23.6.14

Emoção - Capitulo 14 - MARATONA 2/5

 
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Antes
Nova York, 24 de dezembro de 2008

EMBORA JOE tivesse desejado que Demi tivesse chamado a polícia logo depois de Alex sair, ele sentira o desespero dela para sair do apartamento. Ela não queria simplesmente sair, ela precisava sair. Ele desconfiava que o lugar de repente parecesse contaminado para ela, e teve de se perguntar quanto tempo levaria até ela se sentir segura ali outra vez.

Isso definitivamente não iria acontecer até a troca das fechaduras. E de jeito nenhum que ela iria ficar sozinha lá até então.

Então, depois de Demi jogar algumas coisas em uma mala, eles seguiram para o apartamento de Joe. Após uma caminhada curta até a caminhonete, e um longo tempo dirigindo para fora de Manhattan, eles chegaram ao Brooklyn. Cada quilômetro percorrido colocava aquela cena horrível no passado, e Joe finalmente foi capaz de começar a limpar sua mente das imagens do que poderia ter acontecido se ele não tivesse aparecido no instante em que o fez.

E ideia em si o deixava enjoado. E ele sentia a violência crescer dentro de si só de pensar no nome de Alex.

Mas agora era hora de pensar em outra coisa. Ter certeza de que Demi estava bem e se sentia segura, por exemplo. Perguntar-se o que havia acontecido na vida dele nas últimas 12 horas.

Não, ele deixaria para pensar nisso no dia seguinte.

– Cá estamos – disse Joe quando encostou diante da casinha alugada onde morava. Olhando dali não era grande coisa, mas era o lugarzinho dele, um lugar que ninguém o havia ajudado a conseguir. Ele não amava aquela localização, mas adorava a sensação de não dever nada a ninguém.

Especialmente ao pai.

– Não consigo expressar o quanto eu…

– Esqueça – disse ele, acenando para dispensar o agradecimento.

Provavelmente era o vigésimo desde que tinham deixado o apartamento dela.

Virando-se para alcançar o pequeno compartimento traseiro na caminhonete, Joe pegou a malinha de Demi e a bolsa com a câmera, então saiu, contornando o carro para abrir a porta para ela. Demi não esperou, pulando fora antes mesmo de Joe contornar o para-choques.

– Que casinha linda!

Ele ergueu uma sobrancelha.

– Sério?

– Claro. Você tem um jardim e tudo o mais. Você não sabe o quanto sinto falta de churrascos no quintal durante o verão.

– O último inquilino deixou uma churrasqueira aqui. Talvez eu faça alguns hambúrgueres amanhã.

Ela riu.

– Na neve?

– Você chama isso de neve? Ih. Há invernos bem piores do que esse. Se não tiver vivenciado aqueles com nevascas de 48 horas, você não sabe o que é neve de verdade.

– Eu vivenciei – disse ela. – Cresci em Chicago.

Chocado, ele quase tropeçou.

– Sério?

A mulher que ele tinha começado a suspeitar ser a mulher de seus sonhos havia crescido na mesma cidade que ele, e Joe nunca ficara sabendo da existência dela? Aquilo parecia errado em algum nível cósmico.

– Aham. E só de pensar naquele inverno cheio de vento eu lembro por que nunca vou voltar.

O coração dele se apertou um pouco diante daquela confissão, mas ele afastou a decepção.

– Sim, também não posso dizer que sinto falta de lá agora.

– Você acha que um dia vai voltar?

– Sim, acho que sim.

Na verdade, ele não apenas achava, ele sabia. Dia desses, teria de retornar e encarar suas responsabilidades. O pai certamente não estava ficando mais jovem ou mais saudável, e nenhuma de suas irmãs demonstrara qualquer interesse na área de construção.

Joe, por outro lado, amava o ramo genuinamente. Ele chegara a ter um conjunto de ferramentas de brinquedo quando criança, e construíra sua primeira casa de passarinho aos 4 anos. Aos 10, fizera uma casa da Barbie de quatro andares para a irmã. Ele simplesmente tinha grande afinidade com construir coisas, e nunca quisera fazer outra coisa. Alguns até mesmo diziam que era um dom.

