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O alarme tocou muito cedo.
Eu bati para silenciá-lo, e então fui ao alcance
da Demi. Encontrei apenas lençóis amarrotados e espaço vazio.
Minhas pálpebras pareciam estar presas para baixo por sacos de
areia, mas me sentei e os mantive abertos.
Minha voz estava rouca pelo sono quando a chamei.
— Amor? Cadê você?
Alguma coisa fez barulho na cozinha em resposta.
Sentei, o cansaço se foi com a constatação de que a Demi estava de
pé. E ela estava cozinhando.
Isso não poderia ser um bom sinal.
Joguei as cobertas, e o ar frio da manhã agrediu
minha pele nua. Vesti as calças do pijama e uma camiseta antes de
caminhar pelo corredor até a cozinha.
— Demi?
Outro barulho.
Um murmúrio de um palavrão.
Então eu virei o pelo corredor e entrei em uma
zona de guerra.
Seus olhos arregalados encontraram os meus. Seu
rosto, seu cabelo, nossa pequena cozinha estava coberta de farinha.
Algum tipo de massa estava manchado sua bochecha e as bancadas.
— Amor?
— Estou fazendo panquecas.
Ela disse isso de um jeito que parecia com o “não
fui eu” quando se está preso sob a mira da arma de um policial. Eu
abaixei os meus olhos para tentar não rir, só para ser devastado
pelas pernas nuas aparecendo para fora da enorme camisa que ela
usava. Minha camisa. Merda.
Eu amei suas pernas desde a primeira vez que as vi
quando a ajudava com uma queimadura que ela tinha recebido em minha
moto. Eles me levaram à loucura tanto agora quanto naquela época.
Eu poderia ter estudado durante horas a forma de
suas coxas e do jeito que elas se estendiam em direção aos quadris.
Eu poderia ter sido arrastado pelo sentimento de posse que cresceu em
mim ao vê-la vestida com minhas roupas. Havia dezenas de coisas que
eu queria fazer naquele momento, mas um cheiro irritante fez meu
nariz coçar, e algumas mechas de fumaça começaram a rodear a Demi
vindas do fogão em suas costas. Eu alcancei a panela, onde
encontrei uma massa de alguma coisa preta e deformada. Tirei a
panela do fogão, e ouvi um rápido sopro na respiração da Demi
atrás de mim.
Outro mau sinal.
Tão rápido quanto pude, joguei a "panqueca"
no lixo, e coloquei a panela na pia. Eu disse:
— Por que não saímos para tomar café?
Demi sorriu, mas eram um daqueles chorosos,
oscilantes tipos de sorrisos que fariam todo cara querer correr para
as montanhas. Eu estava bem acostumado com as malucas pirações da
Demi. Mas chorar. . . isso ainda era um território terrivelmente
desconhecido.
Ela desabou em uma cadeira próxima, e bateu a
cabeça na mesa. Eu fiquei ali, abrindo e fechando as mãos, tentando
decidir o melhor rumo a tomar. Ela virou a cabeça para o lado,
pressionando seu rosto contra a mesa, e me olhou. Seu cabelo preso em
todas as direções, o seu lábio inferior sofrendo em seus dentes e
o olhar em seus olhos, mexeu com algo no meu peito. Como um
formigamento no meu coração. Tudo que eu sabia era que algo estava
errado, e eu queria consertar. “Como” era a questão.
Eu fui para frente e me ajoelhei ao lado de sua
cadeira. Seus olhos estavam vermelhos e sua pele estava mais pálida
do que o normal. Eu perguntei:
— Há quanto tempo você está acordada?
Ela deu de ombros.
— Desde as quatro. Talvez perto das três.
Suspirei e levei a mão até seu cabelo rebelde.
— Demi...
— Eu li, lavei um pouco as roupas e limpei a
cozinha — ela olhou ao redor — estava limpa. Eu juro.
Eu ri e me inclinei para pressionar um beijo em
sua testa. Puxei outra cadeira e sentei do lado dela. Abaixei minha
cabeça do lado da dela, mas ela fechou os olhos e virou a cabeça
para o outro lado. Ela disse:
— Não olha pra mim. Estou uma horrorosa.
Eu não ia deixar ela se safar assim. Deslizei um
braço por baixo de seus joelhos e a puxei para meu colo. Ela
choramingou meu nome e então enterrou sua cabeça em meu pescoço.
Eu segurei seu queixo e a fiz olhar em meus olhos. Não poderia ser
coincidência que isso estava acontecendo no dia que a gente deveria
ir para Londres conhecer meus pais. Ela tem sido extraordinariamente
calma sobre isso até agora.
