~
Eles
ignoravam um ao outro no trabalho, obviamente. Bem, eles não mencionavam as
noites passadas em frente à televisão, nem as caminhadas na praia e, às
vezes, enquanto ela se sentava na sala de convivência e ouvia Deb tagarelar
sobre o quanto ela estava certa de que Joe a convidaria para sair em breve
(quando Joe já havia comentado com Demi que estava incomodado com os
flertes constantes de Deb), ou quando a glamorosa Belinda começava a falar de
forma amistosa demais sobre ele, embora Demi se mantivesse calma como um Buda
desafiado, por dentro ela estava espumando de raiva e poderia, certamente,
estrangular as duas para que ficassem caladas.
Ela gostava
dele.
E quanto a
isso, estava tudo bem. Afinal, metade do departamento gostava dele daquele
jeito também, e ela dificilmente poderia ser considerada como minoria, não,
havia um problema um pouco maior.
Às vezes,
ah, às vezes, Demi tinha aquela impressão incômoda que só podia ser
causada quando duas pessoas se envolvem.
As vezes,
ah, às vezes, Demi tinha a sensação fugidia de que Joe gostava dela
também.
Ela dizia a
si mesma que estava imaginando coisas, exatamente como Deb. Porque não havia
chance nenhuma de Joe estar interessado nela.
Então, por
que ele estava agindo de forma tão estranha?
Quando o coffee
break terminou, ela voltou para a ala pediátrica, e tentou dizer ao seu
coração idiota para parar de bater tão depressa só de olhar para ele, é claro
que não adiantou. E seu coração acelerou de vez uma hora mais tarde, embora por
razões totalmente diferentes, quando uma mãe meio histérica colocou um bebê molenga
nos braços de Demi.
Ela tocou a
campainha de emergência antes mesmo de despi-lo.
Ele era
grande e gordo, e mal abriu os olhos enquanto Demi o despia com eficiência, e
fazia algumas observações preliminares.
— Ele
não para de vomitar... — A mãe estava tentando não chorar. — Eu
o levei ao clínico ontem, ele disse que era um problema gástrico e me mandou
dar líquidos para ele...
Nenhuma
ajuda havia chegado, e Demi tocou a campainha de emergência outra vez. O pulso
do bebê estava acelerado, e a temperatura dele estava alta, portanto ela o
colocou no balão de oxigênio e tocou a campainha de emergência de novo enquanto
empurrava o carrinho com o material para soro intravenoso, finalmente decidindo
colocar a cabeça para fora do cubículo.
— Alguém
pode vir me ajudar? — ela estourou, e lançou um olhar frenético para
Joe, que estava mostrando a um paciente um raio-X de tornozelo. — Agora!
— Aperte
o botão três vezes em caso de emergência! — Joe estourou também,
quando viu o bebê.
Ela ainda
estava aprendendo o básico, ainda ontem, ela havia sido advertida por reagir
exageradamente, e apertar o botão três vezes por qualquer coisa remotamente
urgente, e agora estava sendo repreendida por fazer muito pouco. Alguns dias,
aquele trabalho era simplesmente difícil demais!
— Depressão
na fontanela. — Joe examinou o bebê imóvel com eficiência,
enquanto Demi o tirava da balança e preparava um soro intravenoso. Ela estava
apavorada com a ideia de aplicar uma agulha de IV em um bebê tão doente,
mas aquilo fazia parte do curso, e era algo que ela precisava aprender a
fazer. Ela havia começado com homens grandes e musculosos, com veias que mais
pareciam trilhos, e depois havia praticado em adultos doentes. Ela havia, até mesmo
aplicado IVs em algumas crianças, e em poucos bebês, mas nenhum tão doente
como aquele, e não com a mãe observando ansiosamente, e agora, Meg estava
lá também!
