~
Joe foi
visitar Demi enquanto ela ainda estava internada, e ocasionalmente a via na
cantina, e parava para conversar um pouco e saber como ela e Willow estavam
indo.
E ela estava
indo muita bem.
Demi via
progressos todos os dias.
E não apenas
com Willow. O gelo estava derretendo entre ela e sua mãe, também. Ela fazia uma
visita dia sim, dia não, inicialmente com o pretexto de ver a neta, depois para
levar suprimentos para Demi, e finalmente, apenas para levar um presente.
Também foi
Rita quem mostrou ser uma improvável fonte de conforto, quando o leite de Demi
começou a diminuir de repente.
— Quanto
mais você se estressar com isso, pior vai ficar. — Rita disse
firmemente, enquanto Demi chorava, usando a bomba para tirar o leite do seio
que tanto detestava. Mas com apenas três semanas, Willow mamava muito pouco no
seio da mãe antes de ficar exausta, e tinha que receber a alimentação por meio
de um pequeno tubo, que ia de sua boca até seu estômago. Demi estava
lutando para produzir leite suficiente, e odiava a sala asséptica onde sentava
por horas, para produzir apenas uns poucos mililitros.
— É importante
que ela receba o meu leite. — Demi rangia os dentes. O especialista
em lactação havia dito aquilo a ela.
— É mais
importante que ela se alimente. — Rita se recusou a recuar, ela
estava cansada da pressão que a filha estava sofrendo, e frustrada por causa de
Demi. — Eu também não pude amamentar você, Demi. Eu tive que começar
a dar a mamadeira quando você só tinha quatro dias.
— E
olhe só para mim agora.
Ela estava
sobrecarregada, sentada ali, chorando frequentemente, os nervos à flor
da pele, olheiras escuras e profundas por causa das mamadas a cada duas horas,
falida, e ainda por cima, mãe solteira. Aquela era, na verdade, a sua primeira
vaga tentativa de brincar com a mãe nos últimos tempos, e por um momento
Rita não entendeu. Então, ao abrir a boca para continuar com o sermão, a ficha
caiu, ela olhou nos olhos da filha e começou a rir, e Demi também.
— Você se
deu muito bem — Rita disse, quando as gargalhadas diminuíram e as
lágrimas, que nunca demoravam muito a chegar naqueles dias, enchiam os olhos
de Demi. Aquela era a coisa mais amável que sua mãe lhe dizia em muito, muito
tempo. — Vá almoçar. — Rita apanhou a mamadeira com a
quantidade pequena de leite, colou um rótulo com o nome de Willow e colocou-a
na geladeira. — Eu termino tudo por aqui. Vá relaxar um pouco.
Mas Demi não
conseguia relaxar.
Demi
preferia muito mais a rotina segura que ela mesma havia estabelecido. Vivendo
na pequena área reservada para as mães, ela estava feliz com seu quarto
espartano, e as noites que passava conversando com outras mães ansiosas. Seus
dias eram preenchidos amamentando Willow ou retirando leite, ganhando mais
autoconfiança com a filha sob o olhar vigilante da enfermeira, e demorando
horas para escolher o que comer no cardápio que recebia uma vez por dia. Mas de
vez em quando, sua mãe insistia para que ela fosse "relaxar". E Demi
detestava aquilo.
Não havia
muita coisa para fazer.
Chamar os
jardins do hospital assim era um grande exagero, o estoque dos caramelos
preferidos de Demi na lojinha de presentes acabara havia tempo, e ela já tinha
lido cada uma das revistas disponíveis pelo menos duas vezes. Ela havia ido
visitar o setor de emergência algumas vezes, mas parecia sempre chegar na hora
errada, o departamento estava constantemente cheio e as pessoas, ocupadas, e ela
ficava sentada, sentindo-se estranha e sozinha, na sala de convivência. Mas,
acima de tudo, ela detestava a cantina, onde o melhor meio de se autodescrever
era "quase, mas não exatamente".