A ida à faculdade e depois à pós e o aprendizado sobre esboço de projeto e arquitetura simplesmente o tornaram melhor ainda em seu ofício. Mais do que isso, ele realmente queria dirigir a empresa um dia, como seu avô e agora seu pai sempre diziam que ele faria.

Ele só não queria ser obrigado a trabalhar lá agora, sob o olhar vigilante do pai. Tendo passado todos os verões e férias escolares construindo coisas para a Elite Construction, e sabendo que terminaria fazendo aquilo durante maior parte de sua vida, ele só queria algum tempo para si. Ser livre, ir para um lugar novo, ficar totalmente por sua conta.

Não era pedir muito, era?

Bem, de acordo com o pai dele, era.

– Joe?

Percebendo que havia caído em um silêncio melancólico, ele sacudiu a cabeça com força.

– Espere um segundo – disse a ela, voltando à caminhonete para pegar o dinossauro robótico e as caixas de presentes que ele devia ter enviado hoje. Ele mencionara os presentes a Demi a caminho de casa, e ela prometera ajudá-lo a embalá-los esta noite, e então encontrar uma transportadora no dia seguinte.

Uma vez dentro de casa, Joe acendeu as luzes e regulou o termostato. Não, aquele não era o inverno de Chicago, mas ainda era bem frio. Além do mais, a casa era velha e fria.

Ele aumentou o calor, então se voltou para Demi, que parecia muito menos traumatizada do que estava quando saíram de Manhattan. Ele não tentou esconder seu alívio, feliz por haver aquele traço de força e resiliência que ele sentira nela quando se conheceram.

Agora, Demi agia como se não tivesse nenhuma preocupação no mundo. Na verdade, ela estava andando, confortável o suficiente para ser barulhenta e ver como era a casa.

– Ai, meu Deus, isso é mesmo um abajur de lava?

– Assim como a churrasqueira, também foi deixado pelo inquilino anterior. Mais o sofá e a mesa horrorosa da cozinha.

Sorte dele. Depois de disponibilizar dinheiro para um seguro-fiança, mais o valor do primeiro e último aluguéis, não sobrou muita coisa para investir em mobília.

Na verdade, a moradia dele era meio engraçada agora. Ele tinha sido criado em uma casa com dez quartos em 20 acres de terra. Cada irmã tinha um cavalo no estábulo, e ele pôde escolher um carro ao completar 16 anos. Ele não nascera necessariamente em berço de ouro, mas poderia ser chamado de riquinho sim.

E agora ele morava em uma casa pequena, velha e fria, com mobília usada e uma velha televisão analógica que só exibia um canal, e mesmo assim só se não houvesse uma nuvem no céu. Ele dirigia uma caminhonete de 5 anos, cujas prestações ainda eram num valor suficiente para fazê-lo estremecer uma vez ao mês. Ele comia macarrão instantâneo, tal como muitos jovens que tinham bolsa na faculdade.

O mais chocante de tudo? Ele gostava disso.

Faça isso e você vai se virar sozinho, vou cortar tudo! Não espere um centavo de mim!

A voz furiosa do pai ainda ecoava na cabeça de Joe. Assim como sua resposta sussurrada: Mas eu fiz de qualquer jeito, não fiz? E estou me saindo muito bem.

– E aquele pufe ali? – perguntou Demi, interrompendo os pensamentos dele da cena furiosa ocorrida no último verão, logo depois da formatura, quando Joe resolveu não voltar para casa.

Ele admitiu:

– O que posso dizer? Esse eu comprei. Parecia combinar com a decoração.

– Deixe-me adivinhar… liquidação no brechó?

– Bingo. – Dando de ombros, ele acrescentou: – Eu estava em contenções.

– Acho que meu globo de Papai Noel hippie combinaria muito bem com isso aqui.

– Nem mesmo pense em penhorar aquela coisa em mim. Mesmo que eu não estivesse duro de grana, eu não deixaria aquele São Nicolau drogado e aquelas crianças zumbi chegarem perto da minha árvore de Natal. Ela pode perder todas as agulhas de puro medo.

Demi finalmente notou a arvorezinha no canto, perto da janela. O sorriso dela murchou um pouco, como se de repente tivesse se lembrado de que era véspera de Natal, ainda que muito cedo… apenas uma da madrugada.