— Tudo vai ficar bem, amor. Eu prometo.
— E se ela me odiar?
Então era esse o motivo. Minha mãe. A Demi mal
conseguia aguentar a sua mãe arrogante; e parecia cruel que o
universo achou correto de nos dar duas. Mas eu estava bem mais
preocupado com o que a Demi iria pensar do que com o que minha mãe
iria pensar. A Demi era honesta, doce e ingênua, e minha família...
bem, não tanto.
Eu forcei um sorriso e disse:
— Impossível.
— Joe, eu por acaso ouvi suficientes ligações
com sua mãe para saber que ela é muito... opinativa. Eu seria
estúpida de não me preocupar com o que ela irá pensar de mim.
— Você seria estúpida de pensar que qualquer
coisa que minha mãe poderia dizer iria ter importância.
E não teria importância pra mim. Mas teria para
a Demi. Tarde da noite quando nosso apartamento estava em silêncio,
a imagem da minha mãe como uma predadora e a Demi como a presa,
viviam surgindo na minha cabeça. Uma semana. Nós só precisaríamos
sobreviver uma semana. Eu acariciei meu polegar em seu queixo e
acrescentei:
— Eu amo você.
Tanto que me assustava. E eu não me assusto
fácil.
— Eu sei... eu só...
— ... queria que ela gostasse de você. Eu sei.
E ela vai. — Por favor, Deus, faça com que minha mãe goste dela.
— Ela vai gostar de você porque eu te amo. Ela pode ser um pouco
desgastante, mas como qualquer mãe ela quer me ver feliz.
Ou pelo menos eu esperava que fosse assim que ela
enxergaria as coisas.
O queixo da Demi inclinou-se um pouco, trazendo
seus lábios para perto dos meus. Eu senti sua respiração sobre
minha boca e meu corpo reagiu quase que instantaneamente. Minha
coluna se endireitou, e eu fiquei intensamente consciente de suas
pernas nuas envolta do meu colo. Ela disse:
— E você está? Feliz?
Deus! Às vezes eu queria dar uma sacudida nela.
De tantas maneiras, ela superou suas piores inseguranças, mas em
momentos de estresse elas pareciam vir à tona. Melhor do que
desperdiçar meu tempo respondendo, fiquei de pé com ela embalada em
meus braços, e fui para o corredor.
— O que você está fazendo? — Ela perguntou.
Eu parei por um momento para pressionar um beijo
forte em sua boca. Seus dedos se enrolaram em meu pescoço, mas eu me
afastei antes que ela me distraísse de mostrar meu argumento.
— Estou te mostrando como eu estou feliz.
Acotovelei a porta do banheiro para abri-la e
passei pela cortina do chuveiro. A Demi deu um gritinho e segurou
forte no meu pescoço enquanto eu abria o chuveiro com ela ainda em
meus braços. Ela levantou a sobrancelha, um sorriso malicioso
aparecendo eu sua boca.
— Nosso chuveiro te faz feliz?
— Você me faz feliz. Nosso chuveiro apenas
serve pra muitas coisas.
— Como você é responsável.
Eu tirei uma mancha de massa de panqueca de suas
bochechas e sorri.
— É, essa é a palavra.
Coloquei-a de pé, mas seus braços ficaram
enfiados em meu pescoço. Quando ela sorriu pra mim assim, eu esqueci
tudo sobre a farinha no rosto dela ou seu cabelo bagunçado. Aquele
sorriso me pegou e se estabeleceu em algum lugar dos meus ossos.
Eu beijei sua testa e disse:
— Vamos deixar você limpa.
Encontrei a bainha de sua grande camisa e comecei
a puxar sobre sua cabeça. Eu não tenho certeza onde a camisa foi
parar porque quando percebi que ela não usava nada por baixo, minha
visão diminuiu e focou só nela.
Deus! Ela é maravilhosa.
Se você tivesse me dito, dois anos trás, que eu
estaria me casando com uma garota que eu conheci apenas há um ano,
eu teria te chamado de louco. Minha história romântica era não
terrível, que eu nunca pensei em mim como o tipo que se casa. Até
ela.
Demi limpou a garganta e meus olhos voltaram para
ela. Para sua boca. Para sua pequena cintura que parecia
perfeitamente esculpida para caber em minhas mãos.
Foi ela quem virou meu mundo. Eu não sabia como
era conhecer uma pessoa cheia de alegria, que só de estar perto
dela, eu era enviado para um lugar feliz. Eu nunca estive com alguém
que tinha a habilidade de cativar cada parte de mim – mente, corpo
e alma.