— Baixo
turgor da pele. — Joe continuou com sua avaliação, e sacudiu a
cabeça ao ver o tremor leve das mãos dela, enquanto Demi segurava o bracinho
flácido com uma das mãos e posicionava a agulha com a outra. — Deixe
que eu faço. — Ele assumiu a tarefa sem maiores comentários, e ela
ficou feliz por isso. O bebezinho era gordo, e as veias dele seriam difíceis
de achar em uma situação normal, mas com um quadro de desidratação as coisas
ficaram ainda mais complicadas e mesmo Joe, com as mãos tão firmes, precisou
de algumas tentativas para conseguir aplicar o IV, finalmente achando uma veia
no pé da criança.
— Consegui. — Ele
colheu algumas amostras de sangue, e segurou o tubo do IV firmemente para que
Demi pudesse conectá-lo com a bolsa e então colocar as ataduras, imobilizando
cuidadosamente o pezinho, enquanto a mãe observava de perto. Enquanto Joe
liberava os fluidos do IV que ele queria que o bebê recebesse, ele olhou para
Demi e fez uma observação adicional: — Você poderia colocar a
máscara, por favor? — Ela não tinha visto Joe pôr máscara, e ele não
havia pedido a Meg que colocasse uma. Demi rangeu os dentes, mas fez o que ele
havia mandado. Aquilo estava se tornando um padrão familiar, durante as duas
semanas em que eles estavam trabalhando juntos, Joe andava, na falta de uma
palavra melhor, irritante! Ela já estava sendo superprotegida pelos colegas, e
já se sentia desconfortável o suficiente com aquilo, mas Joe parecia
estar em uma missão para assegurar que ela cuidasse apenas dos pacientes mais
seguros, mais calmos, com os quadros menos contagiosos, e quando ele não estava
sugerindo que ela colocasse a máscara, pedia que lavasse as mãos!
Como se ela
precisasse ser lembrada disso!
Ainda assim,
como Joe estava agora conversando com a mãe, não era hora nem lugar para
discussões, ela teria que deixar aquela conversa para mais tarde.
— Ele
tem nove meses. — Joe estava checando as informações com a mãe
ansiosa, enquanto Demi suava por detrás da máscara. — Está correto?
— Somente
nove meses — disse a mãe. — Eu sei que ele parece ser mais
velho.
— Há quanto
tempo ele está doente? — perguntou Joe.
— Ele
começou a vomitar ontem, três vezes, talvez quatro.
— E
hoje de manhã? — Ele disparava perguntas, enquanto continuava a
examinar o bebê e pedia uma dose extra de fluidos para ele. Demi já o
havia colocado no balão de oxigênio, e os pediatras estavam a caminho, mas Joe
estava examinando o abdômen do menino cuidadosamente, preocupado e pensando se
eles não estavam precisando mesmo era dos cirurgiões. — De que cor
era o vômito?
— Verde.
— Certo... — Ele
verificou a fralda do bebê e, ainda não satisfeito com o exame do abdômen,
pediu a Meg que avisasse a equipe cirúrgica. Depois de falar rapidamente com a
mãe, ele telefonou para o setor de imagens para solicitar um ultrassom urgente.
— Eu
acho que é um íleo — disse Joe, esperando ao telefone
no posto das enfermeiras, enquanto Demi lavava cuidadosamente as mãos na
pequena pia, e mesmo assim, de forma incrivelmente irritante, ele empurrou a
garrafa de álcool na direção dela, quando ela foi enxugar as mãos.
— E
esse diagnóstico significa que eu posso entrar lá sem máscara, agora? — Demi
perguntou, e então franziu a testa. — Ou será que isso virou uma
doença transmitida pelo ar, de repente? — Ela observou a mandíbula
dele tensionando.
— Você só precisa
ter cuidado — Joe observou. — Nessa idade, ele pode ter
sarampo, catapora, caxumba... Aqui. — Ele empurrou a garrafa de álcool
na direção dela novamente, enquanto ela se sentava no banquinho para fazer
suas anotações, mas ela a ignorou.
— Você deveria
usar isto — ele insistiu.
