseguiu deixar Dean no passado, de uma vez por
todas. Ela colocou um pé na frente do outro, e repetiu o processo,
continuou a colocar um pé na frente do outro, e percebeu que estava
andando.
Caminhando e
prosseguindo com o resto de sua vida.
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Aqui, meus amores <3333 Estão gostando msm da fic ♥ Ela já está bem no finzinho, esse é o penúltimo capítulo... Comentem para o próximo! Beijos, amo vcs ♥
Bruna.
Aqui, meus amores <3333 Estão gostando msm da fic ♥ Ela já está bem no finzinho, esse é o penúltimo capítulo... Comentem para o próximo! Beijos, amo vcs ♥
Bruna.
Posta o outroutro hj pf, preciso saber oq esse idiota do Joe vai fazer kkkk
ResponderExcluirJoe burro! Posta outro
ResponderExcluirJoe mto idiota, serio, q raiva dele
ResponderExcluirPosta outro please
-Nathalia-
Que vontade de dar uns tapas nesse Joe. Ai que raiva...... posta.....
ResponderExcluirPenultimo??
ResponderExcluirComo assimm?
Postaa maais *-*
Tadinho, ele passou por uma barra sozinho, é difícil pra ele tbém. Ela vai entender quando souber a história. Tem segunda temporada?
ResponderExcluirTo morrendo ja esperando o outro haha
ResponderExcluirJoe é muito idiota msm
ResponderExcluirPosta o outro please
-Nathalia-