Era uma coisa triste de se ver. Ele havia comprado a árvore por impulso, era a última do lote na vizinhança, magrela e baixinha, já sem metade das agulhas. Ela o fizera se lembrar da árvore do Charlie Brown… precisando de um lar. Então pegou as 10 pratas que tinha no bolso e trouxe a árvore, enfiando-a em um balde, já que não tinha um suporte apropriado.

Ele nem tinha nenhum enfeite de verdade para colocar nela. No momento, uma quentinha de alumínio vazia fazia as vezes de estrela no topo, e um monte de ganchos, preguinhos e bugigangas pendiam dos poucos galhos.

Assim que olhou para aquela coisa patética, a tristeza de Demi pareceu sumir. Ela balançou a cabeça, um sorriso lento e relutante se abrindo em sua linda boca.

– Por acaso aquilo ali são anéis de latinha cerveja?

– Só alguns – confessou ele. – Eu estava testando. Não sou de beber muito, mas eu tinha algumas latinhas na geladeira. Finalmente invadi minha caixa de ferramentas.

Colocando uma das mãos no quadril e inclinando a cabeça. Demi disse:

– E você teve a coragem de criticar minha decoração de Natal?

– Eu, a minha é patética, não assustadora.

– Meu globo de neve do ano passado não foi assustador.

– Ah, não? Deixe-me adivinhar. Um elfo do sexo feminino usando adesivos nos mamilos e calcinha fio dental?

Ela revirou os olhos.

– Ai, isso soa fantástico! Mas não, era só uma imagem do Polo Norte.

Ele cruzou os braços, aguardando.

– Com um palhaço que saía da chaminé do Papai Noel, como esses bonecos de mola que saltam das caixas.

Estremecendo, Joe disse:

– Palhaços são assustadores. Qual é o problema com bonecos de mola?

– Por que haveria um boneco de mola na chaminé do Papai Noel?

– Por que haveria um palhaço?

– Bem, esse é o objetivo – disse ela, rindo daquela conversa ridícula. – Nada disso faz sentido!

– O que faz desse presente algo perfeito para você e seu irmão. Feliz Natal para os irmãos rabugentos.

– Exatamente!

Gostando do fato de o bom humor dela estar de volta, ele perguntou:

– Ei, está com fome? Tenho pizza congelada, pães congelados, hambúrgueres congelados…

– Cardápio típico do homem solteiro, hein?

– Sim. Ah, se quiser vinho, acho que tenho uma caixa no fundo da geladeira. – Ela riu. – Foi um presente de boas-vindas de um vizinho.

Uma sobrancelha bonita se ergueu.

– Oh? Nada de uma cesta de bolinhos?

– Digamos que minha vizinha é do time dos caninos.

Demi franziu a sobrancelha, confusa.

– Do tipo loba. – Honestamente, toda vez que a vizinha aparecia, ele tinha vontade de vestir mais uma muda de roupas. – Não importa – prosseguiu, gesticulando uma das mãos. – Então… Por que não se serve enquanto vou tomar um banho?

– Você parece bem limpo para mim.

– Tem uma camada de serragem debaixo dessas roupas… Estou todo me coçando. Preciso tomar uma ducha.

– Fique à vontade – respondeu Demi, acenando enquanto seguia para a cozinha, já se sentindo em casa. – Quer que eu faça alguma coisa para você?

– Pode ser o mesmo que você for comer.

– Filé mignon, então.

Ele zombou:

– Se você tiver sorte, vai ser um prato pronto congelado de filé à parmegiana.

Ainda sorrindo, contente porque seu bom humor havia voltado e não havia mais pensamentos sobre o ex depravado de Demi, o qual ainda ia sofrer muita coisa de ruim, Joe seguiu para seu quarto. A cama estava desarrumada, havia roupas em cima dela, as gavetas da cômoda estavam abertas. Parecia mesmo o quarto de um homem solteiro. Considerando que ele pretendia oferecer a cama a Demi, e dormir no sofá, ele levou alguns minutos para ajeitar tudo.