Quase uma
funcionária do hospital.
Quase uma
paciente.
Quase uma
mãe.
Mas ela não
usava uniforme.
Não tinha
uma pulseirinha de identificação no braço.
E nem um
bebê no colo.
E o que era
pior, suas colegas, quando estavam presentes, a chamavam para comer com elas, e
depois de alguns minutos falando sobre o progresso de Willow, Demi ficava
sentada, brincando com o iogurte, ouvindo Deb tagarelar sobre o fim de semana
louco que tivera, e Meg resmungar sobre estar de plantão durante as noites
seguintes,
E então ela
o viu.
Empurrando a
bandeja pelo buffet enquanto escolhia o que comer no almoço, e Belinda estava a
seu lado, vestindo uma saia preta justa e sapatos de salto agulha vermelhos,
seus cachos negros caindo-lhe pelas costas enquanto ela ria de alguma coisa
que ele estava dizendo, e Demi sentiu algo se apertando dentro dela.
Belinda era
tão glamorosa, tão sensual e confiante, e inteligente, e tão... tão mais
adequada para Joe. Demi tinha certeza de que se eles não estavam juntos ainda,
era uma questão de tempo.
— Demi! — Ela
estava tão imersa em seus pensamentos, que não percebeu que suas colegas
já estavam deixando a mesa. — Você nos ouviu? — Meg riu
da distração dela. — Precisamos voltar ao trabalho, apareça por lá qualquer
hora.
— Está bem.
— E eu
tenho certeza de que você ainda não está pensando nisso, mas quando
se sentir pronta, venha conversar comigo. Tente não deixar passar muito tempo
antes de voltar a trabalhar...
— Não
deixarei. — Ela se despediu e ficou sentada ali, sozinha, feliz em
ter um tempo só para ela. Belinda e Joe não se aproximariam. As
secretárias normalmente não sentavam com as enfermeiras, bem, na sala de
convivência elas o faziam, claro, mas não na cantina. Meg a perturbara, claro
que era muito cedo para pensar em voltar ao trabalho, mas em alguns meses,
aquilo era exatamente o que ela teria que fazer, e era algo impossível de
imaginar, naquele momento.
— Como
vai você? — Demi ficou levemente espantada com o calor na voz de
Belinda, e ainda mais surpresa quando ela colocou a bandeja na mesa e se juntou
a ela. — Como vai Willow?
— Maravilhosa. — Demi
enrubesceu um pouco, quando Joe também se juntou a elas.
— Você tem
alguma ideia de quando vai poder voltar pra casa? — Belinda
perguntou.
— Em
uma ou duas semanas — Demi disse — se ela continuar indo
bem. — Mas ela havia acabado de perder sua plateia, Belinda se
desculpou para ir atender ao telefone, e de repente Demi e Joe estavam
sozinhos.
— Você estará começando
a mudança, nessa época. — Demi forçou a mente a pensar em algo diferente
de Willow.
— Mais
algumas poucas semanas, e você vai poder se mudar para a casa nova.
— Na
verdade, eu estou me mudando neste final de semana — disse Joe. — O
proprietário ficou bem feliz com um acordo rápido, e eu estou pronto para me
mudar.
— Oh... — Ela
estava mexendo um pote vazio de iogurte com uma colherinha. — Eu ia
voltar para casa por algumas horas no domingo, as enfermeiras estão insistindo
para eu tirar uma noite de folga... eu estava pensando em fazer uma visita e
agradecer a você por tudo...
— Eu
não estarei mais lá — Joe disse, e fez uma pausa —, mas é claro
que estou por perto, no final da rua.
Só que
as coisas eram bem diferentes.
Eles eram
amigos, mas principalmente por causa da proximidade, e embora ela não quisesse
depender de Joe, nem de ninguém na verdade, ela se sentia um tanto confortada
em saber que ele estava a apenas algumas portas de distância.
