25.6.14

Emoção - Capitulo 19

 
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ELES TIVERAM uma noite e tanto. Uma noite fantástica, até onde dizia respeito a Joe.

Depois que ele e Demi organizaram o estúdio e foram embora, não seguiram diretamente de volta ao Brooklyn. Em vez disso, passearam um pouco pela cidade. Ele até mesmo a convenceu a ir até o Rockefeller Center para patinarem no gelo. Claro que ficaram espremidos com os milhares de pessoas que tiveram a mesma ideia, mas valeu a pena.

Eles passaram por cada vitrine decorada na Park Avenue e na Fifth Avenue, andando uma longa distância até a Macy’s e se acotovelando em uma fila para ver a decoração de lá também. Demi resmungou bastante, mas sob as reclamações Joe ouvia algo que lhe tocava o coração. Uma doçura, uma empolgação, um desejo que ela não havia verbalizado, mas que ao mesmo tempo estava lá.

Debaixo daquilo tudo, daquele verniz reluzente “vou viajar para ver o mundo” e “eu não ligo para Natal”, havia uma garota inocente de 22 anos. Uma que havia perdido sua âncora muito jovem e que não confiava que o mundo não iria golpeá-la novamente. Complicado.

Ele não teria admitido, mas Joe realmente gostava de tentar persuadir Demi a aproveitar o período festivo, apesar dos próprios esforços dela para desgostar daquilo tudo. E ao passo que Joe não estava totalmente certo se ela gostaria do presente que ele havia comprado antes de retornar para ajudá-la no estúdio naquela manhã, ele tinha esperanças de que ela pelo menos compreendesse suas intenções por trás dele.

– Estava ótimo – disse ele quando pousou o garfo sobre o prato vazio. Eles tinham acabado de jantar à mesa da cozinha minúscula dele.

Demi insistira em cozinhar para ele, muito embora tivesse alertado não ser muito adepta de nada chique. Assim, havia sido a primeira “refeição caseira” que Joe comera em eras, e ele nunca achara um bolo de carne tão gostoso.

Ele se levantou para limpar a mesa e a cozinha.

– Deixe-me ajudar – disse Demi, começando a se levantar também.

– Você cozinhou – disse ele. – Vá sentar e relaxar um pouco. Eu cuido disso.

– Tem certeza?

– É claro. – Ele se deu conta, de repente, do caráter doméstico que a coisa toda estava tomando. O que era um tanto bizarro, considerando que eles se conheciam há um dia e meio.

O melhor dia e meio do mundo.

Aquela era uma percepção maluca, mas era verdade no entanto. Joe não conseguia se lembrar de ter tido uma época melhor desde que conhecera Demi Lovato. Sinceramente, pensar no que viria a seguir o deixava mais empolgado do que qualquer coisa em muito tempo.

Limpando a cozinha rapidamente, ele foi até o outro cômodo e encontrou Demi sentada no sofá, com a cabeça recostada e os olhos fechados. Ela havia ligado o som e uma música de Natal tocava suavemente ao fundo. Ele estava prestes a abrir a boca e provocá-la sobre ter quebrado a própria regra quando viu a lágrima na bochecha dela.

Sem dizer uma palavra, Joe se juntou a ela no sofá, puxando-a para si, de modo que ela pousasse a cabeça no ombro dele. Eles ficaram sentados em silêncio durante um longo tempo, escutando a música, observando jeito como o flash bobo da câmera, agora coberto com uma folha de plástico verde, refletia lampejos de luz na árvore de Natal.

Finalmente, Demi se ergueu em meio aos braços de Joe e olhou para ele.

– Esse é o melhor Natal que já tive em muito tempo.

– Fico feliz. Não está tradicional demais para você?

– Não. Está perfeito. – Ela umedeceu os lábios. – Eu sei que você é muito próximo da sua família, e provavelmente é difícil para você compreender isso tudo…

– Consigo compreender com meu cérebro – disse ele, falando sério. – Mas meu coração não quer nem mesmo tentar compreender. Simplesmente não consigo imaginar como deve ser isso.

O pai o enlouquecia, mas Joe ainda o amava, assim como à mãe. Ele não conseguia sequer imaginar ter seu mundo arrancado de debaixo de seus pés, assim como ocorrera com Demi, não conseguia compreender essa coisa de receber um telefonema informando que as pessoas que você sempre presumiu que fossem estar ali, de repente se foram.

As pessoas esperavam superar a expectativa de vida de seus pais, era natural. Mas só até atingiram a meia-idade. Não até que seus próprios filhos tivessem a oportunidade de conhecer seus avós. Os pais dele mesmo eram bem jovens, estavam apenas nos seus 50 e poucos anos, e Joe esperava totalmente mais uns 20 ou 30 anos discutindo com o pai e sendo mimado pela mãe. Ele não teria isso de nenhuma outra maneira.

– Posso te dizer como é – explicou ela. – É como acordar um dia e perceber que alguém arrancou seu coração do peito. Sua vida não é mais contada pelos anos que você já viveu, ou por aqueles que você ainda tem. Ela passa a ser medida antes e depois daquele evento.

Ele compreendia. Aquilo lhe partia o coração, mas ele compreendia definitivamente. Joe a abraçou, lhe acariciando o cabelo, lhe beijando a têmpora.