— Por
quê? — Demi desafiou.
— Porque
nós ainda não sabemos o que há de errado com o bebê, e porque você deveria...
— Joe. — Ela
fez um clique corri a caneta, colocando-a na mesa. — Embora eu
agradeça sua preocupação, eu realmente não preciso que você cuide de mim.
— Eu não
estou cuidando de você... Eu só estou...
— Deixando-me
paranoica! — disse Demi. — Joe, eu posso derrotar você nesse
joguinho de paranoia sobre gravidez qualquer dia!
Ele
duvidava, mas segurou a língua.
— Eu só estou
me certificando de que você tome as precauções devidas — ele
disse.
— Eu já falei
com o meu obstetra, com a enfermeira especializada em doenças infecciosas, com
Meg, e estou tomando as precauções que todo mundo toma. Estou sendo o mais prudente
e cuidadosa possível, mas lidar com pessoas doentes faz parte do trabalho de
enfermeira — ela disse calmamente.
— Eu
não vejo qual é o problema em tomar algumas precauções a mais — ele
resmungou.
— Eu
não posso andar por aí em uma roupa de astronauta — disse Demi —,
e nem as enfermeiras nas alas de pediatria ou oncologia, nem as operadoras de
raio-X que não sabem se estão grávidas, mas podem estar... — Ela
podia ver as linhas na testa dele diminuindo, enquanto a enfermeira-chefe
falava de forma ríspida com a funcionária responsável pelos registros. — E
tudo o que podemos fazer é sermos sensatas, todo o tempo, não apenas
quando estamos visivelmente grávidas, então, obrigada pela sua preocupação, e
não, eu não vou usar isto... — ela empurrou a garrafa de álcool
de volta para ele —, porque acontece que eu sou alérgica.
— Tudo
bem! — Joe estourou, mais irritado consigo mesmo do que com ela. Se
o médico dela estava contente em deixá-la trabalhar, e o hospital ainda a
estava empregando, se Demi queria continuar trabalhando, bem, não era da conta
dele. Então, por que ele estava tão preocupado com ela?
Aquilo o
incomodou o dia inteiro e, mais tarde, durante a noite, quando, confuso, ele
foi ao supermercado e, parado com a cestinha na mão, decidiu comprar filé orgânico
porque era melhor para o bebê, o que, mais uma vez, não era algo com que ele
devesse se importar. De qualquer modo, ele colocou o produto na cestinha e
ainda incluiu uma caixa de suco de laranja enriquecido com ferro. Ele sabia
que estava exagerando, e tinha todos os motivos para isso. Dentro de poucos
dias, seria o aniversário da morte de Jen, e não era de se espantar que ele
estivesse chateado. Mas resolveu fazer o que sempre fazia, e escolheu não
pensar no assunto.
Uma rotina
muito tênue havia se estabelecido, não todos os dias, nem dia sim, dia não, mas
de vez em quando, Ele ia até o apartamento dela, perguntava se ela queria
jantar, ou ouvia quando ela vinha regar os girassóis à sua porta e
colocava a cabeça para fora para perguntar se ela queria ver um filme, ou algo
assim.
Era uma boa
companhia, só isso.
E ela estava
muuuuuito contente.
Contente de
não ter que se esforçar para ser inteligente demais, e simpática demais, como
ela fazia quando estava no trabalho, era tão bom poder conversar e reclamar à vontade,
ou sentar-se com os pés para cima, apoiados na mesinha de centro dele, e
assistir a um filme.
E nunca, nem
uma vez sequer, ele lhe passou um sermão, nem questionou a decisão dela de
continuar trabalhando.
Até o
final da trigésima terceira semana, até aquela noite quando, satisfeita
depois de jantar filé orgânico e salada com suco de laranja enriquecido com
ferro, ela se levantou do sofá e Joe olhou para o relógio.
— São
só oito e meia.
— Eu
estou querendo deitar cedo hoje.