Quando terminou, não conseguiu evitar pensar no quanto sua vida parecia diferente agora em relação ao que era de manhã. Ele achava que iria vir para uma casa silenciosa, para ter um Natal solitário, talvez comer um sanduíche de peru do Subway. E estava bem com isso. Não estava feliz, mas estava bem.

Mas Joe tinha de admitir, recentemente, conforme as festas de fim de ano chegavam zunindo feito um foguete, ele começava a pensar na família em Chicago. Tinha alguns amigos aqui, mas não o tipo com quem se passa o Natal. Vindo de uma família grande, que ficou ainda maior com o casamento de todas as irmãs e o nascimento de sobrinhos e sobrinhas, ele começou a perceber que havia épocas em que viver sozinho não era tão legal.

Conforme dezembro marchava, ele se resignava a um fim de semana natalino solitário e meio que patético.

Uau, as coisas mudaram muito depressa.

Ainda pensando em tais mudanças, Joe seguiu para o banheiro, passou mais um minuto limpando-o, depois entrou no banho. Ele não estava brincando sobre a serragem: a coisa havia se infiltrado em suas roupas enquanto ele manuseava a estante sob medida na livraria e cafeteria Beans & Books.

Finalmente, com o cabelo úmido depois de uma secada rápida com a toalha, ele vestiu um par de calças jeans limpas e uma blusa, e seguiu para a sala. Sentindo o cheiro de alguma coisa, pipoca?, seu olhar seguiu para a cozinha imediatamente, mas ele não viu Demi ali.

Após um segundo, ele a viu no único lugar que esperava que ela não estivesse, fazendo algo que ele nunca esperava que ela fizesse.

– Demi?

Ela olhou para cima e sorriu para ele, um pouco constrangida.

– Eu não conseguia aguentar mais, era simplesmente triste.

Joe só conseguiu ficar olhando. Aparentemente ela simplesmente dera uma de Linus com a árvore do Charlie Brown, e resolvera dar um pouco de amor a ela… quão apropriado era para alguém como Demi. O que há uma hora eram apenas gravetos, agulhas da folhagem, ganchinhos e anéis de lata de cerveja, agora pelo menos se assemelhava a uma sempre-viva enfeitada.

– Onde você…

– Eu simplesmente usei coisas que estavam por aqui. Espero que não se importe, mas cortei algumas embalagens de macarrão… os pacotes ainda estão no armário, só usei as caixinhas. Presumo que você já tenha feito a receita muitas vezes e não precisa das instruções…?

– Sem problema – murmurou ele, ainda um pouco chocado com a quantidade de coisas que ela havia feito, com a rapidez com que havia feito, com o quanto estava bom.

– Fico feliz por você ser do tipo saudável e sua pipoca de micro-ondas não ser do tipo com manteiga. Ia ficar meio pegajoso – disse ela enquanto pegava uma pipoquinha de uma tigela e enfiava uma ponta na agulha. Uma linha cheia delas estava pendurada em seu colo. – Ah, e espero que você não se importe por eu ter fuçado nas suas gavetas da cozinha. Eu fiquei agradavelmente surpresa por encontrar o kit de costura.

– Coisas do antigo inquilino – murmurou ele, ainda um pouco surpreso.

– Bem, graças o antigo inquilino então. Infelizmente ele não deixou pisca-piscas ou laços vermelhos bonitos. Mas, por sorte, não limpei a bolsa da minha câmera – acrescentou ela. – Eu estava com um pouco de cartolina, glitter e cola para fazer a decoração no estúdio onde faço estágio.

Ela havia aproveitado todas aquelas coisas ao máximo. Agora, enfeites em formato de bonequinho de neve e Papais Noéis cheios de glitter estavam pendurados em vários galhos, aparentemente continham instruções para preparar macarrão do lado oposto. Ela também tinha feito uma guirlanda de cartolina, como aquelas que Ross fazia quando criança. Elos vermelhos, verdes e brancos se interligavam, formando uma corrente colorida que fora colocada ao redor da árvore.

Mas aquilo não era tudo. A quentinha tinha sido cortada em formato de estrela. E havia uma espécie de tecido vermelho e branco enrolado no balde, criando uma saia para a árvore. Sem fazer ideia de onde ela havia arranjado aquilo, ele arqueou uma sobrancelha.