Corpo, claro, sendo o principal foco do momento.
Ela soltou o lábio inferior, me chamando e disse:
— Por quanto tempo você vai me fazer ficar aqui
pelada enquanto você está todo vestido?
Eu sentei no vaso e sorri descaradamente para ela.
Inclinei-me para trás, colocando uma perna em cima do outro joelho e
disse:
— Eu poderia fazer isso o dia todo.
E não estava mentido. Eu queria estudá-la,
memorizá-la, ser capaz de fechar os olhos e ver o quanto ela era
perfeita.
Ela revirou os olhos e disse:
— Sim, bem, pode ser um pouco embaraçoso se eu
ficar nua o dia todo. Embora, seria bem mais simples passar pela
segurança do aeroporto.
Eu dei uma risada e ela acrescentou:
— Não era seu objetivo me distrair e me fazer
menos auto consciente? Você está falhando em seu trabalho, Senhor
Jonas.
Bom, eu não poderia aceitar isso agora, poderia?
Eu agarrei sua cintura e a puxei pra frente até
que meu queixo roçava abaixo de seu umbigo. Ela estremeceu em meus
braços e essa reação fez meu sangue gritar pelas minhas veias.
Deixei meus lábios tocaram-na delicadamente e disse:
— Você não tem nada que ser auto consciente.
Suas mãos ficaram atadas ao meu cabelo e ela
olhou para baixo pra mim com olhos vidrados. Mais firme dessa vez, eu
arrastei meu lábios por seu umbigo até o vale produzido por suas
costelas. Eu senti o gosto de farinha em sua pele até aqui e segurei
uma risada.
Acima de mim, ela suspirou e disse:
— Você está de volta com essa coisa de
distração.
De repente impaciente, eu fiquei de pé, puxei
minha blusa sobre minha cabeça. Eu fui recompensado com um suspiro e
um lábio mordido que fez com que fosse bem difícil não ficar
convencido. E não tomá-la logo em seguida.
Ela engoliu, chamando a atenção dos meus olhos
para seu pescoço. Deus! Eu não sei o que tinha em seu pescoço, mas
era constantemente minha ruína. Senti-me como um garoto adolescente,
querendo marcar aquela pele pálida, sem defeito, como minha, de novo
e de novo. Acariciei meu polegar em seu ponto pulsante, e ela
engoliu de novo, seus olhos surpresos. Eu enrolei meus dedos em seu
bagunçado cabelo com cachos, e inclinei sua cabeça pra trás.
— Que tal agora? — eu perguntei.
Se ela estivesse metade distraída como eu estava
poder-se-ia dizer que consegui meu objetivo. Seus olhos saíram do
meu peito nu e ela disse:
— uh... o que?
Eu ri, mas o som ficou preso na minha garganta
quando ela passou seus dedos finos alisando meu peito até as calças
do pijama. Seus dedos se enroscaram em volta da faixa da calça, e eu
engoli. Olhando pra baixo, eu pude ver o jeito que suas curvas
alcançavam meu corpo e eu não queria nada mais do que selar nossos
corpos juntos.
Antes que eu completamente perdesse a linha de
raciocínio eu disse:
— Sem mais se preocupar com a minha mãe, certo?
Nenhum de nós dois.
Ela me deu uma olhada meio ofuscada.
Usei uma mão para puxá-la para perto, e a outra
em seu seio. Então repeti:
— Sem mais preocupações.
— Você promete fazer isso toda vez que eu me
preocupar?
Eu dei um rápido aperto na ponta de seu seio na
minha mão. Ela se esquivou e então gemeu. Seus olhos se fecharam e
seu corpo balançou em direção ao meu. Ela suspirou:
— Sem preocupações.
E eu pensei, graças a Deus!
Porque eu não podia esperar nem mais um segundo.
Eu esmaguei meus lábios nos dela, desejando pela
centésima vez que eu pudesse fixar permanentemente nossas bocas
juntas. Cada parte dela tinha um sabor divino, mas sua boca era a
minha favorita. Era tão fácil me perder em seus beijos,
principalmente porque eu posso ver que ela sentia o mesmo. Seu corpo
se apertou contra o meu e suas unhas se afundaram no meu ombro como
se ela estivesse pendurada em um penhasco e isso fosse à única
coisa a segurando. Quanto mais forte eu a beijava, mais forte suas
unhas se afundavam na minha pele. Eu passei a mão do seu pescoço
até sua coluna e sua boca se afastou. Ela estremeceu em meus braços,
com os olhos fechados.