— Você está de
folga amanhã. — Joe franziu a testa, acompanhando-a com relutância
até a porta. Durante as noites seguintes, a última coisa que ele
queria era a própria companhia. — Você tem certeza de que está bem?
— Eu
tenho uma consulta com o médico amanhã. Eu quero...
— Certifique-se
de descansar bastante, para poder enganá-lo — disse Joe, e então
interrompeu-se, os músculos de sua mandíbula tensionando, porque o que ela
fazia ou deixava de fazer não era nada da conta dele.
— Eu
preciso trabalhar mais algumas semanas — disse Demi, e Joe não
comentou nada. Ele simplesmente forçou um sorriso e abriu a porta, dizendo a si
mesmo que ela não precisava de um sermão, só de um amigo, mas estava ficando
cada vez mais difícil para ele segurar a língua.
Então, ela
desabou a chorar.
Demi, que
estava sempre sorrindo, sempre gargalhando, que sempre tinha uma resposta
pronta em qualquer situação, rendeu-se.
— Eu
não aguento mais!
Tudo o que
ele sentiu foi alívio, alívio por ela haver finalmente percebido, porque ela
não iria continuar com aquilo, e ele a tomou nos braços e deixou-a soluçar.
— Então
pare, — ele disse gentilmente.
— Eu
não tenho condições para isso — ela argumentou, mas apenas consigo
mesma. — Mas eu não consigo nem pensar em voltar lá de novo...
— Eu
sei.
— Estou
tão cansada.
— Eu
sei.
— E
estou com medo dos germes, também.
— Vamos. — Ele
a levou de volta para o sofá, foi buscar um pouco de água gelada no
refrigerador, e conversou gentilmente com ela, como se fosse uma paciente,
explorando as opções dela. Ela estava com tudo em ordem, inclusive algumas
economias, mas elas dariam apenas para cobrir o aluguel. Haveria um pouco mais
de dinheiro depois que o bebê nascesse, mas sem dúvida, as coisas estavam
incrivelmente difíceis para ela, financeiramente.
— O
carro vai quebrar logo. — Demi soluçou. — E eu nem comprei
uma cadeirinha ainda. Eu ia fazer isso quando o pagamento do próximo mês saísse...
— Minha
irmã já teve várias dessas cadeirinhas, a garagem está cheia
delas. Ela teve gêmeos... então, esse problema está resolvido, certo?
Era somente
a ponta de um iceberg gigantesco, mais um item numa lista que parecia
interminável, mas foi um alívio resolver o problema, compartilhar, finalmente
admitir o quanto ela estava cansada de tudo: ela estava esgotada de verdade.
— Eu
preciso trabalhar, mas realmente acho que se continuar, vai afetar o bebê. — Ela
ficou feliz por ele não tê-la interrompido, e confirmado seus medos. — Eu
estou retendo líquido demais...
— Olhe. — Joe
estava sendo infinitamente gentil. — Você fez um ótimo
trabalho, chegando até aqui.
— Algumas
mulheres trabalham até o fim da gravidez.
— E
outras não — disse Joe. — Algumas não podem, e parece que
você é uma delas.
— Eu
vou conversar com o médico amanhã. — Ela assentiu. — E
serei honesta.
— Muito
bom — disse Joe, e então fez uma pausa, antes de ir exatamente aonde
não queria, e se envolver ainda mais.
— Você já pensou
em pedir ajuda ao pai do bebê?
— Nunca. — Demi
sacudiu a cabeça. — E, por favor, não me passe um sermão, dizendo que
a responsabilidade é dele também, e que eu tenho todo o direito...
— Sem
sermão — Joe interrompeu. — E os seus pais?
— Eu escrevi
para eles. — Ele percebeu como tudo aquilo deveria ter sido para ela:
sabia, pelas conversas que eles tinham, que a reação dos pais dela havia sido
furiosa, e que eles haviam cortado relações com ela. O fato de que ela havia escrito
para eles pedindo ajuda, depois de tudo o que eles tinham feito a ela, mostrava
que estava pensando no bebê.