— Você tem
o número do meu telefone? — Joe perguntou. Demi sacudiu a cabeça, e
ele anotou o número em um cartão. — Aqui está. — Ele
entregou o cartão a ela. — Ligue, se precisar de alguma coisa.
— Obrigada. — Ela
guardou o cartão no bolso enquanto Belinda voltava para a mesa, mas ambos
sabiam que ela não o usaria. Oh, eles ainda iriam parar para conversar,
talvez, se ela estivesse caminhando na praia, mas não haveria mais visitas,
nada de jantares em frente da televisão. Ele estava se mudando, e ela também
tinha que seguir em frente, ela era mãe agora, o que, ele próprio havia
admitido, a colocava fora do alcance de Joe.
Belinda
disse alguma coisa que o fez rir, e eles tentaram incluí-la na conversa, mas
não adiantou. Ela não lia um jornal havia semanas, e não estava exatamente a
par das últimas notícias, não havia ido a lugar nenhum, com exceção da
unidade de terapia intensiva, o que significava que ela não fazia a menor ideia
da existência do novo restaurante de frutos do mar sobre o qual Belinda
tagarelava. Ela estava tão por fora de tudo, que era como se estivesse
assistindo a um filme estrangeiro, Demi estava ocupada demais lendo as
legendas para entender as piadas, e terminava rindo tarde demais. Quando
finalmente ela conseguia entender o que estava sendo dito, eles já haviam
mudado de assunto.
— Eu
preciso voltar... — ela quase acrescentou "para alimentar
Willow", mas aquele era um detalhe do qual eles não precisavam. O foco
inteiro de sua vida seria apenas um fato sem importância para a conversa
deles. — Boa sorte com a mudança.
— Obrigado.
***
Era um
alívio para Joe se mudar.
Estar longe
dela, mesmo que fosse apenas no final da rua, o fazia sentir-se seguro. Não
haveria visitas, nada de ouvir o bebê chorando ao passar pela casa dela.
Demi o havia
afetado demais.
Desde o primeiro
momento em que ele a vira na praia, ela o enfeitiçara, e de vez em quando, com
ela por perto, de alguma forma ele esquecia suas próprias regras. Mas ao fechar
a porta de sua unidade pela última vez, ele sentiu algo parecido com uma dor,
quase uma onda de saudade das semanas que ele passara ali, apesar dos vizinhos
briguentos e da falta de ar-condicionado. Não havia sido de todo ruim, Joe
pensou ao apanhar seus girassóis, que agora estavam quase da altura de seus ombros,
e colocá-los na caçamba da caminhonete que ele alugara, junto com o resto de
seus pertences.
Ele quase
pudera chamar aquele lugar de lar.
***
— Eu
sinto muito por incomodar você... — Joe acordou imediatamente, mas como era
apenas sua primeira noite na casa nova, ele teve dificuldades para encontrar o
interruptor. Ele podia ouvir o pânico na voz dela, e começou a procurar seus
jeans no minuto em que atendeu ao telefone. — Meu carro não quer
pegar, e não consigo apanhar um táxi, já faz mais de uma hora...
— Espere
do lado de fora — Joe instruiu, sem perguntar qual era o problema,
porque certamente havia um problema, Demi jamais telefonaria para ele às
duas horas da manhã se não fosse o caso. — Estou indo.
Acostumado a
se vestir depressa por causa das emergências no hospital, ele estava de jeans,
camiseta e tênis em menos de um minuto. Mais dois minutos e seu carro estava
fora da garagem e descia a rua, e ela estava lá, do lado de fora das unidades,
esperando por ele.
Ela havia
emagrecido tanto. Mesmo naqueles últimos dias, o peso parecia ter se
esvaído dela, e ela estava branca como papel, iluminada pelos faróis do carro.
Ele abriu a porta do veículo e ela entrou imediatamente.
— Obrigada.
