2.10.14

Losing It - Capitulo 22


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EU PENSEI SOBRE IR até a casa dele assim que eu chegasse em casa, mas que a verdade seja dita, eu estava com medo. E era tão mais fácil apenas sentir pena de mim mesma. Eu tinha um pote de sorvete choco-chip no meu freezer em espera apenas para tais ocasiões. Teria sido legal dividi-lo com Selena, mas eu não conseguia me dar ao luxo de dividir meus segredos com outra pessoa, e eu não era tão egoísta para fazer Cade testemunhar algo mais da minha festa da compaixão. Ele prometeu que não me ligaria mais, e eu acreditei nele.

 Eu me sentei na extremidade final do meu sofá, olhando Hamlet espalhada na outra extremidade. Eu me perguntei se ela poderia me confortar. Ela tinha sido simpática comigo apenas uma vez em outro momento triste, então talvez eu tivesse uma chance. Eu estendi a mão para ela, e recebi não apenas seu rosnado frequente, mas um silvo também.

 Ela claramente estava do lado de Joe.

 Eu pensei sobre ir até ele milhares de vezes, talvez milhares e uma. Mas eu tinha que enfrentar que – ele era muito para mim desde o início. Ele teria se cansado de mim eventualmente, uma vez que o fator proibido se esgotasse. E eu não podia sequer começar a contemplar o que poderia ter acontecido se nós fôssemos pegos. Mesmo o pensamento disso fez com que a adrenalina corresse por mim, como quando ele me beijou no laboratório para que qualquer um visse. Talvez eu estivesse fazendo-me um favor, rompendo as amarras agora. Eu quero dizer, era uma droga vezes sete bilhões, mas teria sido pior depois de mais tempo.

 No obscuro, silencioso apartamento na minha névoa induzida pelo sorvete, eu podia admitir que eu tinha me apaixonado por ele. Nosso oh-tão-breve relacionamento tinha sido como gastar um dia na luz do dia quando você viveu toda a sua vida no subterrâneo (meu antigo ser sendo o homem toupeira nessa estória). Talvez isso fosse tudo o que nós conseguiríamos quando vinha a ser relacionamentos como esses – clarões de luz do dia. Talvez fosse muito brilhante para ser sustentado por qualquer período de tempo prolongado. Talvez eu devesse estar grata.

 Eu não me sentia grata. Eu me sentia miserável (e cheia de sorvete).

 Nós estávamos no laboratório novamente na Quarta, e ele em momento algum se aproximou cerca de um metro do meu espaço de trabalho. No ensaio naquela noite, ele sentou-se em cima de uma fileira, fazendo anotações, e em momento algum disse uma palavra.

 Quinta e Sexta foram os mesmos. Embora a atuação nos ensaios tivesse provado agora que Cade e eu tínhamos remendado as coisas (mais ou menos). Nós não éramos completamente amigos novamente. Eu não nos via saindo sozinhos qualquer momento no futuro, mas nós podíamos conversar sem algum desastre maior, e ambas as nossas mentes tinham se limpado o bastante para se focar na peça.

 Eu retornei para meu estado de homem toupeira na semana, nunca deixando o apartamento, tomando banho apenas quando absolutamente necessário. Qualquer outra semana, Selena poderia ter me forçado a uma saída, mas ela ainda estava um pouco irritada sobre a minha atitude na boate.

 Então eu estava basicamente sozinha.

 Eu não tinha ninguém, além de Hamlet. Quem me odiava com o fogo de milhares de sóis.

 Eu passei toda uma semana em um estado de solidão antes que eu tivesse coragem de fazer algo a respeito disso.

 Eu desci no horário do seu escritório, com muito medo de confrontá-lo em casa ou depois das aulas. Quando eu me aproximei da porta, ele estava no telefone.

 — Eu sei —, Ele estava assentindo, sorrindo. — Eu sei. Eu irei para casa antes de você tomar conhecimento. O que é isso, apenas três meses a mais?