— Fez
bem. Foi a melhor coisa que ele poderia ter dito.
— Eu
enviei a carta ontem, então não tive resposta ainda. Perguntei se posso voltar
a morar com eles, só por algumas semanas...
Ele sentiria
falta dela, Joe percebeu, mas era a coisa certa para ela fazer naquele momento.
Ela precisava da família, precisava de alguém para cuidar dela durante aquelas últimas,
e difíceis, semanas, e, certamente, esse alguém não seria ele.
— Eu
vou falar com ó médico amanhã. — A voz dela estava mais
firme, agora. — E depois vou falar com Meg.
— Ótimo.
— E
agora... — Mais uma vez, ele a ajudou a se erguer do sofá, quando ela
fez menção de se levantar— eu realmente vou pra casa, dormir.
Ele sorriu
para ela quando eles chegaram à porta.
— Você vai
conseguir passar por isso — Joe disse —, vai mesmo.
— Eu
sei.
Ela estava
tão cansada, tão esgotada e perdida, tentando ser valente em meio à escuridão,
que desta vez, quando ele a tomou nos braços, não foi porque ela estava
chorando, e não foi porque ela estava chateada. Ele não sabia realmente porque
tinha feito aquilo, só sabiá que parecia certo abraçá-la.
E, para
Demi, era maravilhoso ser abraçada por um instante.
Um instante
delicioso, simplesmente parada e apoiada nele, sentindo as palavras dele contra
seus cabelos, a confirmação dele de que ela havia feito as escolhas certas, que
ela ficaria bem, que estava indo bem.
— Eu
estou com medo.
Ela nunca,
nem uma vez sequer, tinha admitido aquilo para alguém. Desafio tinha se tornado
o sobrenome dela, porque se ela parasse por apenas um segundo, se questionasse
se ter o bebê, continuar trabalhando e manter o nome do pai em segredo eram
decisões inteligentes, se admitisse, ainda que para si mesma, que estava
lutando, então, certamente, toda a coragem que ela havia reunido desapareceria.
Era mais fácil enfrentar, insistir que estava enfrentando, e continuar, do que
parar e pensar.
Mesmo assim,
nos braços dele ela parou por um momento, admitiu a verdade e esperou o baque.
Esperou que
tudo explodisse ao seu redor, que tudo parasse, que a desesperança a
invadisse, e mesmo assim ela continuou ali, nos braços dele, e tudo o que fez
foi parar, uma pausa mínima que a fez encarar a verdade e, sentindo-se segura
por um instante, recuperar-se.
— Com
medo de quê? — ele perguntou a ela, depois de um longo tempo.
— O
bebê merece coisa melhor.
Joe fechou
os olhos, tomado pelo arrependimento. Um arrependimento envergonhado, porque
ele havia, em uma ocasião, pensado a mesma coisa.
Um casal
bem-sucedido, concebendo uma criança planejada, amada, desejada... Aquele
tinha sido o seu projeto, e ele havia despejado sua ira no universo, porque se
ele e Jen, com tudo o que tinham a oferecer, com todos os planos e sonhos, não
puderam realizá-lo, por que alguém mais poderia?
Somente
agora, abraçando Demi, ele percebera que, apesar das circunstâncias, a mulher
em seus braços preenchia quase todos os requisitos necessários para criar um
filho, e que apesar dos obstáculos, ela compensaria pelo que faltasse.
— O
bebê tem você. — Ele permaneceu ali, ainda abraçando-a, e pensou
sobre aquilo, pensou em quanta sorte aquele bebê tinha por tê-la,
planejado ou não. O bebê tinha Demi, e ele pensou em como ela o fazia rir
tantas vezes, pensou no calor da afeição dela, e quanta sorte as pessoas que
recebiam aquela afeição tinham, e seu projeto perfeito desvaneceu-se da mente
dele.
— E
será que eu sou suficiente? — ela perguntou, ansiosa.