– Mas aí – sussurrou ela – o buraco começa a ser preenchido. Você se lembra dos bons momentos antes daquele evento e começa a reconhecer os bons momentos que vêm depois. – Ela se remexeu no sofá, olhando para Joe. Seus lindos olhos castanhos estavam luminosos, porém mais lágrimas marcavam suas bochechas. Como se Demi quisesse que ele visse que ela estava melancólica, mas não arrasada. – Nesse fim de semana você me proporcionou um bom momento, Joe. Eu nunca vou me esquecer.

Ele se abaixou, roçando a boca na dela em um beijo terno. Ela retribuiu, docemente, gentilmente, então sorriu para ele.

– Então – disse ele, sabendo que era a hora certa. – Tudo bem se eu te der seu presente de Natal agora?

Ela o olhou com cautela.

– Não é grande coisa – avisou Joe quando se levantou e foi até a árvore. Ele havia escondido um pacotinho embrulhado atrás dela quando tinham chegado em casa naquele início de noite.

– Você não devia ter comprado nada – insistiu Demi. – Não comprei nada para você.

Ele piscou e ergueu uma sobrancelha, flertando.

– Tenho certeza de que vou pensar em algo que você possa me dar depois.

– Hum… Por que não vemos o que tem aí, e então eu decido o que você merece receber em troca? – Ela pegou o presente, e embora um lampejo de medo ter lhe cruzado o rosto, e então ela mordeu o lábio levemente, Joe podia jurar também ter visto o brilho de um sorriso.

Ele se sentou na ponta oposta do sofá, observando-a abrir a caixa. Quando Demi abriu a tampa e ficou olhando em silêncio para o presente lá dentro, ele não conseguiu evitar se perguntar se havia cometido um erro.

Talvez fosse cedo demais. Talvez ela não estivesse pronta. Talvez ela fosse pensar que ele não compreendia sua situação, afinal.

Ele enfiou a mão na caixa e pegou o globo de neve, sacudindo-o cuidadosamente, observando o glitter prateado rodopiar em torno da imagem dentro dele.

Não era nada engraçadinho, do tipo que o irmão dela daria, e certamente não tinha a intenção de substituir o Papai Noel hippie que tinha sido quebrado.

Em vez disso, era simples, bonito… tradicional. Uma casinha com um telhado cheio de neve e uma guirlanda na porta. Uma luz quente, amarelada, vinha das janelas, em que era possível imaginar uma família reunida. Havia um carro estacionado na frente. Uma paisagem cheia de arvorezinhas. Retratava uma noite feliz de Natal, quando tudo estava tranquilo e reluzente.

– Eu só pensei que, como o outro estava quebrado…

– É lindo – sussurrou ela. – Absolutamente lindo.

Ela girou o botão na parte inferior, e começou a tocar Deck the Halls. Sorrindo, Demi colocou o globo na mesa cuidadosamente.

– Obrigada.

– Não há de quê, Demi.

A música no rádio acabou, e um locutor entrou para anunciar a hora: meia-noite em ponto.

Eles olharam para a árvore, então um para outro. Sem mais nenhum sinal de lágrimas, Demi sussurrou:

– Feliz natal, Joe.

Ela se levantou do sofá e estendeu a mão. Joe a tomou e eles caminharam juntos até o quarto dele. Trocaram beijos lânguidos e íntimos enquanto se despiam lentamente. Ao longo das horas noturnas, não fizeram sexo, fizeram amor. Joe nunca tivera muito certeza da diferença entre ambos antes, mas agora, ele finalmente compreendia.

Ele adormeceu com um sorriso no rosto, e tinha bastante certeza de que o sorriso havia permanecido durante toda a noite. Porque ele ainda estava sorrindo horas depois, na manhã de Natal, quando acordou e encontrou Demi nua em seus braços… e um telefone tocando.

– Que horas são? – perguntou ela com a voz cheia de sono.

Ele olhou para o relógio.

– São só 6h30.

Apenas uma pessoa telefonaria tão cedo. Sua irmã caçula era sempre a primeira a ligar no Natal, e ela provavelmente já havia verificado a caixa de e-mails e visto o vale-presente virtual enviado por ele.

Verificando o identificar de chamadas do celular, e vendo o número da casa dos pais, ele riu e o abriu, esperando ouvir a voz cheia de alegria de sua irmã tagarela.

– Alô?

Uma pausa. Um soluço.

E então o mundo desabou debaixo de seus pés.
 
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Enjoy!! já mandaram os números para eu adicionar no whats??? mandem por dm no tt, ou pro meu email fanficsjemi@gmail.com :)

Beijos. eu amo vocês <3

3 comentários:

  1. Omg. Está perfeito! Eu amo está mini fic. O que será que se passou??? Kiss :*

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  2. Aí Deus que capítulo.. Eles são tão fofos, principalmente o Joe lindomaravilhosotudodebom kkkkk
    Posta mais que tá perfeito :)
    Fabíola Barboza

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  3. Tipo ta muito bom
    O capitulo mais fofo q eu ja li na vida
    Ta perfeito
    POSTA MASSSSSSSSSSSSSS!!

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