Você vai se arrepender de ter me dado o seu número — ela arfou.
— De
jeito nenhum, estou feliz por você ter ligado. — Ele podia ver
que ela estava tentando não chorar, tentando ficar calma, e ele não a
pressionou com perguntas, simplesmente continuou dirigindo e esperou que ela
lhe contasse o que quisesse.
— O
carro não queria pegar — Demi explicou. — Eu acho que é a
bateria.
— Não
se preocupe com isso agora.
— Eles
disseram que ela teve duas crises de apneia... elas não aconteciam há algum
tempo.
— Certo... — Ele
esqueceu de sinalizar na rotatória, e xingou a si mesmo quando um carro
buzinou furiosamente, que diabos, ele fazia este percurso quase todas as
noites, quando o hospital o chamava. Ele tinha que se concentrar.
— A
temperatura dela está alta também, e eles estão fazendo exames de
sangue... — ele não respondeu, apenas olhou para a estrada, enquanto
ela falava nervosamente. — Eu pedi a eles que me ligassem... — Ela
engoliu em seco, e conseguiu prosseguir: — Quero dizer, eu disse a
eles que me ligassem se qualquer coisa acontecesse. Então, talvez não seja tão
grave...
Ele
duvidava.
Apesar de
tentar não se preocupar com Demi, Joe estava preocupado. Ele a havia visto
brincando com o iogurte, tinha percebido a dramática perda de peso dela, seu
nervosismo, e ela praticamente havia dito a ele que as enfermeiras haviam
insistido para que ela tirasse uma noite de folga, portanto elas não iriam
telefonar para ela no meio da noite por nada.
— Ela
estava indo tão bem! — Demi insistiu, embora ele não estivesse
discutindo com ela. — Eu não a teria deixado, de outra forma.
Deus, quando
o medo iria passar?, Demi perguntou a si mesma. Quando ela deixaria de viver em
constante preocupação?
Passar pelo
primeiro trimestre.
Passar pelas
primeiras trinta semanas.
Controlar a
pressão.
Sobreviver a
um parto infernal.
Passar por
aquelas primeiras e terríveis semanas na unidade de terapia intensiva.
A perna dela
estava balançando para cima e para baixo.
Quando
aquilo iria parar? Quando ela conseguiria viver sem medo?
Eles haviam
chegado ao hospital, e ele poderia apenas tê-la deixado lá, mas obviamente ele
não o fez, então, eles estacionaram na vaga do médico da emergência e ele usou
seu cartão magnético para entrar pela porta dos fundos, sem ter que passar
pelo setor de emergência.
— Como
ela está? — Demi estava tremendo demais, enquanto passava pelo
ritual de lavar as mãos. A sala era bastante iluminada, mesmo durante a noite,
mas alguns dos bercinhos estavam cobertos com mantas, para simular o horário
noturno.
Mas não o de
Willow.
Ela parecia
ter mais tubos e pessoas ao seu redor do que na noite depois de seu nascimento,
e Demi ficou feliz quando a enfermeira-chefe veio diretamente até ela
para dar as notícias.
— Ela
está estável, Demi. — A voz dela era amável, mas firme, e o
braço de Joe ao redor de Demi ajudava, aquela força ao lado dela enquanto ela
processava as notícias. — Willow nos preocupou um pouco há algumas
horas, ela teve uma crise de apneia, o quê não é algo anormal
por aqui, mas ela não tinha uma dessas havia tempo, e depois ela teve outra, e
começou a ter dificuldade para respirar. Nós fizemos uma gasometria, e a
colocamos de volta no respirador, e o neonatologista fez alguns exames de
sangue...
— Ela
está com alguma infecção?
— Há alguns
pontos escuros no raio-X dela — a enfermeira-chefe respondeu —, e nós a
colocamos em antibióticos.
Eles estavam
caminhando em direção ao bercinho dela, e Demi sentiu o coração apertar ao ver
Willow, aparentemente de volta para o começo, cheia de tubos e agulhas, e
lutando tanto para respirar.