— Claro
que sim — ele respondeu, com certeza na voz. Ela era absolutamente
suficiente.
Mais do que
suficiente.
Muito mais
do que suficiente, embora ele não estivesse pensando no bebê agora, porque
ao abraçá-la, pela primeira vez com ela nos braços, ele esqueceu do que eles
estavam conversando, esqueceu que ela estava grávida. Ela era simplesmente
Demi, divertida, amável e terrivelmente, terrivelmente atraente. O cheiro dela
próxima a dele, o contato de sua cabeça contra seu peito tomaram conta de Joe,
e ele perdeu-se nela. Tão naturalmente como respirar, ele disse a ela como se
sentia com um beijo em vez de palavras, simplesmente levantando-lhe o queixo e
beijando-a. Ele abaixou a cabeça para encontrar os lábios vermelhos dela, e
confirmou o quanto ela era suficiente com a própria boca, e quando os lábios
deles se encontraram, Joe teve uma sensação de tontura, como açúcar derretendo
sobre sua língua, enquanto ele provava o gosto da tentação.
Ela ficou
atônita, porque aquilo não era nada parecido com qualquer coisa que houvesse
sentido antes, porque nos braços de Joe ela se sentia segura, e podia ser simplesmente
ela mesma. Se isso era bom ou ruim, não importava, podia ser ela mesma com
Joe. Ela havia admitido para ele que estava com medo, e o mundo continuara
girando, mas agora, era um mundo melhor do que antes. As mãos dele estavam
mergulhadas nos cabelos dela, e suas bocas se moviam juntas, e ela se sentiu
sensual, pela primeira vez na vida, ela se sentiu sensual, querida e segura. E
Joe sentia a mesma coisa, ternura e desejo lhe correndo pelas veias, algo sem
comparação, finalmente. Não havia um raciocínio lógico para o fato, era apenas
um beijo, mas um beijo que parecia o paraíso, com o cheiro dela a envolvê-lo e
sua língua, fria por causa dá água, tocando a dele. Era instinto, o abrigo
seguro do instinto.
Ela retornou
o beijo.
E beijou-o
de um jeito que nunca havia experimentado antes.
Não era um
beijo tecnicamente perfeito, do tipo que se racionaliza, era um momento para
experimentar, compartilhar, e era assim que devia ser. A privacidade de Joe, o
lugar isolado que ele havia se tornado, de repente pertencia a ela, para explorar à vontade,
e a sensação era divina. Demi havia entrado no santuário particular e
protegido daquele homem reservado, e aquilo a enchia de alegria.
— Demi — ele
sussurrou, com os lábios ainda colados aos dela, para que ela soubesse que
estava ali, e que era ela a mulher que ele estava beijando naquela noite. Uma
das mãos dele segurava-lhe a cabeça, puxando o rosto dela para mais perto, e a
outra havia descido para seu quadril, seu quadril grande e gordo, ela pensou vagamente,
mas ele o acariciava e a sensação era fabulosa. Até aquele momento, ela
jamais soubera como era se sentir sensual, mas estava descobrindo agora,
naquele instante, quando isso deveria ser a última coisa a lhe passar pela
cabeça. Afinal, ela era apenas uma mulher, e quando as mãos dele a puxaram para
mais perto, uma mulher era tudo o que ela queria ser.
Quanto a
Joe, ele jamais havia chegado tão perto de uma fuga, para um lugar onde apenas
ele existisse.
Não era uma
fuga egoísta.
Porque
naquele lugar também existia Demi, e por alguns momentos de felicidade plena,
Joe podia ser ele mesmo, o Joe real, aquele que estava perdido havia séculos.