Ela riu.

– Minhas meias de elfo. Eu tinha dois pares na bolsa.

Deus do céu. Meias, tecido brilhante, normalmente usadas para envolver o que ele suspeitava ser um par de lindas pernas, agora estava abraçando um balde sujo na base de uma árvore velha seca?

– Eu não tinha os pisca-piscas, obviamente, mas acho que isso vai funcionar. Espere um pouco.

Ele observou enquanto ela engatinhava em volta da base e mexia em algo no chão. De repente a árvore foi banhada por uma luz vermelha suave, vinda de baixo.

– Ainda bem que eu estava com a gelatina vermelha!

Sem entender o que ela queria dizer, ele se curvou para espiar a luz, então percebeu que era o flash da câmera com uma folha de plástico vermelho em cima.

– Voilà!

Joe pegou a mão de Demi, colocando-a de pé, e juntos ficaram admirando a obra de arte. Ela havia pegado um graveto bem patético, acrescentando um monte de objetos aleatórios e dado uma de MacGyver, transformando a coisa toda em um trabalho artístico.

– Uau – sussurrou ele, genuinamente impressionado. – Está fantástico.

Ela deu de ombros.

– Mas ainda não é exatamente tradicional.

Ele captou o tremor na voz dela e soube onde seus pensamentos foram parar: naquela palavra feia, tradicional. Durante quatro anos Demi se esforçara muito para se distanciar das tradições felizes do Natal, mantendo aquelas doces lembranças afastadas por temer que elas fossem acompanhadas pelas tristes. No entanto, agora, ela havia saído da zona de controle, fazendo coisas que provavelmente recordava ter feito com os pais que perdera, mesmo sendo doloroso para ela.

E ela havia feito aquilo por ele.

Joe se virou para ela, colocando as mãos em sua cintura, puxando-a para mais perto de si. Demi olhou para ele, os olhos brilhantes, refletindo as luzes de Natal, e ele podia jurar que nunca vira um rosto mais lindo na vida.

– Obrigado – sussurrou ele. Então interrompeu o agradecimento levando a boca à de Demi, beijando-a suavemente.

Ela ergueu os braços e envolveu o pescoço dele, pressionando o corpo delicado ao encontro do dele. Ele a havia beijado mais cedo, mas ambos estavam vestindo casacos e camadas de roupas. Agora, com apenas a camiseta dele e a blusa dela, ele conseguia sentir toda a fartura dos seios dela contra seu peito. Ela gemeu levemente, movimentando uma perna, de modo que suas coxas se enredassem.

Como se necessitando sentir a pele dele, Demi pôs as mãos sob o cós da camiseta dele, acariciando a barriga. Joe se afastou apenas o suficiente para ela poder puxar a camisa e tirá-la por sua cabeça, gostando do jeito como os olhos dela se arregalaram em apreço quando ela começou a explorar seu peito. Dessa vez, quando ele a puxou para beijá-la de novo, sentiu as pontas rígidas dos mamilos dela, separados de sua pele nua apenas por aquela blusa de seda.

Sem dizer uma palavra, Demi começou a puxar Joe, indo em direção ao sofá. Em vez de segui-la, ele se abaixou e a pegou no colo. Aninhando-a em seus braços, ele cruzou a sala e se sentou, mantendo-a no colo. Eles não interromperam o beijo em nenhum momento. Simplesmente continuou, sem parar, lento, profundo e úmido.

Incapaz de resistir, Joe pôs a mão na barriga dela, trilhando os dedos pela blusa, ouvindo-a ronronar em resposta. Ela arqueou para encontrar o toque dele, informando a ele que queria mais. Ele puxou a barra da blusa de dentro da calça, quando tremendo de expectativa, sabendo que estava morrendo de vontade de tocá-la desde que se conheceram.

Conforme ele esperava, o corpo de Demi era mais sedoso do que suas roupas. Ele sentiu um prazer puro, visceral, se deliciando nas texturas contra sua mão calejada.

– Ah, sim, mais – sussurrou ela ao encontro da boca dele.