Eu inclinei minha testa contra sua testa e puxei
seu peito nu até o meu. Entre o vapor do banho e sua pele, nosso
pequeno banheiro parecia uma fornalha. Eu nunca imaginaria que eu
sentiria tanta paz enquanto meu coração batia e minha pele
queimava, mas isso é o que ela trouxe pra mim. Eu sempre achei que
amor era essa coisa francamente complicada, bagunçada e feia.
Possivelmente porque, enquanto crescia, eu não tive muito exemplo de
como um relacionamento deveria ser. Eu não sabia que poderia ser de
outro jeito. Mas a Demi afastou o cinza e fez tudo parecer preto e
branco. Não importava a questão, ela era a resposta.
Ela era meu tudo – o pulmão que me permitia
respirar, a batida do meu coração, os olhos que me deixavam
enxergar. Ela se tornou parte de mim, e tudo que resta é um pedaço
de papel que vai dizer ao mundo que nos somos tão inseparáveis
quanto eu já sinto que somos.
Era apenas um pedaço de papel. O sentimento era o
que importava, mas parte de mim cantava com uma energia nervosa
exigindo que nós tornássemos isso oficial. O mais rápido. Era a
mesma parte de mim que se preocupava em como a Demi iria reagir a
minha família... com o jeito que eu fui criado.
Ela se afastou dos meus braços, mordendo seu já
vermelho e inchado lábio inferior. Então ela passou pela
cortina do chuveiro e entrou na banheira.
Odeio o medo que persegue esse meu amor por ela.
Apesar do fato de que nosso relacionamento começou
da maneira mais trabalhosa e impossível – relação entre
professor e estudante – as coisas tem sido quase perfeitas desde
então. Um mundo cor de rosa.
Entretanto não poderia se manter desse jeito. A
lógica, a realidade, e um conhecimento de longa data de minha mãe
me fez certo disso. O sentimento sempre aparece do nada. Eu estaria a
observando, a tocando, beijando e, de repente, por um infinitésimo
momento eu sinto como se tudo estivesse a ponto de desabar. Como se
estivéssemos balançando num precipício, e parece inevitável que
eventualmente nos cairíamos. Eu não sabia como aconteceria. Suas
inseguranças. Minhas teimosias. A interferência da mão do destino
(ou família). Mas por alguns segundos. Eu poderia sentir que estava
vindo.
Então como sempre, ela me traria de volta. Esses
segundos de inevitável incerteza se dissolveriam na magnitude de
meus sentimentos por ela. A dúvida seria apagada pelo toque de uma
mão ou a peculiaridade de um sorriso e eu me sentiria como se
pudéssemos adiar essa queda para sempre ou mais um dia.
Ela fez isso de novo, espiando uma ultima vez
através da cortina do chuveiro vestindo nada além de um sorriso. Eu
ouvi o padrão da água mudar e eu sabia que ela havia entrado
debaixo do chuveiro. Então eu empurrei minhas preocupações pra
longe em favor de uma utilização do meu tempo bem mais prazerosa.
Eu chutei a ultima parte da minha roupa e me
juntei a ela no banho. Nós não estávamos em Londres ainda, e eu
não iria deixar o medo roubar outro segundo de perfeição do meu
alcance.
Enquanto nos dois estivermos cuidando um do outro,
nós conseguiríamos. Nós manteríamos nosso mundo cor de rosa.
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Pessoas, oi! Tudo bem? Estou bem, obrigada! Eu sei que não tem 5 comentários na sinopse, mas como eu fechei o blog de surpresa to postando o capítulo para recompensar... Notaram algo diferente? Sim, o layout do blog! Mari e eu concordamos em mudar, e eu fiz esse aqui, básico, porém provisório... Desculpa se eu te assustei com o blog fechado, foi por uma boa causa \o/ Gostaram do capítulo? Comentem! Vou indo agora... Beijos, Bruna.
To ansiosa
ResponderExcluirposta
bjus
ta pft continuaaa
ResponderExcluirTah divo
ResponderExcluirQuero mais
-Nathalia-
Que susto que levei com o blog de fechado, desculpa n ter comentado antes mas eu estudo, trabalho e faço cursinho .. Fiquei dois dias sem ler e acumulou capítulos quando eu terminava de ler um ja tinha outro postado, mas consegui acompanhar agora.... ♥
ResponderExcluirAmei essa fic.
O capítulo 16 da fic emoção foi atualizado e está aparecendo como se tivesse postando hoje.
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