Então, ele a beijou, sentou o gosto dela, desejou-a, e sucumbiu à sensação
estonteante do presente. Ele estava excitado, e podia sentir o corpo adorável
dela em suas mãos, ele estava naquele ponto em que a felicidade em si não é mais
suficiente, e você quer ainda mais, e a apertou mais contra si, querendo sentir
a suavidade dela, tirar-lhe as roupas, perder-se nela. Mas, em vez disso, ele
sentiu o peso sólido do bebê, que havia se tornado um pensamento secundário
para ele, contra seu corpo. Ele podia sentir a presença do bebê, e, naquela
noite principalmente, foi como um soco no estômago, e foi Joe quem se afastou.
— Eu
sinto muito. — Ele a soltou tão rapidamente que ela se sentiu como se
estivesse caindo. — Isso não deveria ter acontecido. — Talvez
não devesse, mas acontecera. Não era o beijo que a deixava envergonhada, ela
pensaria nisso mais tarde. Naquele momento, era a reação dele, ele estava
agindo como se estivesse completamente pasmo com o que havia feito.
— Esqueça. — Ela
tentou soar casual, mesmo com os batimentos cardíacos passando de cem por
segundo, como se tivesse sido acordada repentinamente em meio a um sonho maravilhoso.
Só que agora ela estava encarando a dura realidade, e queria sair dali o
mais rápido possível. — De verdade, não tem importância.
— Demi... — Que
diabos, ele não queria aumentar os problemas dela, mas era exatamente o que
tinha acabado de fazer, Joe sabia disso. Ele havia esquecido, durante aquele
momento, que ela estava grávida. Enquanto ele a abraçava, ela era simplesmente
Demi. — Como eu disse, eu não estou procurando...
— Eu
entendi, Joe — ela interrompeu. — Eu também não estou. Foi
só um beijo, só... — Ela deu de ombros, sem ter realmente o que
fazer, porque havia sido muito mais do que só um beijo. Ela ainda podia
sentir o gosto dele em sua boca, ainda sentia o abraço delicioso dele, e agora
ele havia tirado tudo aquilo dela.— Foi mais uma dessas coisas que nunca
deveriam acontecer. Não muda nada.
~
Oi meninas! Tudo bom? Vcs devem estar querendo me bater pela demora, mas tenho um motivo... Vcs sabem q eu sempre peço 5 comentários e antes disso eu não vou postar... O número de visualizações é enorme e quando vemos três ou quatro comentários desanima um pouco... Peço q comentem, já sabem, 5 comentários e eu posto! Mari e eu combinamos que se vcs comentarem bastante, faremos uma pequena maratona... Está na mão de vcs ;) Ah sim, vcs estão gostando da história? Eu amei ela ♥ Suuuuuper fofa <3 Haha' Comentem! Beijos, Bruna.
Oi meninas! Tudo bom? Vcs devem estar querendo me bater pela demora, mas tenho um motivo... Vcs sabem q eu sempre peço 5 comentários e antes disso eu não vou postar... O número de visualizações é enorme e quando vemos três ou quatro comentários desanima um pouco... Peço q comentem, já sabem, 5 comentários e eu posto! Mari e eu combinamos que se vcs comentarem bastante, faremos uma pequena maratona... Está na mão de vcs ;) Ah sim, vcs estão gostando da história? Eu amei ela ♥ Suuuuuper fofa <3 Haha' Comentem! Beijos, Bruna.
postaaaaa, a fic ta otima
ResponderExcluirPerfeitaaaa!!!!! Posta logo...... ansiosa...
ResponderExcluirQue coisa mais linda esses dois gente, estou apaixonada por eles. Posta mais 1 hj por favor Bru ;)
ResponderExcluirCarla
MARATONA URGENTE!!!! POSTA LOGO.
ResponderExcluirAmeeei
ResponderExcluirPode postar, eu deixo..
ResponderExcluirThata Lovatic!
perfeito, continua.
ResponderExcluireu quero chorar e bater no Joe, quero abraçar a Demi e segurar esse bebê quando nascer... estou tão ansiosa para o próximo cap quero ver quando ele dará conta que esta se apaixonando por ela e quero ver os dois(três) naquela casa!
ResponderExcluirSam, xoxo