Feliz com o convite, Joe começou a abrir os botões, expondo mais da pele quente, dócil. Demi se remexeu um pouco, ajudando-o a tirar a blusa de dentro da calça, então, quando ele abriu o último botão, a camisa abriu a caiu completamente.

Joe parou de beijá-la por tempo suficiente para observá-la, chafurdando na visão de tirar o fôlego. Os seios dela eram empinados e redondos, cada centímetro dela era macio. O sutiã de renda não escondia muito os mamilos duros, enrugados. E o jeito como ela arqueava para ele lhe dizia do que ela precisava.

Ele cumpriu de bom grado, cobrindo um pico firme com a boca, antes de prová-la com a língua através do tecido.

Ela deu um tranco, enredando as mãos nos cabelos dele, pressionando a cabeça de Joe com mais força contra seu seio. Joe ouviu seus arfares curtos, roucos, os gemidinhos que ela não conseguia conter, e soube que ela estava adorando cada segundo daquilo.

Ele também estava.

Com cuidado, ele baixou uma das alças do sutiã, libertando um seio e tomando-o na mão. Os mamilos duros exigiam mais atenção, e ele a lambeu e beijou ali, sugando com vontade até Demi estar se contorcendo no colo dele.

Aquela torção o deixou um pouco maluco. Seu membro estava rijo como rocha debaixo do bumbum sensual dela, e pelo modo como ela deslizava para cima e para baixo no colo dele, Joe sabia que Demi estava ciente daquilo. Seu gesto também dizia a ele que ela queria continuar.

Necessitando sentir o calor dela, ele abriu o botão da calça e deslizou o zíper para baixo. Ele foi cuidadoso em seus movimentos, roçando a mão propositadamente na calcinha amarela sumária que ela usava debaixo. Seda sobre seda.

Ela não recuou, em vez disso, fez pressão contra a mão dele, praticamente exigindo que ele a tocasse mais profundamente. Como se precisasse pedir.

Com a boca ainda no seio, Joe sentia o bater furioso do coração dela e sabia que ela estava quase fora de si de tanta excitação. Respirando profundamente para inalar aquele perfume feminino almiscarado que praticamente o dopava para o entorpecimento, ele puxou o elástico e pôs a mão nas curvas que lhe cobriam o sexo. Ela gemeu, enterrando as unhas levemente nas costas nuas dele. Ela estava implorando mais, embora não dissesse uma palavra.

Necessitando de mais também, Joe deslizou o dedo por entre os lábios delicados e quentes de seu sexo, quase gemendo ao sentir como estava lustroso e úmido.

– Ai, Deus – gemeu ela, abrindo os olhos. – Por favor, não pare.

Até parece.

– Certo, hora de tirar as roupas – gemeu ele.

Ele a ajudou a tirar a calça, e uma vez que Demi estava nua no colo dele, Joe teve de parar e sorvê-la visualmente. Ela era perfeita, da cabeça aos pés, posta diante dele como um banquete. Ele não sabia por onde começar, ele simplesmente sabia que não queria que terminasse.

Ele levou a mão ao próprio jeans, desabotoando-o, querendo ficar nu e puxar uma das pernas dela para se encaixar em seu colo e ela poder montar nele. Sentado ali, olhando para Demi enquanto ela cavalgava, soava como o jeito perfeito de começar a noite.

– Joe? – sussurrou ela.

– Hum?

– Hum… Tem uma coisa que você provavelmente deveria saber.

– A menos que a casa esteja pegando fogo, não há nada que eu realmente precise ouvir agora – disse ele enquanto abria seu zíper e puxava os jeans quadris abaixo. O corpo dele já estava pegando fogo, e quando ele tirou a cueca e seu membro entrou em contato com o quadril nu de Demi, Joe gemeu.

Ela ofegou.

– Ai, meu Deus.

– Dê-me mais cinco minutos e este Deus será todo seu – disse ele a ela quando parou para lhe beijar o seio, acariciando aquele ponto doce e trêmulo entre as coxas dela.

– Joe, hum, sério, eu preciso te contar uma coisa.

Ouvindo o tremor na voz dela, e sentindo o leve rigor no corpo dela, ele finalmente afastou a névoa de luxúria em sua cabeça. Ergueu a boca do seio perfeito e deslizou a mão para um território mais seguro, sobre a coxa.