 Eu congelei. Eu me fixei na parede do lado de fora da sua porta, e meus pulmões pareceram vazios sem importar quantas respiradas eu desse.

 — O que? Não, eu superei isso. Realmente não era nada para começo de conversa... apenas inconveniência.

 Algo estava desintegrando dentro de mim, algo que já tinha estado vulnerável e fraco, mas agora estava quebrando e quebrando.

 — Eu deveria ter pensado melhor. Eu sei, mas está terminado agora, e eu realmente não me importo mais, sabe? Sim, sim. Eu irei encontrar outro lugar para trabalhar. Apenas não vale à pena.

 Não vale à pena?

 Eu acho, até então, que eu ainda tinha esperanças, mesmo embora eu tentasse conversar comigo mesma para esquecer sobre isso.

 Esperança... era uma completa filha da puta.

 Eu não iria chorar. Ele tinha superado isso. Eu precisava superar, também. E eu precisava certificar que ele soubesse disso. Se ele estivesse pensando em desistir para ficar longe de mim, eu tinha que consertar isso. Eu não seria a razão para ele partir.

 Antes que eu pudesse mudar de ideia, eu estendi a mão e bati na porta, e entrei pelo vão da porta.

 Ele olhou para cima, e balbuciou sobre o que ele ia dizer a seguir. Ele me encarou por um segundo, o telefone esquecido em suas mãos.

 Então finalmente, ele piscou, e voltou à conversa.

 — Ei, eu tenho que ir. Eu ligarei para você mais tarde, tá bom?

 Eu odiei quem quer que estivesse na outra extremidade daquela ligação de telefone. Era uma garota? Ele tinha uma namorada quando voltasse à Filadélfia? Tinha sido apenas uma aventura para ele, apenas sexo (ou bem, quase sexo)? Quem quer que fosse falou por outros vinte segundos enquanto ele disse sim e tudo bem e assentiu juntamente.

 Quando ele desligou, eu ainda não tinha ideia do que eu ia dizer.

 Ele apenas olhou para mim por um momento, e depois disse —, Como eu posso ajudá-la, Demi?

 Seu tom formal me fez ficar enjoada, mas eu tentei duplicá-lo o melhor que eu pude. — Eu só queria me desculpar pelo meu comportamento durante nosso ensaio juntos. Cade e eu temos resolvido tudo—  Ele interrompeu —, Eu percebi.

 Meus pensamentos gaguejaram, fugindo por um momento.   — Então... eu, hum, eu prometo que não irá acontecer novamente. No futuro, eu irei manter uma atitude profissional. Eu não levarei minha vida pessoal para o ensaio ou sua aula.

 Ele abaixou a caneta com a qual ele estava brincando, e começou a se levantar. — Demi...

 O que quer que fosse que ele ia dizer, eu não podia ouvir. Se eu tivesse que ouvi-lo tentar me colocar para baixo (quando eu sabia que ele não se importava), eu acabaria chorando e me fazendo de boba. Então eu o cortei.

 — Está tudo bem. Eu superei. Nada demais, certo?

 Ele pausou e eu estava certa que ele soube que eu estava mentindo, certa que ele pudesse ver dentro do meu estômago se revirando, meu coração se contorcendo. Eu quis que ele acreditasse em mim.

 Eu estou bem. Eu superei isso. Eu estou bem. Bem. Bem.

 — Certo —, ele finalmente disse.

 Eu inspirei um ávido fôlego.

 — Ótimo. Obrigada pelo seu tempo. Tenha um bom dia! — Depois eu estava fora pela porta e correndo, correndo, correndo, descendo as escadas para o lado de fora e dentro do ar onde eu podia engolir e encher meus pulmões até que eu não mais sentisse como se fosse chorar.