Tudo o que
Joe queria fazer era dar meia-volta e sair correndo dali, mas em vez disso,
ele ficou de pé com o braço em volta de Demi, observando as máquinas, em vez de
olhar para o bebê. A cada acontecimento, ele era puxado para mais perto,
arrastado para um mundo ao qual não queria pertencer.
— Ela
estava indo tão bem... — Demi soluçou quando a viu, seu único
alívio era o fato de que Bron, sua enfermeira favorita, era quem estava
cuidando da menina. — Ela ia ser transferida para o berçário na
semana que vem...
— É só uma
recaída — a enfermeira-chefe disse, firmemente. — Lembre-se de
quando você chegou aqui na unidade, e nós explicamos que estes pequeninos
têm altos e baixos. Bem, Willow estava indo excepcionalmente bem... — E
ela continuou a falar sobre montanhas-russas e todo o resto do jargão que Demi
já estava cansada de ouvir, e que havia ousado pensar que pudesse ter
deixado para trás. Tudo o que ela sentia agora era que havia voltado para o
começo, especialmente quando lhe disseram que não poderia pegar Willow no
colo.
— Segure
a mãozinha dela, por enquanto — disse Bron. — Nós estamos
tentando mantê-la quietinha. E ela teve que se contentar com aquilo.
— Heath
está chegando, agora. Você já o conheceu — disse Bron.
— Ele
não é o médico dela — Demi observou.
— Não,
ele é o clínico de plantão esta noite. Vá sentar-se na sala dos
pais, e eu vou pedir a ele para ir conversar com você.
— Você é o
pai? — Heath perguntou a Joe quando entrou na sala.
— Não,
sou só um amigo — Joe explicou. Então, eles perceberam que
Heath não estava mais prestando atenção neles, quando a enfermeira-chefe o
chamou com urgência de volta à área dos bercinhos. Demi só conseguiu
sentir um alívio carregado de culpa, ao ver que o problema não era com Willow,
mas com o pequenino no bercinho ao lado.
— Você não é só um
amigo. — Demi olhou para Joe. — Não existe a palavra
"só" quando se trata de você.
Joe tentou
não analisar aquele comentário demais, era mais uma daquelas coisas... ela
estava provavelmente grata pela ajuda dele naquela noite, e nas últimas
semanas, e sem dúvida estava feliz por não ter que passar aquela noite infernal
sozinha, até porque não seria Demi, na verdade, que iria enfrentar o
pior.
A espera
para falar com Heath pareceu interminável, e ela não podia ir até Willow
porque, além de estar cuidando dela, a equipe estava prestando atendimento
intensivo para a criancinha no bercinho ao lado. Joe achava que seu trabalho
era uma agonia de vez em quando, mas quando os pais do outro bebê chegaram,
pálidos, chocados e visivelmente aterrorizados, ele não quisera estar no lugar
de Heath ou da enfermeira-chefe nem por um milhão de dólares. Ao contrário de
Demi, eles tiveram permissão para segurar o filho imediatamente.
Porque já era
tarde demais.
***
— Nós
estamos preocupados com Demi — disse Heath.
Joe havia
permanecido ao lado de Demi até Heath terminar de explicar tudo a
respeito dos raios-X e exames de sangue de Willow, e fez todas as perguntas que
Demi estava perturbada demais para formular, mas que certamente se arrependeria
de não ter feito, mais tarde. Até que, finalmente, ela foi levada para
sentar-se ao lado de Willow.
— Eu
não sou o pai da Willow — Joe interrompeu.
— Namorado?
— Não. — Joe
sacudiu a cabeça.
— Sinto
muito. — Heath franziu a testa. — Bron me disse que você havia
vindo até aqui algumas vezes, durante a noite, para ver Willow.