– O que houve?

Ela baixou a cabeça, espiando-o por entre uma longa mecha de cabelo. As bochechas de Demi estavam coradas, como se ela estivesse envergonhada. Bem, eles se conheciam há menos de um dia e agora ela estava deitada nua no colo dele. Mas não ficaria constrangida por muito tempo, não quando ele mostrasse a ela o quanto a desejava.

– Hum… Eu só queria dizer…

Ela mordeu o lábio, balançou a cabeça levemente. Foi aí que um pensamento, chocante, louco, explodiu dentro da cabeça dele. Todo o corpo de Joe enrijeceu e ele se recostou no sofá.

– Demi, você está tentando me dizer que nunca fez isso antes?

Uma hesitação, então ela assentiu vagarosamente.

– É isso que estou tentando te dizer.

Que droga. Ela estava nua nos braços dele, investindo ao encontro da mão dele como se precisasse atingir o clímax para não morrer, e ela era virgem?

Bem, honestamente, a coisa de precisar atingir o clímax ou morrer fazia sentido. Mas falando sério, quantas virgens de 22 anos existiam por aí? Ele certamente nunca havia conhecido nenhuma. A linda mulher sensual devia ser uma massa efervescente de frustração sexual.

Algo que ele poderia muito bem apreciar agora.

– Quero dizer, você disse que você e Alex nunca… mas, sério, ninguém mais?

– Não. Nunca.

– Isso é incrível.

– Acho que na época em que a maioria das garotas estava resolvendo isso no banco traseiro dos carros dos namorados, eu estava de luto e ajudando meu irmão a descobrir o que fazer com a empresa dos meus pais, com a casa, com a vida deles. E com a nossa. É só que meio que… nunca aconteceu.

Ele assentiu, compreendendo. Ela não havia sido introduzida ao papel de mulher madura sexualmente enquanto estava no ensino médio. Ela pousou no mundo adulto através de uma tragédia brutal.

Isso, tanto quanto o fato de ele não ser um desgraçado desumano como Alex, era o suficiente para fazer Joe encontrar forças para fazer o que precisava ser feito. Sabendo que ficaria com dor nos testículos esta noite, ele pigarreou e tirou Demi de seu colo cuidadosamente.

– Tudo bem. Não tem problema, Demi, eu compreendo.

Ela agarrou o braço dele antes que Joe pudesse se levantar do sofá e seguir para o banheiro para tomar um banho gelado.

– Não, não acho que compreenda. – Segurando o rosto dele, Demi tomou suas bochechas entre as mãos e se aproximou, o cabelo caindo sobre os ombros nus. – Eu quero você, Joe. Quero que você seja meu primeiro. Agora. Esta noite.
 
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Oi, eu espero que vocês estejam gostando da maratona :)

Gi, fiquei triste ao ler seu comentário, pq perdeu totalmente a graça e a vontade de postar a adaptação aqui com Jemi, já que vc esta lendo os capítulos do livro, eu sei que na hora dá uma curiosidade e tal, mas fica chato pra mim, e tbm para os outros leitores e não vejo motivos para vocês procurarem os livros, ou algo assim, já que eu não demoro para postar a não ser que eu tenha saído ou não esteja com internet... #JustSaying

Beijoos <3

5 comentários:

  1. Eu simplesmente amo suas adaptações. Eu fico muito curiosa e esse é o legal da fic, você ficar na expectativa... Amo demais :)
    Fabíola Barboza

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  2. Perfeitooooooooo
    Posta logoo

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  3. Hey amor, não precisa ficar triste, eu sei que você não demora, e fico muito grata por isso, e como eu disse, só li o capítulo anterior pelo livro, mas esse, por exemplo, eu não tinha lido, também não li os outros, e nem vou ler. Vou ler por aqui, e mesmo assim, eu li o de ontem aqui de novo. Eu amo seu blog, NUNCA pare de postar aqui ok? Eu sempre vou ler e te acompanhar. Beeeeijos <3

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  4. Boa noite Mari!!! O cap está incrível!! Estou adorando!! Obrigada por fazer essa maratona!! Bju!!

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