 A partir de então, eu construí paredes com sorrisos e me tranquei com risadas. Eu fiz as pazes com Selena, prometendo-a que eu dançaria sempre que ela quisesse. Eu me joguei no ensaio, memorizando todas as minhas falas cerca de uma semana antes do prazo exigido. Eu me dispus de Março como um soldado, seguindo em frente, me recusando a olhar para trás. Eric elogiou meu trabalho nos ensaios, dizendo que ele podia sentir minha vergonha, meu ódio próprio em cada palavra, podia ver isso até na minha postura. Eu sorri e fingi que eu estava contente em ouvir isso.

 Eu almejei a graduação, quando eu poderia partir e ir para quem sabe onde. Talvez eu tirasse o máximo proveito de um cartão de credito e fosse viajar com Selena. Talvez eu voltasse para casa para trabalhar, juntar algum dinheiro. Mamãe apenas amaria isso. Talvez eu ficasse aqui, conseguisse um emprego na Target ou algo assim. Eu só tinha que chegar a um fim. As coisas ficariam mais fáceis em seguida. Em seguida... eu enfrentaria. Eu contaria a Selena sobre tudo, e nós festejaríamos a dor para longe. Em seguida.

 Eu não podia esperar pelo Em seguida.

 Parecia possível. Parecia factível.

 Até o Agora estragar com tudo.

 Nós estávamos há uma semana das Férias de Primavera – uma pausa necessária. Sexta à tarde tinha todos nós no teatro experimental para o início das oficinas de direção. Todo o departamento estava reunido no teatro – os diretores Juniores petrificados, todo o resto variando entre o tédio e a alegria sádica.

 Eu estava apenas seguindo em frente, querendo que o tempo passasse, até que Rusty se levantou para fazer um anúncio antes da primeira cena.

 Ele limpou sua garganta, notavelmente sério para Rusty.      — Então... eu fui ao médico ontem...

 — E você está grávido? — Alguém no fundo gritou.

 — Não —, Ele sorriu, embora um pequeno. — De fato... eu tenho mono28.

 Houve um batimento antes que isso fosse assimilado.

 — O médico disse que a incubação é em algum momento entre quatro e oito semanas, o que significa que eu posso ter tido isso já em Janeiro ou Fevereiro. Então... vocês podem querer ser cuidadosos sobre beber do copo de alguém e... outras coisas.

 Janeiro ou Fevereiro. A festa. Eu tinha beijado Rusty na festa. Todos nós beijamos... todo mundo.

 Por instinto, meus olhos procuraram os outros membros daquele jogo de girar a garrafa. Suas expressões estavam tão ansiosas e temerosas quanto a minha própria. Se Rusty já estava contagiante naquela época, isso significava que eu teria a doença, junto com Cade, e Selena e Victória, e cada pessoa naquela festa.

 E Joe.

 Droga.
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Oi bbês ♥ td bem? eita poxa, e essa com o Rusty agr? Gente, to sem palavras :x Comentem! Beijos, Bruna

Mononucleose infecciosa (Mono) - Conhecida como doença do beijo; Causada pelo vírus Epstein-Barr, geralmente transmitida através da saliva. Não há cura, mas foi descoberta uma vacina, e a doença aguda é quase sempre autolimitada pelo sistema imunitário (imunológico). As complicações oncológicas têm tratamentos químicos ou radioterapêuticos próprios, além de medicamentos anti-virais, como ganciclovir.

7 comentários:

  1. quero que seja só um mal entendido dela ouvir essa conversa e joe nao deixe ela
    o que é mono28?

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    Respostas
    1. vou atualizar a postagem, não estava achando a definição ;)

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  2. Não to acreditando que o Joe falou isso da Demi..to super,ultra,mega curiosa
    Posta logooooooooooooooooooooooooooooooooooo pleaseeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

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  3. Olocoo...
    Ta muitoo bom!!
    O joe nao tava falando da Demi, claro que nao!!!
    Posta maiis

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  4. Posta maiis hojr *-*
    -lili

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  5. Acho que o Joe não estava falando da Demi, foi só um mal entendido.
    E essa doença, my gosh, to chocada

    -Nathalia-

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