Pela
primeira vez em toda a sua vida adulta, Joe estava chegando perto de
enrubescer, ele se sentia como se tivesse sido apanhado fazendo alguma coisa
errada. Oh, ele fora até lá algumas vezes, mas nunca quando Demi
estava por perto. Ele só queria ver, com os próprios olhos, como o bebê estava
indo.
Obviamente,
as pessoas haviam percebido!
— Eu
sou um dos médicos do hospital. — Joe limpou a garganta, sentindo-se
desconfortável. — E como eu disse antes, Demi é minha
amiga. Eu venho até aqui de vez em quando para ver como o bebê está.
Fui eu quem fez o parto...
— Entendo. — Mas
obviamente, ele não entendia.
— Você disse
que estava preocupado com ela? — Joe pressionou.
— Olhe,
eu achei que você era o namorado dela. Sinto muito, o erro foi meu. Foi
uma longa noite —disse Heath.
Joe percebeu
que, se quisesse, poderia simplesmente se levantar e ir embora, ignorar a leve
indiscrição, dizer boa noite para Demi e cair na cama pelo que restava da
noite. Mas ele não quis fazer aquilo.
— Nós
somos muito amigos — Joe disse. — Se eu puder ajudar, de
qualquer forma...
— Ela
precisa descansar. Foi uma coincidência excepcionalmente infeliz Willow ter
ficado doente exatamente na noite em que nós a persuadimos a ir para casa. E
com àquele bebê morrendo no bercinho ao lado, ela está hipervigilante,
agora — Heath explicou. — Isso é comum em mães na
situação dela, mas infelizmente, esta noite não ajudou em nada.
— O que
eu posso fazer? — Joe perguntou.
— Não é algo
que se resolva da noite para o dia — disse Heath, levantando-se e
apertando a mão de Joe, antes de voltar para a unidade. — Ela
precisa de apoio constante, precisa ser encorajada a descansar de vez em
quando, assim que Willow melhorar, é claro.
O que
significava um envolvimento maior ainda com mãe e filha, e isso era algo que
Joe definitivamente não queria. Então, ele ofereceu a Demi mais praticidade, ao
desejar boa noite a ela.
— Dê-me
suas chaves. Vou resolver o problema do carro para você.
— Pode
deixar que eu resolvo amanhã — ela disse.
— Demi. — Ele
não iria discutir, nem debater o assunto. — Você precisa que o
seu carro funcione, pelo bem de Willow. Então, me dê as chaves, e se for a
bateria eu vou levá-la na oficina para que ela seja recarregada ou substituída,
e se for outra coisa... — Ele viu os olhos dela se fecharem, em desespero,
ao ver os problemas aumentando ainda mais. Ele queria arrancá-la dali, salvá-la
da maré que avançava, mas estava com medo demais.
Medo de
amá-la.
Só que,
de certa forma, ele já a amava.
O problema não
era Demi.
Era Willow.
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Heeeeeeeeey! Postando mais esse hj pq vcs são uns amores <3 Comentem bastante para o próximo! Beijos, Bruna.
Heeeeeeeeey! Postando mais esse hj pq vcs são uns amores <3 Comentem bastante para o próximo! Beijos, Bruna.
Esperando mais capitulos...
ResponderExcluir♥
MMaratona urgenteee, mereço depois de estar a 00:00 chorando lendo uma fic kkkk bjoos Lele
ResponderExcluirSocorro não tem como não amar mais, queria que Joe tivesse pego a Willow, sinto tanta pena da Demi, estou acabada por ela...
ResponderExcluirSam, xoxo
Aaaah :'(:'(:'(:'(:'(:'( posta mais. Daz maratona por favor !
ResponderExcluirMaratona por favor!!! Tadinha da Demi e da Willow... continua please!!!!
ExcluirMARATONAAA S2S2S2
ResponderExcluirPosta outra!
ResponderExcluirTadinha da Willow
ResponderExcluirQuero mais, posta outro please
-Nathalia-